Dream On escrita por Kori Hime


Capítulo 11
Percy - Filho de peixe... deveria pescar melhor


Notas iniciais do capítulo

Narração: Percy Jackson
Status atual: Cansado, com fome e sem criatividade



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A semana passada foi demais. Sério! Quer dizer, tirando a parte que fui flagrado com Rachel. Eu só sei que estou ansioso para vê-la novamente. Eu sei, eu sei. Prometi que iria me comportar. Mas cara, imagina só. Você com a pessoa que gosta ao seu lado. Quem é que iria se controlar ou se contentar com um mísero beijo no rosto?

Antes dela se despedi eu a beijei. E foi perfeito. Precisei controlar a névoa ao nosso redor, ou alguém nos acusaria de atentado ao pudor no meio da calçada. Da portaria até o apartamento dela, não consegui desgrudar minhas mãos do seu corpo. Era magnetismo puro.

Você deve estar me achando um cafajeste tarado. Não é? Vamos, pode dizer.

O fato é: Quando você sente isso que eu sinto por Rachel, coisas acontecem e nada parece errado.

Mais um fato sobre o que esta acontecendo. Perdi uma prova e quase fui reprovado em uma matéria. Lavínea me deu a péssima notícia quando eu cheguei em casa. Então eu precisei me esforçar muito para limpar minha barra com o professor. Sexta feira a noite, eu estava no meu apartamento, muito cansado e com sono para pensar em alguma coisa romântica para fazer com Rachel no domingo. Sábado ela precisava trabalhar, então adiamos o passeio para o outro dia.

Jason foi me visitar, ele soube através de Léo tudo o que estava acontecendo.

— Porque você não a leva para a praia? Que tal pescar?

— É, pescar é uma ideia muito boa. — Jason ajudou muito. Não havia como uma pescaria desse errado.

Ou eu não poderia estar mais errado.

Rachel usava uma chapéu, daqueles que combinavam muito com estrelas do cinema nos anos cinquenta. Ela pediu para que passasse o repelente em suas costas, depois ela mesma passou nos braços e pernas. E depois, sentou na cadeira e lá ficou lendo uma revista outra hora atendendo o telefone e mexendo no tablet.

Eu tratei de pescar e me divertir. Mas essa não era a minha verdadeira intenção. Estava imaginando como Rachel ficaria encantada e fascinada com meus dotes de pescador. Talvez as mulheres não curtam tanto uma pescaria.

Opa, pesquei um peixe.

— Olha! Esse é bem grande. — Me virei para mostrar a ela.

— Uau, é mesmo. — ela abaixou os óculos escuros e depois voltou a sua atividade normal.

— Está tudo bem ai? Tem certeza de que não quer vir tentar? É divertido.

— Só um minutinho, querido. Eu preciso terminar essa planilha e enviar para Drew. A Galeria está uma confusão depois que uma das obras foi violada.

Eu não sabia o que estava acontecendo com ela no trabalho, e fiquei sem jeito de insistir no assunto, pois uma coisa é certa. Se Rachel não me disse nada, era porque eu não entenderia. Ou algo assim.

A cesta de peixes estava bem cheia. Rachel finalmente ficou livre do trabalho, mas não estava aguentando ser o banquete dos insetos. Sua pele ficou toda avermelhada e cheia de pintinha, não com as sardas, que eram bem bonitas.

O passeio acabou mais cedo do que planejado, para piorar a situação começou a chover e a estrada foi interditada. A única solução foi estacionar o carro pelo algum hotel na estrada. O carro de Rachel estava fedendo a peixe, isso não me incomodava muito, mas ela estava super enjoada.

Deixei-a sozinha no quarto para tomar um banho e relaxar. Peguei o cesto de peixes e entreguei para um dos funcionários do hotel, ele agradeceu e disse que a hospedagem poderia ser paga com aquilo. Ok! Melhor assim porque meu bolso estava desprevenido para uma estadia em hotel. Apesar daquele ser bem simples.

O quarto que alugamos possuía duas camas de casal simples. Uma televisão antiga e mesa com cadeiras. Rachel ainda estava no banheiro, e pelo barulho, secava os cabelos com um secador.

