Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 16
Capítulo 16: Estamos em guerra?


Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar pois estou doente e de cama. Dei um jeitinho e consegui fazer o cap. Espero que gostem.



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–Não! –Gritei tentando fugir. –Não chegue perto!

Minha visão escureceu. O céu pálido fustigava a terra com raios e trovões.

–Pare, pare! –Corri por entre as arvores negras de um cemitério neblinoso com arvores petrificadas.

–Não há como fugir de mim, criança. –A voz estridente me perseguia fazendo a terra tremer e ranger sob seus pés.

A mão grotesca alcançou-me e me levantou do chão pelo pescoço.

–Ah! –Gritei acordando com um salto da cama.

–Esquizofrênica tendo ataque, cuidado gente! –Gritou Drew Tanaka brincando para meus irmãos e irmãs de chalé.

Alguns riram, outros ficaram quietos como se nada tivesse acontecido.

–Quem diria. Qual foi o sonho dessa vez? Beijou um pégaso de novo? –Drew continuou com seu ataque de ofensas e comeu um bombom.

–Não, eu sonhei com seu pai. Continue comendo, vai ficar igualzinha a ele. –Sorri maldosa me levantando da cama em quanto Drew atirava o bombom pela janela.

–Sua...! –A birrenta foi interrompida por Piper que apareceu nas escadas segurando uma carta amassada.

–Temos um problema! –Ela voltou para o andar de baixo correndo igual a uma condenada.

Faz uma semana dês de que cheguei ao acampamento meio-sangue. Nesse tempo fiz muito amigos, mas também inimigos nem um tanto comuns... Drew, minha irmã é um exemplo de inimigo nada normal. Ela te ameaça dizendo que vai trocar as cores dos seus esmaltes ou que vai roubar um dos seus saltos.

Também temos Clarisse La Rue. Filha de Ares. Extremamente cabeça quente, sempre falando que vai fazer sua cara de desentupidor de privada para os banheiros do acampamento.

E alguns outros que seguem tais semideuses arrogantes que só se importam com eles mesmos.

Já passei por bons e maus momentos aqui, mas nunca vi Piper tão agitada antes.

Arrumei minha cama o mais rápido que consegui e desci para ver o problema do qual Piper se referia. Todos estavam parados na frente da porta e pelas janelas, não dava para ver nada do que acontecia fora do chalé.

–E acha que vai conseguir treinar algum destes jovens sem mim? –Berrou uma voz rouca do lado de fora.

–Aceite de uma vez. Zeus não lhe quer mais aqui. –Rebateu outra voz .

–Você não é Zeus, se ele me quisesse fora deste lugar viria pessoalmente falar-me. –Um raio urrou estridentemente a cima do acampamento como se concordasse.

Empurrei Mary para conseguir ver o que se passava do lado de fora. Me surpreendi com a cena que ocorria naquele exato momento.

Quíron chutava o chão com os cascos cerrados, outro centauro estava a sua frente, mas este tinha chifres como um touro.

O centauro tinha longas tranças pretas caindo por cima de um arco e aljava que repousava em suas costas e uma espada longa feita de ouro.Sem falar no par de chifres saindo de cada lado da cabeça.

–Saía e volte para a sua família! –Ladrou o centauro batendo os cascos no chão.

–Este acampamento é minha família. Para mim, VOCÊ esta morto. –Quíron pôs-se a trotar lentamente como se prepara-se para um duelo de centauros a qualquer segundo. -Você roubou o meu estoque de armas, levou todas as espadas de mithril.

–Nem mesmo Zeus o quer aqui. Não lhe sobrará lugar para ir se me rejeitar. –O outro estreitou os olhos negros e bateu o casco no chão levantando poeira como fazem os touros antes de irem atacar.

–O que esta acontecendo? –Perguntei a Piper.

–Não faço ideia, também não sei como esse centauro passou pela barreira. –Ela entreolhava pousando o olhar entre um e outro minotauro tentando entender a situação.

