Blood Moon - O Coiote e a Dama do Deserto escrita por LalaMarry


Capítulo 2
Tempestades de areia e um passado


Notas iniciais do capítulo

Hi peoples! Nem demorei tanto né? (que isso, oito dias são nada...)

Enfim... Boa Leitura!



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- Eu morei durante anos em uma cidade no meio do nada, a não ser pelas dunas que a rodeavam por todos os lados. – lembrei da areia amarelada e áspera do deserto. – Nunca convivi em um “mundo normal”, sempre soube que existiam seres além dos humanos ou animais comuns.

Dei uma rápida pausa para tomar o chá.

-Na verdade, sempre convivi com eles. Estiveram ali durantes anos depois de uma troca de favores com os habitantes humanos da cidade, eles as protegem e em troca os humanos os acolhem, dando-lhes um lugar onde morar.

-E você, como passou a morar com eles? – a curiosidade transparecia em sua voz.

Ergui uma sobrancelha.

-Como sabe que eu não morava com eles?

-O modo como fala. – ele sorriu divertido.

Dei de ombros e voltei a contar:

-Bem, dois meses depois que eu nasci um grupo de coiotes do deserto atacou minha família e... – eu não era de contar essas coisas para desconhecidos, muitas menos para um alfa que às vezes parecia me olhar como se a ideia de matar alguém naquele instante fosse bastante tentadora.

-Sinto muito por eles, se não quiser falar sobre isso não precisa. – rapidamente a consolou.

Balancei a cabeça. Pelo modo que se comportava ele provavelmente já fora humano um dia, lobos de linhagem pura não tem uma compostura de pena pela morte de alguém, a não ser que fosse algo ou alguém que eles se importassem muito.

-Tudo bem, não tenho problemas com isso, não mais. – dei um ligeiro sorriso.

Continuei a contar de modo que minha mente passou a vagar junto, como se eu estivesse deslizando para o passado...

“O vento naquela noite estava frio o bastante para precisar de um casaco para sair, não que Molly se importasse com o frio, mas Emily, uma loba que poderia se passar por sua irmã mais velha, era superprotetora demais para deixá-la sair vulnerável desse jeito, então o melhor era ficar dentro do celeiro onde morava.

-Vamos Molly, diga-me, onde está a moeda? – perguntou o homem com um sorriso de divertimento.

A menininha, de apenas cinco anos, apoiou a cabeça em uma das mãos enquanto gastava a energia de seus neurônios. Errar para ela não era uma opção.

-Hein? – insistiu com a demora da pequena.

-Fique quieto, Tyler! Não consigo pensar assim. – bufou irritada.

O sorriso dele não saia do rosto.

-Eu posso te mostrar se quiser... – inclinou-se para frente.

-Não! – voltou a gritar com sua voz fina. – Eu acho sozinha.

Ela começou a vasculhar a blusa dele até os bolsos das calças que usava, mas nada de moeda.

A porta do celeiro abriu com um rangido e Molly distraiu-se com o som.

-Aqui está! – Tyler tirou uma pequena moeda de trás da orelha da menina.

Ela voltou os olhos arregalados de surpresa e curiosidade.

-Mas como você... Ensina-me como se faz! – era quase uma ordem.

-Tyler. – o homem que havia entrado o chamou.

Tyler bagunçou os cabelos de Molly enquanto levantava-se, fazendo parecer que eram chamas vivas.

-Um mágico nunca revela seus segredos.

E saiu, mas não sem antes trocar um olhar estranho com o homem corpulento que ainda estava parado próximo a porta. Molly correu até o homem e foi recebida com um abraço. Como era muito alto, teve que tirar a menina do chão para abraçá-la sem ter que se abaixar.

-Aconteceu alguma coisa? – disse baixo, acariciando a ponta da grande cicatriz que atravessava o rosto do homem em uma linha diagonal.

-Nada demais. E o seu dia como foi? – ele pareceu rígido ao responder.

-Nada demais – respondeu com indiferença, odiava que guardassem segredos que ela não soubesse.

Ele pareceu sentir o sarcasmo na voz dela, pois ficou calado.

-Está mentindo para mim. – franziu o cenho insistindo.

Ele a carregava para seu quarto,ficava no segundo andar do celeiro e próximo a escadaria de acesso.

Ele suspirou, porém não respondeu. Colocou-a em sua cama de casal e ajoelhou ao lado dela, depositando um beijo em sua testa que parecia delicado demais para alguém daquele tamanho.

-São apenas alguns coiotes que andaram rondando pela região, nada com que se preocupar. – disse apenas.

Molly tremeu quando ele disse “coiotes”, sempre soube que haviam sido eles os responsáveis pela morte de seus pais e de várias outras pessoas.

-Scott – uma mulher de cabelos curtos e castanhos estava do lado de fora do quarto enrolando seu rabo de cavalo nos dedos nervosamente. –Precisamos conversar.

-Já estou indo. – respondeu sem tirar os olhos de Molly. –Volto assim que puder.

Saiu do quarto e apagou a luz, deixando apenas a luz da lua que entrava pela janela iluminando o quarto.

A mente inquieta de Molly não estava satisfeita com a breve resposta de Scott, mas agora também não havia o que fazer além de dormir e guardar suas dúvidas até arranjar alguém que as respondesse. Poderia tentar tirar algo de Tyler amanhã de manhã ou até mesmo de Emily quando acabassem de conversar.

Ou então, ela poderia ir agora mesmo atrás dos dois e ver o que conseguia descobrir. Deslizou para fora das cobertas e seguiu-os de longe a passos silenciosos


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?

Até o próximo capítulo!

Kissus



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