Mind's Control escrita por Liesel Odair


Capítulo 5
LONGE


Notas iniciais do capítulo

Oi!

Bom, primeiramente gostaria de agradecer de agradecer à Stephany Pevensie pela recomendação. Eu te amo, okay? Okay.

Agora eu gostaria de comentar os fatores que fizeram eu demorar um pouquinho.

☞ Preguiça: a preguiça foi muito grande, sério.
☞ Bloqueio criativo: todos temos um momento de bloqueio criativo, certo? O meu é muito duradouro.
☞ Capítulo grande: eu queria escrever um capítulo muuuuito grande para compensar essa demora e o pequeno capítulo anterior, mas não deu :c

Enfim, leiam.



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– O que deu em você?! – Grace sentou-se na cama e havia quatro pessoas apavoradas ao seu redor. Ela percebeu que quem havia falado era Mary, a qual não tinha sido muito agradável com ela.

– Deixa a menina, Mary. – reconhecidamente, Mayra havia se pronunciado. A visão de Grace focalizou e ela percebeu que Mary e Mayra estavam do lado esquerdo de sua cama e Charlie com uma menina que ela não conhecia estavam do lado direito, todos olhando para ela. A menina tinha a pele bronzeada, os cabelos loiros caindo em cachos e seus olhos eram extremamente negros.

Grace ainda estava tremendo e o nome rodeava sua mente.

James.

James.

James.

– Quem é James? – Grace perguntou com a voz trêmula.

– Quem é James? – Grace olhou para a porta e parado, roendo as unhas, estava Noah.

– Eu é que pergunto.

– Não necessariamente. – Noah caminhou até Mary e repousou o cotovelo no ombro dela.

– Está me achando com cara de encosto? – Mary tirou brutamente o cotovelo do menino e pegou a garota loira pelo braço. – Vamos, Liesel.

Charlie suspirou teatralmente.

– Então, Grace, você acordou o Treinamento inteiro com seu grito. Agradecemos muito.

– Me desculpe, eu...

– Charles não estava sendo irônico, Grace. – Mayra falou rindo. – Estavam todos dormindo sendo que ainda estava na hora de treinar. Na verdade, tinha pessoas que deviam estar em missão.

Mayra olhou para Noah, que fez cara de sonso.

– Você acha mesmo que eu vou perder meu tempo procurando por...

– Shhh! – repreendeu-o Charlie. – Você tem uma língua muito afiada, Noah. Acaba falando do que não deve.

– Primeiro; Mary me ignorando, o próprio par dela. Segundo; dois idiotas se metendo nas minhas atividades. Terceiro; uma louca gritando que me acorda. Já está na hora de me aposentar.

Ele saiu dramaticamente. Charlie deu a língua para a porta, logo após Noah bater.

– Mary namora Noah?

Mayra fez uma cara de nojo.

– Oh, não. Noah não é o tipo de pessoa com quem se tem qualquer tipo de relação. Eles são parceiros em missões, assim como eu sou parceira de Liesel.

– E Charlie? – perguntou Grace.

– Charlie? Ele não tem parceiro. Ninguém o aguenta.

– Eu não tenho ainda. – ele falou, revirando os olhos.

Um silêncio constrangedor se seguiu, e Grace não tirou o nome da cabeça, por mais que, o que poderiam se chamar de novos amigos, a tivessem distraído.

Os dois se despediram e saíram, alegando que tinham que treinar. Grace mordeu fortemente o dedo indicador, deixando a marca de seus dentes e gotas vermelhas. Ben entrou, com os poucos cabelos grisalhos molhados.

– Desculpe demorar tanto, Grace. Eu tenho o Centro inteiro para dirigir, mas... – Ben parou de falar abruptamente e sentou-se na cama ao lado de Grace. – Sem falar de trabalho. Olha, não podemos dizer o que aconteceu com sua família, só podemos dizer que você vai ter o privilégio de, somente se quiser, se tonar um de nós. Um Hillander. Você receberá treinamento físico, treinamento mental, terá um parceiro, receberá missões. Mas continuará tendo uma vida normal.

– Ben. Eu estou sendo Controlada. – Grace falou isso e Ben levantou-se espantado.

– O que? Grace, o que você está falando?

