Amante De Vinhos escrita por OllySwan


Capítulo 3
Crescendo e Aprendendo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408193/chapter/3

Isabella se olhava em seu grande espelho com um misto de orgulho e ansiedade. Finalmente se formara no colégio e agora precisava dar um rumo em sua vida, o que incluía a tão sonhada faculdade.

Acordara cedo aquele dia e já havia colocado o melhor vestido que encontrara em seu closet. Saltos para combinar e parecer mais velha, afinal sua face não demonstrava que tinha já seus dezoito anos, mas parecia mais nova.

Seu amado pai lhe havia oferecido uma oportunidade única em sua empresa. Isabella tinha bastante facilidade com cálculos e era bem organizada então poderia ser uma boa auxiliar de secretaria. Porque contrataria alguém se sua filha era tudo o que procurava?

Isabella pegou seu celular e checou suas mensagens. Rosalie havia embarcado para a Europa enquanto Emmett procurava descobrir seu paradeiro. Michael havia sido admitido em Harvard e isso realmente foi motivo de festa para toda a família.

Emmett ainda estava em dúvida em qual Universidade se encaixaria, mas preferiu deixar isso de lado por algum tempo até que alguém resolvesse aceita-lo.

Isabella pensava em Yale, na verdade sempre sonhara com Yale e fazia de tudo para que a admitissem por lá, o problema era que ainda não tinham lhe dado nenhuma resposta.

A jovem suspirou e resolveu se apressar, não queria chegar atrasada no seu primeiro dia de trabalho. Se olhou mais uma vez no espelho e verificou que estava perfeita. Os cabelos castanhos soltos como uma cascata caindo pelas costas, o vestido preto que lhe cobria até os joelhos. Escolhera o melhor Louboutin que tinha e já se sentia poderosa o suficiente.

 — Não, não vai sair sem tomar café hoje mocinha... – Tany correra atrás de Isabella que já colocava seus óculos escuros e lhe dava um tchauzinho.

— Eu me viro Tany, pode ficar despreocupada! – Isabella gritou de dentro do carro — Nos vemos a noite!

Bella riu da agitação de sua babá que ficara para trás dizendo coisas como “essa menina não tem jeito”.

Como ainda não tinha habilitação, Bella era levada pelo motorista da casa. Ele era muito legal, era um senhor com cabelos grisalhos mas dizia que nascera sabendo dirigir, então Bella preferia acreditar que fosse verdade.

Não demorou muito para que logo estivessem em frente ao grande edifício que era sede das empresas de Carlisle. O edifício de 32 andares era todo revestido de vidros escuros e era um dos arranha céus mais bonitos de Manhattan.

Isabella desceu do carro e entrou, essa era uma das poucas vezes que fora até aquele lugar. As pessoas eram tão ocupadas que chegavam a ser ignorantes, medíocres e tudo o mais. Mas agora teria uma chance de ver a vida de um profissional de perto.

Bella pegou o elevador e pareceu uma eternidade chegar ao último andar. Quando a porta se abriu se deparou com a mesma recepção que vira algum tempo atrás. Uma mesa cheia de papéis, um computador, um telefone e a velha secretaria de Carlisle. Ela se chamava Robinson e era muito divertida. Sempre tinha alguma história nova para contar e com certeza a jovem se sentiria a vontade com ela.

A frente de Robinson estava um homem de terno cinza conversando com ela e provavelmente lhe explicando alguma coisa. Resolveu esperar em pé até que pudesse perguntar de seu pai.

— Mas vejamos quem está aqui... senhorita Swan – o homem disse, assim que virou para sair.

— Laurent. – o cumprimentou secamente, nunca fora com a cara dele.

O homem pegou uma das mãos de Isabella e depositou um beijo. A jovem quase esfregara a mão na roupa, mas preferiu deixar para quando ele não visse sua atitude.

Laurent era um acionista da empresa, mas na verdade se achava o dono da empresa. Em muitas festas ou eventos beneficentes vira seu pai discutindo por alguma futilidade de Laurent. Ele era o típico homem que não fazia nada, mas queria levar toda as honrarias.

— O que devemos a honra de tê-la em nosso escritório? – perguntou o homem.

