Darker Than Black escrita por MsRachel22


Capítulo 2
Denied




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2 - Negado

Todos estavam armados e preparados para fugir. Os carros e a vã estavam posicionados para a trilha que levaria à estrada mais próxima. A fogueira estava quase apagada e havia apenas o silêncio. Ninguém ousou baixar a guarda quando eu, Karin e Kankuro nos aproximamos dos demais.

Entretanto todos me encaravam esperando uma explicação, alguma mentira que eu dissesse a respeito de tudo ficar bem por hora os acalmaria. Passei por eles e abri o porta-malas do meu carro e retirei um galão de desinfetante e uma garrafa pequena de álcool, guardei a arma no coldre preso na minha perna esquerda e peguei a lanterna.

A Haruno encarou-me surpresa demais; afinal aquilo significava apenas uma coisa: alguém havia morrido. Ouvi os passos apressados logo no meu alcance e não deveria duvidar que fosse a Haruno.

Em silêncio percorri o caminho até o corpo de Tenten ou do que costumava ser. O odor de sangue começava a ficar mais forte e mais enjoativo a cada passo. Despejei o álcool sobre os restos dela enquanto segurava a vontade de dar meia volta.

— Não me diga que é a Tenten. — a Haruno murmurou chocada e aparentemente descrente daquela cena.

— Não é a Tenten. — murmurei enquanto despejava mais álcool sobre a cabeça. Eu queria rir daquela pontada de ironia seca em minha voz, mas não havia motivo para risos. Afinal, era o final do mundo. — É o que sobrou dela, se quer saber. Me empresta seu isqueiro, Haruno.

Encarei o álcool misturando-se ao sangue fresco e fechei a garrafa, a coloquei no chão e estendi a mão para a Haruno. Mexi os dedos com impaciência enquanto esperava que o isqueiro me fosse emprestado.

— Eu não quero repetir. — disse impaciente enquanto virava o pescoço apenas para encará-la. Sua expressão era um misto de pena e horror. Revirei os olhos e andei até ela. — Não me faça pegar essa porcaria.

— Ao menos dê a ela um enterro. — a Haruno disse e senti meus lábios repuxando-se num sorriso cínico. — Ela não morreu como uma deles, ela ainda era humana.

— Sabe Haruno... Seu senso de lógica é estúpido e isso ainda vai matá-la algum dia, ou algum infectado vai fazê-lo. — murmurei enquanto ela me encarava sem medo algum. — Tenten já se tornou um deles quando foi pega. E acredite, esse é o enterro mais adequado e fino que qualquer um pode ter. Eu não faço isso com todos, você sabe disso.

Silenciosamente a Haruno retirou seu isqueiro do bolso da calça e me entregou. Agarrei a garrafa de álcool e o despejei sobre o cadáver, logo acendi o isqueiro e observei a chama quase tímida erguendo-se. Encostei a chama sobre uma mecha de cabelo de Tenten e logo ela propagou-se.

— Tem certeza de que quer esperar e ser atacada? — questionei enquanto olhava as chamas queimando algumas folhas ao redor; agarrei a garrafa de álcool e o joguei à Haruno que rapidamente agarrou-a.

Peguei o galão de desinfetante e, enquanto nos afastávamos, eu despejava o conteúdo no solo para apagar nosso odor. Repentinamente a Haruno parou de andar e arqueei a sobrancelha.

— Não precisa fazer isso, já estamos há uma boa distância. — ela murmurou e fechei o galão pouco depois. — Naruto, aqui não é mais seguro. Para onde vamos dessa vez? Norte? Sul? Interestadual? Tudo está infectado.

— Acha que eu não sei disso? — retruquei enquanto passava por ela e logo começava a avistar o acampamento.

— Tenten não foi a única. Não sabemos quando Neji foi pego ou onde. — ela disse sem rodeios enquanto sua voz se tornava mais cautelosa a cada palavra. Logo ela me acompanhava e havíamos alcançado o grupo. — Duas semanas atrás, perdemos mais dois num ataque. Nós precisamos de um lugar.

Imediatamente a encarei enquanto um sorriso debochado tomava conta da minha expressão. Era altamente estúpido acreditar que eu não sabia daquilo ou dos riscos que todos corriam.

— Você diz como se eu não conhecesse a situação. — retruquei enquanto andava apressadamente até meu carro, abri o porta-malas e guardei o que havia restado do álcool e do desinfetante. Em seguida fechei o porta-malas e caminhei até o centro do grupo. — Escutem!

Todos me encaravam atordoados ou simplesmente amedrontados. Nenhum deles havia saído da posição de ataque e disparariam quando necessário. Finalmente, eles estavam seguindo algumas regras.

