Darker Than Black escrita por MsRachel22


Capítulo 3
Run or Die




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3 - Corra ou Morra

Nada era mais torturante do que o silêncio. Talvez o excesso de adrenalina que bombeava em minhas veias ou apenas a raiva crescente. Na verdade era apenas a parte sobre a incógnita que envolve os vários significados do silêncio que me torturavam. Os grunhidos dos infectados no andar de cima começavam a ficar mais altos e indicavam que o perigo estava próximo demais.

Ou era naquilo que eu queria acreditar.

— Vou fazer apenas duas perguntas e espero que me respondam satisfatoriamente. — a voz grave e divertida de um deles - o líder, provavelmente - ecoou pelo lugar. — Quem é o líder de vocês e onde estão acampados?

Os olhares assustados e enfurecidos de Yahiko, Kankuro e da Haruno mesclavam-se entre a linha tênue do desespero e da sobrevivência. Eu sabia que qualquer palavra errada determinaria o fim da linha e talvez fosse aquele tipo de adrenalina que despertava o medo em meu sistema.

— Não me façam perguntar mais uma vez. — o líder insistiu impaciente. — Virem-se agora.

Obedecemos à sua ordem sem questionamento algum, erguemos as mãos, exibindo nossas armas enquanto os grunhidos dos infectados ficavam mais altos e mais irritantes. Encarei com cautela todos eles - eram cerca de dezoito. O líder tinha duas cicatrizes profundas na diagonal em seu rosto, trajava um sobretudo longo, além de calças escuras e uma camisa num azul desbotado.

Ele ajeitou suas luvas e tragou o cigarro que tinha na mão esquerda calmamente e nos encarou com tédio.

— Eu sou o líder. — respondi enquanto o barulho das armas sendo preparadas para disparar aumentava a tensão. — Estamos acampados depois da ponte.

— E por que diabos vocês viriam tão longe? São uns bons quilômetros. Atravessar a cidade não é algo simples, ainda mais atualmente... — o líder replicou e pouco depois tragou mais um pouco, soltou a fumaça e deixou escapar um suspiro cansado. — Ou vocês estão realmente desesperados ou são mentirosos.

— Restou alguma coisa além de ser desesperado em sobreviver? — questionei ignorando os olhares de advertência da Haruno. O líder apenas coçou o queixo e tragou mais um pouco. — Precisamos de remédios. O Hospital Geral está tomado.

— Eu sei disso. Eu o limpei há um mês. — ele disse enquanto dava cinco passos na minha direção. — Imagino que para vocês deva ser um verdadeiro desafio encontrar alguma coisa por essas bandas, já que eu consegui fazer um bom armazenamento de remédios. Não que isso me importe.

Ele virou-se e encarei o teto rapidamente. As rachaduras estavam sobre boa parte do teto e em algumas colunas, além das paredes. Os barulhos de passos lentos e grunhidos vorazes apenas comprovavam que havia um considerável número de infectados no andar de cima.

Uma quantidade exagerada de peso e o teto cederia.

— Em quantos vocês estão, garoto? — ele questionou-me logo após se virar e andar em minha direção. — Nenhum líder seria tão estúpido de abandonar seu grupo para caçar suprimentos a menos que estivesse liderando um grande grupo. Então, vamos ser diretos, ok? Diga-me em quantos vocês estão e talvez eu os ajude.

Uma das primeiras regras que ditavam aquele mundo baseava-se apenas em um fato. Infectados são perigosos, mas seres humanos sempre serão mais. Nunca se deve baixar a guarda.

Um mínimo sorriso cínico brotou em meus lábios e o encarei duramente. Seu olhar ostentava sua irritação e sua falsidade em cada palavra proferida.

— Bem... Talvez eu não seja um bom líder. — respondi. — Meu grupo tem no total quinze pessoas, contando conosco. O problema é que precisamos de remédios e não me importo se esses imbecis têm de morrer para que eu consiga.

— Seu bastardo! — a Haruno bradou e avançou na minha direção. Um disparo fora feito e acertara de raspão seu braço direito. — Eu deveria ter deixado você na sarjeta quando tive a chance — ela murmurou enquanto parecia ignorar o tiro.

— Não, você não é um bom líder garoto... — a voz do homem soou extremamente tediosa, ele tragou mais um pouco e abandonou o cigarro no chão. — Você é péssimo. Acho que isso significa que podemos conversar mais claramente aqui, certo? — ele aproximou-se da Haruno e a puxou pelo braço atingido. — Ela me parece saudável. Qual é a utilidade dela, hã? Digo, além de servir como prostituta...

