Uma Paixão Chamada: Morte escrita por Anna, Lua Barreiro, Holden
Notas iniciais do capítulo
Evy testando, 1 2 3, 1 2 3!
Que merda -.- Despois sofro bullyng e não sei pq kkk
Desculpem a demora :c
- Ei Matheus, você está bem?- a voz aveludada de Sara ecoou próxima a mim, e seus dedos finos e gélidos recostaram sobre meu ombro.
Estava paralisado. No banheiro ainda havia muitas marcas de sangue e utensílios quebrados, e a noite dava um contraste um tanto macabro sobre nós. Senti um frio percorrer minha espinha, contudo, procurei esquecer.
- Estou ótimo.- respondi demoradamente e me virei para fitar a garota ao meu lado.
Seus olhos estavam cansados, e algumas olheiras já começavam a surgir sobre sua pele límpida e pálida, seus cabelos louros recaíam como uma cascata abaixo de seus ombros, e seu olhar parecia querer estudar-me a todo custo.
- Então vamos, precisamos procurar pistas!- puxou a palma de minha mão direita, que, sem dúvidas era muito maior que a sua e tentou levantar-me dali, pois eu me encontrava agachado. Senti um choque elétrico percorrer assim que meus dedos entraram em contato com os dela.
Novamente, procurei esquecer essas sensações esquisitas.
Andamos sobre o largo corredor que separava a cozinha com o quarto de Carla. Entrei ali receoso, mas ao mesmo tempo eufórico.
O cômodo não era luxuoso nem nada, entretanto não era feio. Parecia Carla, e isso foi sempre o que me surpreendeu nela.
As paredes eram tomadas por um branco profundo e límpido. O assoalho era bem polido e o quarto tinha um aroma agradável. A cama de solteiro era tomada por lençóis e travesseiros lilás. No canto, uma mesinha para estudos e um mural de fotos da família davam um ar de inocência no local.
Sara caminhou até o armário um tanto antigo e começou a vasculhá-lo. Enquanto, eu apenas admirava as feições do cantinho de minha... ex amiga.
Ok, Matheus pare com isso! Carla se foi e você está aqui para procurar pistas!
Com esses pensamentos, comecei também a andar sobre o local, a procura de algo que “denunciasse” o suposto suicídio da jovem.
- Achou alguma coisa?- perguntei após um tempo desde que começamos a busca.
- Nadinha.- murmurou cansada e respirando pesadamente logo em seguida.- Só um diário da suposta adolescente revoltada e exercícios de matemática e álgebra.
Sara conseguiu me convencer a voltar ali. Havia ficado um tanto receoso com a bronca que havia tomado dela, e, decidi que não desistiria de caçar e capturar o assassino de Carla com minhas próprias mãos.
- Um diário é?- perguntei tomando o caderninho das mãos da loira.
- Sim, mas não deve haver nada aí que nos interesse.- respondeu com a voz manhosa e cansada. Já devia ser umas três da manhã, por isso entendia seu cansaço.
“Os cortes profundos
Lavam minha alma
O sangue escorrendo
Causa-me ternura
A ardência na pele
Soltam meu alívio
Apenas a lâmina
Compreende minha dor.”
Li tudo perplexo, não posso negar que se minha amiga estivesse vivia, teria um grande futuro com as palavras.
Mas a questão não é essa.
Minhas mãos trêmulas e gélidas faziam com que o pequeno bloquinho tremulasse com força, senti um respingo de suor rolar sobre minha testa. Não, não posso acreditar.
Carla se cortava? Desde quando? Como? E por quê?
- Ei Matheus...- as mãos suaves e macias de Sara recostaram levemente sobre meu ombro trazendo-me de volta para a realidade.
- Sim?
- Estou te chamando há minutos!- reclamou baixinho.- O que tem aí?
Entreguei para ela e me levantei.
- Vamos embora.- murmurei desanimado enquanto me levantava.
- Mas por quê?
- Leia.- pedi.
Nos minutos seguintes, a garota também havia terminado de ler aquela poesia tão carregada de dor.
- Eu...- sussurrou.- Não... Ela não tinha motivos!- afirmou.
- Ela se matou Sara! SE MATOU!- gritei já perplexo.- Pare de achar que podemos bancar os policiais, não há mais nada a se fazer aqui!
- Impossível!- revidou no mesmo tom de voz.- Pessoas que se cortam nunca querem se matar! Apenas preencher o vazio que sentem e...
Fomos interrompidos por fortes coronhadas contra a parede. Ninguém gritava do outro lado, apenas os sons de murros de forma ritmada eram ouvidos no local.
A menina ao meu lado se encolheu de medo e eu a puxei para meu lado envolvendo-a em meus braços como se estivesse a protegendo.
- Fique quieta.- sussurrei ainda a apertando e encarando a parede que parecia até balançar com a força depositada ali.
O barulho parou.
- O que foi isso?- ela perguntou baixinho ainda tremendo.
- Não sei.
A porta estava apenas encostada, e, com a escuridão da noite sem lua não podíamos enxergar nada nem a um palmo de nossa frente. O silêncio pairou ali, e a porta rangeu no momento seguinte.
Tentamos prender a respiração, para, o que quer que estivesse ali fosse embora.
Mas não foi.
O rangido velho do assoalho pareceu se tornar mais forte com os passos que se aproximavam de nós.
- O que vieram fazer aqui?
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