Cap. 14- Death Is Right Behind You

Sam’s Pov

Estava sentada na mesa, comendo uma taça de sopa, olhando para Jennifer que tinha voltado daquele contentor. Como eu disse, podemos aceitá-los, mas se nos lixarem, podemos sempre os matar.

-Bom dia, onde esteve? Sair assim de madrugada?- A mirei e ela me olhou sorrindo convencida, de olhos entreabertos, como se me tivesse desafiando e eu apenas estava com uma expressão normal

-Estava fazendo colheita.- Nos olhámos atentamente, tentando desvendar o segredo, se houvesse- Hoje não vamos há cidade não é? Então hoje era o dia de eu fazer colheita.

-É.- Respondi colocando a tigela noutra tábua, fui para o contentor onde ela tinha saído, absolutamente nada, que estaria ela escondendo? Me virei e estremeci um pouco, mas quando vi quem era, suspirei fundo.

-Baixinha!- Falou James, meu pai, para quem não saiba. Ele está conversando comigo! Comigo.

-Eu não sou baixinha! Não sou!- Ele deu uma gargalhada e olhou para a vedação- Seria melhor...- Assenti, e fomos para lá, pegando numa faca e espetando na cabeça deles.

-Isso é muito divertido até.- Eu sorri

-É, estoirar a cabeça deles, é tipo, menos um para esse mundo, esse tal inferno.

-Mais 6 biliões para ir.- Eu ri- E se caso explodíssemos os Estados Unidos, uma parte dos zumbis iriam, não era?

-Provavelmente, mas seria preciso dinamite ou então, sei lá, uma grande bomba caseira.

-Sabe fazer bombas caseiras?

-Como é que expulsava o Governador daqui?- Ele concordou matando um walker- Exactamente. Nosso pai nos ensinou.- Nos mirámos durante um bom tempo

-Como ele se chama?

-James.- Ele parou um pouco chocado, rindo sem graça e depois continuou a matar os cabrões- James Scherbatsky.

-Eu acho que o conheço.- Nos olhámos de novo- E acho que ele pede desculpas.- Pediu, olhando para a frente, e eu fiz a mesma coisa, vendo que um estava tentando escalar

-Porquê? Não é culpa dele ter perdido a memória.- Ele deu um sorriso solidário para mim, e eu fiquei meio constrangida, sorrindo também sem graça- Conhece Elisabeth Scherbatsky?

-Por acaso, você tem as feições dela, como a sua personalidade.- Sorri, um pouco, mas depois, respirava fundo, tentado não chorar.

-Eu gosto de você James.

-Eu também gosto de você Sam.- Sorri- Você e o seu irmão, são tipo meus filhos, e eu me orgulho de vocês e tenho a certeza que James, vosso pai também ficaria.- Esbarrei meus lábios um no outro, contendo minhas lágrimas, limpando meus olhos vermelhos à volta- E então você e o Carl, são namorados?- Ele mudou de conversa, assenti com a cabeça- Ele irá ter que passar por mim, como pai tenho de proteger minha pequena não é?

-É.

-Vocês já...?- Me mirou e eu uni as sobrancelhas confusa e depois amoleci minha expressão um pouco envergonhada

-Não! – Respondi de imediato, estava envergonhada. Ele riu, e eu também sorri, mas de repente, ouvimos gritos e alguns tiros, apenas ergui mais minha cabeça, vendo o que se passava, ambos nos olhámos, assentindo, começando a correr para o pátio que tinham walkers, apenas espetávamos os facões, mirei em volta.

O que me atraiu mais a atenção era os walkers saindo daquele contentor, corri até lá, ligando a lanterna

-Sam!- Gritou ele, fui até lá, ligando a lanterna, havia uma porta enorme aberta e eles saiam dali, a fechei, com alguma dificuldade, pesava, selando a maçaneta e alguns batiam com a cabeça na porta.

Saí, limpando todos do contentor, James atirava contra alguns atrás de Glenn que salvava e corria com algumas pessoas de Woodbury, provavelmente o bloco estava infestado, assim que adentrei com James, vi, estava mesmo. Os gritos, tiros de caçadeira. Eles também saiam por outro corredor.

Espetei na cabeça deles, enquanto me davam cobertura, respirava pesadamente, já cansada, peguei na minha arma, mirando para aqueles no andar de cima, atirando e caiam para o chão com sacolas de batatas.

Um miúdo estava em perigo, espetei a faca na cabeça do zumbi, suspirando fundo por um bocado

-Você...

