Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 37
Capítulo Final: sorte que Bruxonilda era criatuitária!


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o final de Mama Dean! Já estava mais que na hora de terminar essa história! Espero que os leitores que ainda sobraram gostem do final. Por favor, comentem.

Mais de um ano escrevendo Mama Dean! Ficarei com saudades de tanta loucura...

Obrigada para quem leu tudinho! Beijos e até a próxima comédia enlouquecida!



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– Ô gente esquisita! - reclamava a vovó Hilary, que junto aos seus "netinhos" voltava de táxi para o hotel. Mas não importava que os cariocas fossem pessoas estranhas... Castiel parecia satisfeito com o Carnaval que tivera, e, assim, o passeio que fizeram até a casa de Camila e sua família não havia sido em vão.

Ao chegarem ao Copacabana Palace, cansados e almejando uma noite bem dormida, depararam-se com uma enorme confusão. Vários carros de polícia estavam estacionados em frente ao hotel, e, o que quer que tivesse acontecido, atraíra um número grande de curiosos.

Os americanos pagaram o taxista e se aproximaram com cautela.

– O que aconteceu aqui? - ouviram uma moça com sotaque britânico perguntar a alguém, aparentemente de alguma equipe de reportagem.

– Um assassinato... - respondeu o profissional, feliz em compartilhar o que sabia.

A britânica, curiosa, quis saber mais,e, estando próximos a ela, os Winchesters, Castiel, vovó Hilary e Samanthinha também descobriram o que se passava. Aparentemente uma camareira havia encontrado o corpo de um homem na suíte mais luxuosa do hotel.

– E sabe o que mais? - dizia o homem, feliz por ver o pavor estampado na cara de turista - Ele estava sem orelhas... Provavelmente um serial killer, estão dizendo... Estão procurando uma família de americanos muito esquisita que estava hospedada na tal suíte.

– Mulherzinha enxerida... - Dean reclamou baixinho, assim que percebeu que o defunto em questão era Billy. - Não tinha nada que entrar no nosso quarto e roubar o lanche da minha filha...

Hilary suspirou alto. Precisavam sumir dali depressa. Sumir sem serem percebidos... Mas uma velha camponesa, dois travecos, um Picaxú e uma palhacinha bicuda chamavam atenção. Não demorou muito para que algum funcionário apontasse para eles acusatoriamente e a polícia os cercasse.

– Cass, depressa, nos tire daqui! - pediu Sammy aflito.

Castiel concordou. Foi com pavor que a multidão viu aquele grupo de americanos estranhos sumir no ar. A visão foi traumática demais para os mais fracos, que foram dali direto para o hospício. Apareceram no meio da praia do Forte, em Salvador, Bahia, levando alguns bahianos desavisados também à loucura.

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Cass, Hilary, Sam, Dean e Samanthinha hospedaram-se em um luxuoso hotel em Salvador, enquanto o depoimento de Dona Ambrósia levava os investigadores à conclusão que Dona Renata Loureiro era a culpada do crime.

– Ela é uma psicopata, obcecada por arrancar orelhas de pessoas inocentes... - explicou a professora de dança aos detetives de polícia.

Além disso, a ligação com os americanos estava clara. Os gringos com trajes peculiares estiveram na casa da assassina, para comemorar o de aniversário de Camila, filha da psicopata. Sorte de Renata que estava louca demais... Internada do hospício estava, e por lá mesmo ficou...

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Os americanos conseguiram passar vários dias se divertindo, de férias, em Salvador, até precisarem sumir de lá. Os rastros dos lanches de Samanthinha mais uma vez levaram a Polícia ao seu encalço... Mas, tudo bem... Afinal Fortaleza também tinha boas praias.

E foi assim que os Wichesters (incluindo a Bicudin), Castiel e vovó Hilary passaram quase um ano visitando diferentes cidades do Brasil, e depois de outros países da América do Sul. Sua passagem por esses lugares causou muita confusão... Porém gostavam de acreditar que no fundo ajudaram no desenvolvimento dos lugares por onde estiveram. Afinal novos hospitais psiquiátricos foram construídos, que levaram à geração de novos empregos para os profissionais da saúde mental.