Todo o acampamento se reunira ali, formavam um circulo em volta dos dois minotauros e alguns outros ficaram dentro de seus chalés espreitando pelas janelas.

–Você deixou aqueles moleques saírem, agora você levará a culpa. –Gritou o centauro.

–Se esse é o caso então eu assumo total responsabilidade pelo ocorrido, mas não irá tocar um único dedo no acampamento. –Quíron se posicionou forte contra o outro. -Me responsabilizo por ter dado uma missão a qual falharam, se acha que mortes de semideuses em missões afeta algo, esta enganado.

Quíron estava certo, para um semideus, ainda mais neste acampamento; morrer jovem não era algo incomum, aqui muitos descuidados desapareciam aos montes em missões.

Realmente, ele é um “homem” de valor e honra. Quíron com certeza se responsabilizaria por algum erro que ele cometeu, mas eu ainda tentava entender o que havia acontecido. Qual era o erro?

–Você é controverso, ainda não me esqueci de como ajudou a trucidar Ceneu. -A cauda de Quíron balançava fortemente, de um lado para o outro como se estivesse nervoso. -Centauromaquia, lembra? Você e seu bando não passam de bêbados depravados. Jamais será minha família.

Corri até Annabeth que estava de “camarote” vendo tudo e raciocinando.

–O que esta acontecendo? –Perguntei-a.

–Parece que encontraram o cadáver de um filho de Deméter junto a dois filhos de Apolo na praia, estavam completamente carbonizados; e Iryena, Gabriela e Nico foram abduzidos.–Ela se mantinha séria e rígida como uma fortaleza que nunca desmoronaria. –As luzes... voltaram, levaram os três.

–Cadáver!? Luzes!? –Arregalei os olhos.

–Sim. Eles foram levados pelas luzes. –Annabeth mordeu o lábio inferior.

–Para onde foram? –Isso estava ficando sério.

–Butch foi atrás deles com o pégaso, mas ainda não voltou. –Ela me encarou séria. –E desta vez, as luzes estavam em maior quantidade. –Annabeth apertou o punho.

–Quem é essa figura ameaçando Quíron?

–Um centauro da linhagem distante de Quíron, é do clã da Tessália. –Annabeth tomou ar. –Isso tem de acabar e agora.

Ela me puxou pelo braço e seguiu para perto dos dois centauros tensos que já estavam a um passo de começar uma luta.

–Faça-os se acalmarem. –Sussurrou Annabeth no meu ouvido.

–Certo...

Piper já havia me ensinado a como controlar o tal “charme”, ela falou que eu o usei antes várias e várias vezes, mas nunca tinha percebido. Fazer com que os outros obedeçam o que eu digo, não gostava da ideia de manipular os outros. Se eu usar o charme para algum motivo bom não seria algo ruim...

–O sol esta quente nesta manhã. –Enfatizei colocando as mãos sobre os olhos e olhando para cima fitando o horizonte ensolarado. –Estou com tanta sede, vocês não estão? –Olhei para os dois, um de cada vez.

Quíron pareceu entender o que eu estava fazendo e fez um sim com a cabeça.

–Sim, muito quente. –Falou Quíron.

–Piper, não quer vir tomar limonada no chalé? –Perguntei-a fitando a minha meia-irmã seriamente. Ela na mesma hora entendeu a situação.

–Limonada? Ótimo. Adoraria lhe acompanhar num refresco. –Piper caminhou passando pelos dois centauros e seguindo para o meu lado. –Vocês dois com certeza estão com calor. –Ela piscou para o minotauro Tessálico.

–Sim, muito, muito calor. –Sustentei sua voz.

–Vamos todos beber algum refresco. –Por fim Piper caminhou abrindo caminho pela multidão.

Não só os centauros mas também todos que estavam presentes na mesma hora começaram a se abanar como se estivessem realmente com um calor imenso.

