No início o olhar se esgueira sem controle

Impulsivo, involuntária vontade de ver sua imagem

Se me bastasse seu silêncio

Preciso suportar seu olhar

Frio e doce

Alvo e insensato

Mero sentimento de estima.

O que queres com esse olhar

Que me fuzila e me põe no chão?

Tuas intenções já estão definidas

Não há espaço para mim na sua mente

Brincas comigo?

Há prazer nesse jogo?

Sinto dizer que não, ao menos para mim

Poucos momentos eu presenciei

Em que eu pude ver a realidade de sua alma

Mesmo inúmeras vezes se repetindo em minha cabeça

Não sei decifrar seu sorriso

Me dou por derrotado então

O que queres de mim?

Amor, estima, simples parceria

Decida logo sua atração pelo sadismo

Me faz agonizar enquanto escuto seus passos

Seus lamentos de carência

Minhas impressões de seu cinismo

Cada vez mais fortes

Estou aqui, por que chamas pelo distante?

A névoa do medo te cega?

Tens medo de perder minha estima?

Olhas nos meus olhos todo dia

Sabe bem dizer se eu te desejo

Está bem decidido meu sentimento

Está o seu?

O que se passa nessa pedra de gelo

Que você chama de coração?

Não tenho a mínima ideia

No passado eu queria saber

Agora eu quero esquecer

Que um dia te dei meu primeiro “te amo”.