O Segredo das Sombras escrita por Dark Scorpion


Capítulo 9
O obscuro e a sombria


Notas iniciais do capítulo

Hey! Queria dar um agradecimento à heroine, a Strange girl, que me incentivou ( e até mesmo me ameaçou), para que eu continuasse a escrever essa magnífica história. Então, obrigado!



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Quando me dou conta, já estou em meu quarto, deitada em minha cama, com o presente da minha avó em mãos, que não passa do amuleto que a vovó me deu naquele natal... O amuleto prateado, com uma safira encrustada.
Sabe quando se faz as coisas no automático? E quando se dá conta, você já está na sua cama, pensando no que fez o dia todo? Então, é assim que a minha rotina foi hoje, depois que voltamos do hospital, subimos na carroça e viemos para casa, dei comida para os animais, jantamos e fomos dormir, naturalmente, como todos os dias... Isso é entediante.
Sento na cama, encosto minhas costas na cabeceira e começo a examinar melhor o amuleto: suas espirais moldadas na prata, a brilhante e azul safira que brilhava com sua incandescência eterna mesmo no escuro...
– Olá. - Diz o menino obscuro, e com essas palavras eu dou um pulo na cama e deixo o amuleto cair no chão, não consigo ver onde.
– Ricky! Você me assustou! - Grito em um sussurro.
– Me desculpe, me desculpe... Eu só vim aqui fazer uma visitinha. - Ele então afagou meus cabelos levemente.
– Você está me devendo algumas respostas...
– Sim, sei, pode perguntar.
– Bom, como você se tornou uma criança das sombras?
– Não se torna uma criança das sombras, se nasce uma criança das sombras. Mas a escuridão da pele, os olhos e as habilidades surgem ao longo dos anos. - Diz ele se sentando ao chão.
– Habilidades?
–Sim, habilidades, como essa...
Os olhos brancos de Ricky começam a brilhar intensamente, e à medida que seus pés cessavam seu contato com o chão, as minhas bonecas de pano, os travesseiros, os gizes de cera que se espalhavam pelo chão, e até mesmo a minha cama e os móveis do quarto começam a se levitar.
Ele então abre os braços e todos os objetos giram ao redor dele, com um pouco de medo me agarro a cabeceira da cama, e começo a rir, na verdade, gargalhar. Pelo inicial estado de tontura consigo ver um certo sorriso no rosto do menino obscuro também. Fecho os olhos.
Os móveis giram cada vez mais rapidamente, incessantemente, até que abro os olhos e estou deitada em um gramado florido. Com um céu incrivelmente límpido e azul. Sem nenhuma árvore, tampouco algum animal, somente a grama, as flores e o céu.
Ricky aparece ao meu lado também deitado.
– Onde estamos? - Pergunto para o garoto que olha fixamente para o céu.
Contudo ele não me responde, somente olha para o céu azul. Para o infinito. Como não recebo resposta alguma, começo a olhar também para o céu. Até que meus olhos começaram a se fechar, lentamente...
Abro meus olhos e estou no meu quarto, que está em perfeito estado, nenhuma lasca de madeira fora do lugar. Me pergunto se tudo aquilo foi real, ou somente um sonho. Olho para o teto em dúvida. E me lembro de algo.
– O amuleto caiu quando Ricky chegou! - Exclamo para mim mesma.
Corro para o armário.
Vasculho-o.
Acho o pequeno baú.
E torço para que o amuleto não esteja dentro dele.
Abro o baú.
E...
– O amuleto não está! - Exclamo novamente.
Olho para trás e percebo algo brilhante em um pequeno espaço embaixo da cama. Chego mais perto e fico extasiada, pois o amuleto está lá. Eu o pego delicadamente e penso por alguns segundos se devo ou não usá-lo, Decidi que não, afinal, de que vai adiantar? O que irá mudar? Então o deposito na caixinha de madeira e o guardo novamente no armário.
Deito novamente na cama e acabo dormindo.
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"Terça- feira, 21 de agosto de 1932/ 20:21h
Querido diário, mamãe me deu você de presente hoje. Ela disse que é para retratar tudo o que acontece comigo escrevendo aqui. Nesses dias Ricky tem vindo me visitar. Já se passaram seis dias desde sua segunda visita e amanhã é dia de visitas no hospital. Que no caso, é todas as quartas.
Ele é bem divertido, apesar de ser uma sombra. De vez em quando ele até me faz rir... Às vezes ele ri de um jeito estranho, mas acho que deve ser o jeito dele ou algo assim. Bom, tenho que dormir, amanhã tem aula..."
Termino de escrever no meu novo diário, apago a vela que já está pela metade e me levanto para ir à cama. Contudo, sinto uma mão em meu ombro, me viro e abraço o ser sombrio que se projeta à minha frente. Ricky.
– Por onde você esteve, já estava indo dormir, achei que não viria. - Digo enquanto esmago meu rosto em sua barriga. Ele é bem mais alto do que eu, e aparenta ser uma pessoa de uns 15 anos, mais ou menos.
– Tive que resolver algumas coisas... Bom, o importante é que estou aqui não é? Como foi seu dia? -Diz ele se agachando e colocando as mãos em meus ombros.
– Foi muito divertido! No colégio, a Ally pediu para enfeitarmos as paredes da sala, nos deu tintas e começamos a pintar a sala inteira! Você tinha que ter visto... E hoje depois do almoço, a mamãe me deu um diário para escrever tudo o que eu faço durante o dia! - Corro para a estante e entrego o meu pequeno diário lilás para Ricky. - Aqui está ele. E mal posso esperar para ir visitar a vovó amanhã!
– Ah. Sim, a Mary... - Ele mudou rapidamente o cenho. Pareceu um pouco preocupado. - Lisa, você não pode contar para ninguém que eu existo, tudo bem? Para ninguém! Nem para Mary, nem para a Ally, nem para o Joseph, nem para a Ruth... Para ninguém.
– Está bem... Então eu não conto para ninguém. Mas... Por que eu não posso dizer nada?
– Se você disser para alguém existem duas opções dependendo de para quem você disser: Ou te acusarão de ser maluca e te levarão daqui. Ou então acreditarão em você e separarão a gente, e você não quer isso... Ou quer?
– Não. - Dou um passo vacilante para trás e acabo me sentando na cama que estava bem próxima de mim por trás.
– Bom, deixemos isso para depois, quero que você veja uma coisa. Aceitas? - Disse ele estendendo a mão.
– Aceito! -Disse enquanto apertava sua mão.
– Então feche os olhos, prenda a respiração e venha comigo minha pequenina "Wendy"! - Rio de sua pequena piadinha, e faço o que ele pede.
Então sinto meus pés saltarem o chão e um vento percorrer a minha pele, parecíamos estar dentro de um tufão.


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Notas finais do capítulo

Reviews sempre são e sempre serão bem vindos!



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