Passado um tempo após sua viagem no tempo, Gohan estava sentado em uma rocha não muito distante da Corporação Cápsula. Lá ele relembra de sua ida ao presente de Piccolo, e da longa conversa que havia tido com aquela bela garota de olhos azuis. Até que ele sente um Ki familiar... [♫]

– M-Mas como?! Não pode ser! – rapidamente ele se levanta assustado e voa em direção ao Ki. Logo ele pousa devagar no chão surpreso com o que encontra.

– G-Gohan? Seus ferimentos estão melhores? – pergunta Videl um pouco acanhada se aproximando.

Gohan a observa confuso, mas feliz em vê-la novamente. Então ele repara na máquina do tempo próxima a eles, deixando escapar um leve sorriso de canto de lábio.

– Os ferimentos estão se fechando com o tempo, mas o que mais incomoda é a dor de ter que sempre fugir.

– Vem cá... – ela começa a desembrulhar uma trouxinha e tira de dentro um potinho, no qual ela abre. – Isso é um remédio feito com ervas... É cicatrizante... Vi minha mãe fazer quando eu era pequena, mas aprendi a fazer só de olhar... Por ser natural ele tem um grande poder de cura...

Gohan observa o pote, mas quando Videl começa a preparar o remédio, ele fica a olhando nos olhos.

– V-Videl, me desculpe por não ter salvado sua família na minha realidade. – diz esticando o braço pra pegar o potinho -: E obrigado pelo remédio... Tenho certeza que irá me ajudar muito. Temos poucos medicamentos por aqui... – em momento algum ele deixa de olhá-la.

Videl entrega o potinho a ele e pega um pouco de remédio nas pontas dos dedos.

– Passe no ferimento até a pele absorvê-la totalmente... Irá arder na hora, mas fará grande efeito... – ela aproxima os dedos com o remédio em direção a uma ferida no rosto do Gohan -: Err... Me permite?

– Sim... Claro. – Gohan reage ao toque, mas não pela dor e sim pela suavidade dos dedos dela -: O-Obrigado... – Enquanto Videl o medica, ele continua a olhar em seus olhos -: Videl... Eu... Continuo lhe dando trabalho em sua realidade?

– Dá um pouco de trabalho sim... Às vezes até dor de cabeça demais... – ao perceber que Gohan a olha nos olhos, ela se cora sorrindo acanhada.

– Você é tão bonita sorrindo... – Os olhos dele já estavam perdidos nos dela –: É tão raro ver alguém sorrir por aqui... Sua presença renova as minhas energias e ajuda a curar o meu espírito. Obrigado... Videl.

– P-Por nada Gohan... – Videl fica cada vez mais corada –: É o mínimo que eu posso fazer... – A pele dele termina de absorver o remédio, e então ela tira a mão de seu rosto -: Como não posso fazer nada contra aqueles malditos androides... Ajudar-lhes com as pequenas coisas creio que faria alguma diferença...

Os dois então trocam olhares, ambos acanhados.

– E faz bastante, pode ter certeza. – diz Gohan -: Você é a prova viva de que pode existir um futuro diferente. Obrigado novamente. Mas... Acho que talvez seja melhor você voltar para o seu tempo... Eu, digo, o outro eu... Deve estar preocupado. Além do mais é perigoso você ficar por perto...

Gohan observa ao seu redor preocupado e continua:

– Os ataques dos androides têm estado mais frequentes. Eu não gostaria nem um pouco que você arriscasse sua vida... Mesmo que fosse por mim. – diz ficando corado -: Porém adoraria vê-la outra vez... – ele olha para os lados, depois abaixa a cabeça sorrindo e a ergue olhando para os olhos de Videl -: Valeu mesmo a pena ter conhecido você...

Videl desvia o olhar entristecida.

– Tem razão... Devo voltar... Mas não se preocupe com o seu outro eu, apenas brigamos ultimamente, mesmo estando separados. Mas... – diz ela sorrindo voltando a olhar para Gohan -: ...Fico feliz em saber que minha presença te alegra...

– Talvez o outro eu, só entenda o valor de uma pessoa especial, quando ela não existir mais... Enfim, obrigado pelo medicamento e pela companhia... Videlzinha...

A garota se cora ferozmente e tenta disfarçar continuando o assunto.

– E-E-Ele... É... Muito... Aaaam... Ciumento. Não confia em mim plenamente e isso me chateia, sabe? E tem hora que cansa ciúme excessivo. Bom... Vou ir...

Videl se aproxima de Gohan e lentamente lhe dá um beijo na bochecha.

– Obrigada por me alegrar com suas palavras, também gosto de sua companhia...

Gohan fica surpreso com o gesto de Videl e cora-se ferozmente. Sem mais, ela corre até a máquina do tempo e com um impulso voa rapidamente para dentro dela.

– Videl... – sussurra Gohan, que a observa partir -: Obrigado...

A máquina começa a voar e aos poucos some no céu.

– Então é isso...? Borboletas no estômago... Agora eu entendo.

Gohan sorri e permanece ali, olhando o pote de remédio em sua mão.

O que será que acontecerá daqui pra frente?