Dream On escrita por Kori Hime
Notas iniciais do capítulo
Título completo: Uma ajuda extra é sempre bem vinda. Ou não?
Narração: Percy Jackson
Status atual: De pijama cheio de esperanças
Procurei por algo que fosse satisfatório para ela. Sei que em sua lista de exigência não deveria ter nada que houvesse no meu apartamento. Mas pensei em algo quem ajudaria.
— Grande e poderosa deusa do amor. Oi. Eu preciso de seus conselhos. Te oferto com a promessa de que assim que eu chegar em Nova Iorque, comprarei o melhor perfume ou a melhor maquiagem... — Isso não vai dar certo. Ela deve ter uma prateleira infinita com perfumes. Pensa Percy, o que traria a deusa mais complexa do Olimpo até seu apartamento para um bate papo sobre garotas? É, talvez isso seja a resposta. — Tudo bem, refaço o meu pedido. Deusa mais bela entre todas, eu lhe oferto com uma entrevista exclusiva para seu programa, falarei tudo e não esconderei nada. É sério... — silêncio mortal. — Senhora? Deusa Afrodite? Vênus? Ok... mãe da Piper? Oi?
Eu já estava desistindo, quando uma luz dourada iluminou a sala. Fechei os olhos até me acostumar com a luz conforme ela foi se esvaindo. E então, sentada no meu sofá, estava uma mulher muito linda, de cabelos castanhos e um sorriso divertido.
— Francamente, Perseu Jackson. É interessante saber que seu padrão de beleza é inspirado em sua mãe. Talvez eu dê algumas dicas de como ela pode deixar os cabelos castanhos mais iluminados.
— Os seus cabelos são lindos, se é que me permite dizer.
— Permito. Eu agradeço. Então... você precisa de mim. Quem diria.
Afrodite estava sentada em meu sofá de couro marrom. Ela não parecia a mesma de sempre, acho que com o passar do tempo a forma de vê-la modificou, já que cada pessoa a enxerga de uma maneira diferente. Essa Afrodite tinha mais cara de mãe. Não a minha mãe em especial, apesar dos cabelos castanhos serem semelhantes.
Ela parecia mais aquelas mães, ex-modelos famosas, que nunca envelhecem. Vestia uma calça jeans, camisa de seda azul, botas e um bracelete dourado no pulso.
— Não fique aí parado. Eu não tenho todo o tempo do mundo. — Ela deu uma olhada reprovando a bagunça ao redor. — Vamos gravar logo a nossa entrevista.
— Agora? Assim? Eu ainda estou de pijama.
Na verdade eu estava usando apenas a calça do pijama. Foi um pouco constrangedor quando eu peguei a Deusa analisando o que estava a mostra. Puxei uma camiseta no sofá e vesti rapidamente. Ela deve ter achado divertido, porque eu captei um sorriso milimétrico.
— Já disse que não tenho tempo a perder.
— Por favor, senhora. Eu achei que seria melhor dar essa entrevista depois. Antes preciso de sua ajuda.
— Não sei se compreende muito bem o significado das oferendas. Primeiro você oferta, depois nós concedemos seu desejo conforme estiver ao nosso alcance. Percy Jackson, você é o herói do século, não envergonhe seus irmãos Gregos e Romanos.
— Desculpe. Eu só queria ter certeza de que não vou falar bobagem na televisão. Mas prometo que depois faremos a entrevista. — ela não iria aceitar, claro que não.
Mas Afrodite sabia que algo estava por vir. Afinal, não era ela a culpada das artimanhas amorosas do mundo?
— Diga-me, eu não tornei sua vida amorosa agitada e divertida?
— Bem, sem querer ofender a deusa do amor, mas eu preferiria que a minha vida amorosa tivesse sido mais tranquila. Eu queria ter tido a chance de namorar escondido no colégio. Ir ao baile de formatura. Dizem que são inesquecíveis, principalmente depois do baile.
— O amor não é tranquilo Perseu. O amor é um mar agitado em uma tempestade. Você nunca sabe quando a tempestade irá embora, ou quando uma onda vai te atingir.
— Se eu não fosse filho de Poseidon, iria ficar com medo dessa sua ideia do amor. Ela parece bem aterrorizante. Principalmente para quem não sabe nadar.
