Os meses que se passaram provaram de uma vez por todas que tudo o que Hinata tinha passado até então tinha valido a pena. E todos os xingamentos, reprimidas e obstáculos que tinha enfrentado em sua vida estavam sendo recompensados de forma sútil e satisfatória.

Ela nunca imaginaria que poderia ser feliz como estava. Nunca se imaginou dependente de alguém para ser feliz ou que alguém pudesse fazer uma diferença tão grande em seu ser, mas a verdade era que Naruto tinha mudado a sua vida de verdade.

Ela já não era tão recatada como antes, tão submissa e extremamente tímida. Não se importava mais em esclarecer os mal entendidos, em responder para o seu pai quando era preciso ou em se contentar com a mediocridade.

Tinha se tornado o melhor que podia ser, porque era constantemente inspirada por seu melhor amigo e namorado, com quem estava mais feliz que nunca. De vez em quando, ficavam só em seu quarto lendo mangás ou fazendo lição de casa, mas esses eram seus momentos favoritos, quando percebia que se sentiam tão confortáveis um com o outro e podiam ser eles mesmos completamente, sem se importar com nada ou ninguém.

Em um dia de verão, estavam andando no parque como costumavam fazer e ocorreu-lhe como seria sua vida se não tivesse caído da bicicleta aquele dia e sorriu sozinha. Hinata costumava pensar nisso bastante, costumava agradecer mentalmente o destino por fazer aquilo por ela.

– Hina... – Naruto começou, em um tom sério que ela desconheceu. Ela o fitou com um sorriso e viu o rosto dele corar ligeiramente. – Eu acho que eu te amo.

Ela arregalou os olhos com surpresa e abriu a boca para responder, mas sem saber o que. Um “eu também te amo” não parecia ser o suficiente para expressar tudo o que ela sentia.

Ficou pensando o que levou a dizer aquilo em um momento tão aleatório como aquele, mas sabia que esse tipo de coisa não precisava de explicação. Ela o amava tanto que era ridículo pensar que nunca tinha dito antes. Ela não achava que amava ele, ela tinha certeza desde a primeira vez que ele abriu seu sorriso que parecia abrir junto com o sol.

Hinata, ainda sem saber o que fazer, colocou os braços no pescoço do loiro e beijou seus lábios apaixonadamente, abraçando a sensação agradável de calor e toda a energia que brincava no seu corpo todo, sempre que se beijavam. Ela não se importava em estarem em público ou se pessoas iam vê-los, porque estarem juntos era o que bastante.

Então, após se separarem, ela fitou seus olhos claros e não desviou dos seus.

– Eu também te amo. – respondeu por fim e ele sorriu, abraçando-a.

Naquele instante, tudo o que importava era um e o outro e perceberam que poderia ser assim para sempre, sem se importarem com os problemas do mundo, com o que as pessoas achassem ou qualquer outro obstáculo. Porque estarem juntos era o bastante, eram invencíveis e inalcançáveis.