Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 6
Capítulo 6: O Paraíso




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Nos despedimos de Sally e paramos a frente do prédio.

-Que acampamento é esse? –Perguntei a ela.

-É um lugar para pessoas especiais, como nós, os que tem poderes e são filhos dos deuses. –Ela fitou a calçada. –Onde nós nos adaptamos, onde podemos ser nós mesmos sem nos preocupar se alguém vai nos entender ou não. –Ela suspirou. –Pois no final das contas, somos iguais e diferentes de você. –Ela sorriu apertando os olhos.

Do bolso de sua calça jeans, ela sacou uma moeda de ouro. De um lado havia a efígie de Zeus, o outro o edifício Empire State.

-Pare, Carruagem da Danação! –Iryena gritou e lançou a moeda no asfalto.

Achei que ela estava louca, sério, uma moeda era nosso transporte de salvação para um tal de acampamento louco? Tentei não rir da cara dela e me contive apertando os lábios.

Logo a moeda afundou no chão como se tivesse se enterrado no asfalto. Engoli em seco e fixei meu olhar ali no local. Um liquido vermelho começou a brotar do local como uma poça gigante de sangue fervendo. Borbulhava e respingava fazendo barulho de água em ebulição.

Ploc! Ploc! Ploc!

Um taxe cinza surgiu do nada, uma camada forte de fumaça pairava ao seu redor. Parecia fumaça de carros e ônibus, o que me deu nojo e fez-me tapar o nariz.

A porta to taxe cinza se abriu e a fumaça se dissipou lentamente. Entramos devagar. Os bancos estavam cobertos com couro não tratado de lobo ou urso. O teto era tingido de negro e havia queimaduras e manchas pequenas de cigarro.

-Destino? –Uma das três mulheres estranhas que se sentavam a frente perguntou.

-Long Island. Acampamento Meio-Sangue. –Iryena colocou o cinto do banco e apertou as mãos contra o couro que forrava o banco.

-Tem algo errado... –Observei ela que tentava disfarçar algumas risadinhas.

O taxi seguiu, foi pegando velocidade, mais velocidade, mais velocidade e mais velocidade ainda.

O que em nome de todos os deuses era aquilo?

-Ahh! –Gritei quando passamos por um sinal vermelho a mais de 900kl por hora.

Os carros passavam por nós como se não nos vissem. A fumaça encobria o carro por completo e isso dificultava a vista pelo lado de fora da janela.

-Como está o olho de vocês? –Perguntou Iryena.

-Ele esta ótimo. –Falou uma das senhoras enrugadas com mantos negros e cabelos desgrenhados. –Aqui, olha com ele tá. –Ela se virou e apontou um olho negro medonho. Ela segurava o olho por sua prega que ligava ao cérebro, mas por alguma razão o olho estava fora do seu rosto e se movia olhando de mim para Iryena.

-Aaaahhh! –Berrei e foi quando o carro desacelerou.

O olho vou para frente junto com a senhora enrugada que exibia seu único olho bizarro fora do rosto.

O embalo do freio fez meu corpo se atirar para frente, minha cara foi achatada pelo banco do passageiro.

-Ai... ai, minha boca... meu nariz... –Me levantei atordoada. Então o carro acelerou e eu fui jogada no bando. –Ah!

-Manda essa garota calar a boca, ela grita demais. –Uma das mulheres gritou.

-Ela só tem um olho! –Gritei.

-Correção, nós só temos um olho. –As três se viraram incluindo a que dirigia.

As caras pálidas num tom de musgo mutante, dentes cariados e amarelos. Lábios grossos e mal feitos como os de um sapo.

-Aaaaahhh! –Berrei de novo em quanto Iryena gargalhava sem parar tentando não morrer sem ar de tanto rir.

A bruxa desolhada que dirigia freiou para não atropelar um cervo que corria atravessando a pista. Bati a cara no bando da frente de novo e protestei com mais um berro.

-Pare de gritar! –Uma delas gritou para mim.

Me levantei e sentei, apertei os cintos e coloquei a mão na testa para ver se havia criado um galo.

Em alguns minutos silenciosos o taxi parou. As portas se abriram.

Soltei o cinto e saltei para fora. Me joguei no chão como se estivesse abraçando a terra.

-Terra, terra firme. Eu te amo tanto! –Brinquei e logo me levantei batendo a terra da roupa tostada.

O taxi sumiu a toda velocidade pela colina a frente.

-Bem, aqui estamos. –Iryena caminhou até o meu lado e parou tomando ar. –Contemple o Acampamento Meio-Sangue. –Ela enfatizou a cena com as mãos fazendo uma cortesia teatral para a frente.

