Dream On escrita por Kori Hime


Capítulo 7
Percy - Ajuda extra bem vinda


Notas iniciais do capítulo

Título completo: Uma ajuda extra é sempre bem vinda. Ou não?
Narração: Percy Jackson
Status atual: De pijama cheio de esperanças



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Procurei por algo que fosse satisfatório para ela. Sei que em sua lista de exigência não deveria ter nada que houvesse no meu apartamento. Mas pensei em algo quem ajudaria.

— Grande e poderosa deusa do amor. Oi. Eu preciso de seus conselhos. Te oferto com a promessa de que assim que eu chegar em Nova Iorque, comprarei o melhor perfume ou a melhor maquiagem... — Isso não vai dar certo. Ela deve ter uma prateleira infinita com perfumes. Pensa Percy, o que traria a deusa mais complexa do Olimpo até seu apartamento para um bate papo sobre garotas? É, talvez isso seja a resposta. — Tudo bem, refaço o meu pedido. Deusa mais bela entre todas, eu lhe oferto com uma entrevista exclusiva para seu programa, falarei tudo e não esconderei nada. É sério... — silêncio mortal. — Senhora? Deusa Afrodite? Vênus? Ok... mãe da Piper? Oi?

Eu já estava desistindo, quando uma luz dourada iluminou a sala. Fechei os olhos até me acostumar com a luz conforme ela foi se esvaindo. E então, sentada no meu sofá, estava uma mulher muito linda, de cabelos castanhos e um sorriso divertido.

— Francamente, Perseu Jackson. É interessante saber que seu padrão de beleza é inspirado em sua mãe. Talvez eu dê algumas dicas de como ela pode deixar os cabelos castanhos mais iluminados.

— Os seus cabelos são lindos, se é que me permite dizer.

— Permito. Eu agradeço. Então... você precisa de mim. Quem diria.

Afrodite estava sentada em meu sofá de couro marrom. Ela não parecia a mesma de sempre, acho que com o passar do tempo a forma de vê-la modificou, já que cada pessoa a enxerga de uma maneira diferente. Essa Afrodite tinha mais cara de mãe. Não a minha mãe em especial, apesar dos cabelos castanhos serem semelhantes.

Ela parecia mais aquelas mães, ex-modelos famosas, que nunca envelhecem. Vestia uma calça jeans, camisa de seda azul, botas e um bracelete dourado no pulso.

— Não fique aí parado. Eu não tenho todo o tempo do mundo. — Ela deu uma olhada reprovando a bagunça ao redor. — Vamos gravar logo a nossa entrevista.

— Agora? Assim? Eu ainda estou de pijama.

Na verdade eu estava usando apenas a calça do pijama. Foi um pouco constrangedor quando eu peguei a Deusa analisando o que estava a mostra. Puxei uma camiseta no sofá e vesti rapidamente. Ela deve ter achado divertido, porque eu captei um sorriso milimétrico.

— Já disse que não tenho tempo a perder.

— Por favor, senhora. Eu achei que seria melhor dar essa entrevista depois. Antes preciso de sua ajuda.

— Não sei se compreende muito bem o significado das oferendas. Primeiro você oferta, depois nós concedemos seu desejo conforme estiver ao nosso alcance. Percy Jackson, você é o herói do século, não envergonhe seus irmãos Gregos e Romanos.

— Desculpe. Eu só queria ter certeza de que não vou falar bobagem na televisão. Mas prometo que depois faremos a entrevista. — ela não iria aceitar, claro que não.

Mas Afrodite sabia que algo estava por vir. Afinal, não era ela a culpada das artimanhas amorosas do mundo?

— Diga-me, eu não tornei sua vida amorosa agitada e divertida?

— Bem, sem querer ofender a deusa do amor, mas eu preferiria que a minha vida amorosa tivesse sido mais tranquila. Eu queria ter tido a chance de namorar escondido no colégio. Ir ao baile de formatura. Dizem que são inesquecíveis, principalmente depois do baile.

— O amor não é tranquilo Perseu. O amor é um mar agitado em uma tempestade. Você nunca sabe quando a tempestade irá embora, ou quando uma onda vai te atingir.

— Se eu não fosse filho de Poseidon, iria ficar com medo dessa sua ideia do amor. Ela parece bem aterrorizante. Principalmente para quem não sabe nadar.

