Logo quando tranquei a porta Taiyoo saiu de debaixo da cama e se sentou sobre a mesma.

- E então? – Perguntei.

Ele abaixou a cabeça tentando achar uma resposta e eu me pus ao seu lado.

- Como se sente? – Perguntou-me.

- É como se eu já soubesse disso a muito tempo...

- Que bom...

Ele me olhou, um olhar de ternura com alivio... Eu gostei daquele olhar, nunca o vi assim antes.

Taiyoo sempre me parecia um menino moço. Um menino sem infância, que logo já teve que virar adulto. Será que por causa de seus poderes?

Taiyoo apoiou a cabeça no travesseiro e eu subi na cama e me deitei por completo ao seu lado encarando o teto

Antes tinha vergonha de ficar sozinha com ele ao mesmo quarto. Mas na semana nossa amizade cresceu muito e agora, deitados na mesma cama, um do lado do outro, sozinhos. É como se ele fosse meu irmão de muito tempo... Meu irmão mais velho...

- Por que você não me contou antes? – O perguntei

- Você ainda não estava preparada. Como eu iria saber que você é assim forte... Se bem que...

- Que...?

- Eu acho que o Kuuki controlou seus sentimentos para você ficar calma...

- Agora eu não sei mais quais são minhas reações e quais a que ele faz.

- Eu demorei algum tempo para saber quando que eram verdadeiros... Mas agora eu já sei. Quando não soubemos o poder dele, não prestamos atenção... Mas agora que sabemos, é só nos concetramos!

Ele virou o rosto para mim e eu fiz o mesmo sorrindo.

Claro que isso não é normal, mais eu gostava de saber que Taiyoo estava ao meu lado em qualquer coisa.

Ele sorriu em resposta. Um sorriso maravilho de carinho.

Nossos rostos estavam bem perto, a um palmo de um beijo.

Ele relaxou o sorriso e fechou os olhos lentamente. Eu o fitei séria. Não tinha percebido o quanto ele era bonito.

Pele branca, alva realçando seus cabelos fogo, que quanto deitado estavam caídos sobre o rosto.

Levantei o braço e toquei com a ponta dos dedos em sua bochecha. Alisei até o queixo.

Sua pele era macia... Passando-me um desejo de beijá-la.

Ele abriu os olhos rapidamente quando sentiu o meu toque. Logo sorriu e fechou os novamente.

Eu sorri também, mas ele não percebeu.

Deixei a mão passar pelos cabelos e bagunçá-los mais ainda. Eram sedosos, macios. Segurei uma mecha e a enrolei três vezes. Deixei com que a mão caísse e adormeci junto dele.

 

Quando acordei, ele não estava mais ali. Tinha ido embora...  Olhei para a janela, estava destrancada. Sorri ao pensar ter dormido com ele, mais o sorriso se desmanchou quando vi o que tinha acontecido logo de manhã cedo.

Olhei para o relógio e estava quase na hora do almoço. Caminhei rumo a cozinha. Estava com fome.

Minha mãe logo estaria em casa novamente. Então decidi fazer a meu café da manhã e depois preparar o almoço para ela, como ela sempre faz para mim.

Depois de comer uma fatia de bolo que ela tinha preparado na noite anterior com um copo de suco, Fiz uma macarronada com carne moída... O cheiro estava maravilhoso...

Preparei a mesa, logo quando coloquei o ultimo copo minha mãe entrou pela porta.

- Hum... Que cheiro bom! – Disse ela

- Venha mãe... Tem macarrão com queijo por cima, carne moída, e suco de morango!

Comemos e conversamos... Sobre muitas coisas diferentes.

Lavando a louça pedi para que pudesse ir passar a tarde na casa da Yuka e ela logo disse que sim.

Subi as escadas rapidamente. Estava elétrica! Tomei um banho e coloquei um vestido florido.

- Mãe! – Disse descendo a escada – Se o Taiyoo ligar, diz que fui à casa de Yuka, tah?

- Claro!

Ela me deu um beijo na testa quando estava na porta.

Quando cheguei la, foi a mãe de Yuka que atendeu a porta.Ela era muito simpática e bonita. Me levou ao quarto dela e logo estávamos deitadas na cama conversando.

- Sério Sui...

- O que?

- O que você fez essa manhã que não foi para a aula?

- Nada, eu já disse. Só estava com dor de cabeça.

- Acho que um dor de cabeça pela manhã iria te fazer assim tão... Tão feliz!

- Como assim...? O que você acha que eu fiz?

- Não sei... Só sei que o Taiyoo também faltou a escola hoje...

É mesmo, mas o que eu diria... Que ele foi até la em casa para deter o irmão que tentava me mostrar os meu poderes?

Acho que ela não iria acreditar e eu não estava a fim de fazer de novo.

E também... Por que eu estava assim? Tão... Tão feliz?

