Radiação Arcana: Totem De Arquivo escrita por Lucas SS


Capítulo 34
Capítulo 33: Tribo Selvagem


Notas iniciais do capítulo

Ok, desculpe pela demora, eu fiz o capítulo e depois refiz, para poder ficar bom o bastante para vocês. Está sem betagem, então vocês poderiam me avisar onde estão os erros, todos os que encontrarem. Espero que gostem e boa leitura!



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Os arbustos se mexeram e um silêncio mortal se apoderou da floresta. Nós cinco nos posicionamos para a luta. Fear girava as machadinhas rapidamente, nervoso para a luta, enquanto Supreme carregava seus pulsos com energia elétrica. Limcon e Skarlatte estavam lado a lado com as armas preparadas. Minhas mãos entraram em combustão novamente, acendendo as perigosas chamas no meio da floresta.

Um zunido de ataque surgiu antes do dardo que cortava o ar. Meu irmão desviou sem dificuldade e com movimentos calculados, para não gastar mais energia do um mero tiro envenenado merecia. Por ter visto seu ataque surpresa falhar tão facilmente, os inimigos pularam para fora dos esconderijos gritando.

Se raízes pudessem se desenvolver até virarem humanóides, como vocês acham que elas estariam? Bem, acho que vocês chegaram em algo parecido com a forma física dos nossos inimigos. Seus braços e pernas eram raízes parecidas com tentáculos, sem dedos. O peito era uma ligação de fortes cipós, como se tivessem sido costurados um no outro, formando uma malha forte e resistente. A cabeça era a parte mais “normal”, pois era uma larga raiz que se dividia em várias, formando um suposto cabelo. Alguns inimigos usavam máscaras, outros se pintaram, mas todos tinham uma lança nas mãos e zarabatana nas costas, com os dardos todos presos a um cinto de couro que segurava a saia de casca de árvore.

Eles falavam algo que nós não entendíamos, talvez pedindo para que a gente fosse embora ou perguntando o que estávamos fazendo ali, mas nós não tínhamos certezas. Como não reagimos, os inimigos se enraiveceram. Eram quinze no total, todos partindo para cima de nós furiosos.

Desviei de uma estocada que mirava minha cabeça. O adversário ficou exposto ao fazer isso e eu aproveitei a chance dando um gancho de esquerda no maxilar. Fechando os negros olhos, o monstro desmaiou. Mais duas raízes vieram me atacar. Segurei a lança do que veio pela esquerda e quebrei a ponta. Em seguida chutei a canela dele e pulei, acertando com o joelho no rosto. Infelizmente, isso me fez ficar livre para ser acertado na direita, então a lança perfurou alguns milímetros o meu peito. Olhei quem tinha me acertado e vi o inimigo cheio de medo no olhar. Devia ser um adolescente, pois sua estatura era muito baixa, menor que a minha. Com pena, bati na lança para abrir a defesa dele e o chutei no peito, arremessando-o contra uma árvore. Não tive certeza se ele desmaiou ou fingiu ser derrotado para não ter que lutar.

Mais um inimigo veio contra mim, mas esse parecia mais forte que os outros. Segurando uma clava de madeira e pedras, o adversário desceu um golpe poderoso contra minha cabeça, mas eu desviei a arma sem maiores dificuldades, pois a manopla protegia minha mão. Um segundo ataque veio da minha esquerda para a direita, carregado com tanta força que me arremessou alguns metros. Tonto, levantei balançando à tempo de reagir a mais um golpe lateral pela esquerda. Abaixei e escutei o ar sendo empurrado para longe, olhei de relance para cima e acendi a escaldante chama de dragão. Meu punho enterrou no peito do monstro, que tentou buscar ar com a boca, tudo em vão. O corpo virou cinzas rapidamente, sujando minha capa verde.

Olhei para a direita e vi Supreme arrastando dois dos indígenas pelo pescoço com suas correntes.

− Vamos, suas malditas ervas daninhas, cadê a coragem de vocês agora? − ele gritou.

Os seres lutavam para se soltar, mas Supreme corria rápido demais, os fazendo cair e esfolar os rosto deles no chão imperfeito. Um terceiro monstro pulou nas costas dele, mas eu reagi rapidamente, atirando uma bola de fogo contra o inimigo, que queimou facilmente por ser uma planta.

− Obrigado − Supreme fez uma cara de surpresa, puxou uma das correntes e arrancando a cabeça de um dos índios e depois sacudindo ela contra mim. Me abaixei e pensei que meu amigo tinha ficado louco, tentando me atacar durante a luta. Então olhei para trás e vi que um inimigo tinha sido dividido ao meio. Se ele não tivesse feito isso eu teria morrido.

− Eu que agradeço, lagarto.

