- Como assim?- Perguntei.

- O soro A reage diferentemente ao se misturar com o Soro B. O soro A serve para o hospedeiro, dando uma nova funcionalidade ao cérebro, já o soro B funciona de uma forma oposta, dando a vitima uma funcionalidade a menos, que é a do controlamento. Quando ambos se encontram no organismo, geram uma nova funcionalidade que permiti que ambos compartilhem pensamentos e memorias, porem não movimentos. A funcionalidade permiti que estejam ligados, portanto quanto mais longe estiverem, mais fracos estarão. Isso conta para quando estiverem doentes, por isso se um morre, ambos morrem.

- E por que posso sentir seus sentimentos?

- Pois o soro ainda está se estabelecendo no corpo- Margareth explicou- Isso pode levar alguns dias, até lá poderão sentir as emoções mais internas de cada um.

- Isso quer dizer que estou preso na vida dessa garota?- Zero não me olhou- Margareth, não há um modo de fazer um novo soro?

- Não, infelizmente não- Margareth- Mas posso tentar.

- Espera- Arqueei a sobrancelha- Você é o controlador de tudo. Meu pensamentos era de que o soro fora criado por você e assim conseguiu dominar todos.

- Controlador?- Ele se encostou na parede- Sim, eu sou um controlador, mas não o controlador. Há um governo inteiro acima de mim, sou apenas aquele responsável pelas as ações, não entendo nada de ciência ou matemática.

Um som de leve surgiu na porta. Uma mão a empurrada como se estivesse com medo do que estivera por trás. Quatro cabeças surgiram na sala, seus olhos se fixaram nos meus, Charles estava assustado, com os olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma. Fiz um sinal negativo para que eles recuassem, mas era tarde demais.Charles já estava em cima de Zero, o empurrando contra a parede rapidamente, Norman estava segurando Margareth fortemente.

- Não, não, soltem eles- Ordenei.

- O que?- Sophie me olhou- Ela deve estar sobre o efeito, continuem assim.

- Não, eu não estou- Mas ninguém parecia dar ouvidos a mim.

- Diga suas ultimas palavras garoto- Charles riu- Pois não passara dessa noite.

Becky sorriu. Como eles haviam se tornado isso? Matando pessoas como se isso fosse uma rotina normal.

- Não encoste em Zero- Aumentei meu tom de voz.

- Eu não entendo...

- Se ele morrer, eu automaticamente morro também.

Charles se afastou de Zero. Zero sorriu sarcasticamente em quanto estudava Charles com superioridade. A cada minuto eu sentia meu coração batendo mais forte, como se a qualquer momento em fosse explodir em chamas.

- Não precisa ficar nervosa Amy- Zero me olhou.

- Não toque em meu irmão- Me locomovi em direção a Charles, agarrando seu braço com força.

Norman estava me olhando. Seus olhos se fixaram nos meus sem vergonha alguma, ele se direcionou com a expressão vazia. Em minha cabeça eu imaginava que ele iria me bater ou até mesmo me xingar, mas tudo o que o garoto fez foi me envolver em seus braços em um abraço longo e confortante. Sua respiração era calma e eu podia sentia-la em minha nuca, seus braços eram como algemas, me prendendo contra seu peito, em um gesto protetor e surpreendente. Por fim me soltou.

- Pensei que nunca mais a veria- Suas mãos seguraram a minha.

Charles me arrastou um pouco para longe de Norman, como se ele fosse um tipo de ameaça para mim. Margareth se endireitou e olhou direto para a face de Norman, eu podia sentir de onde eu estava a raiva que a consumia aos poucos.

- Norman- Ela grunhiu- Como ousas nos trair?

- Trair?- Ele a olhou assustado- Nunca estive do lado de vocês.

- Confusões alheias para mais tarde- Zero elevou a voz- Agora meus caros, esses dois rapazes aqui irão leva-los para um como aconchegante, incluindo você Amy.

Dois inarquios apareceram na porta, nos empurrando pela a porta afora. Caminhamos pelo o mesmo corredor que eu havia chegado ali, o corredor dos adolescentes. Os inarquios nos guiaram até uma escada onde levada para um sub-solo, as jaulas. Senti meu peito apertar, em algum lugar daquele imenso corredor, Lucy estava presa com provavelmente alguma companhia, sentada ou até mesmo chorando, pensando que nos a abandonamos.

Fomos literalmente jogados para dentro de salas, Sophie, Becky e Charles em uma, eu e Norman em outra. A sala era grande e cinza, algumas capas espalhadas por toda ela. Assim que entramos, ele olhou para mim de um modo acusador. Havíamos nos entregado literalmente, e tudo isso era de fato culpa de meu gênero egoísta e orgulhoso. Desde o inicio, sempre fora minha culpa, e eu não podia mais esconder isso de mim própria, tinha que aceitar o fato de que aquele era meu destino, sempre fora.

- Me desculpa- Consegui dizer.

- Não foi sua culpa.

- Claro que foi- Suspirei deixando que meus joelhos me levassem ao chão- Agora estamos presos.

Norman ainda me olhava, e por um momento eu me senti diferente em relação ao garoto em minha frente, ambos sabíamos sobre o sentimento, mas ambos não queríamos falar sobre o assunto.

- Amy- Norman me chamou. Levantei minha cabeça para poder escuta-lo.

- Sim?

- Me desculpa- Ele suspirou- Por ter colocado o soro A em você.

- Pensando por um lado, se não fosse por ele eu estaria sendo controlada nesse exato momento- Forcei um sorriso- Acho que te devo um obrigado.

Ele se aproximou novamente e me estendeu a mão, me ajudando a me alevantar. Ele me puxou rapidamente para perto de si, colocando totalmente seu corpo ao meu. Seus olhos eram escuros, porem me olhavam de uma forma totalmente diferente, um brilho desconhecido surgiu no canto esquerdo. Ele suspirou, como se estivesse se perguntando alguma coisa e então apoiou sua testa na minha. Meu coração acelerou ao sentir suas mãos em minha cintura, e uma sensação de proteção surgiu ao meu peito. Ele me puxou mais para perto, como se tivesse medo de que eu fugisse. A cada segundo eu me perguntava por que estávamos fazendo isso, por que eu estava me libertando, mas meus movimentos não pareciam ouvir meus pensamentos, ou talvez eu não quisesse ouvir.