— Bom, eu vou trabalhar aqui com meu pai... por enquanto, até que Yale resolva me aceitar.

Laurent sorriu, mas no fundo sabia que Isabella por ali poderia atrapalhar sua vida. Respirou fundo e decidiu que depois teria de conversar com Carlisle e lhe exigir algumas respostas.

— Bom, seu pai não está no momento, mocinha. – Laurent disse — Terei de sair também, então acho que seja bom esperar seu pai para ver o que ele vai precisar ao certo.

— Não se preocupe senhor, o pai desta jovem me passou tudo o que devo fazer com ela. – disse Robinson — Pode ir ao seu afazer sossegado que me encarregarei de instruir a senhorita Swan.

Laurent bufou, porém nada disse. Despediu-se de Isabella e pegou o elevador.

Isabella revirou os olhos e sorriu para a senhora a sua frente. — Perdoe-me, mas não suporto Laurent.

— Idem. – comentou a senhora Robinson. — Enfim. Vou lhe explicar um pouco como acontece as coisas por aqui, como é o meu trabalho e etc... creio que adquirirá muito conhecimento.

— É o que pretendo. – Bella sorriu.

A mulher sorriu de volta e partiram numa espécie de passeata. Elas passaram por pelo menos todos os departamentos da empresa até voltar nos escritórios. Robinson lhe explicou que ali na verdade era um hotel, mas com poucas vagas, afinal era destinado a ser sede de todos os hotéis espalhados pelo mundo.

Isabella ouvia tudo atentamente e não demorou para que se acostumasse com a rotina daquele lugar. Os dias se passavam e Bella até se identificava com as coisas que aconteciam. O que mais gostava era que no final do dia, ia embora e preparava o melhor jantar que podia fazer para seu pai.

A convivência com Laurent não era nada boa. Um dia viera lhe dar ordens que sabia que iriam contra os princípios de seu pai e por isso lhe disse que não o faria. Laurent ficou nervoso e disse que faria de tudo para tirá-la daquele lugar, o que certamente não conseguiria.

Outra vez seu pai lhe pedira para que buscasse uma xícara de café. Ao se aproximar, Isabella percebeu que algo acontecia dentro da sala de Carlisle. Era uma discussão entre seu pai e Laurent.

Com certo medo pelo tom de voz de Laurent, Isabella adentrou o local sem pedir permissão e então tudo se acalmou, claro, o homem não desejaria expor suas reclamações na frente da filha do dono da empresa.

— Isabella, estou precisando dar uma saída... será que você pode ficar no meu lugar? – a senhora Robinson pediu — Prometo que será rápido.

— Fique tranquila, vá e faça o que precisar... – Isabella respondeu, lançando um sorriso.

Robinson pegou sua bolsa e apertou o botão do elevador, foi então que se lembrou de algo e voltou a falar com Bella.

— Ah! E Laurent não está... mas se ligarem procurando por ele, anote o telefone de quem está ligando, mas não pergunte quem é... entendeu?

Isabella arqueou a sobrancelha. — Não pergunto quem é?

— Não... por incrível que pareça, Laurent é bem exigente com certas coisas.

Foi então que a porta do elevador abriu e Robinson se despediu de Isabella. A jovem ainda continuava se perguntando o motivo de Laurent querer esconder quem ligava procurando pela sua pessoa.

“Certamente escondia algo”, pensou Bella.

Por incrível que pareça as horas passaram rapidamente e quando Isabella já estava arrumando suas coisas o telefone tocou.

— Escritório Swan, boa noite.

— Procuro por Laurent, o mesmo se encontra?

— Não, mas gostaria de deixar algum recado?

— Diga que uma amiga ligou, ele saberá quem sou.

E então a pessoa misteriosa desligou. Isabella respirou fundo e algo passou pela sua cabeça.

A voz de mulher do outro lado da linha lhe era muito familiar. Parecia com a voz da mãe de Michael.

Bella riu e balançou a cabeça, deveria estar ficando louca mesmo ou era o cansaço que começava a lhe atingir. Suspirou e continuou arrumando sua bolsa. Seu pai saiu do escritório e a encontrou esperando por ele.

— Bella! Ainda está me esperando? – Carlisle perguntou — Poderia ter ido embora se quisesse.

