Sweet Nothing escrita por BloodyBunny


Capítulo 15
Cap. 15- Bad Meat Burns In The Devil Horns


Notas iniciais do capítulo

Pelas ideias das minhas excelentes leitores, vou guardar o melhor para o fim e assim escrever esse capítulo que saiu ainda maior.

Cheguei aos 40 comentários, uhuh! Graças a vocês mufins de nutella

Mais um capítulo com os sentimentos e pensamentos dela, os momentos de Carl e Sam, que mais... Esse não terá muito Hayden, mas esse também não é pêra doce.
Nos despedimos do pai da Sam, coitado. E a Sam vai fazer justiça como é claro.



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Cap. 15- Bad Meat Burns In The Devil Horns

             Tinha parado de chorar, fugi dali, daquela prisão, indo pela floresta, descendo pela colina, mas sem rumo.

             Tinha várias pedras, folhas caídas, e ramos, os cabrões praticamente arrastavam os pés, caiam por ali a baixo. Para além do mais, chovia. Porque fugi? Pressão a mais, o facto de querer matar Jennifer, meu ódio por ela e por querer esclarecer minhas ideias.

             Olhei para o lago, os pingos de água faziam com que aquilo distorcesse minha cara, olhei para o céu, onde estava Deus no meio disso tudo? Deve estar apreciando o espectáculo, comendo pipocas enquanto nós ficamos aqui lutando pela vida, incrível, como um dia está tudo bem, e no outro, tudo muda.

             Ri um pouco sarcástica. Estava eu na escola e assim do nada, meu colega começa tentando me comer, e não é no segundo sentido, seus dentes podres, aquela boca deitando saliva por cima de mim e eu me lembrei do Resident Evil. Animada com isso tudo, percebi que os pais tinham ido embora, Lucas e eu nos unimos a um grupo, mas era de má onda, saímos sobrevivendo sozinhos, mesmo assim, com as esperanças altas em relação à vida de nossos pais...

             Aquela vadia deveria ter ido no lugar dele, aquela estúpida. De todas a pessoas em toda América, tínhamos de encontrar ela! Agora deve estar dando uma rica gargalhada, rezando para que morra no meio dessa floresta. E se morresse?

             Continuei andando, não sabia onde iria, olhei para a estrada, adentrei num carro, ficando lá, ainda pensando que faria? O que me resta? Minha mãe se foi, meu pai, Lucas... Poderia dizer que iriamos morrer quando tivéssemos cabelos brancos, mas... Não consigo. Depois do que vi, podemos dizer que você, ninguém está preparado para isso, uma doença que se espalhou, mata pessoas, as transforma, meu pai se transformou, ele e nem ninguém está preparado para isso... E se houver alguma cura?

             Olhei para o jornal no banco ao meu lado, dizia sobre a doença espalhada. Exterminar estes zumbis todos, talvez atraísse os de Brasil e México. Mas estamos falando de algo mesmo grande, tipo uma descontaminação total, mesmo assim, mais tarde ou mais cedo morreremos e nos ergueremos procurando por carne fresca e outro apocalipse começará.

             Aquela Jennifer, graças a ela. Apertei o volante com força, esmurrando. Graças a ela. Minha respiração começava a ficar pesada, encostei minha cabeça no volante, deixando cair algums lágrimas que se uniam com a água da chuva, escorrendo pelo volante. Graças a ela! Bati com minha cabeça na cadeira, olhando para o tecto do carro. Porque iria fazer isso? Estúpida o suficiente para me desafiar? Graças a ela, uma pessoa inocente foi! Graças a...

             -Ela!- Gritei, já cansada, fechei meus olhos tentando racionalizar. Rick irá contra se eu tentar matá-la, o resto do grupo. Mesmo assim, porque ela faria isso? Como ela atraiu esses zumbis todos, sozinha? Algo aqui estava mal. Abri os olhos, olhando pela janela, de longe vi uma horda, estreitei os olhos, vendo que eram imensos. Me deixaria ir? Porquê resistir se mais tarde ou mais cedo morrerei? Carl, Lucas, Rick, Daryl, Beth... Limpei minhas lágrimas

             Olhei em volta daquele volante, procurando as chaves, nada. Não dava tempo de ligar pelos fios, saí dali, procurando um daqueles veículos, estava ali uma moto, tinha ali o condutor, já cheio de moscas e a chave nas suas mãos tapadas por luvas, tirei o empurrando, subindo para cima dela.

