Dream On escrita por Kori Hime


Capítulo 12
Rachel - Mais um encontro, poderemos ficar juntos?


Notas iniciais do capítulo

Título completo: Mais um encontro e realmente poderemos ficar juntos?
Narração: Rachel E. Dare
Status atual: Musa da TV Hefesto



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A semana não poderia estar mais confusa e cheia de tarefas para fazer. Drew foi capaz de organizar toda a minha agenda, uma coisa eu devia agradecer: ela era mesmo eficiente.

Já não bastava todo o trabalho que eu tinha pela frente, Percy marcou um jantar na casa dos pais dele. Eu não queria ser chata e cancelar o jantar, tenho certeza que foi uma ideia cheia de boas intenções, mas para isso, tivemos que reagendar alguns compromissos, eu precisava conseguir um novo patrocínio para a Galeria. Já estava ficando chato apresentar um novo trabalho para meu pai e conseguir a verba. Eu sabia que para me consolidar no mundo da arte, precisava sair das asas protetoras de meu pai.

O jantar no apartamento da família de Percy seria em duas horas e eu ainda estava numa reunião com o secretário da cultura do estado. Drew deu duro para conseguir realizar essa conversa e por isso eu não poderia adiá-la para depois.

Eu deixei a galeria aos tropeços, ajeitando meus cabelos, peguei um táxi e durante a viagem de carro, retoquei minha maquiagem e analisei minha imagem no espelho.

Já havia me encontrado com a mãe de Percy em outras ocasiões, mas agora era diferente. Ela me olharia como a pretendente de seu filho, e não havia nada mais aterrorizante do que não ser aceita pela mãe do namorado.

Namorado...

Não. Afinal, ainda sou um oráculo e nós estamos aqui apenas... o que estamos fazendo?

Bateu uma insegurança, confesso. Vivenciar tudo aquilo para no final descobrir que não poderemos ficar juntos, seria justo?

O motorista me cobrou a corrida, e eu me toque de que já havia chegado ao destino.

Muito bem. Após pagar o taxista, olhei o pequeno prédio de dez andares, respirei fundo e tomei coragem para subir. Foi Donna, a irmã de Percy quem atendeu a porta. Ela era uma garota muito esperta e tratou de avisar a todos que eu havia chegado. Após a recepção, Percy me puxou para seu antigo quarto, que agora era uma mistura de escritório e quarto de hóspedes.

— Não é um pouco constrangedor a gente se trancar aqui, com sua família preparando o jantar? Acho que eu deveria ajudar. — Tentei me levantar do sofá-cama, mas Percy segurou minha mão.

— Eu trouxe você aqui porque queria pedir desculpas pelo nosso último passeio. Sei que não foi como você esperava. Por isso, quero que decida os próximos. — Ele falou animado.

— Tudo bem, eu acho que posso fazer isso. — Sorri e acariciei seu rosto. — E já que tocou no assunto, meus pais irão preparar uma festa para comemorar os quarenta anos de casados. Acho que seria um bom dia para nos encontrarmos novamente.

— Certo! Eu vou. Mas... Seus pais não moram na Califórnia?

— Sim. Não se preocupe. O jatinho particular estará nos esperando no aeroporto.

Isso soou um pouco arrogante? Porque para mim pareceu. Infelizmente eu estava falando a verdade e não, não queria parecer arrogante.

O jantar foi maravilhoso, eu não sei porque estava tão nervosa quanto a isso. Sally era uma mulher gentil e muito carinhosa, assim como Paul e Donna, que fora muito atenciosos. No final da noite, Percy fez questão de me levar para casa, e antes que eu o convidasse para subir, ele se despediu beijando minha mão e foi embora.

Aquela noite eu não dormi, revisei mentalmente tudo o que estava acontecendo e o que poderia vir acontecer. Senti um calafrio. E medo.

Como eu disse, a semana estava tumultuada com minha agenda de trabalho. Drew cronometrou cada milésimo de segundo e tudo ocorreu da maneira que ela previu. Conseguimos um bom patrocínio do estado e além do mais, eu estava com um dia inteiro livre para me preparar. A festa de meus pais era um acontecimento anual e por isso precisava de um tempo para relaxar e conseguir me manter firme nas próximas horas. Seria uma aventura, mas dessa vez eu teria a companhia de Percy.

