Nothing Is Bigger Than Love escrita por Sophia Santos


Capítulo 20
Capítulo 20 – Perseguidos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sei que faz muito tempo, mas aqui está. Acredito que o próximo capitulo saia logo, já estou preparando ele.
Desculpem pela formatação, mas tive que postar pelo celular. Mas enfim, Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/407232/chapter/20

Zara

Eu acordei meio tonta, sem saber onde estava. Minha cabeça doía e meu mal sentia meus pés. Era uma estranha sensação de frio e calor.
A luz machucou meus olhos, e percebi que estava deitada no asfalto. Minha roupa estava rasgada e percebi que meu "travesseiro" era na verdade a barriga de Lucas. Seu nariz parecia estar sangrando e eu imaginei quem teria feito isso com ele.
Logo, lembrei do meu estado e fiquei confusa. Estava sem sapato, quando percebi que Lucas estava acordando.
—Mamãe? –Ele tem que parar de acordar assim. Dei um soco nele, acho que acertei o nariz machucado.
—O que diabos aconteceu ontem?
—Ah, só mais cinco minutos...
—LUCAS! Responde idiota!
—Você é muito mais legal depressiva, só pra constar. –Ele bocejou e sentou.
—Eu o que? –Não consegui conter um bocejo também.
—Ontem você desmaiou no braço do super homem e ele te largou comigo. Grande herói... –Lucas virou os olhos.
—Super o que? –Ele definitivamente estava drogado.
—Seu super ex idiota e musculoso.
Não pude deixar de rir com isso.
—Acha ele musculoso?
—Essa não é a questão. –Resmungou mal humorado. –A questão é que ele largou você comigo e foi pegar uma vodka ou sei lá, e eu como não consegui te levantar, fui te arrastando.
Isso explica a minha dor e roupa rasgada.
—Você me arrastou no asfalto?! Qual a sua noia cara?
—Arrastei, mas essa também não é a questão. Tudo o que estava fazendo era tentar ajudar. Ótimo. E o que acontece? –Pergunta revoltado.
—Sei lá, eu que estava desacordada enquanto sou arrastada lembra?
—Um policial idiota aparece e achou que eu estava te sequestrando. –Lucas virou os olhos.
—E você estava.
Ele me ignorou e continuou a tagarelar, enquanto tentou conter o sangue do nariz.
—Só que eu não sei falar ingles, mas o cara continuou tagarelando, então você acordou e começou a rir de tudo. E o policial achou que eu tinha te drogado. Pelo menos é o que imagino que ele pensou.
—Sua conversa está me dando sono.
—E AÍ VOCÊ DECIDE DAR UM SOCO NO POLICIAL E SAIR CORRENDO RINDO.
—Sério? Por que eu nunca me lembro das coisas mais legais que faço? –Suspirei.
—E então eu resolvi correr e te seguir, antes do policial levantar.
—Tá, e daí? –Deitei de novo. Aquilo parecia história para fazer crianças dormirem.
—E ai nos escondemos atrás de um carro e você achou que eu estava tentando te estuprar. E então me deu um soco no nariz e foi a última coisa que me lembro.
—Resumindo tudo...
—Você e eu estamos sendo procurados por um policial.
—Ah relaxa, não seria a primeira vez... –Virei de lado e o asfalto machucou minha bochecha. –Por que dormimos no asfalto?
—Você me desacordou, como eu deveria saber?!
Eu levantei tonta e acho que acabei pisando em Lucas. Mas o ajudei a levantar também.
—O que vamos fazer agora? –Ele perguntou bocejando.
—Vamos para um parque.
—Pros policiais não nos procurarem lá? Boa ideia. –Virei os olhos. As vezes ele era tão idiota.
—Claro que não babaca.
—Pra que então? –Isso era tão óbvio.
—Para eu me divertir!
—Sério Zara? Você está sendo perseguida por um policial e quer se divertir?
—Lucas, qual seria a razão de viver, se não diversão?
—Liberdade. –Ele falou arregalando os olhos.
—Exatamente cara! –Sorri e sacudi seus ombros um pouco. –Vamos.
—Liberdade fora da prisão idiota!
—Você me chamou de que? –Lucas engoliu em seco. Era tão legal ver que ele tinha medo de mim.
—Docinho? –Sorriu de lado.
Chutei sua canela com força, por reflexo. Ele gemeu de dor baixinho e aposto que me xingou em meio aos seus resmungos.
—Quer que eu te chame de que então? –Resmungou enquanto massageava a canela.
Seu cabelo estava bagunçado e sujo, com o rosa quase inaparente.
Pensando bem, ele parecia quase um mendigo gay. Sua roupa também estava suja e amassada, seu nariz com sangue seco e a barra da calça suja com lama. Pelo menos, espero que seja lama...
Imagino que eu esteja mil vezes pior, e a ressaca não está ajudando. Percebi que fiquei alguns minutos encarando ele, enquanto ele fitava meus olhos com uma expressão "se eu fosse forte e não tivesse medo de você, iria te matar". Ele ficava tão bonito com raiva. Realçava seus olhos...
Pera, o que?!
Ele fica ridículo de qualquer jeito.