             Coloquei a chave, ainda olhando para trás, mesmo assim, como ele faz isso? Vejo seus movimentos, por vezes. Tento por o pé naquele pedal, que faz um som estranho, coloco os dois pés, e começou andando. Mesmo assim, estava meio torto.

             Mirando sempre minha trás, a horda estava um pouco mais longe, alguns iam parando e outros simplesmente se dispersavam, procurando outra comida, já que u estava longe. Entretanto, quando olhei para frente, a moto se desviou e eu caia sobre um penhasco, rebolava lá, só via a areia que me entrava nos olhos e as folhas caídas, caindo sobre algo duro que me tinha dado uma pancada na cabeça.

             As pingas caiam sobre meu rosto o limpando, o céu começava ficando turvo, uma lágrima fugitiva fugiu pelo meu rosto, meus olhos se sentiu pesados e depois só vi nada.

             -Sam, Sam!- Quando vi, era meu dentista que colocava uma lâmina na minha boca, e eu simplesmente me assustei

             Acordei sobressaltada, respiração pesada, olhei em volta, ainda de olhos entreabertos, o tecto era tipo terra, ou então estávamos numa caverna, o som da chuva estava mais forte. Vi Carl molhado, provavelmente da chuva, mesmo assim, olhos em volta vermelhos.

             -Não me diga que estamos ambos no inferno.- Carl me abraçou fortemente, seu choro abafado se ouvia mesmo que ele o fizesse baixo, eu acariciava seu cabelo, sentindo seu cheiro de olhos fechados, que criavam algumas lágrimas -Desculpe.- Eu sou uma desgraçada, deixando ele preocupado.

             Entrar em pânico, medo, tudo isso senti, hoje não quero saber, hoje eu estou me lixando para eles, para todo o mundo, estou farta disso, por mais que repita, nada se resolverá, são só mais palavras vindas de uma sobrevivente desesperada e sem nada para me agarrar. Isso diria a fraca Sammy!

             Meu pai me salvou para depois me suicidar? Que sou eu? Uma ingrata que está pronta para ir ter com os pais? Pareço aqueles desgraçados da vida com 40 anos, vivendo na casa dos pais. Tenho muita coisa aqui, muitas dividas que irão ser pagas com as minhas próprias mãos.

             -Não me faça um susto desses. Nunca mais.- Disse novamente e eu assenti continuando a fazer carícias- Sinto muito pelo seu pai, imenso.- Se sentou e eu também, ele me deu um beijo na testa e lhe limpando as lágrimas- Sam, eu te...- Lhe dei um beijo

             -Te amo.- Completei e senti sua respiração ofegante na minha cara- E eu lamento imenso, não sei o que seria melhor.- Me encostei naquela parede e ele ficou ao meu lado- Ele morreu. Eu não acredito.

             -Sam.- Ele me deu a mão- Eu não posso fazer grande coisa, se eu pudesse, eu certamente o faria, sem hesitar.- Me apertou mais a mão. Só eu poderia fazer- Apenas nunca mais me dê um susto desses.- Nos encarámos intensamente

             -Pode sempre ficar comigo, me deixaria muito feliz.- Ele me deu outro beijo. Carl limpou minhas lágrimas, e se levantou se esticando e depois me puxou, me erguendo

             -Eu fico, eu prometo.- Me abraçou pela cintura me beijando, a nossa junção de lábios carinhosa e de tirar ar, ele me levantou no ar, e nos continuámos beijando e ele mirava minha cara e eu ficava um pouco constrangida- Você é minha, não te deixarei por ninguém, entendido?- Assenti o dando outra beijoca, ele tentava explorar minha boca com língua, e eu deixava, sentindo meu coração a bater ainda mais, e um pouco mais irrequieta

             -Será que me pode por para baixo?- Ele riu, mas acabou por deixar- Tenho de ir falar com o Lucas depois.