Segui meu olhar para onde ela reverenciava. Dois pilares de mármore se erguiam enrolados por trepadeiras verdes. Imprensado na porta branca de mármore de pilastras estava escrito: ®Camp Half-Blood®

À além do portão estavam campos magníficos, estruturas de dois andares todas decoradas diferentemente. Um grande casarão com sótão bruxulento. Sátiros de um lado para o outro, o rio tão azul, puro e intocado onde algumas pequenas canoas eram velejadas. Um cavalo alado negro e malhado sobrevou por cima de nós.

Era Clarisse que vinhera montando o garanhão negro. Ela desmontou e deu um pequeno cubo branco para o cavalo comer, então percebi que era um torrão de açúcar.

-Entrem logo, a criatura esta me seguindo. –Clarisse marchou até a entrada ajeitando sua bandana sobre a cabeça.

Caminhei lentamente para aquela imensidão de paraíso. Uma fonte límpida estava logo a frente; um pégaso branco matava a sua sede bebendo da tal água cristalina.

-Q-q-que incrível... –Me belisquei para ter certeza de que estava acordada. –Não pode ser... Não pode existir um lugar assim no mundo...

-Sim, existe. –Iryena pegou minha mão e correu comigo até perto da fonte.

-Isso é incrível... –Minha boca estava aberta e meus olhos piscavam tentando entender tudo o que estava a minha volta.

-Espero que minhas queimaduras não sejam em vão. –Clarisse berrou do meu lado me assustando.

-Como assim? –Perguntei.

-Se você for filha de algum deus irritante como Poseidon... –Clarisse serrou os punhos.

-Não sei, não conheço minha mãe. –olhei para a terra fofa.

-Com essa carinha você deve ser mais uma filha de Afrodite. –Iryena gargalhou.

-Afrodite? –Fiquei meio confusa. –Não sou bonita o suficiente. –Abaixei o olhar.

-Acho que ela é filha de Deméter. –Clarisse bufou de raiva. –Tudo isso só para uma filha da Deméter.

-Como pode ter certeza? –Olhei fundo nos olhos castanhos de Clarisse.

-Esse seu pingente de papoula. –Iryena respondeu. –É um dos símbolos dela.

-Quem lhe deu isso? –Clarisse perguntou.

-Meu pai falou que minha mãe colocou na sesta de ouro em que eu vim do céu...

Continuamos até chegar num casarão que estava ao lado da fonte.

Um homem alto surgiu na porta, suas pernas eram musculosas e escuras idênticas a de um cavalo marrom, ele era muito alto que chegava a bater a cabeça no teto se não se abaixasse.

Ele tinha uma cara de senhor, barba negra misturada a alguns fios grisalhos. Olhos castanhos solitários e inteligentes. O seu cabelo marrom grisalho estava penteado para trás.

Quando ele saiu trotando vi que ele era um cavalo... Um humano cavalo... Centauro.

-Quíron. –Iryena acenou em quanto nos aproximávamos da varanda do grande casarão.

A casa era toda branca, com dois andares largos e um sótão sombrio protegido por duas cortinas brancas.

O sol do meio dia não estava tão forte a cima de nós, deixava uma sombra ao lado do grande casarão apontando para uma quadra de vôlei-basquete-tenis.

Alguns garotos loiros arremessavam bolas de basquete direto no aro fazendo uma cesta perfeita. De longe conseguia ver uma garota morena com um violão vermelho alaranjado nas mãos e uma coroa de flores brancas e amarelas sob a cabeça. Ela cantava e tocava nas arquibancadas.

-Seja Srta. Battler. –Ele coloca a ponta de um arco maior que o meu corpo contra o chão. Se apoia nele cruzando os braços e se curvando um pouco para ver meu rosto com mais clareza.

-O-obrigada... –Recuei alguns passos assentindo de medo. Aquela aproximação realmente me deixou arrepiada. Olha, tentem me entender, não é todo o dia que se vê um centauro. Um homem com bunda de cavalo. Isso é incomum pelo menos para mim.

Ele fez um sinal para que nós entrássemos. Seguimos adiante passando pela porta e o centauro abaixou-se para caber no tamanho certo para que passasse.

Lá uma mesa rústica de madeira ocupava o meio de uma sala casual, exceto por algumas migalhas de nachos melados em cheddar. Um homem com cabelos engordurados se sentava a mesa, ele segurava cartas em uma das mãos formando um deck. Na outra seus dedos estavam melados e alaranjados de cheddar e segurava com firmeza uma taça dourada de vinho. Eu podia jurar que a taça era de ouro.

-Senhor D. Completamos a missão. –Iryena enrijeceu o rosto, ela parecia não gostar do homem.

-Onde estão os outros? –Perguntou Sr D que estava concentrado demais em seu jogo para sequer levantar os olhos em nossa direção.

-Clarisse está no acampamento, mas os outros...


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Notas finais do capítulo

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