Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 59
Capítulo 59: Devotos de Indra


Notas iniciais do capítulo

Gente, demorei uns dias para postar porque fiz uma viagem apênas de dois dias, mas, bem, vocês devem entender como é ótimo viajar um pouco, as mudanças são a troca de roupa da alma.



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Haviam se passado alguns minutos, os quais não calculei, porém, a cada segundo continuava correndo pela floresta, procurando Karen.

Acham que sou idiota? Sim, eu sou, uma garota de dezesseis anos, grávida, correndo em direção a “fadas” vampiras malévolas que iriam sugar minha alma.

–Phoebe! –Ariane gritava logo atrás de mim, podia ouvir os seus pesados passos velozes quebrando galos e espremendo folhas mortas no chão.

–Karen! –gritava vendo o rastro de grama verde feito pela filha de Deméter, não muito longe conseguia ver seus cabelos castanhos e cacheados saltando no ar graças a velocidade a qual corria.

–Phoebe! –gritou Ariane de novo pondo a mão no meu ombro esquerdo.

Desviei do peso que ela havia posto no braço para me parar me esquivando para o lado, senti o roçar das suas unhas contra meu casaco jeans.

–Karen! –gritei ainda mais alto do que os berros de Ariane, pulando sobre um tronco de árvore morto e mofado.

A música ficou mais alta, parecia uma daquelas sessões de relaxamento em um spa , com música calmantes e mesmo assim vibrantes.

Não que eu já havia ido a um, mas podia imaginar como era..

A neblina ficou mais intensa, não conseguia enxergar um palmo em frente ao rosto. As vozes se abafaram junto aos gritos de Ariane, pareciam um sussurro distante, mas eu sabia que ela estava literalmente a três metros de alcançar-me. A única coisa que pendia no ar era a música alegre e doce.

Pássaros soavam por entre as notas de uma harpa, assim como vozes estranhas sussurrando em suspiros doces, a flauta fazia-me querer dançar, esquecer de todos os problemas e dançar para sempre.

Meus pés pararam de me obedecer, fiquei parada admirada com o que deleitava a frente.

Mulheres, homens, crianças, todos tão perfeitamente belos e graciosos quanto um anjo poderia ser.

Os tons de pele de cada um eram diferenciados, alguns eram um violeta claro quase cor de pele normal rosado, porém, ainda sim, muito estranho e variado. Esverdeados parecendo um limão, outros com uma cor mais azulada como o céu limpo de nuvens. Alguns ainda possuíam uma tonalidade de pele comum, rosado ou moreno, alguns até eram afrodescendentes. Não deixei de notar os cabelos com cores impossíveis de serem naturais. Um garotinho vestindo apenas uma calça jeans desgastada e uma sandália de palha tinha as raízes do cabelo completamente rosa, um rosa choque tão intenso que brilhava por suas mechas negras.

Literalmente hippies-indianos ou algo do gênero. Trajando vestes abertas, abadas longas de linho bem fino como os Indus. Homens seguravam banjos, tambores, violões de corda fina, mas oque estava sendo tocado era apenas dois instrumentos, uma enorme harpa de ouro e uma flauta transversal prateada que exalava uma neblina bruxuleante pelo seu orifício de saída.

Um homem tinha um anel de tiara na cabeça para segurar o longo cabelo verde musgo que descia em ondas até seu abdômen, que por sinal era bem trabalhado. Vestia calças jeans estilo hippie anos 80, vários desenhos a caneta de símbolos de pás, incluindo o Yin Yang. Sua camisa era branca, aprecia ser apenas linho, uma simples camisa branca, era aberta no meio, não havia botões para fechá-la. Ele buscava fôlego o tempo todo sem parar de tocar, as notas mais belas que eu já havia ouvido antes.

Vi a orelha direita aparecendo pelas mechas grandes e verdes. Para minha maior surpresa era que não havia orelha; era uma folha verde grande e grossa, uma espécie de brinco feito de lantejoulas e barbante furava a ponta da folha e pendia enroscando-se ao restante do cabelo.

A mulher a harpa cobria-se toda, não conseguia ver seu rosto completamente, ela tinha uma espécie de manta típica árabe; cobria da sua cabeça aos pés, a única coisa visível eram as suas mãos e seus olhos. Cada dedo possuía três anéis, todos com joias pequenas ou encrustados delas, o seu dedo indicador tinha um único anel, porém este era maior, tinha o formato de uma serpente, os olhos eram feitos de esmeralda pura.

