Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 26
Capítulo 26: Uma serpente tenta me matar


Notas iniciais do capítulo

Postei tarde pq tava de castigo, mas ta ai. Espero que gostem.



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O sinal soou no corredor, indicava o final de mais um dia de aula. Olhei para o relógio no teto da sala de aula; marcava exatamente 16:50. O diretor falava ao microfone da escola sobre o estado de Damon no hospital.

Peguei minha bolsa e me levantei seguindo para a porta junto a uma multidão de alunos tentando sair da sala o mais rápido possível e seguir para a casa, trabalho ou fosse lá o diabo que iriam fazer depois da escola.

Nada fazia sentido, aquele lugar não era mais o meu “normal”. Aquele mundo já não me pertencia, depois do que aprendi nada relativamente “normal” já não era o meu comum.

Esse apenas era a minha primeira semana de aula na Los Angeles Unified School District.

Meu fichário em mãos, minha bolsa preta Prada no ombro, aquele meu cabelo fino e pranchado. Não, essa não era eu realmente.

Sentia algo entorpecendo meus sentidos, era como o mais fino perfume. A mais sutil, leve e forte fragrância.

A multidão de alunos já começara a se dispersar, a maioria deles estava fora da escola e o restante estava a caminho da saída. Tinha alguém ali, alguma coisa me atraia, era magnético e impulsivo. Repousei levemente o olhar sobre todos os rostos até as portas, então eu reconheci o rosto.

Uma boina xadrez francesa na cabeça. Os mais leves e perfeitos olhos do mundo naquele tom azul céu. Cachos angelicais loiros caindo até a cintura. Lábios avermelhados sem batom algum. Moletom salmão juntamente a uma calça jeans e seu fino sapato grife. Era Francesca... não sei como, mas era ela, só estava mais jovem, absolutamente, sem sombra de dúvidas, era a minha professora que havia sido cremada na Yancy Academy.

Meu olhar encontrou-se com o dela e por alguns segundos sustentou-se. Uma mão bateu em meu ombro, eu já estava preparada para tudo, me virei pronta para sacar a pulseira-chicote em meu pulso.

Vi a garota em minha frente, a asiática garota vestida em um uniforme minúsculo de líder de torcida. Drew Tanaka gargalhava me fitando.

-O que faz aqui? –Perguntou-me.

-Essa pergunta é minha. –Respondi.

-Sou do comitê de boas vindas, não vi você na lista dos calouros. –Falou Drew abrindo o armário ao meu lado e guardando seus pompons lá dentro.

-Temos de sair daqui, acho que minha professora é um monstro. –Peguei Drew pelo pulso fechando o armário e subindo as escadas para o segundo andar.

Era fácil ter disposição para correr já que passei um dia inteiro sentada.

-A, claro, que professor não é um verdadeiro monstro? –Drew brincou rindo até me puxar pelo ombro. –Agora, pare de correr. O que faz aqui? –Perguntou-me.

-Eu estudo aqui, mas agora não é hora, falo sério a respeito da minha professora ser um monstro. –Corri escada a cima parando no segundo andar.

Observei o local, eram as salas do segundo ano. A cima havia o terceiro ano e os clubes.

-Lembra da minha antiga escola que queimou?

-Sim. –Respondeu Drew.

-Lembra da professora que falei?

-Sim.

-Ela esta aqui, mas esta diferente, ela tá mais nova. –Corri pelo corredor indo em direção a janela.

-É possível que ela esteja com aqueles anjos? –Perguntou Drew correndo ao meu lado.

-Não sei e não vou lá perguntar, agora vamos correr daqui. –Olhei para o vazio corredor atrás de nós e a janela a nossa frente.

A silhueta de uma sombra subia os degraus da escadaria.

-Qual o plano? –Perguntou Drew.

-Dar o fora daqui primeiro. –Gritei me abraçando a Drew e pulando pela janela de vidro.

Nós duas gritamos em coral em quanto o vidro dilacerava-se e partia-se em milhões de pedaços e fragmentos pelo ar.

Não só meu braço, mas minha bochecha se cortou, minhas pernas que estavam desprotegidas arranharam-se e abriram vários cortes finos e superficiais porém, doloridos. Drew não deveria estar melhor do que eu, só conseguia ver o seu cabelo negro tapando a visão, ela tinha cabelo muito comprido e liso.

A queda parecia ser em câmera lenta, tudo era mais devagar quando a adrenalina surtava e circulava a mil pelo corpo de um semideus.

Com um rápido e doloroso Bac! chegamos ao chão. Caí de costas junto a Drew, o ar me faltou e eu comecei a tossir com o impacto nas costas.

Guiei meu olhar até a janela quebrada e posicionava-se o zelador com os olhos arregalados e a boca escancarada.

