– Que silêncio...

– É porque já foram todos dormir... - Diz Chihaya terminando o bordado que estava fazendo na cozinha, enquanto observava o marido na porta de casa. - Como foi o dia Raito?

– Normal... - Diz ele se sentando ao lado da esposa. - E para você? Deve estar agitado aqui depois que as crianças tiveram que voltar a morar na nossa casa...

– Normal... - Diz ela dando um beijo barulhento no marido. - Estou matando as saudades...

– Matando? - Repete o marido com um sorriso nervoso, um sorriso igual ao dos filhos, assim como a aparência, exceto que os cabelos eram pretos e grisalhos, os olhos escuros e expressivos, e para um senhor de quase 50 anos, muito bem conservado.

–Sim. - Diz Chihaya colocando a comida no microondas, enquanto o marido observa os cabelos azuis da esposa soltos, o que era raro.

Ela então se vira, com um sorriso largo e sem emoção, fazendo todo o encanto do momento se perder. Raito engole em seco.

–Querida... Você está indo na terapia? Está tomando os remédios?

–É claro! Eu disse que não iria me deixar cometer erros de novo, não é?

– Sim, eu lembro... - Diz Raito com um suspiro, comendo em silêncio, enquanto a esposa o observava com o mesmo sorriso todo o tempo.

– Vou dormir, estou cansado. - Diz ele, pegando o prato na metade e jogando a comida no lixo.

– Deixe que eu arrume!

– Não, eu termino, vá na frente!

–Tem certeza?

– Eu termino rapidinho! - Responde ele com um sorriso encantador, o sorriso de Chihaya muda, se alargando com os olhos mais brilhantes e ela sai, enquanto ele começa a lavar a louça.

Ao terminar ele rapidamente pega o bordado da esposa e engole em seco de novo.

– Acho que vou tirar férias... - Diz ele para si mesmo, largando o bordado em cima da mesa.

No lenço estava escrito o nome de cada um dos filhos, todos ligados por uma corrente, dentro de um círculo em chamas.

–Irmãozãos!!! - Diz Kaiko ao entrar na casa, vermelha e surpresa. Estavam todos lá, com exceção de Kaito e Taito.

–Oi maninha! - Diz Akaito com um sorrisão.

– Surpresa! - Gritam Kikaito e Nigaito juntos.

– Por... Por que vocês...?

–É uma história meio complicada...- Diz Mokaito sem saber como explicar sem assustá-la.

– Nossas casas pegaram fogo misteriosamente... - Responde Zeito, mal humorado por ter sido arrastado para aquelas boas vindas, interrompendo Mokaito, deixando a irmãzinha com uma cara ainda mais chocada -... mas ninguém morreu.

– Fogo? Estão todos bem?

–Estamos todos bem, não fique tão chocada! - Akaito chama a atenção dela ao pegar a sua mala. - E como foi a temporada no colégio?

– Bem...

– Arranjou algum namoradinho? - Pergunta a mãe aparecendo ao fundo com um sorriso.

– Namorado?!!! - Gritam todos os irmãos presentes em uníssono, Akaito soltando a mala que cai em seu pé, berrando.

–Cl... Claro que não! É um colégio feminino!

–Isso não quer dizer que você não pode encontrar meninos! E ouvi dizer que você tem alguns fãs!

– Bem...

– Que história é essa! - Berra Akaito alterado.

– Pensando bem você já está nessa idade, né? - Diz Mokaito ainda surpreso.

– Hey, onee-chan, podemos conhecê-lo? - Pergunta Nigaito com um sorriso.

– Ele é bonitão? - Brinca Kikaito, deixando-a ainda mais envergonhada.

– Com licença, vou para o meu quarto! - Esgana ela, atropelando as palavras, pegando a mala e saindo correndo, batendo ela no Mokaito no caminho.

– Seja bem vind... - Diz Kaito entrando pela porta dos fundos sem fôlego, havia sido chamado com urgência no estúdio junto com o Taito e tinha tentado voltar a tempo para as boas vindas - e acabou levando uma malada na cara.

– Sinto muito!

– Está agitada, não? - Pergunta Taito com gentileza.

– Acabei de chegar e a mamãe já vem falando de namorados...

– Entendo... Mas isso não é motivo para atacar o Kaito, não é?

– Ah, é porque pouco antes de voltar houve uma invasão na escola!

– Invasão? - Pergunta Kaito, preocupado.

– Sim... Parece que invadiram os dormitórios...

– Por isso você está em guarda? - Pergunta Taito para a irmã, que acena com a cabeça. - Pensei que a segurança lá fosse boa...

– Eu também.... Mas por causa disso fomos mandados embora mais cedo...

– Não existe mais lugar seguro hoje em dia... - Comenta Taito enquanto observa os irmãos e a mãe se aproximarem, com um sorriso estranho.

– Ah, antes que eu esqueça! - Exclama Kaito com um sorriso. - Façam as malas! O estúdio conseguiu um clipe para nós!