Uma Paixão Chamada: Morte escrita por Anna, Lua Barreiro, Holden


Capítulo 8
Cachimbo


Notas iniciais do capítulo

Talvez tenha alguns erros, estou com uma leve preguiça de revisar. Desculpa gente, não me julguem. Aff vou chorar.
Aff chorandu
Aff tchau
Aff
Oi :3
~~luana aragão~~



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A casa estava tomada pelo negrume da noite. Dos cinco sentidos apenas dois vinham a ser úteis. Forcei minha vista para tentar enxergar de quem era aquela misteriosa voz.

Tentativa inútil.

Senti os passos cada vez mais próximos, a cada barulho provocado pelo atrito eu apertava o braço de Sara. Ainda tentávamos calar o barulho de nossa respiração, mas sempre sem sucesso.

Sentimos algo passando sobre nós. Digo sentimos por que Sara gemeu, demonstrando medo ou agonia. Algo afiado, mas não de metal. Nas pontas percebe-se asperidade.

Como unhas.

– Não gosto que invadam meu território.- Mãos gélidas passaram-se sob o meu cabelo.- Por que estão aqui?- Indagou em tom inclemente.

A menina de rosto angelical tentou responder, mas antes disso tratei de tampar sua boca. É o meu trabalho como homem proteger a mulher, ou pelo menos tentar. Afinal eu sempre fui o cara que precisa de ajuda até para bater uma punheta.

Fui irônico.

– Nós viemos pegar algo.- Sussurrei.

O céu nebuloso não enganava ninguém de uma posterior tempestade, os raios já pareavam sob o céu. E foi isso que ajudou a casa se iluminar. Pude ver perfeitamente o rosto da mulher com quem conversávamos: possui cicatrizes e sem maquiagem. Seu cabelo está um tanto desgrenhado e as roupas rasgadas.

Não é uma aparência apavorante, mas também não é apaixonante.

Causa até uns calafrios.

Não que a minha não cause.

Sara assustou-se com o trovão mas podemos ver fielmente que ela estava sentada em nossa frente. Nos observava com seus olhos esbugalhados, como se desejasse arrancar nosso útero e vender no mercado negro.

Homens tem útero? Eu acho que preciso de ajuda mesmo.

– Vocês são tiras?- Indagou.

– Não.- Eu e a loira respondemos em sincronia.

– Querem meu cachimbo?

– Que diabos de cachimbo?- Exaltou-se Sara.

– O do crack.

Olhei para Sara e ela para mim, os dois soltaram um leve sorriso de alivio.

– Está fumando crack?- Continuou.

– Não, estou roubando uma torneira.

É de longe a melhor coisa para se roubar em uma casa de pessoas com renda média. Afinal o que fazer com uma TV de plasma? Ou um fogão automático? Uma torneira é bem melhor, ainda mais se você morar na rua e não tiver uma merda de encanação.

– Posso te perguntar algo?- Questionei.

A moça assentiu.

– Por que quer uma torneira?

– É o meu cachimbo.

É faz sentido, torneiras funcionam perfeitamente como um cachimbo. Mesmo eu nunca tendo pensado nisso elas tem formato de cachimbo. Talvez o popye usasse uma torneira quando perdesse o seu, um espinafre nunca pode esperar.

– Ok, viaje o quando quiser no seu crack. Nós temos que ir.- Disse Se levantando e proporcionalmente me puxando para ir com ela.

Dei com a mão como forma de despedida.

E novamente Carla voltará a minha cabeça. O fato dela ter se matado ou supostamente se auto mutilar de modo rotineiro, não me entra na cabeça. Sempre se demostrou uma pessoa feliz, eu me sentia bem ao seu lado. Como se ela não tivesse problemas e os meus sumissem automaticamente.

– Está pensando nela?- Sara perguntou já dentro do carro.

– Estou.

– Sabe? Eu sempre tive inveja da Carla, pelo fato de você dar sua atenção a ela. Eu sempre quis rir com você, como vocês sorriam. Eu queria ser carregada em teu colo, como você a carregava. Tudo aquilo me deixava enciumada, mesmo eu nunca tendo sentido como é. Mas eu nunca desejei não sentir.

– A Carla era meu mundo.

– Eu quero ser teu mundo.- O rosto dela se aproximou ao meu fazendo com que seu braço encostasse no meu banco.

Senti meu corpo se arrepiar e dessa vez não me dei ao direito de não sentir ou simplesmente ignorar. Também aproximei minha cabeça e nossos narizes tocaram-se, senti algo subindo em meu corpo. Não algo que de pra ver, é como dizem sentimentos são abstratos. Coloquei minhas mãos sob sua pele gelada e lisa e ela colocou as suas em meu cabelo. Fitamos-nos sincronizadamente, até que ela tocou seus lábios aos meus.

E eu me afastei.

– Não, não! Eu não quero Sara.

– Por que?- Gritou, mudando de expressão rapidamente.

– Você não é ela. Não é meu mundo. É só uma puta de uma garota perfeita, que todos desejam. Não é isso que eu tenciono.- Alojei-me no mesmo tom de voz da garota.

Nós já estávamos parados na frente de sua casa.

– Eu agradeço por ela ter morrido.- Riu debochadamente e saiu do veículo.

Não, eu não deixei barato.

Fechei a porta de modo grosseiro e corri até a baixa garota. Agarrei em teus braços e a encarei seriamente enquanto ela tentava se soltar:

– Então por que está me ajudando?

– Por que é isso que eu faço.- Respondeu.- Eu te ajudo.

– Por que?

– Eu me sinto na obrigação disso.

– Novamente: Por que?

(...) Demorou consideravelmente para responder:

– Por que sei lá... Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Ficou uma bosta né? Desculpem, mas eu sou eu. E é assim que eu sou, sob as noites frias de verão no deserto de Saara.
Gente, sabia que na África a renda nacional é de 1.585 doláres? Cara é muito pouco, estou indignada com isso por toda minha tarde. É tipo o que um americano gasta em um dia.