Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 2
A doença do homem choco




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No meio da madrugada, Dean acordou alarmado. Seu ovo não parecia estar aquecido o suficiente... Teria que tentar imitar a mamãe Bicudin...

Dean olhou para o lado e se certificou de que Sam estava dormindo pesadamente. Depois se agachou por cima do ovo, como uma galinha choca. Pouco lhe importava se a posição parecia ridícula. Queria chocar seu filho... Depois de poucos minutos, entretanto, suas pernas já não aguentavam mais. Como a mamãe monstro conseguia ficar naquela posição por tanto tempo? Dean sentiu-se impotente e infeliz por ter que desistir de chocar de maneira tradicional. Além disso, concluiu, faltava-lhe pelos ou penas quentinhas para de fato esquentar o ovo daquele jeito. Só agora ele entendia o porquê dos Bicudins terem pelos na bunda.

O caçador levantou-se da cama e procurou mais cobertores no armário do motel. Achou dois, super quentes. Abraçou o ovo e cobriu a si mesmo e a seu filhou com os cobertores, colocando o edredom por cima. Assim, com certeza, ficaria bem quentinho...

Quando Sam acordou, viu assustado que seu irmão estava coberto de suor e parecia agitado. A verdade é que o Winchester mais velho, além de super aquecido por baixo das cobertas, estava tendo um pesadelo: sonhava com Sam fazendo omelete de seu filho.

– Dean... – Sam chamou baixinho, tocando o ombro do irmão.

O louro, ainda em estado de sonolência, foi logo advertindo:

– Sammy, não coma a omelete! Ela terá um enterro digno! – Então finalmente abriu os olhos, e aliviado, viu que tudo não passava de um pesadelo.

– Enterro de omelete?! – Sam riu. – Com que você estava sonhando?

Dean não respondeu e Sam analisou o irmão com cuidado.

– Você está todo suado, Dean... Fiz mal em te acordar?

– Não, claro que não... – Dean estava grato a Sam por tê-lo tirado do pesadelo.

– Cara, se livra dessas cobertas, pelo amor de Deus... Estou ficando com calor só de olhar...

Dean não sabia como reagir. Se saísse da cama, Sam poderia ver o ovo. Ele era bastante grande. Talvez não o visse no meio das cobertas, mas mesmo assim Dean tinha medo.

– Não posso... – respondeu, ainda pensando em uma desculpa.

– Não pode por quê?

– Estou com frio! – Dean então respondeu.

– Mas está todo suado... – Sam comentou preocupado. – Você está doente, Dean?

– Sim, deve ser isso... – Ufffa, pensou Dean. Essa parecia uma ótima desculpa...

– Está com febre? – Sam se aproximou e se esticou para tocar no irmão, que se esquivou.

– Sam, me deixa em paz, já vai passar...

O Winchester mais novo se afastou um pouco inconformado. Era sempre assim quando Dean ficava doente. Não admitia que tentassem cuidar dele...

– Tudo bem, tenta dormir de novo então. Mas qualquer coisa me fala...

Dean apenas se aninhou ainda mais perto do ovo e fingiu adormecer. Tudo o que queria é que Sam voltasse a dormir também para que ele pudesse ir ao banheiro.

Para desespero do louro, Sam pegou seu laptop e sentou-se na cama. Se Dean não pensasse depressa iria fazer xixi nas calças... E se corresse até o banheiro seu filho poderia virar omelete...

– Sa... Sammy?

– O que foi, Dean? – Sam ficou alarmado pois a voz do irmão era trêmula e fraca.

– Vai comigo até o banheiro?

– Para que? – Sam achou estranho.

– Eu estou tonto, tenho medo de cair... – disse Dean com a pior cara que pôde fazer.

Sam se aproximou do irmão, mas antes que pudesse chegar perto demais, Dean foi até ele. Segurou no braço do mais novo e se apoiou.

– Dean, se você está tão mal assim, vamos a um posto de saúde...

– Sam, eu só quero ir ao banheiro! – o mais velho disse ranzinza.

Só assim para ter certeza de que Sam não atacaria o seu ovo quando não estivesse por perto... Dean fez questão que Sam entrasse no banheiro com ele. Quando terminou o que tinha de fazer, o mais velho esqueceu-se da tonteira e correu para cama deixando o mais novo estarrecido.

– Dean, por que correu desse jeito?!

– F... frio, Sammy.

Sam olhou para o irmão incrédulo. Eles deveriam procurar ajuda médica, mas sabia o quanto Dean era cabeça dura...

– Vou dar uma saída então para comprar antitérmico e alguma coisa para comermos...

Dean adorou a ideia. Queria ficar sozinho um pouco com o ovo. Além disso, estava com muita fome.

Quando Sam saiu, Dean aproveitou para tomar um banho rápido. Logo, entretanto, voltou a se deitar para poder aquecer o filho. Alisou sua casca macia e branquinha com a ponta dos dedos. Nunca havia visto formato oval tão belo e perfeito. Era impossível não amá-lo.

– Filhinho, Mama Dean vai te proteger. Você nunca haverá de virar omelete, meu pequeno... - Ele disse então dirigindo-se ao ovo.

