Dream On escrita por Kori Hime


Capítulo 8
Rachel - Sátiros, meio-sangues e até mesmo um deus


Notas iniciais do capítulo

Título completo: Sátiros, meio-sangues e até mesmo um deus na festa de inauguração
Narração: Rachel E. Dare
Status atual: Fugindo do cronograma de Drew



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Estava tudo pronto para a inauguração da nova exposição na galeria Dare. Meu pai comprou esse prédio e inaugurou a galeria presenteando-me em meu aniversário de vinte e cinco anos. Desde então a galeria passou a receber as melhores exposições do mundo inteiro. Mas hoje, a noite era especial para um grupo exclusivo.

A exposição era uma releitura sobre a antiga Grécia e a antiga Roma. Por isso não se preocupe caso encontre alguns sátiros, deuses e até mesmo uma profecia ser ofertada durante a noite. Afinal, não se via tantos meio-sangues unidos fora das barreiras mágicas dos acampamentos.

— Hey Rachel, que festa boa. — Grover estava acompanhado de sua noiva Juniper. Um longo noivado por sinal. — Estou adorando as latas de refrigerante.

— Fico contente que tudo esteja ao seu gosto. Drew trabalhou duro nos preparativos da festa.

— Oh! Que maravilha, fico feliz que ela esteja se dando bem nesse ramo. — Juniper sorriu gentilmente. Pedindo para Grover não exagerar na bebida aquela noite. O sátiro já estava em sua quinta garrafa de Clos du Mesnil. O trabalho cansativo que Grover exercia com os demais de sua espécie, em busca da salvação da natureza, parecia ser muito exaustivo. — Sinto muito Rachel. Eu vou tentar controlar a fera que está prestes a escapar daqueles cascos.

Juniper saiu correndo atrás de Grover, que cumprimentava todos com abraços apertados e beijos na testa. Drew aproximou-se de mim, vigilante a tudo o que acontecia na festa.

— Quer que eu faça alguma coisa? — Ela perguntou, com a melhor das intenções, embora eu achasse seu humor bem ácido as vezes.

— Não tem nada que possa ser feito. Talvez quando Percy chegar possa nos dar uma ajuda.

— Você que sabe. — Drew afastou-se, pegando uma taça de champanhe, fazendo seu melhor papel de entreter os convidados.

A exposição estava dividida entre galeria de quadros, esculturas, poesias e fotografias. Os artistas iriam se revesar para fazer apresentações de suas obras. Os primeiros foram Travis e Connor. Suas fotografias eram mais ousadas e polêmicas que de muitos paparazzis astutos do ramo. Mas no meio de celebridades Gregas e Romanas, haviam belas paisagens e a captura de momentos importantes. Como algumas batalhas travadas. Algumas fotografias confesso que me deixaram um pouco enciumada. Como a de Percy e Annabeth no Olimpo.

Nyssa criou belas esculturas a partir dos descartes de material do Chalé de Hefesto. Chris Rodriguez e sua esposa Clarisse foram responsáveis por alguns sonetos e poemas.

Bem, o amor chega para todos, não?

Clovis tentou fazer sua apresentação, mas, infelizmente, ele acabou cochilando em um dos confortáveis sofás que Drew espalhou pela galeria. Mas ainda havia Michael Yew, Octavian do acampamento Romano.

— Rafaela, onde estão os quadros dos meus meninos. — Ah! Como eu disse, os deuses foram convidados, mas a maioria estava ocupada com seus afazeres, então nomearam o Sr. D. como representante do Olimpo.

— Senhor, seus filhos não entregaram os quadros no prazo solicitado para exposição.

— Como assim? Eles fizeram uma pintura minha nos campos de morango.

— Imagino que tenha ficado fantásticas. Mas eu não recebi nenhum quadro.

— Esses garotos. — Sr. D. resmungou. — Quando vocês não passavam dos vinte e um anos era tudo amor e dedicação. Agora vocês andam por aí como se não precisassem mais de nossa ajuda.

— Não é verdade Senhor. Não seríamos nada sem a ajuda dos deuses.

— É, tem razão.

Enquanto o Senhor D. tagarelava sobre os velhos tempos e Drew perseguia a todos com o cronograma em mãos. Eu decidi respirar um pouco de ar do lado de fora.

O prédio de cinco andares era bem funcional após a reforma de Annabeth. Lembro-me que ela recusou ser paga, mas quem trabalha de graça? Pelo visto ela trabalha. De qualquer forma, eu me certifiquei de dar um presente de casamento muito útil para o casal aventureiro. Falando nisso, eles não puderam estar presentes na exposição. Annabeth parecia super animada no telefone, contando como estava a viagem a China. Decidi não bancar a amiga chantagista e obrigá-la vir. Achei melhor assim.

Até porque eu tinha quase certeza que ele viria.

Quase. Não completa. E conforme o tempo passava, eu acreditava que as possibilidades eram pequenas.

Um pouco de confusão, era esse o significado atual da minha cabeça. Cenas se misturavam em minha mente. Frases soltas e mensagens sem sentido.

Algumas semanas atrás eu havia solicitado a ajuda de uma certa deusa do amor. No entanto, a confusão foi ainda maior. Talvez eu não estivesse preparada para suas respostas, ou não tenha feito as perguntas certas. Mas a única coisa que eu desejei foi tirá-lo de minha cabeça. A resposta de Afrodite não foi das melhores e mais úteis.