Por meio segundo eu soube que estava arriscando demais, entretanto ao ouvir os grunhidos desesperados dos infectados, um meio sorriso se instalou em meu rosto. Encarei cada um lentamente e a Haruno causou o primeiro fio de pânico em meu ser no instante em que cuspiu no rosto do homem e recebeu um tapa no rosto em troca.

Ela ergueu o rosto em seguida e cuspiu mais uma vez no rosto dele.

— Não me confunda com a maldita da sua mãe! — ela ditou e puxou seu braço com força, afastando-se dele. O homem sorriu com escárnio e limpou o rosto lentamente.

— Garoto, ela tem fibra. Espero que a língua dela tenha tamanha utilidade mais tarde. Meus rapazes estão um pouco contidos demais, se é que me entende... — ele disse enquanto um sorriso malicioso brotava em seu rosto e risos surgiam timidamente. — Você está disposto a entregá-la por um pouco de remédios?

— Quero cinco caixas de primeiros socorros e tudo o que preciso nesta lista multiplicado por três. — anunciei enquanto pegava a cópia da lista em meu bolso e estendia em sua direção. Ele arqueou a sobrancelha. — Se acha que está alto demais, posso compensá-lo com mais duas. Elas estão no acampamento, são tão admiráveis quanto esta aqui.

Os risos maliciosos preencheram o ar, tão como a descrença da Haruno e dos demais. Eu não podia ligar para aquilo enquanto o teto não cedesse. Afinal eu o faria ceder, e até lá, nada era arriscado demais. Ou ao menos, era nisso que eu poderia me agarrar fielmente.

A repentina malícia cessou quando seu líder nos encarou com seriedade e satisfação. Ele analisava-nos com desconfiança e ambição. Com certa elegância, ele sorriu em aprovação. Algumas armas foram travadas, entretanto ainda estávamos sob as miras das armas.

— Stanford e Jiun, vão lá e tragam o pedido do nosso rapaz logo depois que a moça passar para o nosso lado. — ele ditou enquanto alisava lentamente a cicatriz em seu rosto. — Não sou um homem tão simples de satisfazer, doçura. Então venha logo para cá, e assim temos um acordo.

Aquele tipo de reação era arrogante e extremamente previsível. Inalei o ar calmamente, sabendo que a Haruno provavelmente me queria morto enquanto eu permitia que o líder a puxasse pelo braço como se ela fosse um objeto de troca. Trinquei os dentes enquanto assistia aquele homem desarmando-a e apertando-lhe a pele como se ela fosse sua mercadoria.

Àquela altura eu não podia me dar ao luxo de me importar.

— Me soltem! Não toquem em mim, seus filhos da puta! Eu vou matar você Naruto! — ela bradou tentando se soltar dos braços dele. Os olhos dela brilharam com ódio e lágrimas. — NÃO CHEGUEM PERTO!

— Meus remédios. — intervi.

Os gritos da Haruno começavam a atiçar os infectados, o som do desespero de algum modo ainda atiçava qualquer tipo de predador. Era apenas mais um instinto humano, aquele de agarrar-se a qualquer força e atacar quem lhe ameaçava adiantaria por um minuto ou dois. Era quase trágico e poético ver como ela tentava fazer com que eles ficassem longe.

Lentamente abaixei as mãos assim que as armas foram abaixadas em sinal de uma leve trégua. Era apenas mais um instinto de confiança. Somente mais um erro.

— Yahiko, atire neles quando eu mandar. — os outros se aproximaram lentamente e esperei que Yahiko tivesse me ouvido. — Apenas quando eu mandar e não faça merda até lá.

— Eles vão tentar... — o rapaz com os cabelos arrepiados disse num tom raivoso.

(Cloud Pusher)

— Cale a porra da boca e corram quando eu mandar. — rosnei tentando ignorar os gritos da Haruno e os risos maliciosos quando conseguiram rasgar parte de sua blusa. Meus dedos apertaram mais ainda o revólver e lentamente esperei que eles retornassem com os remédios.

Seis deles apareceram de um corredor, trazendo caixas e duas bolsas grandes. Eles jogaram as caixas e as bolsas em minha frente e por meio segundo houve certo silêncio. O líder sorria lisonjeiro e quase amigável, enquanto a arrogância brilhava mesclada com a malícia em seus olhos. Nada além de um miserável que sobrevivera graças à sua arrogância.