Quando começou a imaginar que nome haveria de dar ao filhote, ouviu Sam abrir a porta. Mais que depressa, Dean escondeu seu precioso sem deixar nenhum vestígio.

– Que bom que voltou, Sammy... – o Winchester mais velho disse, sorrindo amarelo.

– Está com fome? – Perguntou Sam.

Dean estava morrendo de fome. Estar choco era desgastante... O louro acenou a cabeça afirmativamente e com veemência. O que Sam trouxera de gostoso para ele? Antes de mais nada, Sam insistiu para que Dean saísse da cama um pouco e se sentasse na mesinha.

– Venha Dean, deixa de ser mole... Não pode ficar na cama o dia todo...

Dean olhou para ele triste. Tossiu.

– Estou tão cansado, Sammy... Nem aguento me levantar...

O caçula acabou cedendo. Seu irmão nunca fora dengoso daquele jeito, estava começando a ficar realmente preocupado. Sam fez Dean tomar o remédio que comprara e estendeu-lhe a quentinha com sopa de legumes.

– S... SOPA!!?? Sammy, que sacanagem é essa? eu estou com fome! – Dean falou olhando a sopa com desgosto. Ele queria mesmo era encarar um belo e suculento cheeseburger.

– Dean... Para de reclamar e toma tudo! Você está doente, tem que comer algo leve e nutritivo... – Se Dean estava tão péssimo que nem podia sair da cama, como pretendia que o irmão lhe desse algo gorduroso para comer? Provavelmente iria até piorar... O Winchester mais novo fitou o irmão com amargor... Como podia ser tão teimoso?

– Não quero sopa, não tem nada de errado com o meu estômago! Eu poderia devorar um boi inteiro, e frito! – Dean reclamou, devolvendo a quentinha ao irmão.

Sam rolou os olhos.

– Come isso então... – Sam disse, trocando a quentinha do irmão com a sua. Ele tinha que comer alguma coisa...

O louro sorriu de uma orelha a outra. Finalmente teria uma refeição decente.

– O que temos aqui, Sammy? Ele disse abrindo a embalagem.

Quando encarou a refeição, o rosto de Dean esverdeou-se. Ele sentiu uma onda nauseante invadir o seu corpo e por pouco não vomitou.

– Tira esse ovo mexido daqui, pelo amor de Deus!!! – Ele ordenou ao irmão, com uma expressão horrorizada no rosto.

– Ahh, falou o Sr. Estômago de Avestruz... Um simples ovo mexido te deixou enjoado... - Sam rolou os olhos novamente, e destrocou as quentinhas.

Dean fez tanta cara de nojo olhando os ovos do irmão, que Sam precisou sair do quarto para comer lá fora. Só Assim Dean aceitou comer um pouco da sopa.

Do lado de fora do quarto, Sam pensava em uma forma de arrastar o irmão para o hospital. Depois teve ideia melhor... Ter um anjo como amigo tinha as suas vantagens. Sam iria chamar Castiel! O anjo, com certeza, poderia curar seu irmão com um simples toque.

– Castiel! Castiel! – Ele chamou.

Nada do anjo aparecer... Sam chamou mais e mais, e depois gritou. Nem assim o amigo veio...

“Infeliz”, pensou Sam. “Ele só dá o ar de sua graça quando é Dean quem o chama...”

Depois de terminar com os ovos, Sam voltou ao quarto e então contou a Dean de sua brilhante ideia. Dean só precisava chamar seu amigo alado para curá-lo. Com a ajuda do anjo, em poucos segundos ele estaria de pé novamente, pronto para caçar. O louro gelou. O que menos queria naquele momento era mais uma pessoa para ameaçar a vida de seu filho.

– Não, Sam! Ele tem mais o que fazer do que me curar de um resfriado...

– Resfriado?! Você nem está levantando da cama...

Dean fechou a cara. Levantar da cama ele realmente não podia... Mas também se recusava a chamar Castiel.

Sam insistiu, mas não conseguiu que o irmão mudasse de ideia. Sem opção, ele fez mais uma tentativa de chamar o anjo ele mesmo.

– Castiel! Castiel! – Ele gritou bem alto.

– Sammy, para com isso! – Reclamou Dean – Para de chamar o Casti...

Antes de completar a frase, o louro assustou-se com os olhos azuis de Cas a fitá-lo.

– Me chamou, Dean? – perguntou o anjo.

– Não! Eu não te chamei! – O caçador respondeu revoltado. Como pudera se esquecer... Ultimamente bastava que Dean mencionasse o nome do anjo que ele aparecia imediatamente, invadindo seu espaço pessoal sem constrangimento. Ao contrário do irmão, Sam ficou muito feliz com a chegada angelical.

– Cas, que bom que você veio! O Dean está doente. Você pode curá-lo, por favor?

Castiel tocou a testa do amigo apesar da tentativa de Dean de se esquivar. Pereceu confuso com o que viu.

– Ele não está doente, Sam... – anunciou o anjo.

– Não está?! – perguntou o moreno alarmado – Então o que há de errado com ele?

Dean estremeceu.

– Estranho... ele me parece... hmmmm... choco?


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