— Nenhuma das mulheres que cruzou o seu caminho até hoje soube nadar no mar que comanda. Você é um espírito livre. Acho sexy.

Ok. Ela começou a me assustar.

— O nome dela é Rachel. Acho que já conheceu. Ela é oráculo.

— Sim, sim, sim. — Afrodite se levantou e caminhou pela sala, mexendo em tudo e limpando as mãos quando achava algo que não gostava. Por exemplo: uma meia. — Ela me chamou algumas noite atrás e me fez um pedido incrivelmente interessante.

— O que ela pediu?

— Não posso contar.

— Tem alguma coisa a ver comigo? Ela gosta de alguém?

— Tantas perguntas. — Ela encontrou algumas fotografias. Incluindo uma de Piper, mas Afrodite não fez nenhum comentário da filha. — Você precisa confiar mais em si mesmo meu jovem meio-sangue.

— Porque vocês mulheres são tão confusas? Porque falam frases criptografadas? Não podem ser mais claras? Eu ficaria muito feliz se uma mulher fosse mais objetiva possível comigo.

Ela riu. A deusa apertou os olhos conforme seus lábios se contraíam e as covinhas apareciam. Estava ficando tudo muito assustador para meu gosto.

— Os homens estão sempre tão ocupados em querer entender as mulheres, e vice versa. Tanto para aprender, mas nada é apreciado na conquista. Hoje em dia os romances não são tão belos como um dia já foi. — ela jogou os cabelos para o lado.

— Eu preciso saber o que vai acontecer com ela. De verdade. Qual a minha influência em sua vida? Que mal eu posso lhe causar, ou confundir seus sentimentos. Não quero ser responsável por um problema grave.

— Tarde demais meio-sangue. — Afrodite apontou para o sofá, me convidando para sentar enquanto ela desfilava pela sala como uma professora em sua sala de aula. Mas uma professora muito bonita, certo, prestar atenção. — Píton era uma grande serpente. Ela vivia na cidade de Delfos e protegia os oráculos. Mas Apolo a matou, por ter feito mal a Leto, quando ainda estava grávida de Ártemis e Apolo. Apesar da vingança ele foi punido. E a partir de então uma terrível maldição recaiu sobre os oráculos que vieram depois. A cada centena de anos um novo oráculo é levado por Píton.

— Isso está parecendo filme de Harry Potter. — Confesso que o meu comentário foi desnecessário. Afrodite ignorou e continuou contando a história.

— Nabila apaixonou-se por Diano. Eles tentaram fugir da cidade de Delfos. Mas seus corpos foram encontrados boiando na fonte Castalian, onde Píton viveu. Isso se repetiu com Belinda e Marcos. Lorena e Davi. O caso mais recente foi alguns anos atrás. Bianca e Átila. Uma bela história de amor. Ah! Átila, filho de Poseidon. Ele era capitão da esquadria da marinha Inglesa.

— Meu irmão?

— Ele tentou salva Bianca de Píton, e a levou para o fundo do mar, mas infelizmente um submarino inimigo os atacou e ela morreu.

— Que horrível. E ela era um oráculo?

— Na verdade não. Ela foi confundida com um oráculo poderoso. Que infelizmente morreu nas mãos de Zeus.

— E se Zeus não tivesse matado essa oráculo, Píton a mataria? Quero dizer, ela estava na lista de oráculos rebeldes e apaixonados?

— Ah! Meu querido. A história de amor dela é a mais emocionante que eu já presenciei. Lágrimas me sobe aos olhos só de lembrar do amor e a fúria da paixão. — Afrodite não estava com lágrimas nos olhos, mas ao menos seus olhos se iluminaram um pouco mais. Perturbador.

— Mas porque Zeus a matou?

— Porque ela era o amor da vida do irmão, Hades. O que gerou dois filhos. Duas crianças filhos do deus da morte. E em seguida, uma profecia do fim do mundo. Não acreditamos em coincidências meu caro Perseu.

— Uau. — Cara, uau! Essa família tem mais problemas do que qualquer outra que já vi em programa de televisão. — Maria Di Angelo. Eu a conheci. Quero dizer, sonhei com ela. Mas você disse que isso ocorre a cada centena de anos. Não quer dizer que Rachel vai...

— Não sou eu que faço as regras Perseu Jackson. Mas eu não contaria com a sorte.