— Mas eu preferi te esperar, meu pai. – Bella sorriu e pegou no braço de Carlisle — Sabe, hoje foi um dia bem cansativo.

Carlisle riu — Mas que eu saiba hoje não teve muito trabalho para a senhorita...

— Ah papai... você sabe que me canso muito fácil... – Bella riu.

— Ah que pena filha, iria te convidar para algo, mas deixa para outra hora... – Carlisle comentou enquanto abria a porta do carro para sua filha.

Bella arqueou a sobrancelha e entrou no lado do passageiro. Esperou para que ele entrasse no lado do motorista e lhe contasse o que pretendia.

— O que pretende papai?

— Bom, acho que faz um tempão que não saímos e só trabalhamos... acho que poderíamos nos divertir um pouco hoje...

Bella riu — Papai, eu deveria estar saindo com algum garoto e não com você! Mas eu prefiro em um milhão de vezes sair com você do que com qualquer outro garoto!

Carlisle sorriu, amava sua filha mais do que tudo. Eles tinham essa conexão inexplicável. Ele a levava para jantar e andavam de braços dados, iam para shows de rock, faziam compras no shopping, faziam aulas de dança juntos... era difícil ver uma relação assim entre um pai e uma filha.

Claro que Bella saía com seus amigos, Rosalie que o diga. Aos fins de semana iam para casa um dos outros e preparavam drinks e muitos filmes de terror para assistirem. Era como se fossem uma verdadeira família.

Não demorou para que chegassem a mansão dos Swan. Bella na verdade só queria um banho e cair na cama. Mas não iria desperdiçar aquela oportunidade de estar ao lado de seu pai.

— Papai, vou tomar um banho e logo estarei pronta para sairmos, ok?

Carlisle sorriu e viu sua filha desaparecer pelas escadas em direção ao seu quarto. Suspirou e fitou a foto de sua esposa que havia na sala. Sentia tanto sua falta... precisava dela para criar Isabella... ela era tão parecida com a mãe, as duas provavelmente teriam sido melhores amigas ou brigariam até dizer chega.

Isabella tomou banho rapidamente. Decidiu colocar um vestido preto soltinho e sapatilhas. Não quis colocar salto afinal precisava de um descanso para suas pernas. Deixou seus cabelos soltos e passou uma maquiagem bem leve, mas apesar da simplicidade não deixava de mostrar sua beleza e jovialidade.

Pegou sua bolsa e saiu de seu quarto. Quando desceu as escadas ouviu a voz de seu pai vindo da sala de estar. Ele parecia estar nervoso, então resolveu checar para ver o que estava acontecendo.

Chegando lá se assustou com o tom de voz que seu pai falava. Ele dizia coisas como “Faça o que quiser” “Você é um simples acionista da empresa” “Não tenho medo de suas ameaças”.

Isabella se assustou e foi quando seu pai se virou e a viu na porta. Com um misto de receio e medo se despediu e desligou o telefone.

— O que aconteceu pai? – perguntou.

O homem suspirou — Não se preocupe Bella, são problemas na empresa... mas nada que eu não coloque no lugar.

Bella suspirou. — Não quero que tenha problemas... é com Laurent?

Carlisle assentiu. — Deixe isso pra lá... vou me arrumar rapidamente, não vamos perder nossa noite por causa de besteira.

Bella sorriu e viu seu pai indo se arrumar. Suspirou e se jogou no sofá. Olhou seu celular e constavam dez mensagens e oito ligações perdidas.

Claro que eram de Rosalie e Michael.

Algumas mensagens falando sobre como Rosalie sentia falta de Bella e Michael dizendo que não via a hora de vê-la. As mesmas baboseiras.

Não demorou muito e Carlisle já estava pronto. Seu pai era lindo e Bella não se cansava de admirá-lo, afinal herdara sua beleza.

Eles foram para o restaurante preferido de Isabella. Era de comida Italiana e Isabella adorava se entupir daquelas comidas deliciosas.

— Qualquer dia eu tenho que visitar a Itália, pai... – Bella comentou enquanto levava uma garfada a boca. — Lá deve ser divino.

Carlisle sorriu — Eu sei, na verdade temos que fazer um tour pela Europa... até hoje você só foi à Paris e ficou pouco tempo lá.