–Que sol este... –Alguém falou.

–É mesmo, estou com sede. –Outro campista continuou.

Logo todos foram em borá de volta para seus chalés tentando ser os primeiros a pegar o restante de suco que havia em seus aposentos.

Eu e Piper nos entreolhamos e prosseguimos até Quíron e o outro minotauro.

–Sereias! –Rugiu o centauro romano balançando a cabeça tentando raciocinar. –Ah! –Ele sacou a espada de ouro e se ergueu sob duas patas. –Saiam da minha cabeça! –Gritou e partiu para cima de nós duas.

Quíron sacou duas espadas de bronze, uma em cada mão, assim partiu para cima do outro minotauro para impedi-lo de nos acertar.

–Não! –Gritei me distanciando da batalha.

Enquanto caía na grama, percebi uma mancha cinza na lateral do meu chalé. Foquei-me lentamente ali e vi que era uma pequena gárgula enrugada. Quando pisquei os olhos ela havia sumido.

Minha mente só podia estar me enganando. Me levantei sacando o meu machado, As de Copas.

Leo correu em minha direção segurando alguma coisa brilhante e reluzente como uma pulseira.

–Phoebe! –Ele gritou lançando a pulseira no gramado bem na minha frente.

–O que é isso? –Gritei perguntando-o em quanto se aproximava correndo pela colina.

–Use isso! –Leo gritou de volta.

Annabeth conseguiu montar no centauro tessaliano com sua faca de bronze nas mãos. Prendeu-se aos seus cabelos, mas não tentou corta-lo com a faca.

Piper saltou para perto e apunhalou a barriga do centauro chifrudo. O líquido saltou do seu ferimento fazendo uma nuvem de vapor.

O sangue do centauro esguichou e pegou numa pequena parte do braço esquerdo de Piper. Na mesma hora ela uivou e gemeu de dor. Gritando sem parar enquanto o sangue do minotauro corroía o local em que caiu.

Pelos deuses! Sangue de minotauro é como o ácido! Por isso Annabeth não atacou.

Corri até Piper e a tirei do local da luta arrastando-a pelos braços. Os cascos dos dois centauros se chocavam junto com o tinir de suas espadas se batendo.

Observei a pulseira na minha mão. Uma joia de ouro branco em forma de um cisne. O olho do cisne era feito de safiras azuis. Era lindo, lindo demais.

–Aperta o olho! –Gritou Leo.

Levei meu dedo até o olho de safira e na mesma hora senti o calor subir pela pulseira. Ela se alongou instantaneamente revelando seu interior feito de bronze celestial. Transformou-se em um chicote de bronze que ardia em fogo quando fustigava o ar soltando uma leve rajada de fogo da ponta.

–Fogo! –Gritei com medo.

–Não vai te queimar, eu moldei ele para ser usado por você, acha que faria algo que não é seguro? –Ele me perguntou me dando um tapinha no ombro.

Mexeu na sua pochete amarela e de lá sacou um martelo de dois quilos.

–Hora de quebrar o minotauro, baby. –O magricelo pulou dentro da briga, tentou golpear o centauro invasor, mas este desviou com Annabeth nas costas.

Apertei forte o chicote de bronze flamejante. Tomei coragem e atirei-o contra o centauro com espada de ouro. O chicote bateu contra sua nádega esquerda.

Ele se virou com raiva observando a queimadura.

–Ferrou. –Engoli em seco.

O centauro foi com tudo para cima de mim. Corri mas eu sabia, nunca seria mais rápida que um cavalo. Annabeth enfiou a faca em sua espinha dorsal e ele se dissolveu em uma areia amarela.

Desabei no chão sentindo o cansaço.

Vi Jason correndo até Piper como louco. Me levantei e fui até Quíron.

–Estamos em guerra?- Perguntei-o.

–Essa será uma rixa fútil.


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