Agora era hora de voltar pra casa... Estavam todos com saudades de sua terra natal, e, com sorte, a confusão que causaram já havia sido resolvida. Era provável que nem mais fossem lembrados na pequena cidade americana onde moravam.

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Castiel zapeou a si mesmo e aos outros, que surgiram no meio da rua, tarde da noite.

– Que bom que ninguém nos viu dessa vez! - comemorou a vovó. Já estava cansada de ver gente gritando toda vez que eles chegavam a um lugar novo.

Aliás, não só ela, mas todos estavam cansados de tanta gritaria. Pessoas pareciam se desesperar a toda hora, sem motivo, e precisar ser levadas ao hospício em seguida. Dean suspirou, pegou a filha no colo, e cobriu o rosto da criança com um manto. Tudo parecia deserto, mas se por acaso aparecesse alguém, não queria que se apavorasse por causa de sua linda monstrinha. Bando de covardões...

– Gente, um vampiro! - disse Sam de repente, apontando para um sujeito de capa, e dentes enormes e afiados.

– Aiii! - gemeu Hilary protegendo a jugular com as mãos. - o que será que esse ser está fazendo aqui, assim, no meio da rua, sem nem mesmo disfarçar?

– Sei lá... - disse Dean, desconfiado.

Sam, Dean, Hilary e Castiel apressaram o passo.

– Boa noite! - cumprimentou o vampiro.

– Boa noite! - cumprimentaram os recém chegados de volta, incrédulos. Tudo o que os Winchesters queriam era voltar para o bunker, Hilary, para sua casa, e Castiel para o céu. Sentia saudade de seus irmãos e dos jogos de baralho com Samandriel.

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Cedo pela manhã, Dean deixou Samantha na casa de Hilary e saiu com Sam para comprar mantimentos para eles e para a vovó. Os Winchesters estavam de bom humor, e tudo parecia extremamente tranquilo. Pelo jeito eles haviam mesmo sido esquecidos, graças a Deus...

Os irmãos olhavam para tudo notando o quanto a pequena cidade mudara em apenas um ano... Novas construções, mais pessoas na rua e até um cheiro diferente... Havia uma vibração diferente, algo que eles dois não saberiam explicar... Mas o que mais lhes chamou a atenção foi a enorme quantidade de cartazes espalhados com o dizer "É proibido caçar". Caçar o que? Eles se perguntaram. Até onde sabiam, não havia nenhum tipo de animal de caça naqueles arredores.

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No supermercado, Sam escolhia frutas e verduras, quando notou que Dean não estava mais ao seu lado.

– Dean! Vem me ajudar!! Onde você se enfiou? - reclamou o moreno enquanto olhava para os lados a procura do mais velho.

O louro apareceu então com olhar triste e material escolar nas mãos.

– Não precisa me olhar com cara feia... - suspirou ele. - Eu vou ensinar minha filha a ler e escrever em casa...

Pobre Dean... Quisera Sam poder ajudar, mas tudo o que precisavam agora era um pouco de paz. Não tinha mesmo jeito... Samanthinha não iria à escola. Nunca! Ela era um monstrinho, e Dean precisava entender que sua vida jamais seria como a de uma criança humana.

– Eu vou te ajudar, meu irmão... No que for preciso... - Sam então falou, dando tapinhas no ombro de Dean, na tentativa de confortá-lo.

O louro sorriu tristemente. Pobre Samanthinha... Mas pelo menos tinham uma família unida. Garantiria que sua filhinha fosse feliz, apesar de tudo.

– Obrigado, Sammy! - Disse, se dirigindo com ele para o açougue. Hilary tinha encomendado frango para uma torta salgada que faria mais tarde.

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– Tem carne humana?

Sam e Dean olharam horrorizados para o sujeitinho molambento e peludo na frente deles. Que monstro doido era aquele!?

– Errr... Rapaz... - chamou Sam, sem jeito - Você precisa tomar cuidado com caçadores!