— Eu não conto com a sorte, senhora. Possuo uma ótima caneta esferográfica e sou muito bom com ela.

— Claro que é. — Afrodite enrolava uma mecha de seu cabelo, e o jeito que ela olhava me deixou nervoso. Sua beleza causava uma influência grande em mim. Tal como Ares me trazia um certo desejo incontrolável de lutar. A deusa do amor me trazia outro tipo deles. Um que eu queria manter afastado de preferência.

— Eu agradeço sua ajuda. Estarei preparado caso alguma serpente gigante apareça e tente levar embora e matar a garota que to afim. Vou falar com ela, tem essa exposição, quero convidá-la para jantar e quem sabe levar flores. O que acha?

— Péssima ideia.

— Como assim? Jantar romântico e flores não fazem mais parte da lista de coisas que um homem tem que fazer para conquistar a mulher que ama?

— Awn! Você a ama. — Ela tombou a cabeça ligeiramente em alguns graus. E seu sorriso gentil foi milimétrico, como eram todas as reações captadas por meus olhos desatentos. — Vejamos, um restaurante romântico custa caro. Pelo que sei você é um estagiário. E a indenização do programa A vida secreta de um meio-sangue ainda não foi aceita pelo juiz. Então, presumo que o restaurante romântico deve sair por menos de trinta dólares. O que me faz crer que a levará em uma desqualificada lanchonete com carne de procedência duvidosa, beber refrigerante calórico e tomar um sorvete com massa gorda. Acredito que romance não combina com colesterol.

— Não tenho certeza se chamei o deus certo, poderia ter chamado Iris, Deméter ou até mesmo Juno já que é uma hippie.

— Você é tão espirituoso. Agora me conte mais sobre as flores. Vai roubar no quintal de seu vizinho?

— Tudo bem, eu já entendi. Não posso proporcionar um jantar requintado e flores de primeira qualidade. Mas não é o amor que importa? Porque é tudo tão complicado?

— Perguntas, perguntas, perguntas. — a bela deusa do amor estava começando a me deixar enjoado e cansado de desvendar quebra cabeças.

— Sem ofensas, vamos para a parte que você me dá um conselho que eu só entenderei depois de acontecer alguma coisa importante que vai mudar a minha vida.

— Assim você me magoa. Não está gostando da minha companhia? — Afrodite sentou-se ao meu lado no sofá, cruzou as pernas e maquinou um sorriso perverso. — Você não precisa de um conselho.

— Sim, eu preciso. Afinal, foi para isso que te chamei.

— Muito bem Perseu. — Afrodite virou-se, sentando sobre suas pernas, como uma adolescente. Estranhamente seus cabelos estavam com um tom um pouco mais claro que o castanho anterior parecido com o de minha mãe, que é mais escuro. — Você tem medo de amar e sofrer. Por isso esta precisando ser convencido por alguém. Pois seria tão simples deitar em sua cama, dormir e encontrar Rachel Elizabeth Dare em seus sonhos.

Sim, claro, por que isso é mais fácil que fazer uma ligação. Mas eu evito telefones.

— Tenho medo do amor e convidei a deusa do amor para passar algumas horinhas comigo em meu apartamento bagunçado. Isso é completamente aceitável.

— Isso, continue encorajando a si mesmo com essa fantasia. É muito maduro.

Os cabelos de Afrodite não paravam de mudar. Mesmo para mim, uma pessoa desatenta, era perceptível. Estavam mais avermelhados e seu nariz afilado, seus lábios rosados e seu rosto ainda parecia porcelana, embora a maquiagem perfeita fosse mais discreta e suas sobrancelhas combinassem com a nova cor de seu cabelo.

— Você quem está fazendo isso?

— Eu? — Ela jogou os cabelos para o lado. — Não, você quem está. Finalmente. Entregar seu coração para alguém, seja lá quem ela for, é um ato corajoso e você é um dos homens mais corajosos que eu presenciei o crescimento. — Afrodite aproximou-se, depositando um beijo em meu rosto. Eu fechei os olhos e quando os abrir, uma pequena névoa rosada e cintilante flutuava a minha volta. E eu fiquei sozinho novamente.

Mulheres, deusas... quem as entende?


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Notas finais do capítulo

Essa história do Átila e Bianca está aqui:http://fanfiction.com.br/historia/389439/Lamore_Ci_Puo_Cambiare_-_Maria_Di_Angelo/



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