Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 23
Ajudando Samantha a frequentar a escola




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Dean olhou curioso para a filha. Tio Sebastião? Como assim... Demorou uns bons segundos para finalmente se tocar. Sua linda princesinha, sua anjinha bicudinha, era o "monstro" que causara tanto medo nas outras crianças... Cretinas. O homem sentiu-se enfurecido. Ai daqueles pentelhos se tratassem mal a sua doce Samanthinha...

– Eles são uns bobocas, filhinha... – ele disse então, segurando a asa da monstrinha com mais força.

Samantha deixou o assunto para lá. Estava doida para chegar em casa e contar suas aventuras no Colégio para o titio Sammy.

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Quando Sam viu Dean e Samantha voltarem para casa horas mais cedo que o esperado, estremeceu. Com certeza haviam enxotado os dois do colégio com paus e pedras... Bem, o Winchester caçula não esperava nada de diferente daquilo mesmo...

– Humanos intolerantes... – suspirou ele para si mesmo.

O rapaz entretanto surpreendeu-se com a animação de Samantha. A criança não parecia nem um pouco chateada com a experiência. Dean, ao contrário, tinha o semblante abatido.

– Tio Sammy! A escola é muito legal! – Foi logo dizendo a monstrinha.

Sam sorriu sem graça. Será que a sobrinha era monstruosa a ponto de gostar de pedradas? Vendo o sorriso bicudo da criança, que não se dissipava, um pensamento ainda mais terrível passou por sua cabeça. Sentiu uma onda gelada percorrer sua espinha. Samanthinha tinha comido uma meia dúzia de crianças, e agora voltavam foragidos para casa...

Dean, por sua vez, ficou com os olhos cheios d´água... Samanthinha era uma criança tão doce e inocente. Gostou tanto da escola e dos coleguinhas... E aqueles insensíveis olharam para ela como se fosse um monstro. Tio Sabastião... Infelizes... Tio Sebastião era a avó deles! Dean agora temia a reação dos adultos, que ainda não tinham visto a sua bonequinha.

A Bicudin não se intimidou com a expressão horrorizada do tio e infeliz da mama. Continuou falando de suas aventuras com todo entusiasmo.

– Eu conheci vários amiguinhos! O Peter é o mais legal, ele quis brincar comigo!

Samantha não mataria um amiguinho, mataria? Sam ouvia o relato da sobrinha arregalado.

Os pensamentos de Dean estavam mais longe... Lembrava-se agora que Samantha tinha sim sido vista por um adulto. Astolfo... O rapaz que tinha desmaiado sem motivo... Dean odiou-o com todas as suas forças.

– Mas a Rosemary é toda metida! Ela não é legal, e é feia, mas se acha mais bonita que todo mundo... – continuava a criança.

Aiii... Pobre Rosemary. Sam olhou para Dean a procura de explicações.

– Samantha comeu a Rosemary? – Ele então perguntou baixinho e um tanto apavorado.

Dean não pôde acreditar no que ouviu. Como assim Samantha comeu Rosemary? Então Sam não tinha acabado de ouvir que Rosemary que era metida e nojenta? Rosemary que era vilã... Por que todo mundo apontava o dedo acusatório para o lindo bico de sua filha?

Dean fez menção de socar o irmão, mas sentiu que não conseguiria segurar as lágrimas. Não queria que sua filha o visse chorando. O ex-caçador correu para o quarto sem responder, deixando Sam ainda mais alarmado. Sim, Samantha tinha comido Rosemary, não restava dúvida...

A monstrinha cantarolava pela sala e folheava seus livrinhos alegremente.

– Amanhã eu vou pra escola de novo, titio! – anunciou ela sorrindo.

Meu Deus... Que situação... Sam não sabia o que fazer. Pelo jeito Dean não tivera coragem de contar para a filha que ela tinha sido banida do colégio para sempre. Com certeza seu irmão estava agora sofrendo com isso. Mas tinha um jeito, e Sam faria o que fosse necessário para ajudar.

Sam já ia saindo quando Castiel se materializou diante dele.

– Que susto, Cass! – Reclamou o rapaz.

– Como foi o primeiro dia da Samantha no colégio? – perguntou o anjo curioso.

– Um desastre, Cass... É melhor nem ficar falando sobre isso. O Dean está arrasado...

Castiel olhou interrogativo, mas Sam estava com pressa, não pretendia lhe dar maiores explicações.

– A Samantha é um monstrinho... O que você esperava? - E dizendo isso, o ex-caçador se despediu, deixando o anjo sozinho com a criança na sala.

Enquanto isso, no quarto, Dean enxugava suas lágrimas. Não tinha tempo para ficar ali sofrendo... Precisava agir, e depressa. Não queria ver sua filha sendo rejeitada pelo resto da vida. Mas ser um ex-caçador tinha suas vantagens... Ele sabia de coisas que outras pessoas nem sonhavam existir... Usaria isso a seu favor.

– Sam, eu vou ter que sair, você toma conta da Samantha pra mim? – gritou ele do quarto.

O homem levou o maior susto ao ver Castiel surgir a menos de um palmo de distância de seu nariz.