Decidi tentar não pensar mais em Perseu Jackson. O que era muito complicado, pois o filho de Poseidon estava lá em meus sonhos. Na conversa com os amigos. E o pior, estava também no meu coração.

Infelizmente sua voz penetrava minha mente sem eu desejar. Então já me achava louca quando comecei a ouvir a voz de Percy no terraço. Mas assim que virei, ele estava lá.

Não era visão, sonho ou loucura. Era ele em pé no terraço.

— Sabia que James Madison era um meio sangue? — Percy estava diferente. Quem sabe pela barba muito bem feita e os cabelos penteados. Também vestia algo mais elegantes para a noite, embora com um toque bem ao seu estilo. Camisa preta com os botões abertos até o peito, sem gravata e um paletó cinza escuro que destacava seus belos olhos verdes. — Além de ter sido o quarto Presidente dos Estados Unidos, ele também foi responsável pela captura de alguns monstros na época que viveu no acampamento.

— Onde você andou aprendendo essas coisas? — Perguntei, sentindo a respiração acelerar e o vento me causar arrepios.

— Quírion me contou uma vez. Aliás, onde ele está?

— Deve estar na biblioteca. Sempre que vem aqui ele fica lá por horas.

Percy caminhou até a grade do terraço, ele olhou para baixo, a avenida Madison movimentada como sempre.

— Encontrei com Groover no saguão. Ele parecia um pouco bêbado.

— Ele anda passando por alguns probleminhas com o conselho, mas tenho certeza que Juniper irá ajudá-lo.

— Eu me sinto mal por ter me afastado dos meus amigo. Parece que as coisas não funcionam quando eu estou longe. — Percy me olhou, sua expressão era alívio e tristeza. Uma mistura comum nos meio-sangue. Mais um dia vivo, muitos desejaram viver tanto quanto possível, e quando finalmente alcançam a graça, veja só. Sentem um vazio. Bem vindo ao mundo real.

— Não seja convencido Perseu Jackson. — me coloquei ao lado dele, tocando sua mão, estava frio. — Você não deixa de ser amigo ou ter influência mesmo que longe.

— Então a distância não é um problema para você?

— Se todos os nossos problemas fossem alguns quilômetros de distância onde uma viagem de carro resolvesse tudo.

— Ainda bem que respondeu isso.

Percy virou-se e não houve tempo para pensar ou reagir a sua investida. Ele agarrou-me, apertando seus braços em torno do meu corpo, impossibilitando minha fuga, caso eu quisesse escapar. E para esclarecimentos, eu não fugiria.

Houve alguns segundos de contemplação, onde ele acariciou meu rosto e sorriu. Meu coração disparado com a proximidade.

Sua mão carinhosa segurou-me pelo pescoço, levando-me de encontro a seu beijo.

Meus pensamentos confusos se desfizeram quando me tornei consciente dos lábios de Percy colados nos meus. Seu cheiro, sua textura, seu calor. O beijo se prolongou e poderia ter sido mais longo caso Drew não tivesse aparecido no terraço. Ela pigarreou, com as mãos na cintura, apontando para o cronograma. Era chegado a hora do meu discurso e finalização da festa.

Percy apontou os dedos na direção de Drew, falando que ela devia uma para ele.

Ela apenas virou-se, com seus longos cabelos girando no ar. Entrou no prédio e logo a segui. Percy veio atrás de mim, antes que eu chegasse ao final das escadas, ele me puxou pela mão.

— Olha, eu preciso falar com você.

— Você teve muito tempo lá em cima para falar. — Respondi, ouvindo Drew me chama. — Eu preciso fazer o discurso, depois conversamos. — Beijei-o rapidamente. Sentindo uma fisgada no peito.

— Algum problema? — Percy segurou-me pela cintura quando senti uma tontura, mas passou rapidamente.

— Não, estou bem. Depois da festa vamos para meu apartamento. — Tentei dizer aquilo sem soar como um convite indecente, mas o sorriso carregado de malicia de Percy me fez pensar que eu deveria refazer a proposta. — Vamos conversa Perseu. Apenas conversar.

— Tudo bem, que tal isso: Conversamos cinco minutos, nos beijamos por cinco minutos. Depois eu deixo você falar por três minutos. E em seguida é minha vez de fazer o que eu quiser.

— Você é impossível. — Empurrei-o com minhas mãos, ou Percy não iria me deixar ir.

Subi no palco construído por Léo. Ele havia se superado criando algumas tecnologias muito impressionantes para a Galeria e proteção contra monstros.

Todos estavam reunidos na minha frente. Drew entregou-me o discurso que havíamos preparado, mas a verdade é que eu queria dizer outra coisa. Olhei para Percy, ele estava ao lado de uma estátua de mármore feita em sua homenagem pelo chalé de Afrodite. Um pouco constrangedor sua forma nua de três metros, mas ainda assim bonito.

— Primeiramente eu quero agradecer a todos que... — minhas primeiras e últimas palavras como Rachel E. Dare. A partir de então, o oráculo tomou conta de meu corpo, usando minha voz para proferir uma nova profecia. — Juntos não podem ficar. Enquanto o corpo me servir. Píton não permitirá.

Depois, me recordo de acordar nos braços de Léo, ao lado de Quíron. Percy havia partido.


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Notas finais do capítulo

É, eu sei, Kori Hime dificultando a felicidade dos personagens desde sempre :DPs1.: Sr. D. ♥Ps2.: Vocês leem as notas iniciais do capítulo né? Sempre dou uma dica do que acontece kkk



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