— Ora, ora... Parece que acabamos com o acordo por aqui. — ele anunciou enquanto encarava a Haruno e depois me lançou um olhar cúmplice. — Seus remédios. Nossa garota.

— Não mais.

Ergui o revólver rapidamente e apenas ouvi o som do disparo em seguida. Pólvora e adrenalina. Um segundo equivalia a isso. Um erro equivalia àquela punição.

Tudo acabou ficando perigoso e rápido demais, conforme o líder tropeçava para trás, segurando com força o abdômen conforme o sangue surgia. Os grunhidos dos infectados ganharam volume e atenção no mesmo instante.

— Porra, atira! — ordenei enquanto o possível choque daquela informação anestesiava a grande maioria. Disparei mais uma vez contra o líder, acertando seu joelho esquerdo. — Atira Yahiko!

Agachei e rolei para trás de uma coluna. Yahiko e Kankuro começaram a atirar e agacharam a fim de tentar evitar os disparos mais óbvios. Ambos esconderam-se atrás de outra coluna, mas aquilo não fazia meu sangue bombear como nunca. Não era aquele tipo de preocupação que me mantinha atento. Meus olhos procuravam a rachadura mais frágil e quando a encontrei um pequeno sorriso ousou se instalar em meu rosto.

E morreu instantaneamente quando vi o rapaz pálido correr agachado e agarrar as bolsas como se sua vida dependesse delas. Ironicamente, dependia.

— Filho duma puta! — bradei enquanto virara o corpo rapidamente e atirava aleatoriamente, esperando que alguns deles caíssem logo. Corri em sua direção enquanto o barulho de disparos e o cheiro de sangue impregnavam a cena. — O que você pensa que está fazendo, seu idiota?!

— Eu posso ajudar! — ele retrucou raivosamente. — Merda, você tem que salvá-la!

Piedade. Compaixão. Eu não sabia classificar ao certo o que estava em seu rosto quando ele citou a Haruno, pois há tempos não havia espaço para aquele tipo de sentimento.

— Quer ajudar? Pegue os remédios e as bolsas. E não morra. — falei enquanto Kankuro aproximava-se para nos dar cobertura. — Proteja esse imbecil, pelo menos por hora. E atire nesses bastardos!

Havia algo de diferente naquela adrenalina. Talvez fosse sua proporção ou simplesmente os riscos não calculados. Fossem os grunhidos dos infectados acima da minha cabeça ou os tiros ensurdecedores, como se aquela fosse novamente a primeira fase de limpeza das cidades, definitivamente havia algo de diferente naquela adrenalina.

Eu avistei a Haruno e corri desesperadamente em sua direção. Era um pequeno campo de batalha e o tempo se esgotava. As rachaduras começavam a ficar mais profundas e quando a mão de um infectado atravessou uma rachadura no teto eu soube que só havia duas opções. A primeira era abandoná-la ali. E a segunda era estúpida demais. Humana demais.

O tremor leve que a arma proporcionava ao ser disparada me mantinha atento. O cheiro de uma morte a queima roupa parecia trazer certa normalidade naqueles tempos. Meu braço continuava estendido e o recém cadáver estirado diante dos meus pés olhava-me vidrado. Era quase perturbador, até certo ponto.

Eu havia derrubado aquele homem há pouco e ainda assim não parecia ser o suficiente; os rosnados selvagens dos infectados prenderam minha atenção no mesmo instante em que a Haruno derrubou um e roubou sua arma, disparando-a sem qualquer rastro de misericórdia. O sangue fresco atiçava mais ainda os infectados e logo dois pares de braços atravessavam a rachadura mais falha. O teto cederia.

— Corram! Merda corram!

O concreto começava a ceder desigualmente e os disparos aleatórios acertavam, em grande parte, as colunas danificadas. O rapaz pálido atirou-me uma granada, ainda travada, em seguida. A agarrei e retirei o pino, atirei longe a granada.

— Corram, porra!

Aquela era uma adrenalina totalmente diferente. Meus batimentos cardíacos não eram tão ensurdecedores quanto o barulho da explosão. A confusão me tomou quando meu corpo foi lançado para frente sem qualquer aviso. Não havia tempo para analisar os danos, apenas levantar e continuar correndo.