– Tenho todos os sintomas de que isso está ficando sério. Eu tive um sonho – um sonho real. Os pensamentos dele estavam na minha mente! Eu sei que é isso o que acontece quando se está sendo Controlado.

Ben andou de um lado para o outro coçando a barba recém-aparada do queixo.

– Foi o que eu pensei. – Ele sussurrou.

– Pensou?

Ben parecia estar acordando de um sonho.

– Grace, sinto muito, não poderá voltar para casa; mas também não poderá dormir aqui. – Ele foi em direção a um dos armários e pegou as roupas a qual Grace havia chegado. – Você fez alguma amizade? Terá que ficar na casa de algum Hillander, se não tiver nenhum de sua preferência...

– Tanto faz.

Ben entregou as roupas à Grace e saiu do quarto, dando uma piscadela. Grace levantou-se e foi em direção ao banheiro da Enfermaria.

– Alguém?

Ninguém levantou a mão. Ben reuniu todos os Hillander do Centro e fez a pergunta. Nenhum se ofereceu para permitir Grace algumas noites até a menina se estabilizar em alguma residência. Ben suspirou.

– Terei de escolher a dedo.

Ele pegou a ficha com o nome dos seus 107 Hillander, a qual sempre se orgulhava de ver o grande crescimento de servidores. A organização que seu bisavô criara com tanto esforço já estava enorme, e ele fazia de tudo para manter a ordem e eliminar os Controladores.

– Pois bem, vejamos... Hm... – Ele considerou escolher Noah Powell, mas decidiu que o menino era problemático demais para tal atividade. Correu rapidamente os olhos pela folha e eles pararam em Dylan. – Sr. Russel.

Dylan revirou os olhos ele caminhou em direção ao Diretor.

– Dylan, poderia deixar a Srta. Grace Walker descansar apenas alguns dias em sua residência.

Todos os outros riram da situação. Até o próprio Ben ficou com vontade de dar uma risada, mas a conteve.

– Contando que não abuse dessa ação, é claro.

– Sim, senhor.

– Senhor? Está me chamando de velho, por acaso? – Ben deu umas batidinhas no ombro de Dylan. – Muito bem, muito bem. Todos dispensados.

Grace havia dobrado o macacão vermelho e colocado na mesa de cabeceira, ela achou que isso seria uma maneira de agradecer. Mas agradecer pelo o que?! Eles simplesmente não haviam retirado suas duvidas, e negavam dizer o paradeiro de sua mãe e seu irmão. Além da carta que Ben havia deixado sorrateiramente no meio de suas roupas. Ela lera e relera, mas não acreditava.

Ela tinha apenas 24 horas.

Vinte e quatro horas para decidir se iria mesmo se tornar um Hillander.

Vinte e quatro horas para começar o tratamento de ver se há mesmo um Controlador em sua mente.

Vinte e quatro horas.

Ela andou a enfermaria toda por vários minutos – e agora, caso vendassem-lhe os olhos, ela saberia todos os cantos de cor.

Ela tinha tantas perguntas e tinha apenas um dia para responder – mas ela sequer sabia as respostas. Ela pensou por alguns segundos não responder se queria se transformar um Hillander ou permitir ver se estava mesmo sendo Controlada caso Ben não lhe dissesse o que havia acontecido quando Mary e Noah a acharam. Mas tinha consciência que isso não adiantaria nada e quem sairia perdendo era ela mesma.

Grace levou um susto quando a porta se abriu.

Ben com seu olhar caridoso entrou acompanhado de um rapaz que Grace não reconhecia. O menino tinha brilhantes – também chamativos – olhos cor de âmbar que combinavam com seu cabelo castanho escuro.

– Achei alguém para você passar a noite. – Ben apontou com a cabeça para o rapaz, que deu um sorriso envergonhado. – Ele se ofereceu, não foi, Dylan?

Dylan concordou com a cabeça.

– Grace, amanhã à tarde você vai retornar com Dylan e me responder. – Ben deu uma piscadela. – Agora vão embora logo, não quero mais ninguém aqui! Rápido, rápido.

