Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 20
Capítulo 20: Poetisa bancando Eros




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O vento fustigava meus cabelos, Festus ia a toda velocidade nas nuvens se afastando o mais rápido possível de Manhattan. Ao longo podia ver o horizonte de Long Island.

-Valdez, para onde vamos? –Gritou Milena em um dos arpões gigantes no deck do navio viking flutuante.

-Vamos ao acampamento, mas antes vou despistar esses caras. –Leo controlava o gigantesco navio voador com um controle Wii.

Leo escorregou um dos dedos por um botão do controle. O navio rangeu e consegui ouvir estalos e estrondos. O navio todo começou a se encolher rangendo e se apertando. As velas e remos sumiram adentrando a proa. O navio parou com a alta velocidade e seguiu lentamente flutuando sobre as nuvens. Uma grossa carapaça agora começava a se erguer pelas laterais do deck, era um tipo de vidro blindado com um certo brilho azulado que eu nunca havia visto na vida.

Cresceu e cobriu completamente o navio, agora éramos uma bola blindada gigantesca flutuando sobre a rodovia 78 indo em direção a Hoboken.

Milena soltou o arpão e caminhou lentamente até mim dando-me um abraço apertado.

-Você veio. –Sorri a apertando.

-Sim, Clarisse queria vir, mas Leo não falou quando zarparia com Festus. –Milena riu cumprimentando Percy e Annabeth.

-Oi Mile. –Annabeth caminhou até Leo e o chamou para uma conversa particular junto a Percy.

-Onde esta Tyson? –Ouvi Percy dizer longe já descendo para o outro compartimento da “bola” blindada flutuante.

Desviei meu olhar dos três que agora estavam separados de nós por uma porta e um andar abaixo.

Jherfey levou Jason e Piper até os seus quartos naquele navio para que repousassem.

Eu e Milena fomos até uma pequena escadaria circular que levava até uma poltrona felpuda que o “capitão” Leo observava o navio. Sentamo-nos na escadaria suspirando de cansaço.

-Os anjos não vão nos alcançar já que estamos indo tão devagar para Hoboken? –Perguntei.

-Alcançar até podem, mas nunca vão nos encontrar. –Milena gargalhou como se o que eu tivesse acabado de falar fosse um absurdo. –À um motivo para termos virado uma bola gigante de vidro. Estamos sem velocidade, mas temos a defesa perfeita. De baixo a cima, Festus, esta protegido, sendo assim nós também estamos. –A filha de Apolo se ergueu e foi até o lado da escadaria onde repousávamos.

-Vai aonde? –Perguntei.

-Estando num navio assim não à tantos lugares para se ir, não acha? –Ela cantarolou rindo e abriu uma capa de violão que estava presa a parede ao lado da porta para o andar inferior do navio viking.

Ela pegou uma guitarra dourada feita de ouro, suas cordas também eram feitas de ouro. Gravado em sua lateral estava entalhado uma lira e duas flechas cruzando-a.

-Houve um tempo em que os homens
Em suas tribos eram iguais
Veio a fome e então a guerra
Pra alimentá-los como animais –Começou Milena com um solo impecável com a sua guitarra.

Aquela música era eletrizante, contaminava deixando-me eletrizada.

-Não houve tempo em que o homem
Por sobre a Terra viveu em paz
Desde sempre tudo é motivo
Pra jorrar sangue cada vez mais.

Fechei os olhos concordando com cada palavra que saia da sua boca. Aquilo era incrível, a mais pura verdade sobre o homem.

-O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem! –Ela foi andando e tocando até chegar na beirada do deck e se recostar no corrimão de bronze celeste.

Eu a admirava, sua voz não tinha o charme dos filhos de Afrodite, mas continha um espirito contagioso que consumia a mente e percorria o corpo ao mesmo tom da música.

-Sempre em busca do próprio gozo
E todo zelo ficou pra trás
Nunca cede e nem esquece
O que aprendeu com seus ancestrais
Não perdoa e nem releva
Nunca vê que já é demais.

A porta do deck se abriu levemente, não abri os olhos, continuei ouvindo a música. Passos se aproximando lentamente.

-O homem é o lobo do homem!
O homem é o lobo do homem! –Assim ela finalizou e sorriu para Annabeth que estava parada com os braços cruzados e relaxada ouvindo a música.

-Inspiração pura, Mile. –Concluiu Annabeth.

-Obrigada, Anne. –Milena sorriu retribuindo o elogio.

-Phoebe, não temos quartos vamos, são oito, mas cada um tem dono... –Annabeth caminhou lentamente até a minha frente.

Ela não era uma má pessoa, não mesmo. Esta garota sempre pensava em algo, cheia de ideias e perdida em um mundo que somente Atena e seus filhos conheciam.

Annabeth estava tentando me compreender este tempo todo, tentando ver meu ponto de vista em cada ação. Percebi isso pelo seu olhar inteligente. Antes eu deduzia o pior dela, mas agora vejo que Annabeth não fazia por mal, sua mente tem uma fome insaciável pelo conhecimento, agora que vejo isso consigo entende-la de outra maneira.

-Se quiser, pode ficar no quarto de alguém, depois pergunte ao pessoal e veja onde vai se acomodar. –Annabeth seguiu pelo deck voltando até a porta por onde chegou.

-Sim, Annabeth. –Concordei.