– É proibido caçar nessa cidade! - respondeu o monstro secamente.

Sam e Dean se entreolharam, arregalados. Mais arregalados ficaram quando a atendente respondeu "quantos quilos?", e embalou um punhado de carne para a criatura.

– Eu também quero! - comemorou Dean. - carne humana para minha filha! - disse sorrindo de uma orelha a outra.

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Na fila, para pagar as comprar, Sam e Dean se depararam com humanos e monstros convivendo normalmente. Não estavam entendendo mais nada... Ficaram ainda mais chocados quando perceberam que o próprio caixa era um bicho papão.

– Err... Hmmm... Desde quando você trabalha nesse supermercado? - Sam se atreveu a perguntar.

– Hmmm... - pensou o monstro. - há uns três meses. Desde que a lei "Bruxonilda" foi aprovada aqui nessa cidade...

– Lei "Bruxonilda"? - espantaram-se os Winchesters.

Os dois rapazes trataram de se atualizar, conversando com o atendente e outros clientes que estavam dispostos a conversar. Desde que foram para o Brasil, muita coisa havia acontecido naquela cidade. Quando partiram, as crianças humanas estavam todas emonstrecidas, graças à mágica de Bruxonilda... Quando souberam que apenas ela poderia salvar suas crianças, a população fez um apelo à bruxa. Mas por que Bruxonilda faria um favor a quem quer que fosse?

Após muitas negociações, Bruxonilda acabou aceitando... Destransformou às crianças e em troca foi eleita prefeita da cidade. Como prefeita, resolveu dar aos monstros os mesmos direitos que os humanos tinham. E depois também aos animas, depois da enorme carta de reclamação que Larry enviou pelo correio - afinal sua pequena Gertrudes era tão especial quanto qualquer outra criança.

Dean só faltou soltar fogos quando descobriu que os pequenos monstros também tinham direito à educação.

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– Samanthinha! - anunciou o louro, feliz da vida. - amanhã você vai voltar pra escola!

Hilary olhou para o rapaz sem entender nada, mas logo ele e Sam lhe explicaram a nova realidade daquela pioneira cidade.

– Somos todos iguais... Todos irmãos... Os humanos, os monstros, os animais... E quem diria que Bruxonilda era uma criatura assim tão mente aberta? - descursava Sam emocionado.

– Ela é uma humanitária... - exclamou Hilary surpresa.

– Humanitária, não... Criatuitária! - Completou Sammy. - Nem todas as criaturas desse planeta são humanas...

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Dean ficou muito surpreso quando soube que a escola providenciava merenda para todos, sem discriminação. Imaginou um cantinho com comida só de monstro, e sorriu satisfeito. Levou a criança até a porta do colégio, curioso para ver as mudanças. Mas Samanthinha, que já tinha quase completado seis anos de idade, insistiu em entrar sozinha.

– Eu já sou grande, Mama! Você vai me fazer passar vergonha...

O louro deu um beijo na testa da filha e despediu-se dela com lágrimas no olhos. Mas eram lágrimas de felicidade.

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– E então, filhinha? Como foi no colégio?

– Foi muito legal, Mama! A Gertrudes e meus colegas do ano passado também estão estudando lá!

– Gertrudes? - espantou-se Dean.

– Ela fica brincando no parquinho e comendo milho! O tio Larry está muito orgulhoso!

Dean ficou muito feliz. Ficou mais feliz ainda quando Samantha contou que conhecera outros Bicudins! Mais cedo ou mais tarde reencontraria seus amigos Lary e Matilda.

– E na hora da merenda? Tem uma mesa separada só com comidinha de monstro? - perguntou então Dean, curioso.

Samanthinha olhou para a mãe horrorizada.

– Claro que não, Mama! Isso seria discriminação! A carne humana fica entre a carne de frango e a carne de porco. É só se servir...

FIM!


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Notas finais do capítulo

Como conseguir carne de gente para vender? Defuntos frescos, saídos do hospital... Os humanos e os monstros passaram a viver em harmonia. Uns davam o que podiam para ajudar à sobrevivência dos outros!