Uma Paixão Chamada: Morte escrita por Anna, Lua Barreiro, Holden


Capítulo 7
Descobertas.


Notas iniciais do capítulo

Evy testando, 1 2 3, 1 2 3!

Que merda -.- Despois sofro bullyng e não sei pq kkk

Desculpem a demora :c



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- Ei Matheus, você está bem?- a voz aveludada de Sara ecoou próxima a mim, e seus dedos finos e gélidos recostaram sobre meu ombro.

  Estava paralisado. No banheiro ainda havia muitas marcas de sangue e utensílios quebrados, e a noite dava um contraste um tanto macabro sobre nós. Senti um frio percorrer minha espinha, contudo, procurei esquecer.

- Estou ótimo.- respondi demoradamente e me virei para fitar a garota ao meu lado.

  Seus olhos estavam cansados, e algumas olheiras já começavam a surgir sobre sua pele límpida e pálida, seus cabelos louros recaíam como uma cascata abaixo de seus ombros, e seu olhar parecia querer estudar-me a todo custo.

- Então vamos, precisamos procurar pistas!- puxou a palma de minha mão direita, que, sem dúvidas era muito maior que a sua e tentou levantar-me dali, pois eu me encontrava agachado. Senti um choque elétrico percorrer assim que meus dedos entraram em contato com os dela.

   Novamente, procurei esquecer essas sensações esquisitas.

  Andamos sobre o largo corredor que separava a cozinha com o quarto de Carla. Entrei ali receoso, mas ao mesmo tempo eufórico.

  O cômodo não era luxuoso nem nada, entretanto não era feio. Parecia Carla, e isso foi sempre o que me surpreendeu nela.

  As paredes eram tomadas por um branco profundo e límpido. O assoalho era bem polido e o quarto tinha um aroma agradável. A cama de solteiro era tomada por lençóis e travesseiros lilás. No canto, uma mesinha para estudos e um mural de fotos da família davam um ar de inocência no local.

  Sara caminhou até o armário um tanto antigo e começou a vasculhá-lo. Enquanto, eu apenas admirava as feições do cantinho de minha... ex amiga.

  Ok, Matheus pare com isso! Carla se foi e você está aqui para procurar pistas!

  Com esses pensamentos, comecei também a andar sobre o local, a procura de algo que “denunciasse” o suposto suicídio da jovem.

- Achou alguma coisa?- perguntei após um tempo desde que começamos a busca.

- Nadinha.- murmurou cansada e respirando pesadamente logo em seguida.- Só um diário da suposta adolescente revoltada e exercícios de matemática e álgebra.

  Sara conseguiu me convencer a voltar ali. Havia ficado um tanto receoso com a bronca que havia tomado dela, e, decidi que não desistiria de caçar e capturar o assassino de Carla com minhas próprias mãos.

- Um diário é?- perguntei tomando o caderninho das mãos da loira.

- Sim, mas não deve haver nada aí que nos interesse.- respondeu com a voz manhosa e cansada. Já devia ser umas três da manhã, por isso entendia seu cansaço.

“Os cortes profundos

Lavam minha alma

O sangue escorrendo

Causa-me ternura

A ardência na pele

Soltam meu alívio

Apenas a lâmina

Compreende minha dor.”

  Li tudo perplexo, não posso negar que se minha amiga estivesse vivia, teria um grande futuro com as palavras.

  Mas a questão não é essa.

  Minhas mãos trêmulas e gélidas faziam com que o pequeno bloquinho tremulasse com força, senti um respingo de suor rolar sobre minha testa. Não, não posso acreditar.

  Carla se cortava? Desde quando? Como? E por quê?

- Ei Matheus...- as mãos suaves e macias de Sara recostaram levemente sobre meu ombro trazendo-me de volta para a realidade.

- Sim?

- Estou te chamando há minutos!- reclamou baixinho.- O que tem aí?

  Entreguei para ela e me levantei.

- Vamos embora.- murmurei desanimado enquanto me levantava.

- Mas por quê?

- Leia.- pedi.

  Nos minutos seguintes, a garota também havia terminado de ler aquela poesia tão carregada de dor.

- Eu...- sussurrou.- Não... Ela não tinha motivos!- afirmou.

- Ela se matou Sara! SE MATOU!- gritei já perplexo.- Pare de achar que podemos bancar os policiais, não há mais nada a se fazer aqui!

- Impossível!- revidou no mesmo tom de voz.- Pessoas que se cortam nunca querem se matar! Apenas preencher o vazio que sentem e...

  Fomos interrompidos por fortes coronhadas contra a parede. Ninguém gritava do outro lado, apenas os sons de murros de forma ritmada eram ouvidos no local.

  A menina ao meu lado se encolheu de medo e eu a puxei para meu lado envolvendo-a em meus braços como se estivesse a protegendo.

- Fique quieta.- sussurrei ainda a apertando e encarando a parede que parecia até balançar com a força depositada ali.

  O barulho parou.

- O que foi isso?- ela perguntou baixinho ainda tremendo.

- Não sei.

  A porta estava apenas encostada, e, com a escuridão da noite sem lua não podíamos enxergar nada nem a um palmo de nossa frente. O silêncio pairou ali, e a porta rangeu no momento seguinte.

  Tentamos prender a respiração, para, o que quer que estivesse ali fosse embora.

  Mas não foi.

  O rangido velho do assoalho pareceu se tornar mais forte com os passos que se aproximavam de nós.

- O que vieram fazer aqui?


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