-Me chame de Anne se preferir assim. –Ela não se virou para dizer tais palavras, simplesmente continuou acenando para mim e Milena.

Alguns segundos de silencio mortal se espalhou pelo deck superior, até que finalmente uma alma chegou para nos salvar da quietude. Jherfrey, o filho de Ares abriu a porta com tudo e caminhou pelo deck superior fingindo não ver-me e nem à Milena.

Ou ele tinha uma péssima visão ou ele realmente estava fingindo não nos ver bem ali na escada. Milena e eu nos entreolhamos e um sorriso brotou do seu rosto.

Jherfrey se virou nos encarando fazendo uma cara de surpresa.

-Está ai, estava te procurando. –Ele se aproximou sorrindo se juntando a mim e a Milena. –Chega pra lá que eu too sentando. –Jherfrey me fez apertar-me contra o corrimão de madeira da escadaria.

Ele não era gordo, não mesmo, mas sentou de pernas abertas e se curvou para a frente fazendo pose. Isso me deu uma certa raiva, mas fazer o que? Homens são homens, até mesmo os filhos de Ares.

A guitarra de Milena se metamorfou e virou um violão de ouro. O mesmo modelo da guitarra, porém só mudou os acordes e tons que agora eram mais doces e leves.

-Amor, amor!

Posso ver as estrelas

Por todo o caminho daqui

Você não consegue ver o brilho no painel da janela? –Milena começou a cantar Beyoncé- Love on Top.

Eu a encarei com uma cara de: Fala sério.

-Eu posso sentir o sol

Quando você está perto

Toda vez que você me toca

Eu me derreto. –Ela continuou cantando mesmo tendo captado a mensagem.

A fala sério, clima tenso esse. Jherfrey e eu calados só ouvindo Milena jogando um clima para “animar” todos.

-Agora todo mundo me pergunta

Porque estou sorrindo de orelha a orelha

(Dizem que o amor dói)

Mas eu sei

(Vai dar muito trabalho)

Nada é perfeito

Mas vale a pena

Depois de lutar com minhas lágrimas

E, finalmente, você me põe em primeiro. –Milena me fuzilava e sorria ao mesmo tempo como se mandasse eu falar com ele.

-Jherfrey, obrigada. –Por fim falei.

-Pelo que? –Ele rebateu.

-Por me ajudar lá em Mulberry Street. –Tentei esconder a vergonha e a raiva por ele ainda me esmagar com as pernas abertas. Virei o rosto e mordi de leve o meu dedão.

-Amor, é você.

Você é aquele que eu amo

Você é aquele que eu preciso

Você é o único que eu vejo

Venha amor, é você. –Milena cantou essa parte da música com mais intensidade, a voz dela é realmente linda, pelos deuses, é algo angelical, mesmo sendo bonita assim ela continuava tentando fazer algo acontecer ali.

Assim é fod#*. Milena continuava com aquilo. Pelos deuses, que vergonha.

O machucado em meu braço ainda continuava ardendo, o contado do ombro de Jherfrey só fez doer com mais intensidade.

-Jher... tá doendo... –Gemi tentando me segurar para não gritar com ele.

Na mesma hora ele virou o rosto me fitando e corando.

-Seu coração tá doendo? –Ele perguntou tentando não gaguejar.

-Não, o meu braço que por sinal esta ferido e você ainda não percebeu que esta espremendo-o! –Gritei.

Ele rapidamente se distanciou mais de mim. Pus a mão sobre o sangue seco sentindo o alivio. Meu braço estava ralado, mas já estava cicatrizando, isso era incrível... Não tem nem 30 minutos direito e já esta se fechando lentamente.

-Ooo!

Venha amor

Você colocou meu amor no topo, topo, topo, topo...

Você colocou meu amor no topo.

Sério, ela já esta me irritando.

-Mile, você tá pressionando... –Intervim fuzilando-a.

-Amor, amor

Eu posso ouvir o vento

Chicoteando pelo meu rosto

Enquanto nós dançamos a noite toda

Garoto, seus lábios tem gosto de uma noite de champanhe

Quando eu te beijo de novo, e de novo, e de novo... –Ela tirou uma garrafa de champanhe não faço ideia de onde e me ofereceu com uma mão em quanto tocava com apenas uma única.

-Ah! –Gritei correndo para a porta do deck inferior.

A abri e corri para dentro vendo onde eu poderia enfiar a minha cara até chegarmos no Acampamento Meio-Sangue.

Corri escadaria a baixo passando por uma sala iluminada com uma mesa em forma de circulo, não parei para prestar atenção aos detalhes, vi apenas a silhueta de um Leo se empanturrando de hambúrguer, uma Annabeth totalmente focada em um livro de capa dura cinza, um Percy competindo para ver quem comia mais hambúrgueres. Segui passando pelo local até me perder por dentro do navio. Segui mais alguns andares de escadarias até para a minha surpresa, chegar até um estabulo cheio de feno macio.

Me atirei ali e apaguei sentindo o sono de um dia estressante abater-me.


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Notas finais do capítulo

Estive pensando seriamente no assunto, mas antes de tomar tal decisão precisaria saber sobre o que vocês, leitores, acham da proposta: Leo x Phoebe ou Jherfrey x Phoebe. Também falem sobre propostas de alguns outros casais que vocês estão xipando atualmente na fic.

Deixem um comentário sobre o que acham. BJS!! XOXO



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