— Nenhuma das mulheres que cruzou o seu caminho até hoje soube nadar no mar que comanda. Você é um espírito livre. Acho sexy.
Ok. Ela começou a me assustar.
— O nome dela é Rachel. Acho que já conheceu. Ela é oráculo.
— Sim, sim, sim. — Afrodite se levantou e caminhou pela sala, mexendo em tudo e limpando as mãos quando achava algo que não gostava. Por exemplo: uma meia. — Ela me chamou algumas noite atrás e me fez um pedido incrivelmente interessante.
— O que ela pediu?
— Não posso contar.
— Tem alguma coisa a ver comigo? Ela gosta de alguém?
— Tantas perguntas. — Ela encontrou algumas fotografias. Incluindo uma de Piper, mas Afrodite não fez nenhum comentário da filha. — Você precisa confiar mais em si mesmo meu jovem meio-sangue.
— Porque vocês mulheres são tão confusas? Porque falam frases criptografadas? Não podem ser mais claras? Eu ficaria muito feliz se uma mulher fosse mais objetiva possível comigo.
Ela riu. A deusa apertou os olhos conforme seus lábios se contraíam e as covinhas apareciam. Estava ficando tudo muito assustador para meu gosto.
— Os homens estão sempre tão ocupados em querer entender as mulheres, e vice versa. Tanto para aprender, mas nada é apreciado na conquista. Hoje em dia os romances não são tão belos como um dia já foi. — ela jogou os cabelos para o lado.
— Eu preciso saber o que vai acontecer com ela. De verdade. Qual a minha influência em sua vida? Que mal eu posso lhe causar, ou confundir seus sentimentos. Não quero ser responsável por um problema grave.
— Tarde demais meio-sangue. — Afrodite apontou para o sofá, me convidando para sentar enquanto ela desfilava pela sala como uma professora em sua sala de aula. Mas uma professora muito bonita, certo, prestar atenção. — Píton era uma grande serpente. Ela vivia na cidade de Delfos e protegia os oráculos. Mas Apolo a matou, por ter feito mal a Leto, quando ainda estava grávida de Ártemis e Apolo. Apesar da vingança ele foi punido. E a partir de então uma terrível maldição recaiu sobre os oráculos que vieram depois. A cada centena de anos um novo oráculo é levado por Píton.
— Isso está parecendo filme de Harry Potter. — Confesso que o meu comentário foi desnecessário. Afrodite ignorou e continuou contando a história.
— Nabila apaixonou-se por Diano. Eles tentaram fugir da cidade de Delfos. Mas seus corpos foram encontrados boiando na fonte Castalian, onde Píton viveu. Isso se repetiu com Belinda e Marcos. Lorena e Davi. O caso mais recente foi alguns anos atrás. Bianca e Átila. Uma bela história de amor. Ah! Átila, filho de Poseidon. Ele era capitão da esquadria da marinha Inglesa.
— Meu irmão?
— Ele tentou salva Bianca de Píton, e a levou para o fundo do mar, mas infelizmente um submarino inimigo os atacou e ela morreu.
— Que horrível. E ela era um oráculo?
— Na verdade não. Ela foi confundida com um oráculo poderoso. Que infelizmente morreu nas mãos de Zeus.
— E se Zeus não tivesse matado essa oráculo, Píton a mataria? Quero dizer, ela estava na lista de oráculos rebeldes e apaixonados?
— Ah! Meu querido. A história de amor dela é a mais emocionante que eu já presenciei. Lágrimas me sobe aos olhos só de lembrar do amor e a fúria da paixão. — Afrodite não estava com lágrimas nos olhos, mas ao menos seus olhos se iluminaram um pouco mais. Perturbador.
— Mas porque Zeus a matou?
— Porque ela era o amor da vida do irmão, Hades. O que gerou dois filhos. Duas crianças filhos do deus da morte. E em seguida, uma profecia do fim do mundo. Não acreditamos em coincidências meu caro Perseu.
— Uau. — Cara, uau! Essa família tem mais problemas do que qualquer outra que já vi em programa de televisão. — Maria Di Angelo. Eu a conheci. Quero dizer, sonhei com ela. Mas você disse que isso ocorre a cada centena de anos. Não quer dizer que Rachel vai...
— Não sou eu que faço as regras Perseu Jackson. Mas eu não contaria com a sorte.
