Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 7
Capítulo 7: Lagartixa Mutante




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-Clarisse está no acampamento, mas os outros... –Ela engoliu em seco. –Foram ver se o pai da Phoebe esta bem...

-Ótimo, vou pedir ao chalé de Hefesto pode ajudar com alguma biga. Vou enviar alguém para busca-los. –Quíron cruzou os braços e jogou uma mecha de cabelo atrás das orelhas.

-Dionísio. –Iryena olhou para as cartas dele com desprezo. –E agora?

-Ah, o mesmo de sempre. –Ele suspirou e deu uma golada no vinho. –Dê a ela a camisa, alguma calça extra, manda ela pro chalé de Hermes. Essas coisas. –Ele nem sequer olhou para nós duas.

-Dionísio? –Arregalei os olhos e minha boca ficou escancarada. –Tipo... o deus Dionísio? –Meus olhos brilharam.

-Sim, problema? –Ele deu mais uma golada e uma gota de vinho caiu sobre o canto da boca descendo direto para a gola da camisa.

-Muito pelo contrário! –Fui até ele com os olhos brilhando de alegria. –Você é um deus grego, o deus da loucura, do vinho! –Tomei ar e logo ele abaixou as cartas e deu uma olhada no meu rosto. –O Sr. É incrível! –Quase pulei batendo palmas mas me contive.

Ele ergueu a sobrancelha e se inclinou apoiando o cotovelo na mesa e recostando a cabeça na mão.

-Sim, sou Dionísio.

-Posso lhe dar um abraço? –Implorei fazendo minha melhor carinha de gato que caiu da mudança.

Ele tomou um susto e engoliu em seco.

-Você que sabe... –Ele ficou surpreso.

Me inclinei e o abracei levemente. Por um minuto pude jurar que os olhos dele brilharam em um púrpuro rosado.

Me levantei e fiquei em pé ao lado de Iryena que me fiava com uma cara de: Mais que por#* foi essa?

Quíron nos acompanhou até fora e caminhamos um pouco por aquele paraíso grandioso.

-Querida, este é o Acampamento Meio-Sangue. –Ele trotava levemente com aquele ar de sábio. –Os chalés aqui são divididos por seus deuses. Pais e mães do Olimpo. –Ele fez uma pausa dramática enfatizando alguns chalés de dois andares.  

Caminhamos até mais perto deles.

-O primeiro é o de Zeus, seguindo por Hera, Poseidon, Deméter, Ares, Atena, Apolo, Artemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio. –Ele observou-me.

-Hum... –Fiz uma cara pensativa tentando gravar tudo o que ele dizia.

-O restante são sedimentos dos deuses menores. –Ele apontou para além da colina seguindo um caminho de pedras cinzas até uma área mais a cima dentro da floresta. –Lá é onde ficam os outros chalés que não fazem parte dos doze. Como Nêmesis, Quione, Hebe, Phobos, Hypnos, Íris, Hestia dentre outros. –Ele sorriu ao ver que eu revisava repetindo tudo o que ele falava.

-Sr. Quíron, você é professor? –Perguntei sorrindo.

-Sim, eu treinei muitas centenas de heróis. Hercules, Perseu, Aquiles e muitos outros a mais. –Ele parecia alegre.

-Chega de baboseira gente. –Iryena passou ao meu lado seguindo a colina com o caminho de pedras cinzentas.

-Aonde vai? –Gritei em quanto ela se distanciava.

-Vou para meu chalé. –Ela gritou em quanto corria. –Tenho de ver se meus irmãos não se mataram em quanto eu estava fora. –Ela gritou andando de costas sumindo ao longo do morro.

-Verei você de novo? –Gritei.

-Pode apostar que sim! –Ela acenou e sumiu pela estrada cinza.

-Qual o meu chalé Sr. Quíron? –Olhei esperançosa para ele e segurei meu colar em um punho fechado.

-Até você ser reclamada ficará no chalé de Hermes. –Ele observou o colar. –Posso? –Ele se referia ao colar.

-Claro. –Tiro-o do pescoço e entrego a ele.

Quíron o analisava como uma pedra rara.

-Sua mãe o deu? –Ele olhou-me nos olhos e entregou o colar.

-Sim. –O pus de novo no pescoço e ajeite o meu cabelo que ainda cheirava a queimado. –Meu pai falou que veio junto a mim no berço de ouro... –Um grupo de garotos musculosos com armaduras de gladiadores passou correndo ao meu lado.

Perdi o foco do que ia dizer. Eles seguravam lanças e escudos gregos em quanto trocavam alguns socos como se fosse um tipo de brincadeira engraçada.

-O que ia dizendo? –Sacudi a cabeça e tentei disfarçar o que havia acontecido.

-Bem, vamos para o chalé de Hermes. –Ele caminhou lentamente a frente, seguindo por alguns metros longe das portas dos chalés ao nosso lado.

