Seus pés tocaram o chão gelado. Os dedos pareciam estar acostumados, e a sensação prazerosa arrepiou seus pelos. Por um segundo ela se lembrou das palavras de Melinda, das insanas ideias que rodopiavam sua cabeça, talvez não fosse tão ruim assim presenciar o mundo da garota. Os dias passavam e passavam, mas uma sensação de estranha predominava no peito de Lucy, como se ela soubesse que alguém a vigiava dia e noite, estudando seus movimentos e pensamentos, revirando suas lembranças e as partículas de seu passado.

A porta se abriu lentamente, e quatro cabeças se colocaram para dentro. A garota demorou um tempo para perceber quem estava parado a sua frente. Um sorriso surgiu em seu rosto e ela correu para abraçar os três amigos que pareciam desesperados a sua procura, ao lado estava Zero, com a mesma expressão seria no rosto.

- Cade a Amy?- A sensação de falar depois de uma semana era inexplicável.

Ambos ficaram em silencio.

- Onde está a Amy?- Lucy falou com mais firmeza.

- Margareth a pegou- Zero começou- Querem mata-la, pois estamos ligados, o que é uma longa historia. A questão é que ainda não sabemos por que estão se enrolando para mata-la, portando vamos ir salvar minha vida, quer dizer, a vida dela.

- Sua vida?

- Se Zero morrer, Amy morre, e vice-versa- Becky explicou.

- O que estamos esperando? Vamos busca-la.

[...]

"Você é um miserável" A risada ecoava pela a sua mente "Você foi o erro entre eu e sua mãe"

Norman abriu os olhos. As lagrimas escorriam ao seu rosto em quanto se lembrava das palavras que mudarão sua vida para sempre. Desde aquele dia ele havia prometido a si mesmo que jamais amaria alguém novamente, convenceu a si mesmo de que o mundo não passa de um poço de decepções.

Um homem de meia idade preenchia uma prancheta lentamente, olhando de vez em quanto para Norman. Tinha cabelos grisalhos e olhos arrochados, uma pequena cicatriz no canto esquerdo da boca, dando um tom mais malicioso a seu sorriso. Havia de dominado Doutor Smith.

As mãos de Norman acharam o ponto que antes havia um corte profundo, mas nada encontrou ali. Como era possível? De fato a equipe de Zero estava tão ultrapassada que chegou a criar algo que pudesse curar as cicatrizes, mas se eles criaram o bem, provavelmente também criaram o mal.

- O que querem?- Norman perguntou.

- O mesmo que com sua amiga- Doutor Smith não o olhou- Revirar sua mente até que achemos o que procuramos.

- E o que procuram?

- Ah, francamente garoto, isso não é de sua conta- Ele o olhou sorrindo de uma forma maliciosa, como fez durante todo o período que conversou com Norman.

- Pois bem, estão remexendo minhas lembranças, tenho direito de saber o que procuram.

- Não tem direito de nada aqui- Ele riu- Seu único dever é ficar caladinho em quanto faz o que eu mando, e nem isso sabe fazer direito.

Havia uma mesa em sua frente. Varias coisas espalhadas, papeis, seringas, pilulas estranhas, e o que ele precisava, um pequeno canivete. Doutou Smith se levantou despreocupado e caminhou em direção a um armário que ficava um pouco mais distante que a maca onde Norman estava sentado. O garoto se colocou de pé em um pulo e rapidamente sacou o canivete para si, o escondendo entre os longos e finos dedos, que até agora nunca o decepcionou.

Assim que Smith se voltou para ele, com o movimento circular com as mãos jogou o canivete aberto em direção ao homem, assistindo lentamente ele se afundar no tecido do seu tórax. O homem se curvou com a dor e Norman aproveitou para chutar suas pernas de forma que ele se espatifasse contra o chão. Logo o garoto estava correndo rapidamente pelo os corredores infinitos que complementavam a grande base de Zero, e sua mente estava apenas direcionada ao próprio, com a objetividade de mata-lo.