Não sabia como reconheci a esmeralda, mas deve ser algum “dom” das filhas de Afrodite com esse mundo inviável da beleza.

Ela sentava-se a lateral direitas do instrumento, abraçando-o sobre suas compridas vestes negras. A harpa produzia um som ainda superior a flauta transversal. Era mais do que incrível, era divino.

Percebia que a cada nota sacada das inúmeras cordas da harpa de ouro sua roupa brilhava, não completamente, mas traços dela cintilavam refletindo também a luz da fogueira a frente, dentro da roda de fadas que sentavam-se atentas para ouvir a melodia. A túnica possuía desenhos de flores de lótus douradas que brilhavam como um raio de sol, apareciam apenas quando seus dedos soltavam as cordas e a melodia nos abençoava com tamanha graça.

Aqueles olhos enfeitiçavam, não conseguia parar de fita-los, fuzila-los com tanta luxuria que era impossível deixar de contemplar tamanha perfeição. Simplesmente eram amarelos como areia molhada, um âmbar tão intenso e tão agressivo que me lembravam os documentários sobre furacões que via em history channel.

A neblina se atiçava, porém, ao invés de tomar conta do local, ela se abria, indo em direção a floresta e a contornando, possuía o formato de uma serpente grande o suficiente para com um único abraço engolir todo aquele campo enorme onde estávamos.

Ouvia o sibilar da serpente enquanto ela flutuava e pairava por entre as arvores, sua forma cinza de pura neblina saia da flauta e cintilava atravessando os galhos, brindando a lua que brilhava fracamente por entre as nuvens cinzas.

Ariane e Katie estavam paradas em pé ao meu lado, eu percebi que as duas também estavam hipnotizadas pela grandeza a nossa frente.

–Nunca imaginei que fadas fossem assim.. –os olhos de Ariane corriam de cada uma das fadas e se alarmavam quando a serpente de neblina nos engolia enquanto passava pelas árvores, porém, nada sentíamos, afinal ela era apenas uma neblina, um vento frio e quente dentro da noite.

–São lindas, não é? –Katie abriu um sorriso olhando para mim.

–Não são como as fadinhas da Disney.. são tão diferentes.. –não conseguia encontrar palavras para descrever –São tão...

–Hipnotizadoras. –sibilou uma voz masculina logo atrás de mim.

Virei-me e vi o alto anjo que ajeitava os óculos rapidamente e sorria. Era Steven.

–Mocinhas, vocês não deveriam entrar num ninho assim... –seu olhar subiu e percebi a fada de olhos rosados corresponde-lo. –Ainda mais quando é um ninho dela.

A harpa parou de tocar, a flauta perdurou, a mulher coberta pela túnica suspirava pesadamente, podia ouvir os suspiros pesados dela mesmo a mais de 20 metros de distância. O vento parecia carregar seus sussurros para os meus ouvidos, tão forte era a brisa que parecia uma das ventanias de outono.

A fada simplesmente passou por cima do fogo, pisando na brasa tão calmamente, nem mesmo suas vestes queimaram. Ela não caminhava, flutuava, caminhava com tanta graça que parecia flutuar delicadamente pela grama.

Passou por entre as crianças a sua frente que a admiravam com tanta seriedade que seus queixos caiam.

Quando nos alcançou parando a frente de nós Steven segurou a respiração. O vento soprou forte jogando meus cabelos para trás atingindo o peitoral do anjo caído atrás de mim.

Katie curvou-se levemente fazendo uma reverência. Ariane e Steven permaneceram imóveis, mas por via das dúvidas decidi seguir o exemplo de Karen, reverenciei-a levemente.

–Perdão, quem é você? –Ariane a olhou de cima a baixo admirada.

–Eu sou Daya, a filha de Indra. –a voz da fada era tão doce e harmoniosa que fez-me revirar os olhos em puro êxtase.

–Indra? –perguntei em deleite ainda com um sorriso bobo e corado no rosto.

–Indra, o deus das tempestades, já foi o rei de todos os deuses hindus, mas hoje foi traído pelos seus seguidores. –respondeu calmamente.

Um sopro forte fez a neblina em forma de serpente gigante ser varrida. Balançou fortemente as arvores, as mesmas rangeram e estalaram, alguma passarinhos voaram de seus ninhos afobados, despertando e voando em todas as direções possíveis.

–Porém, nós não traímos meu pai, nós somos os Devotos de Indra.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^ bjs bjs gente, aqui o link da música tocada pelas fadas: http://www.youtube.com/watch?v=0B89rImrFoc



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