             -Ele não queria enterra-lo, sem que você visse e me deram um carro para vir te buscar.- Demos as mãos e eu o mirei

             -Como um príncipe encantado?- Sorri e ele concordou- Onde está o cavalo, a rosa e a capa?- Ele deu uma gargalhada

             -Na verdade, não encontrei nenhuma dessas coisas, por isso para te compensar, te trouxe uma orquídea.- Tirou do cós das calças e me entregando, eu certamente corei, estava extremamente feliz e ria coçando meu nariz meio sem jeito. Lágrimas estavam prestes a cair? Não, cala a boca! Eu não choro, sou macho!

             -Não sei o que dizer, eu não esperava, mas adorei. O príncipe precisa d’uma recompensa não é?- Sorri apertando a mandíbula, Carl ficou com os lábios em bico, o aproximei da minha cara, lhe dando um beijo

             Voltámos para o carro, fazendo a viagem silenciosa, mesmo assim com alguns risos de divertimento.

             Assim que chegámos, Lucas me abraçou.

             -Sam, eu...- Eu dei um meio-sorriso e ele me deu um beijo na testa. Isso é tipo um beijo indirecto com Carl, não é?- Quer ver James?- O mirei e depois assenti, indo com ele para o pátio, na relva, estava ali os cadáveres e o corpo do meu pai, me agachei, passando a mão pelos seus cabelos.

             -Eu nunca pensei que fosse gostar de você com memória, sempre achei que iriamos ter de...- Não completei, respirando fundo e olhando para ele novamente- Muito injusto, agora que foi, eu não sei o que fazer sem você. Te amo.- Olhei no buraco feito pela bala, na testa- E espero que vá ter com Elizabeth, nossa mãe e juro por deus, não fazer nada de bom. E que irei te vingar.- Dei a mão a Lucas que apertou com força, mesmo assim, não doía

             -Descanse em paz.- Disse Luquinhas também contendo as lágrimas

             Dia seguinte, estava encostada à parede do meu lugar especial, olhando para um fotografia de nossa família, tinha os olhos inchados de chorar, mas agora, passei a outra fase, apenas beijei essa foto, colocando no bolso. Minha vingança? Será doce. Apenas dei um meio sorriso malicioso pensando, as minhas mãos no pescoço de Jennifer, só de pensar... Acordei à realidade, mesmo assim, saberia muito bem, mas não me completaria, falta algo mais. Talvez descobrir com quem ela trabalha? Porquê? E depois terminava com ela, lentamente.

             -Já está melhor?- Questionou a vadia, apenas continuei bebendo água, mesmo com vontade de pegar na faca presa na minha perna esquerda e atravessar nessa testa de gorila.

             -Sam, ela não fez nada.- Falou Lucas e eu o mirei irritada- Além disso, por mais que você a odeie, como ela levava esses zumbis todos para aqui?- Minha mão em cima da mesa e senti a sua se aproximando para pegar na minha, peguei na minha colher, espetando na mesa, perto do seu dedo indicador e todos pararam de fazer nos mirando

             Eu a encava intensamente, meus olhos completamente abertos que não pestanejavam, e ela com o seu sorrisinho maldoso, mesmo assim, medo se notava naqueles olhos verdes

             -Sam, está na altura de irmos fazer a colheita.- Chamou Hayden e eu larguei naquela colher, indo com ele. Eu podia ser um pouco psicopata quando queria, culpa não é minha, minha raiva é a culpada.

             Depois de fazer e dar para Beth, Maggie e Carol, fui para aquele contentor, ainda vendo se alguém me seguia e depois fechei.