Deitei na cama e repassei o dia mentalmente. Foi um fiasco. Mas ainda estávamos juntos. Não era isso o que importava?

O celular de Rachel vibrou sobre a cama, eu fiquei olhando para a porta, imaginando que ela fosse sair para atendê-lo, mas o secador de cabelo fazia um barulho tão grande que eu me preocupei com sua audição.

Me levantei e curioso como sou, peguei o celular. O nome de Annabeth estava destacado na tela e uma foto sua tremelicava. Eu joguei o celular em cima da cama, e voltei para a minha, como se nada tivesse acontecido. O aparelho continuou vibrando até que desistiu.

Dez minutos depois, Rachel saiu do banheiro vestindo um moletom que compramos no posto de gasolina, porque suas roupas cheiravam a peixe. Não me senti ofendido por isso, mesmo sendo o filho do deus dos mares. Eu tomava banho e usava desodorante, não possuía cheiro de peixe. Mas naquele momento a pescaria estava muito impregnada em mim.

Decidi tomar um banho e quando tirava a roupa, ouvi que Rachel estava falando com alguém no telefone. Sério, eu odeio fazer o que ia fazer, mas era preciso. Liguei o chuveiro e ao invés de tomar banho, grudei minha orelha na porta para ouvir a conversa.

É. Eu sei. Sou um idiota. Mas a vida é feita desses momentos.

— Eu não sei. Talvez não vai dar certo Annabeth.

OK! Posso me apavorar agora? Ela falava com Annabeth e provavelmente era sobre mim. Que ideia estúpida em levá-la para uma pescaria. Poderíamos ter assistido mais um daqueles filmes idiotas de algum artista, ou ido naquela Ópera que ela comentou que seu pai deu os convites.

Após o banho, Rachel estava mudando os canais na televisão. Mas a sintonia estava péssima por isso ela desligou.

— Percy. Não vai vestir uma roupa?

Ah, sim. Eu estava só com a toalha enrolado na cintura. Por um bom motivo, é claro.

— Minhas roupas estavam com cheiro estranho então eu lavei na banheira e deixei pendurada lá dentro do banheiro. Você não se importa, né?

— Não. Não. Mas agora não dá para a gente sair e comprar algo para comer.

— Oh! Isso é verdade. Não tem serviço de quarto? — Procurei pelo telefone, então vi que não tínhamos um telefone no quarto. — Tudo bem. Podemos comer algo que sobrou da cesta que minha mãe fez?

— Nós já comemos tudo de lá. Lembra-se? Você, aliás.

Eu senti um certo tom de deboche, mas tentei ignorar.

— Tem uma máquina de refrigerantes perto da recepção, você pode pegar algumas latinhas para nós. Acho que deve ter alguma máquina de salgadinhos também. — Eu sugeri na melhor das intenções. Rachel pegou a bolsa dela e saiu do quarto com uma carinha não muito boa.

Ela voltou com várias latinhas de refrigerante e salgadinhos, jogou tudo sobre a cama.

— Soube que as estradas já foram liberadas.

— Mas ainda está chovendo forte não é? — Eu peguei um refrigerante e salgadinho, pulando na minha cama. O colchão de molas rangeu e eu achei que alguma fosse sair para fora.

— Sim. Mas eu pensei que se fosse devagar, poderíamos chegar a Nova Iorque em umas quatro horas.

— Não é melhor esperar amanha de manhã? — Sério, eu não queria brigar por esse motivo.

— Você tem razão, vamos esperar. É mais seguro.

A partir daí fomos engolidos por um silêncio constrangedor. Todas as minhas grandes ideias para uma conversa a dois foram péssimas e eu sequer abri a boca. Rachel recebeu mais umas duas ligações de Drew, até decidir aposentar o celular dentro da bolsa. Ela deitou na cama, virada para mim. Deu um sorriso e fechou os olhos.

— Rachel?

— Sim. — respondeu com uma voz amolecida pelo sono.

— Eu te amo.

— Eu também. — ela estendeu a mão, e eu a alcancei com minha mão suja de salgadinho.


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