Tudo parecia girar a cada passo que eu dava, manter o equilíbrio era tão difícil quanto localizar a saída. A poeira entrava impiedosamente em meus pulmões e eu tossia constantemente, mas ainda não poderia me dar o luxo de respirar fundo. Não enquanto os grunhidos não parassem.

Tudo parecia entrar em câmera lenta. Meus olhos prenderam-se aos membros expostos, aos ossos exibidos nos corpos dos infectados e ao vermelho pegajoso no chão. Aquilo era apenas um efeito colateral.

Comecei a correr o máximo que conseguia enquanto ouvia os rosnados logo atrás de mim. Olhei para trás a tempo de ver os corpos mesclados com pedaços de concreto; os infectados que haviam conseguido suportar a queda moviam-se lentamente enquanto outros começavam a mancar em minha direção.

— Vamos Naruto! Corre, seu bastardo de merda! — o zumbido em meus ouvidos devido à explosão fazia a voz de Kankuro soar absurdamente irritante. Alcancei as portas e as empurrei rapidamente.

O som de outro disparo me fez virar a cabeça para trás. Um infectado fora atingido na testa com precisão e olhei para frente, enquanto a claridade parecia ferir meus olhos e o zumbido começava a ceder. Yahiko empunhava um rifle e gritava desesperadamente enquanto estava parado ao lado do carro.

Finalmente alcancei o carro, entrando com pressa no lado do passageiro. Olhei para dentro do carro, Kankuro e o rapaz pálido estavam dentro do carro, segurando caixas e bolsas. Yahiko deu meia volta e correu até o lado do motorista. Meus olhos vasculharam o lugar, à procura da Haruno. Meu sangue pulsava doentiamente enquanto certa agonia crescia em minhas veias. Afinal, sempre haveria um risco e geralmente alguém ficaria para trás.

Era assim que aquele mundo funcionava.

Mais dois disparos foram efetuados por Yahiko e as portas do hospital foram abertas mais uma vez e a Haruno corria por elas, enquanto seis infectados a seguiam numa velocidade média. Ela fraquejaria a qualquer minuto, eu sabia disso. E mesmo assim, continuei sentado apenas observando-a.

Kankuro desceu do carro e empunhou sua arma, disparando juntamente com Yahiko. Ambos conseguiram abater dois infectados que estavam mais próximos dela. Um infectado ziguezagueava entre os tiros, enquanto sua boca retorcia-se como de um animal enfurecido. Cerrei os punhos com força e pulei para o lado do motorista.

Liguei o carro enquanto os sons dos tiros se tornaram mais frequentes. A porta do passageiro ainda estava aberta e ela atirou-se para dentro do carro, tal como Kankuro e Yahiko. Pisei no acelerador e troquei as marchas rapidamente.

— Fechem as janelas agora! — bradei enquanto começava a dirigir o mais longe possível dos infectados.

Olhei pelo retrovisor e certo fio de pânico começou a se instalar. Uma multidão de infectados corria pelas portas do hospital e começava a nos perseguir. Pisei ainda mais no acelerador, e ainda assim não parecia ser o suficiente. Muitos corriam como animais e outros mancavam e ganhavam velocidade.

Eles rugiam e grunhiam irritados, e alguns começavam a amontoar-se tentando saltar. Parecia ser inútil pisar no acelerador e um deles estava próximo demais. Ele saltou e rolou por cima do carro, pisei mais ainda e seu corpo foi lançado sobre o capô e caiu.

O desespero tornou-se alívio quando consegui ganhar uma distância considerável. Os grunhidos deles ecoavam ao fundo, como se eles determinassem em urros quais eram seus territórios. Pouco a pouco o silêncio imperava.

— Vamos para o acampamento? — Yahiko perguntou, quebrantando o silêncio após longos minutos.

— Não é seguro lá. Vamos para Naniwacho. — informei logo após virar à esquerda na estrada erma. Ninguém disse nada e por hora o silêncio era a melhor resposta.

[07:54] 22/9 — Agora, Naniwacho

Cinza e tons manchados de vermelho enfeitavam os prédios. Rachaduras, pedaços de concreto e buracos estavam em todos os lugares, como se estivessem apenas como uma prova substancial de que o fim do mundo estava sobre nossas cabeças. Os céus escuros e quase sem nuvens pareciam pinturas borradas feitas por uma criança.

Mas isso não era relevante. Não era tão desafiador como o silêncio.

