Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 9
A reação do titio




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Sam acelerou o carro. Seu irmão só podia estar doido. Pegar uma criança para criar não era brincadeira... A vida deles não era normal, Dean era o primeiro a salientar isso quando Sam parecia se aproximar demais de uma garota. Não podiam se apegar a ninguém... E agora ele arranjara uma filha?

Samantha Cassidy... Até que o nome era engraçadinho. Uma linda homenagem... Sam sorriu. Talvez ela fosse mesmo bonitinha para seu irmão não resistir a ela. Como seria? Sam nem sequer havia perguntado...

Quando parou para abastecer e tomar um café, Sam já gostava um pouco mais da ideia de ser titio. Talvez fosse uma boa ideia levar um presentinho para Samantha... Sam resolveu olhar a loja de conveniências ao lado do posto, talvez tivesse alguma coisa para um bebê.

– Ahh que lindos! – ele exclamou quando se deparou com lindos vestidinhos para recém-nascidos.

Eram vestidinhos muito fofos, de todas as cores. Pensou em levar o cor-de-rosa... Mas e se ela tivesse os olhos azuis? Quem sabe o azul não ficasse melhor? Se ela fosse moreninha, talvez o branco... Sam não conseguiu se decidir, então resolveu ligar para Dean.

– Alô! – atendeu o caçador sonolento. Ser mãe não era nada fácil, ele estava cansado.

– Dean, sou eu... Errr... Eu queria saber como é a Samantha...

– Como ela é? Ela é linda, Sammy! Não dá para descrever pelo telefone... Só você vendo...

– Mas ela é loura? Morena? Qual é a cor dos olhos dela?

– Ela tem os olhos verdes, e cabelinho louro. – o cabelinho louro ao qual Dean se referia era o chumacinho que saía de seu bumbum.

– Olhos verdes? Jura? Olhos verdes são muito raros em bebês dessa idade...

– Pois os olhos dela são verdinhos... – Gabou-se o irmão mais velho. - Como duas esmeraldas...

– Certo, valeu. Eu estou escolhendo um vestidinho pra ela, espero que você goste. Vou comprar o verde então...

– Não, compre vermelho! Fica mais bonito nela... Combina com o bic... quer dizer, combina com ela...

– Combina com o que? – perguntou Sam sem entender.

– A boquinha... A boquinha dela é linda, vermelhinha...

– Tem certeza que não prefere o verde?

– Tenho!

Sam achou estranho. Por mais vermelhinha que fosse a boca do bebê, não podia ter assim uma cor tão viva. Mas seu irmão era meio doido mesmo... Se ele queria vermelho, tudo bem.

– Certo, Dean. Vou chegar daqui a umas duas horas mais ou menos...

– Ótimo, Sam. Estamos aqui te esperando. – Dean falou, desligando o telefone.

“Ufa!” – Pensou Dean. Quase falara ao irmão sobre o biquinho da filha... Sam com certeza teria estranhado, reclamado e exigido explicações. Mas Dean tinha certeza que ele amaria a sobrinha quando a visse. Era impossível alguém não se apaixonar por ela.

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Assim que Dean colocou o celular de lado, ouviu Samantha chorando de novo. Sua filhinha estava crescendo depressa, e parecia insaciável. Só tinha três dias de vida, mas já mamava uma quantidade enorme de sangue. Dean estava começando a se sentir enfraquecido por causa disso. Mas ele não podia desistir de amamentar a filha assim tão depressa.

O caçador desfez os pontos do pulso e colocou a pequena para mamar.

– Fofurinha da mamãe! Bebe o quanto quiser, meu amor. A mamãe aguenta. – o louro exclamou enquanto deixava a monstrinha enfiar o bico em seu pulso dolorido.

Assim que o bebê acabou de mamar, Dean colocou-a de volta no berço e pegou linha e agulha para suturar novamente o seu corte. Sentiu sua cabeça girar e por pouco não caiu no chão. Droga, talvez fosse mesmo necessário complementar a alimentação de sua filha com mamadeira. Dean já tinha uma ideia de como fazer isso. Pediria ajuda ao se amigo Benny, é claro.

Dean discou o número do vampiro.

– Dean? – Benny pareceu surpreso do outro lado da linha. Há muito tempo Dean não entrava em contato com ele.

– Benny, eu preciso de um favor...

– Pode dizer!

– Eu agora sou mãe...

– Mãe? – Benny riu, mas Dean pouco se importou.

– Estou criando uma menininha, que está com três dias agora. Você tem que ver como é linda, Benny... – o caçador falou enquanto contemplava sua anjinha que dormia tranquilamente no berço.

– E o que eu posso fazer por você? Vai me pedir para ser padrinho? – Benny riu novamente.

– Ela precisa de sangue... – Dean então falou, tomando fôlego.

– Dean... Por que? Ela está doente? Machucada? Você não pode leva-la a um hospital? – o vampiro perguntou alarmado.

– Não... Ela está bem. É que ela é assim, tipo você... Ela bebe sangue para sobreviver...

– É vampira? – Benny nunca tinha visto uma vampira de três dias. Estava ficando assustado.

– Ela é uma Bicudin. Você conhece?

– Não...

– São criaturinhas adoráveis. Lindas... – suspirou o louro. – mas eu não estou podendo fornecer todo sangue que ela precisa...

Benny estava achando tudo muito estranho. Achou melhor ir ao encontro de Dean para ver o que estava acontecendo.

– Posso ir até aí?

– Pode. Trás uns saquinhos de sangue. O máximo que você puder...