-O que é essa tal de “reclamação”? –Acelerei o passo observando as pernas musculosas de Quíron baterem contra a terra fofa e levantarem alguns esguichos de grama misturada com terra molhada.

-É quando sua mãe ou pai lhe alegam como filhos oficialmente. –Ele balançou o cabelo tirando-o da cara em quanto o vento o jogava na frente do rosto.

-E como isso acontece? –Perguntei.

-Normalmente é com um símbolo do deus, pode ser um anel e chamas com o símbolo do patrono em cima da sua cabeça.  Pode ser com roupas... –Ele assentiu. –Bem, isso é complicado. Depende muito do deus em si.

-Entendi...

Segui o tour calada em quanto ele falava sobre a floresta, as atividades de combate, alguma coisa sobre captura a bandeira, sobre aulas de voo com pégasus e a fogueira. Foi ai que eu prestei atenção ao que ele falava.

-A fogueira é onde nos reunimos para contar histórias, cantar, entreter-nos uns com os outros. –Quíron bateu a calda tentando espantar uma mosca que o incomodava. –Hestia desce do Olimpo e se junta a nós todas as noites na hora de jantar e na hora da fogueira. –Ele sorriu levemente. –Esta deusa sempre faz o clima ficar mais gostoso por aqui. –Logo um brilho dourado pairou sobre nós.

Quando consegui abrir os olhos sem nenhum perigo de ficar cega. Vi uma cesta de ouro enrolada a um longo pano xadrez vermelho e branco.

Quíron se ajoelhou sob as quatro patas, se abaixou e pegou a cesta de ouro, quando desenrolou o pano xadrez, revelou uma cesta de guloseimas com pão de amendoim, pasta de framboesa, alguns cachos roxos de uva junto a alguns morangos soltos.

-Obrigado, Hestia. –Ele estendeu a cesta de ouro para o céu reverenciando algo ou alguém que estivesse lá em cima.

-Nossa... –Me ajoelhei e reverenciei junto a Quíron.

-Pois bem, vamos aproveitar o passeio até o lago com uma boa cesta de piquenique. –Ele sorriu e me entregou um dos cachos de uva.

-Obrigada. –Sorri de volta e continuamos a caminhada saindo da área dos chalés.

Caminhamos passando pelo pavilhão onde Quíron falara que o jantar era servido. Mais a diante estava um campo maravilhoso e perfeito de morangos. Foi a coisa mais linda que eu já vi.

Sátiros tocavam suas flautas de bambu e gafanhotos, formigas, percevejos, todos eles saiam da plantação e corriam para a floresta.

-Tão belo... –Observei os Sátiros. –Este lugar é um paraíso. –Olhei admirada a volta.

-Lá na frente ficam os estábulos dos pégasus. Ao lado esquerdo dos chalés fica a arena. Mais além é a floresta, onde praticamos a caça a bandeira. –Quíron estava voltando ao casarão trotando levemente. –Do lado da casa grande fica a quadra e seguindo na direção do lago fica o templo de Artes e Ofícios. O mar se abre ao final co acampamento, uma vista linda do pôr do sol. Você iria gostar. –Ele sorriu levemente e então paramos a frente da casa grande.

-Artes e Ofícios? –Perguntei me interessando.

-Sim, você gosta de arte?

-Adoro, sou ótima cantora e dançarina. –Já estava começando a me animar. –Tango, valsa, balé, eletrônica, rústica. –Tomei ar. –Adoro dança, em geral. Não querendo me gabar, mas sou muito boa até...

Quíron arregalou os olhos por um instante e sorriu.

-Eu achei que você seria filha de Deméter. –Ele abaixou a cabeça e arrancou um pedaço de grama e terra batendo o casco no chão como se estivesse entediado. –Filha de Apolo não lhe cai bem, você não é loira... Pintou o cabelo? –Sugeriu Quíron com ar de duvidoso.

-Não, meu cabelo é castanho dês de que nasci e também Apolo é homem... eu já tenho um pai...

-Ah, desculpe minha indelicadeza. –Ele pareceu inquieto e começou a bater a calda contra a  traseira. –Bem, venha, vou lhe dar mais duas camisas extras.

-Tem de quais cores? –Perguntei sorrindo.

-As opções por aqui são laranja abobora, laranja cenoura e laranja puro. –Quíron gargalhou. –Qual escolhe?

-As três. –Sorri de volta para ele.

Quando me virei na direção do campo de tênis, vi um enorme pinheiro e uma luz dourada como ouro, aos pés do pinheiro uma coisa branca que soltava uma fumaça leve por algum local.

Me aproximei um pouco ficando do outro lado da quadra de tênis. Meus olhos se estreitaram e então gritei.

-Lagartixa mutante!


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?
Estou postando 1 ou 2 por dia porque tenho aula durante a tarde, então crio os eps na volta da escola e pela manhã.
Deixem comentários falando sobre como esta a fic e o que gostariam que acontecesse coma personagem como sugestões ^-^



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