— Eu não conto com a sorte, senhora. Possuo uma ótima caneta esferográfica e sou muito bom com ela.
— Claro que é. — Afrodite enrolava uma mecha de seu cabelo, e o jeito que ela olhava me deixou nervoso. Sua beleza causava uma influência grande em mim. Tal como Ares me trazia um certo desejo incontrolável de lutar. A deusa do amor me trazia outro tipo deles. Um que eu queria manter afastado de preferência.
— Eu agradeço sua ajuda. Estarei preparado caso alguma serpente gigante apareça e tente levar embora e matar a garota que to afim. Vou falar com ela, tem essa exposição, quero convidá-la para jantar e quem sabe levar flores. O que acha?
— Péssima ideia.
— Como assim? Jantar romântico e flores não fazem mais parte da lista de coisas que um homem tem que fazer para conquistar a mulher que ama?
— Awn! Você a ama. — Ela tombou a cabeça ligeiramente em alguns graus. E seu sorriso gentil foi milimétrico, como eram todas as reações captadas por meus olhos desatentos. — Vejamos, um restaurante romântico custa caro. Pelo que sei você é um estagiário. E a indenização do programa A vida secreta de um meio-sangue ainda não foi aceita pelo juiz. Então, presumo que o restaurante romântico deve sair por menos de trinta dólares. O que me faz crer que a levará em uma desqualificada lanchonete com carne de procedência duvidosa, beber refrigerante calórico e tomar um sorvete com massa gorda. Acredito que romance não combina com colesterol.
— Não tenho certeza se chamei o deus certo, poderia ter chamado Iris, Deméter ou até mesmo Juno já que é uma hippie.
— Você é tão espirituoso. Agora me conte mais sobre as flores. Vai roubar no quintal de seu vizinho?
— Tudo bem, eu já entendi. Não posso proporcionar um jantar requintado e flores de primeira qualidade. Mas não é o amor que importa? Porque é tudo tão complicado?
— Perguntas, perguntas, perguntas. — a bela deusa do amor estava começando a me deixar enjoado e cansado de desvendar quebra cabeças.
— Sem ofensas, vamos para a parte que você me dá um conselho que eu só entenderei depois de acontecer alguma coisa importante que vai mudar a minha vida.
— Assim você me magoa. Não está gostando da minha companhia? — Afrodite sentou-se ao meu lado no sofá, cruzou as pernas e maquinou um sorriso perverso. — Você não precisa de um conselho.
— Sim, eu preciso. Afinal, foi para isso que te chamei.
— Muito bem Perseu. — Afrodite virou-se, sentando sobre suas pernas, como uma adolescente. Estranhamente seus cabelos estavam com um tom um pouco mais claro que o castanho anterior parecido com o de minha mãe, que é mais escuro. — Você tem medo de amar e sofrer. Por isso esta precisando ser convencido por alguém. Pois seria tão simples deitar em sua cama, dormir e encontrar Rachel Elizabeth Dare em seus sonhos.
Sim, claro, por que isso é mais fácil que fazer uma ligação. Mas eu evito telefones.
— Tenho medo do amor e convidei a deusa do amor para passar algumas horinhas comigo em meu apartamento bagunçado. Isso é completamente aceitável.
— Isso, continue encorajando a si mesmo com essa fantasia. É muito maduro.
Os cabelos de Afrodite não paravam de mudar. Mesmo para mim, uma pessoa desatenta, era perceptível. Estavam mais avermelhados e seu nariz afilado, seus lábios rosados e seu rosto ainda parecia porcelana, embora a maquiagem perfeita fosse mais discreta e suas sobrancelhas combinassem com a nova cor de seu cabelo.
— Você quem está fazendo isso?
— Eu? — Ela jogou os cabelos para o lado. — Não, você quem está. Finalmente. Entregar seu coração para alguém, seja lá quem ela for, é um ato corajoso e você é um dos homens mais corajosos que eu presenciei o crescimento. — Afrodite aproximou-se, depositando um beijo em meu rosto. Eu fechei os olhos e quando os abrir, uma pequena névoa rosada e cintilante flutuava a minha volta. E eu fiquei sozinho novamente.
Mulheres, deusas... quem as entende?
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Essa história do Átila e Bianca está aqui:http://fanfiction.com.br/historia/389439/Lamore_Ci_Puo_Cambiare_-_Maria_Di_Angelo/