Estacionei o carro no meio fio da rua estreita. O cenário era apenas mais do mesmo: destruição e desolação humana pelos cantos. Sem qualquer palavra, todos nós descemos do carro e fechamos as portas. Yahiko e Kankuro dividiram as bolsas entre si e deixaram que o rapaz pálido carregasse as caixas.

Saquei meu revólver e o recarreguei e calmamente caminhei até a placa 8-22, guiando-os sem qualquer palavra. Bati na porta três vezes e não houve resposta. Após alguns segundos a porta fora aberta por Shikamaru e entramos com pressa no local.

— Ainda bem que vocês voltaram. As coisas estão um pouco complicadas por aqui. — Shikamaru murmurou num tom extremamente aliviado e tenso ao mesmo tempo. — Quem é o branquelo?

— Um imbecil. — retruquei enquanto guardava meu revólver no coldre.

Passei por Shikamaru e olhei em volta, a luz baixa de uma lâmpada iluminava falhamente um canto escuro da sala revirada. Mesas e cadeiras estavam jogadas na saída de emergência, bloqueando-a. Uma chapa metálica e suja estava centralizada no cômodo, as pinturas de gueixas e sóis nascentes estavam manchadas e descascadas, tal como o carpete que amortecia os sons dos passos.

Um balcão de concreto estava próximo à porta, com uma caixa registradora aberta e vazia. Mais ao fundo havia um lance de escadas e garrafas quebradas no chão. Dois lampiões foram colocados sobre a chapa e o balcão a fim de trazer mais claridade ao local.

Não demorou muito e os outros do grupo começaram a descer a escada, um a um, a passos absolutamente cautelosos e trêmulos. Karin apareceu encarando-me com certa diversão enquanto Hanabi ostentava um olhar confiante.

— E, Naruto... Hinata Hyuuga está viva. — Karin anunciou com certa diversão na voz. — Parece que alguém está de volta ao grupo.

Com orgulho e ódio no olhar, ela desceu as escadas sem alterar seu olhar duro sobre mim. O rosto tinha pedaços de esparadrapo e suas roupas estavam sujas e rasgadas. Ela parecia não se importar com o vermelho viscoso nas bandagens do braço direito ou com qualquer coisa. E aquele olhar cinicamente orgulhoso estava me irritando.

— Por hora, ainda está viva. — falei encarando-a. — Na verdade, eu só tenho uma pergunta: como? Porque até onde eu sei, Neji era a parte útil da família...

A ardência queimava minha bochecha e serpenteava em minha pele. A respiração alterada dela indicava o descontrole emocional e que ela estava à beira de uma explosão; o tapa que ela havia me dado ainda parecia surreal. Um sorriso cínico se instalou em meu rosto em resposta.

— Não ouse mencionar o nome dele, seu canalha desgraçado! — ela ordenou e por um mínimo segundo eu quis retirar meu revólver do coldre. — Ele salvou sua vida miserável, então finja que tem algum respeito e cale a maldita boca.

— Escute bem, Hyuuga, porque eu juro que não vou repetir isso. — segurei seu rosto, forçando-a a manter o contato visual. — Neji tinha uma utilidade e adivinhe o que aconteceu quando ele não foi bom o suficiente. Porque ao contrário dele, eu não vou hesitar em lhe deixar para trás.

Soltei seu rosto enquanto o silêncio dos demais parecia impenetrável. Não me importei com os olhares de descrença, medo ou de pura recriminação. Eles não tinham importância, apenas uma função: sobreviver. E quem não fosse bom o suficiente, não teria uma segunda chance.

Na verdade, eu não daria chance alguma.


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Notas finais do capítulo

Yo!
Mais um capítulo postado. Espero que tenham gostado deste. Hã... Bem, por hora a estória vai ficar levemente focada sobre o vírus, como ele se espalhou e como eram as vidas das personagens antes da mudança. Bem... Não sei se o capítulo ficou muito bom, caso não tenha, avisem-me sobre o que precisa de mudanças.
As músicas serão inseridas conforme o momento, então podem ser apenas instrumentais ou não. Algo que posso garantir sobre a fanfic é que aos poucos o romance será inserido, primeiro uma estrutura para depois poder aproximar as personagens (é assim que eu consigo lidar com o tal romance), e logo mais, alguns fatores vão alterar o rumo da fanfic.
É mais isso por enquanto, espero mesmo que tenham gostado.
^^ Agradeço os comentários e os que estão acompanhando.
Até o próximo (que já está sendo escrito)!
o/



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