– Aiii! Cass! Quer me matar de susto? – Vociferou ele.

Castiel manteve-se sério. Como Dean se assustava com facilidade...

– Sam saiu, Dean... Mas eu posso ficar com a Samantha se você quiser...

– Sam saiu? Sem me avisar nada!? – Dean pareceu zangado. Depois ponderou. – Cass, você não sabe cuidar de crianças... Vou ligar para Hilary.

Castiel, ofendido, viu Dean, resoluto, discar o número da vovó. Como assim ele não sabia cuidar de crianças?

Em pouco tempo Hilary estava na porta, feliz por poder ajudar.

– Bem, eu tenho que sair agora. Fique com a vovó, meu amor! – o ex-caçador então disse, beijando a filha na testa.

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Samantha contou animada para Hilary e Castiel suas aventuras na escola. Mais tarde a vovó fez picadinho de carne crua, alimentou a criança e colocou-a na cama para uma soneca.

– Samanthinha estava mentindo... – Disse Castiel sério para a velha.

– Mentindo? – arregalou-se Hilary.

– Sim... Sam me disse que o primeiro dia da Samantha no Colégio foi um desastre... Porque ela é um monstrinho...

Hilary ficou pensativa. Realmente o relato de Samantha era difícil de acreditar... Brincando com as outras crianças no parquinho...? De fato aquilo não parecia verossímil.

– Pobre criança... – suspirou Hilary – Deve ter sido xingada de todos os nomes... Agora está fantasiando como teria sido seu primeiro dia se fosse uma criança normal.

A velha estava prestes a chorar. Castiel olhou para ela arregalado. Não gostava de ver sua vovó sofrendo.

– Seria tão bom se os outros enxergassem Samantha como uma criança humana, como outra qualquer... – suspirou Hilary.

Castiel sorriu. Sabia como ajudar.

– Vou dar um jeito, vovó... Não se preocupe!

E dizendo isso o anjo sumiu no ar, deixando Hilary um tanto perplexa. O que Castiel estaria tramando afinal?

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Sam, Dean e Castiel, cada um imbuído de seu objetivo, seguiam em direções contrárias, tendo pensado em soluções diferentes para o mesmo problema.

"Se Samantha fosse vista como uma criança humana, como outra qualquer..." Sim, isso resolveria o problema... Esse era o pensamento de Castiel. Iria atrás de Percy Jackson. Com ele estava a solução... Iria conseguir um pouco de névoa mágica e mudar a percepção dos humanos em relação à aparência da pequena monstra... Com a névoa ao seu redor, qualquer humano que a olhasse veria um garotinha comum.

Dean, por sua vez, nunca haveria de pensar em uma solução como aquela... Imagina se ele abriria mão de enxergar o formoso biquinho vermelho de sua filha? Nunca em um milhão de anos... Se os outros não podiam aceitar Samantha como ela era, iriam aprender a força. Conhecia uma bruxa poderosa capaz dos mais horripilantes feitiços. Se as outras crianças daquela escola tivessem bicos e rabo, seu problema estava resolvido.

Sam, por sua vez, idealista, abraçava a causa de que cada um deveria ser aceito do jeito que era. Mas com apenas Samantha de monstrinho na escola, sua causa tinha pouca força. O rapaz pregava cartazes por toda a floresta e conversava pessoalmente com monstros a respeito de sua campanha "Monstros na escola, já!". Todas as crianças tinham direito a alfabetização afinal... Humanas ou não. Queria todas elas unidas, estudando juntas... Mais educados, os monstros haveriam de aprender inclusive a controlar melhor seus impulsos assassinos. Mesmo que fatalidades acontecessem no meio do caminho, como fora o caso da Samanthinha devorando a Rosemary...

No mesmo momento que Sam convencia o vigésimo pai monstruoso a matricular seu filho no colégio local, Dean apertava as mãos da bruxa Bruxonilda agradecido.

– Pode deixar, queridinho, amanhã todas as criancinhas humanas da região vão amanhecer monstruosas... – a feiticeira falou, soltando uma de suas gargalhadas horrorosas. Ela nunca tinha ido com a cara dos Winchesters, mas tinha que admitir que Dean finalmente havia tido uma boa ideia. Era um prazer ajudá-lo se a intenção era fazer maldades.

Enquanto isso, Castiel tentava convencer Percy a doar-lha a tal névoa mágica.

– Eu só quero emprestado por alguns anos, até a criança se formar no colégio... – Ponderou o anjo. Não era um pedido tão grande assim afinal... Mas Percy parecia inflexível.

– Desperdiçar minha névoa mágica só para uma monstrinha poder ir à escola? Anjo Castiel, faça-me o favor... Pode esquecer...

Cass olhou sério para o rapaz. Pelo jeito seria impossível convencê-lo. Teria que tirar-lhe a névoa a força... Castiel agarrou a névoa de Percy e começou a puxá-la, enquanto o semi-Deus gritava descontrolado.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei nada sobre Percy e sua névoa, mas gostei da sugestão dada por uma leitora. Procurei na internet e não achei muita coisa, então espero que não esteja escrevendo muito besteira... Kkkkkk



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