— Eu sei que estão assustados e isso é natural. O que aconteceu com Tenten, Neji e os outros é apenas uma prova clara do que acontece quando não se segue as regras. — falei calmamente enquanto a Haruno pegava seu rifle e me encarava. — Aqui não é seguro, e nenhum lugar nesse inferno é. Mas eu achei uma rota que nos levará para a Muralha.

Por um segundo houve o silêncio e logo risos e lágrimas. Alguns se abraçavam e trocavam murmúrios de esperança e de alívio. E definitivamente eu quis que aquilo acabasse. Não demorou muito e todos se recompuseram, entretanto ostentavam calma e sorrisos alegres.

Acho que não preciso dizer que aquela felicidade era mentirosa, afinal para se chegar à Muralha alguém teria que ficar para trás.

— Não se animem tanto, não vai ser qualquer um que vai poder ir. — comuniquei de imediato e a descrença os abateu inesperadamente. — Para se viver na Muralha é necessário pagar. Ou seja, somente os mais fortes e mais resistentes podem entrar, já que podem contribuir na vigília e fortificação da Muralha. E eu não vou levar pesos-mortos, como Tenten e Neji.

Encarei cada um, todos ostentavam medo e raiva. Alguns se arriscavam em murmurar palavrões e outros estavam em pânico. Entretanto aquilo não era importante. Respirei fundo e dei dois passos na direção deles.

— Você não pode fazer isso! Todos tem o direito de ir! — uma garota disse irritada. Não passava de uma criança com muita coragem ou estupidez. — Meu primo não era um peso-morto! Minha irmã vai voltar também e...

— Sua irmã provavelmente está morta, assim como seu primo e a namoradinha dele. — retruquei impaciente com as lágrimas que começavam a rolar pelo rosto dela. Os olhos pálidos dela brilhavam de raiva e lembravam-me os olhos de Neji, ou do que restara dele. — Eu dei a eles três dias. Não acha que foi tempo demais?

— Ela vai voltar! Hinata-nee-san vai voltar! — ela bradou enquanto me encarava sem temor algum.

— De qualquer maneira, depois que buscarmos suprimentos, vamos a noroeste até chegarmos a Nakatsu. — informei enquanto desviava minha atenção da garota para os demais. — Shikamaru e Choji vão assumir a vigília. Os outros descansem e estejam preparados para amanhã. Quem não estiver em condições físicas ou mentais para prosseguir... Bem, que tente a sorte na estrada.

Ninguém ousou dizer mais nada e apenas encolheram-se como animais acuados. Respirei fundo e alguns me encaravam como se eu fosse a personificação do mal. Talvez eu fosse.

— Alguma dúvida? — questionei apenas por rotina. — Ótimo. Estão dispensados.

[19:19] 9/7 — Setenta e três dias antes, Distrito de Osaka

Um. Dois e três. Qualquer segundo parecia ser mortal e o último. O tom inebriante do vermelho pigmentava a pele daquele cadáver e pingava alto sobre os sacos de lixo, aquele gotejar parecia ser o único som do planeta.

Quatro; cinco e seis. Meus ritmos cardíacos pareciam ser uma coordenação bagunçada e altíssima de sons. Encarei com pavor as duas mulheres, esperando que alguma delas pudessem me dizer qual era a coisa mais sensata a ser feita; entretanto havia apenas o silêncio e as gotas de sangue caindo.

Sete. Oito. Nove. O barulho dos passos dos policiais aumentou repentinamente e o som das armas sendo destravadas chamou minha atenção.

— Mas que merda é essa? — a voz abafada de um policial me fez erguer levemente a cabeça.

Dez.

Repentinamente as duas empurraram o corpo, que caiu sobre o policial. Houve gritos e pânico enquanto levantávamos e corríamos para lugar algum. O ar chegava rápido demais em meus pulmões e os abandonava no mesmo instante. Minhas pernas tremiam e eu sentia meus músculos rasgando.

Os sons dos disparos se misturaram à adrenalina que era descarregada nas minhas veias; meu corpo foi puxado brutalmente e eu quase perdi o equilíbrio. Eu ouvia a respiração descompassada de uma das mulheres e as ordens para me mover mais rápido. Eu encarava rapidamente os prédios, as pessoas que também corriam e os carros que atravessavam direções opostas e a contra mão.

Havia fumaça por todo lugar, focos de incêndio estavam espalhados como atrativos de boas vindas num dia importante. Crianças tropeçavam e choravam desoladas, algumas eram atropeladas pelos carros e outras eram pegas por outras pessoas. No horizonte, a ponte principal que ligava Osaka com os outros distritos estava sobrecarregada de pessoas e carros.