Mais tarde vi Carl de longe, me aproximei dele, tentando por minha cabeça no seu ombro, tentando ver o que ele fazia, estava olhando para a fotografia com Lori e Rick, era mais novo ali e tinha o cabelo mais curto

             -Também com saudades?- Questionei e ele deu um suspiro pesado, concordando

            

             De noite, fui até à cela de Jennifer, estava de barriga para cima dormindo, ela abria os olhos, notando que eu lhe fazia sombra, apenas lhe coloquei a fita adesiva na boca, mesmo assim ela debateu, apenas peguei numa pedra que tinha recolhido de manhã, lhe acertando na cabeça e ela assim caiu num sono profundo.

             A arrastava pelos cabelos, descendo com ela, olhando em volta, para ver se alguém acordava, ninguém, também estavam bastante cansados. Fui para aquele contentor e de repente vi uma luz de lanterna, a meti lá dentro, mas perto da minha perna.

             -Sam?- Questionou, era Tyrense

             -Sim, estou vendo o que aconteceu, hoje de manhã, os zumbis foram saindo daqui.

             -Sério?- Ia apontar a lanterna

             -Eu tenho isso, não é preciso.- Ele ia responder- Eu consigo, gosto de fazer as coisas, sozinha.- Senti que ela se movia, lhe dei um pontapé sem ele notar

             -Que foi isso?

             -Nada.

             -Meus pêsames pelo seu pai, grande homem. Toda a gente gostava dele em Woodury.- Fechei meus olhos, tentando não me lembrar dele, apenas apertei meu punho impaciente

             -Posso?- Ele assentiu se indo embora

             -Mais uma coisa. Não faça nenhuma loucura.- Não prometo nada

             A coloquei lá dentro, fechando o contentor e a colocando numa cadeira e a colando. Me sentando na sua frente, esperando que acordasse, lendo meu livro.

             Observei, vendo que ela tinha acordado, as gostas d’um cano de canalização estavam caindo no chão, e o som dos seus respirares pesados, tentando descobrir o que se passava

             -Estava vendo que nunca mais.- Ela me mirou e depois de um tempo se começou rindo          

             -Oh, muito mau. Samantha Scherbatsky, me raptando. Me deixe ver porque será? Hmmm... Quer vingar o papai que está no céu.- Sorriu sarcasticamente e eu só a mirava fechando o livro e cruzando os braços- Só para dizer que eu não o matei, foram os walkers.

             -Com que você trabalha?- Questionei directamente e ela uniu as sobrancelhas como se não entendesse- Exactamente o que você ouviu. Onde está o seu companheiro de trabalho, você é a Bonnie, mas falta o Clyde.

             -Não trabalho com ninguém. Eu sou solitária lembra?- Agora me fez lembrar no golpe de baú que ela tentou me dar. Apenas lhe mirei os olhos, trazendo seu queixo de maneira bruta para me encarar

             -Mesmo lixo. Me diga, vai a bem ou a mal.

             -Vai quê? E o mal é...- Apenas lhe mirei e ela sorriu novamente- Me torturar? Oh Sam, oh Sammy, Sammy! Você é mesmo novata nisso. Acha que me vai arrancar algo com seus punhos?- Apenas ergui uma sobrancelha

             -E quem falou de murros sua vadia? Eu não gosto de sujar muito minhas mãos, por isso lhe trouxe algo muito especial, só para você, minha amada.- Me apertei a mandíbula a abanando d’um lado para o outro e ela se tentou largar com algum desprezo- Como eu gosto muito de você, trouxe algo muito especial.

             Fui buscar um carrinho, cheio de “brinquedos” que tinha encontrado numa sala de interrogação, colocando um avental que dizia: “Carne má queima nos cornos do diabo”


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela Sam, a fúria dela é enorme como seu sentido de justiça.
Mesmo assim, ainda não se sabe se ela irá em frente com isso ou não. u.u

Vemo-nos no próximo episódio de... Esperem!... Esperem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

"Sweet Nothing"

(Desculpem por não ter preview)
Comentem, favoritem, critiquem, gostem. E se alguém quiser me dar uma recomendação, está à vontade.



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