-Cuidado!- Gritou o miúdo que tentava salvar, arregalei os olhos, olhando para trás, preparada, mas quando me apercebi, alguém enrolava os braços em minha volta, ele gritava, aquela voz era de James, meu pai, espreitei, tinha recebido duas mordidas de dois walkers, tudo parou, vendo aquelas cena acontecendo tão depressa, meu mundo estava desmoronando.

-Pai.- Foi a única coisa que disse, enquanto ele ia deslizando para o chão, olhei para os zumbis, em volta, os gritos se tornavam abafados, Lucas gritava Não! Não! Os dois walkers ainda estavam com as bocas, tirando enormes nacos de carne das costas dele, enquanto James gritava de dor.

Ouvia minha respirava pesadamente, tremia de raiva, meu sangue fervia, peguei na minha arma, e os atirei contra a cabeça, eles caíram de barriga para cima, o resto dos zumbis começava a cair graças aos outros e eu, apenas disparava contra um que mordeu meu pai.

-Chega.- Falou Hayden, a arma já não disparava, estava desgasta, olhei para a cara daqueles zumbi, estava destroçada, o peito estava cheio de gosma, mirei Lucas chorando sobre meu pai, não. As lágrimas começavam a cair, eu cai de joelhos, me sentando e arrastando-me para ficar ao lado dele, mirava seu sangue a sair-lhe das costas, sujando o chão cinzento

-Sam, Lucas.- Tossia sangue

-Não fale.- Chorou Lucas, eu segurei na sua mão com força enquanto encostava na minha testa, fechando os olhos, sentindo o calor dela, podia ser a última vez...

-Eu sei que, as probabilidades de vocês serem meus filhos são imensas, eu tinha pensado nisso... Eu tentei remediar tudo, mas não sei se consegui. – Tossia ainda mais sangue, e eu segurava sua mão com força-Lucas, eu sei que você se tornará num homem digno, tenho a certeza, que James, seu pai, eu iriamos ficar orgulhosos. Tenho a certeza que irá cuidar da sua irmã, e você sua pirralha.- Apontou para mim- Não brigue mais com Jennifer, nem com mais ninguém porque há coisas mais bonitas e mais significativas a se fazer.- Jennifer.

Sua respiração começava a ficar fraca, ele começava a tossir sangue- Rapaz. Se eu souber que fez minha filha chorar, eu irei te matar.

-Não fale.- Afirmei e ele sorriu olhando para o tecto

-Sabe, você me faz lembrar a Elizabeth.- Minha mãe- E agora vou ter com ela, no paraíso, minha hora, acabou de chegar.- Uma lágrima dele caiu- Eu já... A estou vendo... De vestido branco, e agora... eu... vou... Ter...- Fechou os olhos lentamente, sua mão começava a deslizar na minha

-Pai, James! Pai!- Dei leves palmadinhas no rosto dele- Não, não agora!- Não Você não pode fazer isso comigo, você não pode!- Agarrei na sua camisa com força, encostando minha cabeça no seu peito- Não.- Sussurrava

-Sam.- Luquinhas fez festas no meu cabelo- Mais tarde ou mais cedo, ele...

-Eu sei, eu sei! Eu não aguento, estou farta. Mas...- Limpei as lágrimas- Ele vai com mão, ele irá para lugar melhor. Eu não quero fazer isso, eu não quero, é cruel demais.

-Eu faço, apenas, me deixe fazer.- Afirmou Lucas, via-se que ele também não queria. Eu o abracei- Sam, se despache, não temos muito tempo sabe.

-Eu sei.- Limpei as lágrimas dele nas pontas dos olhos com os polegares, me levantando e limpando as minhas com a minha camisa amarrotada e cheias de sangue. Olhei para Jennifer, os olhos dela, algo estava errado- Olhe o que você fez!- Gritei erguendo o tronco

-Eu.- Vi o sorrisinho dela, peguei na minha arma, atirando contra ela mas Daryl me segurou com força, enquanto Tyrense me tentava tirar a arma e eu debatia, mas acabei por desistir, apenas chorando forte

-Você fez isso!- Acusei entre lágrimas- Você!!!- Apontei-lhe o dedo, ainda tentando me soltar- Sua vadia.- Fui deslizando entre braços de Daryl até cair naquele chão, gritando como se não houvesse fim, meu rancor, minha tristeza, eu, eu...

-Vamos.- Falou Carl me tentando segurar, mas eu debatia, indo ter com meu pai, olhando para sua cara, estava pálida, passei minha mão pela sua face, abanando a cabeça negativamente.

Carl me abraçou, me levando dali, me afagando os cabelos, minhas gotas caiam como se não houvesse fim, agarrava a camisa de Carl com força, não raciocinava, eu não fazia nada, minha mente só via o branco e cena repetitiva da morte injusta de meu pai.