Os barulhos de sirenes ecoavam pela cidade e havia policiais por toda parte. Bruscamente fui puxado mais uma vez, e perdi o equilíbrio. Parecia que minha cabeça pesava demais para ser erguida e tudo não passava de borrões coloridos e cinzentos. Meus braços eram puxados com força até que eu conseguisse recuperar o equilíbrio.

— Rápido! Entrem aqui! — a voz de um homem capturou minha atenção por um segundo.

Não era apenas uma questão de sobrevivência básica, na verdade não era apenas uma fuga por uma chance de se esconder dos policiais. Alguma coisa estava errada.

Corremos com o máximo de velocidade que nossas pernas permitiam e minha mente gritava que eu tinha que correr ainda mais. E então, eu cedi e só havia o som de portas sendo fechadas atrás de mim.

— Fiquem quietos e venham por aqui. Rápido! — o homem ordenou novamente, num tom desesperado e suplicante por obediência. Meus braços foram puxados e mantive o equilíbrio em meio a passos trôpegos.

Parecia que manter a cabeça erguida era simplesmente impossível, certa parte dos meus músculos não obedeciam ao meu cérebro. Eu conseguia enxergar os degraus quase infinitos que descíamos rapidamente e logo havia um foco de luz. Mais uma porta de ferro fora trancada assim que adentramos no cômodo e por fim o silêncio predominou.

— O que aconteceu com ele? Está infectado? — a voz de um garoto surgiu temerosa.

— Acalmem-se. Ele não está infectado, ele não tem nenhum dos sintomas. — o homem respondeu, acalmando a todos. — O que aconteceu com esse rapaz?

— Ele levou um tiro. Nós o encontramos no apartamento do prédio e... É só isso o que sabemos. — uma delas disse. Respirei devagar enquanto tentava murmurar qualquer coisa, entretanto as palavras não eram emitidas. — Ele perdeu muito sangue. Eu fiz o que pude, mas ele precisa de remédios. Por favor, só... Ajudem.

As palavras dos policiais e do noticiário voltaram a misturar-se em minha mente. Eu fitava o chão, enquanto as vozes dos demais ficavam cada vez mais distantes e parecia que o chão estava mais próximo. Meus batimentos cardíacos ficavam mais lentos, enquanto minha mente explodia num turbilhão de informações e ordens.

Logo o escuro se tornava mais chamativo e o silêncio mais acolhedor do que o barulho das discussões que os outros tinham. O ar entrou em meus pulmões e tudo simplesmente ocorreu rápido demais, e mais uma vez eu estava no chão. Só havia uma frase ecoando em minha mente, como um sussurro amigável enquanto minhas pálpebras pesavam.

Konoha. Lugar seguro.

[05:51] 22/9 — Agora, Clareira Fü de Kita Ward

Um suspiro escapou dos meus lábios assim que os raios solares atravessaram algumas nuvens e recaíam sobre meu carro. O silêncio predominava o lugar e nem mesmo os animais menores corriam de suas tocas para pegar comida. Ao longe Choji e Shikamaru se mantinham alertas e armados enquanto vigiavam os arredores.

Inalei o ar profundamente enquanto observava a calmaria ilusória sobre aquele lugar. Desci do carro e caminhei até o que restara da fogueira; calmamente espalhei as pedras e os restos de madeira para longe, em seguida arrastei a terra com o pé por um bom tempo até que o solo estivesse consideravelmente igual.

Ouvi o som de passos aproximando-se, entretanto não desviei minha atenção do solo. Logo houve mais passos e burburinhos matinais. Nada que realmente valesse a pena ser notado.

— Ei, Naruto. — a voz calma e altamente confiante de Karin chegou aos meus ouvidos. Eu a fitei após alguns segundos. — Temos que buscar suprimentos. Vamos logo.

— Acorde os outros. — murmurei e ela apenas afastou-se, indo na direção dos demais carros e da van. Com socos fortes nas latarias, Karin conseguiu acordar grande parte do grupo em pouco tempo.

— Ei! Acordem ou vão ficar para trás! — ela disse enquanto socava a lataria da vã. Quase instantaneamente cerca de seis pessoas saíram da van afobados, com medo de que a ameaça de Karin virasse verdade. — Quer que eu chame Choji e Shikamaru?

Balancei negativamente a cabeça e Karin ajeitou seu rifle. Esperei mais alguns minutos até que todos estivessem acordados e por fim o grupo estava completo.