- Não me vai dizer que dormiu com ele? – Perguntou ele com cara de maliciosa

- Não! – Gritei pulando da cama – Por que você acha isso?!

- Por que você parou para pensar como responder quando falei que ele não foi para aula... Não seja tão lerda para responder uma pergunta difícil amiga. Se não todos vão perceber!

- Claro... Mais não pense besteiras...

Ela sorriu novamente e eu em resposta.

Conversamos por um longo tempo. E eu tinha que ir para casa.

Já estava prestes a escurecer e minha mãe não gosta e me ver sozinha perambulando a noite.

Caminhei lentamente. A eletricidade da tarde tinha me deixado cansada.

Logo levantei a cabeça quando ouvi alguém me chamar no final da rua.

Taiyoo

- Sui! – Gritou novamente correndo em minha direção.

Ele parou diante de mim e sorriu. Eu sorri em resposta e me deu uma louca vontade de abraçá-lo.

Vê-lo na minha frente. Paradinho sorrindo como se me esperasse para abraçá-lo.

Não consegui conter meu desejo e acabei abraçando o.

Coloquei meus braços em volta de sua nuca e encostei meu corpo ao dele. Não deu muito tempo ele retribuiu meu abraço.

Colocou seus braços em volta de mim e me apertou contra seu peito.

Depois de alguns segundo nos afastamos lentamente e nos encaramos.

Sorrimos um para o outro e caminhamos rumo minha casa.

Já no segundo passo ele comentou:

- Associe algumas perguntas para me fazer que eu lhe responderei.

- Claro! – Sorri para ele e abaixei a cabeça para poder pensar.

Comecei pensando na lenda que ele tinha me contado a uma semana atrás. E depois no que aconteceu na manhã daquele dia.

Vieram-me muitas duvidas em mente. Mas não poderia fazê-las de qualquer forma.

Parei na cena em que Kuuki me mandou um olhar sedutor que acabei caindo de tontura. Como ele era tão lindo? Pensei mais um pouco e fez minha primeira pergunta:

- Kuuki... – Olhei para ele, mas ele continuava olhando sua frente sem exitar. -... Ele controla todos os tipos de sentimentos?

- Sim, digo, não.

O encarei confusa. E ele sorriu.

- Bem – Continuou -... Ele pode controlar todos mais ainda não sabe. É difícil controlar nosso segundo poder.

- Falando nisso... Qual será meu segundo poder?

- O meu, eu descobri em um sonho.

Eu parei. É verdade. Eu já tinha sonhado com Taiyoo, já tinha me esquecido por que na ultima semana nem tive mais esse sonho.

Eu parei por um instante para lembra do sonho e ele me veio rapidamente na mente.

Não vi nada que me comprometesse. Então decidi tentar me concentrar mais tarde na cama.

- No momento, não tenho mais perguntas. – Disse

- Tem certeza? – Perguntou-me

- Depois!

- Claro!

Paramos diante da minha casa.

Já era noite e estava tudo escuro, somente com a lua cheia e os postes iluminado.

Ele me encarou sorrindo levemente.

- Você dormiu bastante esta manhã?

Eu lembrei de ter lhe tocado e isso me fez corar, fazendo com que lhe sorrisse mais.

Lembrei de seus cabelos laçados em meus dedos, o desejo de beija-lo.

- Sim! – Respondi.

- Você tem coragem de fugir essa noite?

- Fugir?

- Para darmos um volta... Tem um lugar que quero lhe mostrar.

Eu olhei para cima. Para a janela do meu quarto. Eu nunca tinha feito algo parecido, mais não queria negar.

- Claro! – Disse sorrindo

- Deixe a janela aberta!

- Esta bem!

Sorrimos um para o outro e rumei para dentro de casa.

- Oi filha! – Disse minha mãe acenando da cozinha.

- Oi mãe!

Saltitei até ela e a abracei.

- Quer comer alguma coisa?

- Claro!

Ela me deu uma fatia do bolo e se sentou a mesa tomando café com leite.

- O que te faz tão feliz hoje? – Perguntou ela

- Não sei... – Sorri

- Quer suco?

- Pode ser!

Ela me serviu com um copo cheio e sorrimos uma para a outra

Minha mãe era minha companheira de todas as horas. Será que não poderia contar meu mais novo segredo?

Não quero preocupá-la. Mas não vou conseguir guardar isso só para mim.

- Filha... – Começou ela -... O que você acha do Taiyoo?

- Como assim mãe?

- Vocês são bem amigos, não?

- Claro! Meu melhor amigo!

- Pois então...

- Só amizade mãe...

Eu a encarei perplexa. A ultima coisa que eu queria era mais uma Yuka me enchendo o saco.

Terminei de comer, peguei o copo com suco e fui para o eu quarto.

- Boa noite, mãe!

- Boa noite querida!

Sei que ela iria passar no meu quarto para dar uma nova boa noite, mais eu já estarei dormindo.