E eu ainda estou encarando ele.
—O que você disse irmãozinho? –Praticamente cuspi o sarcasmo tentando parecer menos idiota depois dos longos minutos em silêncio. Do jeito que sua expressão ficou, eu diria que a última palavra afetou bastante ele.
Mas por quê? É quase verdade.
Quase.
—Quer que eu te chame de que fofinha? –Devolveu com o mesmo sarcasmo.
Dei outro chute, no mesmo lugar, e ele caiu no chão.
—Aí! Você não poderia ser mais delicada as vezes? Como se fosse uma garota normal?! –Gritou irritado.
Agora sim parecíamos dois idiotas estrangeiros que dormiram no asfalto. Dei outro chute em sua canela.
—Primeiro, fofo, eu não sou uma garota. Sou uma mulher. –Ele riu amargamente.
—Jura? Não age como uma.
Eu apenas ignorei e continuei:
—Além disso, posso agir como uma pessoa normal quando quero. Posso até ser legal. Quase legal digamos.
Ele virou os olhos, incrédulo.
—Sério? Estou convivendo com você há um tempo considerável e nunca te vi ser legal com uma pessoa. Por exemplo, nunca te vi ser legal comigo.
—Desculpa bebê chorão, se não te considero como uma pessoa.
Ele ficou mais vermelho de raiva, ou melhor, rosa, para combinar com o cabelo.
—Essa noite, você bateu em um policial!
—Eu estava bêbada! –Retruquei.
—Antes disso, estava agindo como uma depressiva maluca. –Seu tom de voz mudou para um pouco mais dramático. Como se estivesse esgotado.
Ele respirou fundo e continuou.
—Eu nem sei quem você é Zara. Age como se ninguém te atingisse, mas de repente fica triste, ou então maluca, digo, mais que normalmente e...
—Aonde está querendo chegar? –Sentei no asfalto, cansada de toda a conversa. Lucas sentou do meu lado e nos encaramos.
—É só que... Você tem que combater esses demônios que estão dentro disso aí. Se quiser que alguém realmente goste de você. Porque sinceramente, duvido que alguém te conheça.
Eu entendi o que ele estava tentando dizer, e isso me deixou com raiva. Comecei a rir amargamente e levantei. Falei bem alto para ficar claro.
—A questão Lucas, é que eu NÃO QUERO que ninguém goste de mim, não entendeu isso ainda?! –Chutei uma bicicleta que estava perto. –Eu quero que todo mundo vá para a merda, principalmente você. Aliás, nunca deveria ter saído da merda. E quando eu digo merda, me refiro a sua mamãezinha.
Lucas levantou, mas estava mais calmo que antes. Tentou se aproximar de mim e eu me afastei.
—Você simplesmente...
Eu o cortei.
—Eu não sou a única bipolar aqui Lucas, esqueceu quem queria que eu fosse "seu nada"? –Falei com deboche.
—Zara...
Não sei o que iria dizer, pois saí correndo. Não queria saber de nada, só de continuar correndo.
Não sei por quanto tempo continuei, e sei que Lucas me seguia, ele gritava meu nome e outras coisas que eu não me importei em escutar.
Corri até um beco sem saída e dei um murro na parede de tijolos.
Gritei, não sei o porquê exatamente, mas continuei socando a parede e senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Lucas tentou me afastar da parede, até que eu cedi e caí no chão. Senti o sangue escorrer da minha mão, mas não liguei. Tirei o cabelo da minha cara e percebi que sujei meu rosto todo.
—Oh Zara...
Lucas afastou um pedaço de cabelo e colocou atrás da minha orelha. Sorriu enquanto encostava os dedos na minha testa, onde provavelmente estava seu nome.
Essa foi a pior aposta que já fiz na vida, mas passei a mão por seus cabelos rosados.
—Não tem como alguém gostar de mim Lucas. Porque eu sou assim. –Suspirei.
Essa é a droga da minha vida.
Não sei se falei em voz alta ou sei lá, mas Lucas respondeu.
—Eu estou nela, e sei como é ruim. –Ri um pouco não porque achei engraçado, mas por ele tentar fazer tudo isso parecer. –E você não precisa que ninguém goste de você.
—Por que não?
—Eu já gosto.
Eu ri com isso. Ele era tão patético.
—Você é ridículo.
Lucas segurou meu rosto com as duas mãos.
Era uma cena ridícula, dois estrangeiros caídos num beco sem saída, eu cheia de sangue e ele fazendo parecer tudo melhor.
E o pior, é que realmente fica melhor.
—E você é o meu nada.
—Isso não soa romântico. –. Arqueei uma sobrancelha.
—Não era para soar.
Lucas se aproximou de mim o suficiente para eu sentir o seu batimento cardíaco. Seus lábios curvaram em um sorriso e ele me puxou para um beijo, mas antes de me entregar a ele, escutei um grito.
Quando me virei, era um policial com um esparadrapo no nariz.
Ser presa em Orlando?
Essa era uma novidade para mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nothing Is Bigger Than Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.