— Ah, por culpa da mãe da Rosalie... se não teríamos ficado mais tempo.

Carlisle riu — Você sabe que a mãe dela é meio paranoica e eu tenho até dó da Rosalie.

— Eu também tenho, papai... você precisa ver, ela fica ligando de dez em dez minutos para saber se estamos bem!

— Mas vocês precisam entender também que nós pais, temos muita preocupação com vocês, principalmente por serem moças tão lindas.

Bella sorriu. — Eu sei, mas tem que confiar em nós.

— Eu confio Bells, eu confio demais em você.

Isabella sorriu e suspirou, seu pai realmente confiava nela, aliás... ele confiava demais em todo mundo.

— E você como está com o Michael? – Carlisle perguntou.

— Ah... – Bella suspirou — Estamos bem eu acho...

Carlisle sorriu. — Eu quis dizer se vocês estão namorando?

Bella revirou os olhos — Namorando? Papai, pelo amor de Deus...

— Bella... eu sei que você está naquela fase que não quer nenhum compromisso, que quer conhecer novos caras e essas coisas, mas você sabe que eu me afeiçoei ao Michael e não teria um cara melhor do que ele para você!

— Papai, eu não sei... eu não sei o que eu sinto por ele...!

— Filha, eu sei que é tudo muito confuso... mas quero que se acerte com ele. – Carlisle suspirou — Você sabe que o casamento de vocês é tudo o que eu quero, não só eu... mas a família dele também.

— Nossa, isso parece coisa de filme sabe papai...

— Pode até ser, mas eu sei que ele vai cuidar de você... que vai fazer o melhor por vocês... eu não tenho dúvidas de que Michael é o melhor para você!

— Ok papai... – Bella suspirou — Eu vou me acertar com o Michael...

— Você me daria esse prazer de leva-la ao altar e entrega-la ao Michael?

Bella revirou os olhos — Casamento já é demais papai!

— Ele agora é aluno de Harvard e sei que será um profissional excelente... quero que tenha segurança na vida. – Carlisle comentou.

— Vamos mudar de assunto por que já está chato né? – Bella reclamou. — Além do mais eu tenho apenas dezoito anos e não quero me prender ao casamento.

— Vocês jovens... – o mais velho comentou — Sempre pensando em curtir a vida.

Isabella sorriu e suspirou, seu pai nunca entenderia que apesar de ter seus rolos com Michael, não sentia um amor profundo por ele. Era pegação, coisa de adolescente... atração e nada mais.

— Vamos mudar de assunto... eu estava bem afim de dançar, o que acha?

— Acho uma excelente idéia!

Carlisle sorriu e pegou Isabella pela mão. Ambos caminharam até o centro da pista de dança que era numa parte separada do Restaurante.

Isabella e Carlisle entraram juntos na escola de dança, afinal quando era criança, tinha medo de cair e se machucar. Por receio, Carlisle resolveu que também aprenderia a dançar e assim os dois treinavam juntos em casa.

Chegava a ser divertido quando Isabella tentava ensinar umas acrobacias loucas para ele. Apesar de ter um espírito jovem, o peso da idade já começava a lhe assolar.

Mas ali eram somente pai e filha e ambos dançavam como se fosse uma pequena valsa. Isabella já era uma mulher e no fundo Carlisle temia que não pudesse estar com ela por muito tempo, por isso insistia que tomasse um rumo e apressasse sua situação com Michael, precisava ter certeza de que se um dia lhe faltasse... teria ao lado alguém que cuidasse como ele próprio.

— Te amo minha filha – Carlisle disse numa volta — Eu quero que seja muito feliz...

— Eu também te amo papai – Bella sorriu e abraçou fortemente seu pai, sempre agradeceria a Deus por ter lhe dado um pai tão maravilhoso.

Mas o que ambos não imaginavam é que aquele momento poderia ser o último que teriam juntos. A vida não é justa e Isabella teria de aprender a conviver com as dores da vida, que lhe fariam uma pessoa totalmente diferente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí pessoal, o que vocês acharam?

Gostaria que vcs comentassem pra eu saber a opinião de vocês... se não eu fico desanimada ao postar =/

Bom, é isso pessoal... Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amante De Vinhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.