— Eu vou selecionar três pessoas para irem comigo ao Hospital de Kanö buscar suprimentos. Os outros irão ficar aqui, prontos para abandonar o lugar. Se em três horas não estivermos de volta, vocês devem ir para Naniwacho, que fica a cerca de três quarteirões daqui. — falei enquanto todos me encaravam com certo temor. — Há uma placa, 8-22. Do outro lado da rua, está um estabelecimento fechado, com vidro fumê. Entrem lá e esperem no segundo andar.

— E depois? — Karin perguntou em seguida.

— Depois, tranquem o lugar e esperem que nós cheguemos. Por hora, vai ser nossa base. — respondi enquanto observava os olhares surpresos e nervosos que todos trocavam entre si. — E é por isso que vou selecionar três pessoas para ficarem responsáveis pelas chaves. Caso a primeira morra, a segunda assume a posição e assim por diante.

Aguardei um minuto inteiro e ninguém disse nada, então prossegui:

— Shikamaru e Choji estão cansados demais, portanto estão apenas responsáveis pela segurança como todos os demais que não forem escolhidos para liderar o grupo enquanto eu estiver fora. — avisei rapidamente. —De qualquer maneira, não entrem em pânico e não façam barulho ou vão acabar chamando a atenção dos infectados. Kankuro, Haruno e Yahiko, vocês vem comigo.

Eles apenas emitiram alguns murmúrios positivos e logo ficaram em silêncio.

— Shino, Karin e Shino vão ficar responsáveis pelas chaves. Não percam isso. — adverti antes de entregar um pequeno molho de chaves para Karin. Ela assentiu em resposta e o pegou. — Há três chaves. A maior abre a primeira porta com vidro fumê, a segunda tem uma borracha verde na base e abre o acesso aos funcionários. A terceira tem uma inscrição e abre uma porta de aço. Usem a última chave em último caso.

— Por quê? Tem algum tipo de coisa obscura relacionada com a chave? — Shino se pronunciou, tentando amenizar a tensão eminente. Ele sorriu relaxado enquanto agarrava sua arma.

— A última chave abre uma porta de aço, que dá numa sala do pânico. Não usem sem necessidade. Entenderam? — questionei seriamente enquanto os três apenas assentiam. — Não se animem tanto... Esse quarto do pânico pode ter infectados dentro, afinal quem não garante que o dono não o usou?

— Quando nós partimos? — a Haruno questionou.

— Em trinta minutos. Peguem o necessário para primeiros socorros, munições, facas e o mínimo possível de coisas inúteis. — informei enquanto todos assentiam em silêncio. — Haruno, faça a lista dos remédios necessários. Yahiko e Kankuro cuidem das armas e munições. Os outros já sabem o que fazer.

[06:31] 22/9 — Agora, Clareira Fü de Kita Ward

O entardecer poderia ser até agradável, mas não naquele mundo. Era apenas um aviso de que tudo ficaria pior à noite e de que uma hora de descanso poderia ser o maior risco a se tomar. Inalei o ar enquanto todos estavam prontos para seguir as ordens.

— Nós temos apenas três horas para retornar, se não voltarmos a tempo, prossigam. — alertei pela última vez enquanto verificava se minha arma continuava carregada. — Estejam preparados.

— Mas e a minha irmã? — a voz chorosa daquela menina soou desesperada por atenção e razão. Não precisava olhá-la para saber que estava em lágrimas. — E se ela voltar? Não podemos simplesmente ir embora!

— Sua irmã está morta, assim como seu primo e a namorada dele. Não vou esperar por uma infectada. — declarei sem me importar com a descrença em seus olhos marejados ou em sua feição infantil ganhar tons tristes. — Se ela voltar antes dessas três horas intacta, ótimo. Ela retorna para o grupo. Caso contrário, você vai ter que decepar a cabeça dela.

— Não exagere tanto Uzumaki... Ela é só uma criança. — Yahiko interveio levemente preocupado.

— Nenhuma criança acredita que a irmã morta pode estar viva em algum lugar considerando o que ela já viu e o que ela já sabe. Se ela tem maturidade para me contrariar, pode muito bem cuidar da irmã. — retruquei sabendo que a frieza estava em cada palavra minha. Mas eu não conseguia me importar. — Certo?

— Ela está viva! — a garota insistiu mais uma vez e apenas sorri-lhe secamente.

— Então não vai ser um problema matá-la antes que ela faça isso com o grupo, certo? — questionei impondo o desafio. E a garota o aceitou prontamente. — Vamos. Vocês já sabem a quem culpar se alguém for morto.