Ao redor tinha muita gente, todos haviam parado por um segundo de fazer o que faziam e nos olhavam com olhos e bocas entreabertas.

Levantei Drew do chão e vi lagrimas em seus olhos, ela havia se machucado gravemente e com certeza me culparia futuramente. Um dos estilhaços estava cravado horizontalmente em sua barriga. O uniforme das líderes de torcida estava rasgado e sangrava no local. Passei seu braço por em volta do meu pescoço e caminhei mancando tentando nos afastar de toda a multidão. Logo muitos pegaram seus celulares e correram para fazer ligações, o restante gravava a cena e mandavam mensagens de texto.

A névoa não cobriria aquilo já que não havia monstro, aquilo estava em uma coisa viável e fora dos limites de poder dela. Tínhamos que dar o nosso próprio jeito quanto aquilo.

-Eu... eu too muito feia? –Drew choramingou tentando conter o sangramento, seu braço estava cheio de arranhões assim como o meu, além de que suas pernas não estavam melhores do que as minhas.

-Drew, o belo está em muitas outras formas, o defeito esta em quem não consegue ver.

Vi um sorriso brotar em seu rosto, mas de pouco a pouco se apagava. Abri minha bolsa e peguei uma barra de cereal com recheio de ambrosia.

Parti-a ao meio e dei um pedaço a Drew. Ela rapidamente comeu-a e soluçou vendo alguns dos seus arranhões sumindo, fiz o mesmo comendo a barra, mas nem todas as feridas desapareceram. Drew ia desmaiar, o sangue descia deixando no ar um cheiro agridoce e metálico.

Monstros iriam aparecer, eles sempre estavam por toda a parte, tínhamos de sair dali o mais rápido possível.

-Calma Drew, vamos sair dessa. –Sussurrei em seu ouvido pondo-a nas costas debruçada sobre mim e a carreguei.

Senti o peso fazer pressão e começar a sangrar com mais intensidade alguns dos meus arranhões. Caminhei de passo a passo para longe da escola, indo em direção ao ponto de ônibus. Peguei meu celular e usei a discagem rápida de emergência. O número do meu pai.

Alguns longos segundos chamando e finalmente atendeu.

-Pai, rápido, preciso de você, não tenho muito tempo. Monstros vão aparecer, mande alguém me buscar atrás da escola.

-Certo, não saia daí, irei mandar alguém para lhe trazer o mais rápido possível. –Ele desligou.

O silencio subiu e eu senti o cheiro pútrido de alguma coisa podre e morta. Ouvi o sibilar de uma serpente e olhei para trás analisando o ambiente a minha volta. A grama estava morta em um rastro longo que serpenteava ao decorrer por onde minha visão alcançava. Um arbusto se mexia levemente e eu podia jurar ter visto a metade de uma cobra adentrando o arbusto que agora morria e murchava.

-Basilisco! –Gritei me distanciando do local com Drew nas costas.

Ela estava desacordada e eu com os músculos a mil já gritando por descanso. Tentei acelerar o passo, a criatura se aproximava.

Era uma cobra de tamanho normal, isso não a deixava menos amedrontadora, pelo contrário, era mais rápida e mais mortal que qualquer outro ser rastejante neste mundo. Os olhos amarelos intoxicantes pulsando e queimando até o fundo da alma. Sua língua sibilava pra fora já saboreando o cheiro do sangue de semideus no ar.

-Desculpe Drew... –Repousei-a no chão e apertei o olho de safira da minha pulseira de cisne.

O chicote flamejante estendeu-se queimando o ar.  A serpente abriu a boca cuspindo uma rajada rápida de um liquido gosmento e pegajoso, esquivei-me pulando para o lado. A gosma caiu sobre a grama e no local onde tocou, não só a grama, mas também a terra apodreceram morrendo e deixando uma leve cratera ácida no local.

Fustiguei o chicote contra o rápido Basilisco. Rapidamente o monstro se esquivou e o chicote estralou contra a grama e torrou o local graças ao fogo.

A criatura investiu saltando contra o ar. Drew estava bem atrás de mim, deitada e ferida no chão. Não havia como me esquivar sem que a criatura acertasse ela.

Numa fração de segundos vi um projetil fino de prateado acertar o Basilisco. Outra seguida por mais outra. O monstro era castigado com flechas de prata, uma chuva delas acertando-o rapidamente, ele não tinha mais escapatória. A criatura se retorceu e dissolveu-se em areia dourada.

Vi Thalia Grace com mais duas garotas ao seu lado. Ela trajava uma camisa polo branca junto a uma calça do exercito e uma bota preta de couro. Seu cabelo estava maior e liso. Seu arco sumiu de sua mão em uma pequena nuvem prateada brilhante como purpurina.

-Alguém chamou um resgate rápido? 


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Notas finais do capítulo

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