Ben empurrou Grace e Dylan pela porta e ele deu uma gargalhada. Lá estava ela, novamente, no corredor. Dylan caminhou, olhando de soslaio para ver se Grace a acompanhava, e continuava seguindo em frente.

Se todas as portas dão para o Centro, então onde fica a porta de saída?, pensou Grace. Aparentemente, não havia nenhuma pessoa Treinando. Dylan apertou um enorme botão vermelho que ficava no final do corredor. Um quadrado no teto se abriu.

– Não fique embaixo. – Alertou Dylan. Do teto, desceu uma escada lentamente. – Legal, não?

Dylan começou a subir, e Grace subiu logo atrás.

O vento atingiu-a no rosto. O céu estava cinza escuro, e aparentemente eles estavam em um telhado. Ela olhou em volta e alguns vultos estavam lá. O vento balançava seus cabelos e eles cobriam seus olhos, dificultando enxergar quem eram aqueles.

– Ah, você demorou, Dylan.

Eles vieram para a fraca luz de um poste e Grace reconheceu os quatro. Mary, Mayra, Charlie e Liesel.

– Tive que, hm, esperar essa daqui...

– Oi, Grace! – Charlie falou divertidamente.

– Ah, ela. Vamos, Liesel... – Mary já estava revirando os olhos.

– Você não vai fugir sempre que Grace aparecer, Mary. – Mayra repreendeu a irmã. – Mas, infelizmente, temos mesmo que ir. Tchau pessoal.

Mary e Mayra pularam do que agora parecia um prédio. Pularam, literalmente. Grace aproximou-se devagar da beirada e viu que era realmente alto para qualquer pessoa normal pular.

– Elas vão se machucar! – Grace gritou apavorada.

Dylan e Charlie riram. Até mesmo a calada da Liesel deu um sorrisinho.

– Elas têm treinamento, Grace. – Explicou Charlie.

– Eu não vou pular daqui! O que é isso, afinal?

– Oh, você pode descer pela escada, se quiser. E isso aqui é o Centro de Treinamento, quem passa na rua pensa que é uma academia. – Disse Dylan.

– Mas e se alguém entrar na academia e quiser se matricular?

– Ben os dirá que não há vagas. – Dylan falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Você pergunta demais, hein?

– Mas nunca tenho respostas. – Grace murmurou para si mesma.

Charlie e Dylan foram para a borda do prédio conversando animadamente e pularam. Liesel foi logo atrás. Grace mordeu o lábio e se agachou na lateral do prédio, onde Charlie apontou alegando estar a escada.

Grace desceu devagar a escada, tremendo. Ela não sabia se era de frio ou de medo. Ao chegar no meio da escada, ela olhou para baixo e viu que os três estavam lá parados, olhando-a. Grace ficou mais nervosa ainda.

Desceu cantarolando baixinho para se distrair e quando percebeu já estava na calçada. Eles haviam descido nos fundos do que, para as pessoas que vissem, era uma academia.

– Só de vê-la descendo me deu preguiça. – Charlie fez uma careta. – É bem mais fácil pular, você verá.

Eles caminharam pela rua pouca iluminada continuando batendo papo e Grace ficou perto de Liesel, que não falava nada. Eles viraram várias ruas e Liesel parou e acenou para Charlie e Dylan, que pararam rapidamente.

– Tchau, Liesel! Até amanhã.

A menina entrou quietamente na casa vermelha e os meninos continuaram andando, seguindo em frente. Grace teve certeza agora. Liesel era muda.

Grace já estava se perguntando se Charlie e Dylan moravam na mesma casa e logo teve a resposta. Na mesma rua de Liesel, poucas casas depois, Charlie parou.

– Até mais, Dylan. Tchau, Grace.

Ele entrou em sua casa – do mesmo estilo da de Liesel, só que pintada verde – e mandou adeusinho pela janela. Dylan continuou andando, dessa vez parando de vez em quando para esperar Grace alcança-lo.

– Já estamos chegando? – Ela perguntou, um pouco cansada.

Mesmo com a cabeça baixa, Grace conseguiu ver um sorriso se formando no rosto do garoto.

– Longe. – Ele respondeu. 


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Notas finais do capítulo

Não ficou grande, mas juro que o próximo vai ter 6.000 palavras, assim como prometi para certa pessoa...
É.
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