Passei por eles enquanto jogava minha mochila nas costas e entrava em meu carro. Logo depois os demais começaram a se mover e a Haruno abriu a porta do passageiro do meu carro, adentrando em silêncio. Yahiko e Kankuro entraram em seguida, acomodando-se no banco de trás.

Nada fora dito quando comecei a dirigir para a saída da clareira. Virei à direita e estávamos na rua. O asfalto era apenas uma longa linha escura cercada de prédios e árvores. Tudo estava quieto. Conforme eu dirigia em linha reta, a quietude dos comércios e casas começa a ser incômodo demais.

— Isso tudo está estranho demais. — Kankuro murmurou enquanto meus olhos estavam presos na estrada. — Não gosto desse tipo de silêncio. Geralmente, indica que alguma coisa ruim vai acontecer.

Continue avançando pela estrada com mais velocidade e depois de alguns minutos, virei à esquerda. As portas abertas e vidros quebrados dos pequenos estabelecimentos que preenchiam aquela rua indicavam o que havia acontecido. Estacionei o carro próximo ao hospital e todos desceram.

(Hold On)

— Vamos entrar, pegar o necessário e ir embora. Nada de vasculhar a área. — informei enquanto ajeitava a mochila em minhas costas. — Atirem em último caso. Não se separem a menos que seja absolutamente necessário.

— Se isso acontecer, o que fazemos? — Yahiko perguntou enquanto desembainhava sua espada. — Temos que ter um plano.

— Tenho um plano. — informei enquanto os três me encaravam. — Na verdade é bem simples: não morram.

Passei por eles e subi os degraus com cautela enquanto pegava meu facão e começava a ser seguido pelos outros. As portas empoeiradas do hospital estavam levemente quebradas, empurrei uma delas e adentramos no lugar rapidamente. Rachaduras e sujeira estavam por todo o lugar. A recepção estava revirada, havia sangue e buracos de bala pelo balcão e pelas paredes. As cadeiras estavam jogadas e algumas quebradas no saguão, não havia luz suficiente por todo o lugar, a maioria das lâmpadas estava quebrada.

Corpos estavam estirados em alguns cantos e o cheiro começava a ser insuportável.

Continuamos a andar e a Haruno indicou com a cabeça a sala de medicações. Preparamos-nos para entrar nela, Yahiko foi na frente, sendo seguido por Kankuro, a Haruno e eu. Ele abriu a porta, tentando fazer o mínimo de ruído possível. Entretanto ouvimos um barulho de dentro da sala. A Haruno pegou sua lanterna e a ligou enquanto nos movíamos para entrar na sala.

A tensão e a adrenalina começavam a crescer e houve mais um barulho. Era um infectado.

— Esperem! Me ajudem! — a voz trêmula e baixa de um rapaz ecoou pela sala. A Haruno jogou a luz da lanterna sobre ele, era um rapaz extremamente pálido e de cabelos escuros repicados, suas roupas estavam sujas e levemente rasgadas. — Não me matem.

— Sasuke? — a voz da Haruno era surpresa.

Não houve tempo para mais nada. O barulho de armas sendo destravadas e de passos rápidos preencheu o lugar. Ordens para ficar parados e entregar nossas armas eram ditas. O rapaz dentro da sala respirava com dificuldade e nos encarava com insistência.

O som de grunhidos vinha do andar superior. Encarei o teto rapidamente e as rachaduras mostravam que poderia facilmente cair. Havia infectados ali. E logo havia um cheiro de cigarro no ar enquanto os passos aumentavam; senti o cano da arma contra minha nuca e fiquei imóvel.

— Parece que temos visitas...


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Notas finais do capítulo

Yo!
Segundo capítulo postado, desculpem-me pela demora, vários fatores acabaram influenciando na demora. Mas espero que tenham gostado. ^-^ Algumas explicações: a Muralha é um refúgio altamente fortificado e que só aceita pessoas saudáveis e fortes. O Naruto tem essa personalidade não apenas pelo o que aconteceu, mas também pelas decisões que ele tem tomado com o decorrer da propagação da doença; o grupo dele tem no total 16 pessoas e os mais fracos são deixados para trás.
Por enquanto a proposta da fanfic é esta e espero que gostem ^~ De qualquer modo, algumas músicas vão surgir em alguns capítulos e a continuação possivelmente sairá logo (não é uma certeza).
Se houve qualquer erro ortográfico, por favor me avisem. Desculpem-me pela demora mais uma vez e se o capítulo não ficou muito bom.
Sugestões, reviews e críticas são bem vindos. E obrigada por estarem acompanhando.
Até o próximo!
o/



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