Dean deu o endereço do esconderijo dos homens das letras pouco se importando com o que Sam pensaria sobre isso.

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Samantha estava linda, igual a uma princesa.

– O titio vai se apaixonar por você! – Dean falou para a filhinha, enquanto prendia um lacinho de fita no rabinho de cavalo da Bicudin.

Depois o caçador cobriu a criança com uma mantinha e ficou com ela no colo, a espera de seu irmão.

– Dean...

O louro ouviu a voz de Sam chamando por ele.

– Pode entrar aqui no quarto, Sammy!

Sam foi até o quarto cor-de-rosa do irmão. Estava do mesmo jeito que havia sido deixado por Doris... Dean estava muito pálido e segurava um embrulhinho nas mãos. Cuidar de uma criança devia ser mesmo ser muito cansativo...

– Deixa eu ver a minha sobrinha! – o Winchester caçula exclamou se aproximando do irmão. As covinhas bem marcadas anunciavam que o moreno estava na verdade bastante feliz em finalmente conhecer a menina.

Dean sorriu de volta para ele, e cuidadosamente afastou a mantinha do rosto da criança. Os olhos verdes de Mama Dean se ascenderam, louco para ver a o encantamento que logo estaria estampado no rosto de seu irmão. Ele era uma mãe orgulhosa, muito coruja mesmo... Achava a sua Bicudin a criança mais bela do universo.

Sam olhou Samantha nos olhos. Ela era... Ela era... Simplesmente... Um... Monstro!

O rapaz soltou um grito de pavor, e depois completou gaguejante.

– D.. Dean... O que .. o que é isso? Ela é horrível! É um monstro! Não é humana!

A pequena abriu o bico o máximo que pôde e pôs-se a chorar. Dean protegeu o bebê, segurando-o com o braço esquerdo, e acertou um soco de direita no irmão em seguida. Como Sam tinha coragem de gritar com a sua filha daquele jeito? Monstro era ele!

– Sai do meu quarto! – Esbravejou Dean.

Sam cambaleou. O soco de Dean havia sido certeiro, e sua boca sangrava. Ele empurrou o irmão com força. Estava enraivecido. Dean se desiquilibrou e quase caiu.

– Eu estou segurando uma criança, seu cavalo! – Reclamou o irmão mais velho.

– Dean... Deixa eu olhar essa criança! – Exigiu Sam, um pouco mais recomposto. – Se alguém deixou ela aqui na nossa porta, deve ser algum tipo de cilada... Eu não acredito que você caiu nessa...

O Winchester mais velho não estava mais prestando a menor atenção. Tentava acalmar sua filha e ao mesmo tempo desembrulhava alguma coisa que estava envolta em papel com motivos infantis. “Ainda bem que comprei isso aqui...” – Pensou. – “Não achei que fosse precisar usá-lo, mas não vai ter mesmo jeito...”

– Dean, você está me ouvindo? – Sam reclamou.

Quando olhou para o irmão novamente, um palhaço feio e assustador voou em sua direção.

– AHHHH! – gritou o Winchester caçula. Seu impulso foi correr para fora do quarto, que imediatamente foi trancado por Dean.

Sam não pôde acreditar na sua própria reação... Sentiu-se um idiota.

– Dean, abre isso aqui! – Sam vociferou, ao mesmo tempo que esmurrava a porta.

O louro nem respondeu. Estava ocupado demais acalmando sua filhinha... Sam ouviu o irmão, trancado no quarto, cantarolando para ela.

Quando finalmente Samantha adormeceu, Dean olhou para a filha com ternura. Como Sam pudera ser tão injusto e insensível? Como faria para proteger sua pequena daquele tio malvado? Dean teve vontade de chorar.

Sam ficou preocupado. E se alguma coisa acontecesse ao seu irmão? Aquela criança era uma bomba atômica, prestes a explodir. Dean podia ser morto por ela a qualquer momento. Desesperado, chamou por Castiel, esquecendo-se que este, até onde ele sabia, não estava mentalmente são.

– O que você quer, Sam? – o anjo perguntou, aparecendo ao lado do rapaz.

– Cas, que bom que você veio! – Sam quase poderia ter abraçado o anjo, de tanto alívio que sentiu. – Dean está trancado no quarto com um mostro... Ele pode estar em perigo!

Castiel não pensou duas vezes. Se Dean podia estar em perigo, ele iria averiguar. O anjo se materializou do outro lado da porta.

– Que susto! – reclamou o rapaz quando viu seu amigo alado surgir do nada. – E onde você estava quando te chamei? – perguntou então com uma certa mágoa.

Castiel deu de ombros. Estava resolvido a não mais aparecer sempre que era chamado. Não podia ser assim tão disponível... Ele tinha também outras coisas importantes a fazer.

– Eu estava ocupado, Dean...

Depois o anjo olhou ao redor.

– Você não estava lutando com um monstro?

Dean olhou para ele incrédulo.

– Não! – respondeu. – Estou aqui com a minha filhinha... Deixa eu te apresentar a ela – Ele disse, se derretendo todo. Cas não haveria de ser tão intolerante quanto seu irmão.

O caçador andou até o berço da criança e ergueu-a nos braços.

– Olhe, Cas... Essa é a pequena Samantha Cassidy Winchester! Minha filha :)

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PS. Eu não costumo usar smiles como pontuação em um texto, mas a expressão do Dean ao apresentar sua filha ao Castiel foi tão sorridente, que não pude resistir... Ele ficou bem assim :) :) :)


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