Ele chegou pontualmente às três horas da tarde. A viagem seria de poucas horas, e talvez sobraria um tempo para ficarmos a sós. Ou talvez não.

A casa de meus pais poderia impressionar, para o bem ou para o mal. Percy agiu da melhor maneira possível, ele fez piadinhas. Eu entendo que quando está nervoso, ele precisava se distrair. E foi por isso que, quando chegamos, eu o levei para meu antigo quarto. Quem sabe ali poderia se sentir mais a vontade.

Percy caminhou pelo cômodo colorido pelos quadros pintados. Havia um varal, com meus desenhos pendurados pela ponta com pregadores. Eram desenhos de um passado que compartilhamos. Desde o momento em que eu o vi pela primeira vez.

— Esse sou eu? — Ele apontou para uma folha, em que um rapaz estava de costas, empunhando uma espada na lateral.

— Sim. — Eu me aproximei. — Quando nos conhecemos. Você me deu um susto e tanto nesse dia.

— Desculpe. — Ele sorriu e passou a olhar os outros desenhos. — Porque esses desenhos não estão em sua galeria? Seria o mais justo.

— Eu... eu não sei.

— Porque? É um trabalho excelente, e todos vão achar que você tem uma imaginação muito boa, por ter desenhado o deus do vinho segurando uma latinha de diet Coke.

Apesar de rir, eu ainda estava indecisa em expor meu trabalho. Percy e eu caminhamos pela mansão e decidimos por fim ir para a festa. Ele estava visivelmente acanhado e completamente deslocado. Achei pura maldade continuar naquela festa que não teria nenhuma emoção, pelo menos não como eram as festas no acampamento.

Eu o puxei pela mão e seguimos para o jardim lateral, onde a única coisa que se conseguia ouvir da festa, era a canção que se iniciava.

Percy me abraçou e segurou minha mão, nós dançamos aquela canção e outras mais.

Por mais que desejássemos fazer aqueles encontros serem inesquecíveis, o que mais importava mesmo era estarmos juntos. Afinal, não era esse o nosso maior desejo?

— Eu tenho uma surpresa para você.

— É mesmo? E o que é? — Perguntei curiosa.

— Nosso próximo encontro será patrocinado pela TV Hefesto.

— O que?

— Desculpe. — Ele me fez um olhar cheio de culpa. — Afrodite disse que eu estava devendo uma para ela.

— Afrodite?

— Sim, eu solicitei a ajuda dela.

— Você fez o que?

— Calma. — Percy segurou meus braços, eu estava chocada mas ainda poderia ouvir a verdade. — Ela gostaria de nos acompanhar pessoalmente nesse jantar televisionado.

— Quando você achou que eu aceitaria isso?

— Na verdade... não pensei nisso.

— Se não concordar com isso, o que ela pode fazer?

— Não sei, quem sabe me transformar em um poodle rosa, e com rabinho de pompom.

— Ora, bem que está merecendo.

— Não seja má. — Ele me abraçou. — Por favor, o programa A vida secreta de um meio-sangue anda recebendo a maior audiência dos últimos séculos. Não deixe que os telespectadores se decepcionem.

— Até outro dia você odiava esse programa. — Ele me rodopiou e fez eu cair em seus braços novamente.

— Odiava, até receber a primeira parcela dos direitos autorais. Agora eu posso comprar um apartamento em Nova Iorque. — Ele roçou os lábios no meu pescoço. — Quem sabe eu deixe você ir morar comigo.

Aquela frase me pegou desprevenida, quando dei por mim, havia uma câmera nos filmando, enquanto uma mulher sorria, batendo palmas. Ela era alta e atlética, longos cabelos acobreados, tão bonita quanto uma miragem no deserto. Era Afrodite, comemorando a tal audiência de seu programa na TV Hefesto.


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Notas finais do capítulo

Sim eu demorei, porque precisava relaxar, as vezes é cansativo fazer a mesma coisa, a gente precisa de um tempo para pensar.