Supreme arrancou a cabeça do segundo inimigo, girando ela no ar e, em seguida, jogando contra um inimigo. A corda se enrolou como uma jiboia, apertando o torso até romper. Rugindo, o lagarto avançou contra mais um inimigo, mordendo o pescoço dele e cuspindo um relâmpago violeta, que brilhou em contraste na mata verde.

Segui prestando atenção na luta, a procura de mais inimigos, mas meus amigos davam conta de qualquer coisa, pois tínhamos uma sincronia incrível. Enquanto eu e Supreme lutávamos como loucos na linha de frente, Limcon e Skarlatte davam uma ótima cobertura e Fear os protegia. Cada vez que as machadinhas atravessavam o corpo dos inimigos, aquelas raízes murchavam e ficavam podres. Os índios que pensavam em lutar contra meu irmão paravam e viravam, decidindo me enfrentar. Mas alguns eram corajosos.

Fear sentiu o adversário vindo por suas costas e pulou alto, dando uma pirueta e desviando da investida feroz. A raiz se virou e tentou acertar com a lança novamente, em um golpe transversal. Aparando o ataque com a machadinha direita, meu irmão girou o quadril e cortou as pernas do monstro verde com a arma esquerda. Mas um inimigo valente e com vontade de vingar o falecido colega partiu para cima do helmen. Porém o ladino era poderoso e levantou a mão, recitou alguns palavras que eu não entendi e uma esfera de brilho negro se materializou, cheia de energia. A magia voou e acertou o peito do índio, que apodreceu imediatamente. Parecia que ninguém conseguia atingir o assassino, mas esse mito foi quebrado.

Surgindo do topo de uma árvore, um inimigo caiu atrás de Fear, que foi pego de surpresa em um estrangulamento. Mas o pequeno assassino sabia se virar, principalmente com suas armas. Fear cravou as lâminas de obsidiana no quadril da planta, que gritou e se desmanchou. Um dardo desceu dos céus, mas o ladino cortou o projétil ao meio sem nem olhar para o atirador, pois sabia que Limcon já estava atirando.

Porém, por ter sido distraído com o ataque surpresa, Fear não conseguiu impedir a passagem de dois inimigos que foram de encontro a Skarlatte. A garota feroz parou de fuzilar os outros inimigos que surgiam da densa floresta, largou a arma no chão e mostrou as garras.

Possivelmente os inimigos tinham treinamento de guerra, pois sempre usavam a mesma tática quando vinham em dois. Um vinha pela esquerda e outro pela direita. Skarlatte agarrou as lanças dos dois inimigos ao mesmo tempo e as arremessou longe. Desarmados, os inimigos decidiram atacar ao mesmo tempo com seus braços de raiz, que pareciam chicotes. A namorada de Limcon era esperta e se abaixou na hora que os dois braços iriam a atingir. Os dois atrapalhados soldados acertaram um ao outro e ficaram confusos, abrindo a oportunidade para Skarlatte atacar novamente.

Com suas garras afiadas, a garota rasgou o rosto de ambos os inimigos. Mas isso não era o bastante. Skarlatte pulou e chutou o peito do inimigo da esquerda, ganhando mais impulso para subir um pouco mais. Girando velozmente, deu um chute lateral na cabeça do segundo, arrancando a do pescoço com violência. Fiquei boquiaberto com a força do golpe, mas era algo natural para uma mulher que parecia vir direto da época onde os humanos viviam em cavernas.

O adversário que havia sido acertado no peito levantou e saiu correndo, sem vergonha de demonstrar seu medo de uma simples donzela com garras e presas. Skarlatte colocou as mãos no chão e se preparou para correr como se fosse uma atleta. Em seguida disparou em direção ao fugitivo, que foi acertado com um os dois pés diretamente na coluna, que quebrou em um estalo seco.

Mas nem sempre nós temos sorte. Outro adversário vindo do céu surgiu, mas caindo atrás de Limcon dessa vez. O monstro mordeu o ombro do atirador, que gritou e transformou sua metralhadora em uma serra elétrica, cortando a perna do adversário, que mordeu mais forte em resposta a dor. Eu tinha um ótimo ângulo para acertar o inimigo, então acendi uma esfera de fogo e atirei contra o inimigo, com raiva.

− Que merda! Chega disso, cansei dessas malditas plantas!

Criei uma esfera de proteção para cada um dos meus amigos e, furiosamente, acendi uma chama gelada na minha mão direita. Levantei o punho e soquei o chão, gritando de raiva. O brilho azul se expandiu por dezenas de metros, congelando tudo que tocava. Nenhum inimigo mais podia nos atrapalhar, todos estavam queimando no gelo.

As defesas apagaram e meus amigos olharam em volta, espantados. Eu arfava, mas estava em um estado melhor que o de Limcon. O garoto moreno agora estava pálido e caído no chão, tremendo. Os lábios roxos e a espuma na boca diziam que ele havia sido envenenado.

− Peguem a poção de cura, temos que curar o meu amorzinho − a garota disse.

Peguei na minha mochila uma poção vermelha e coloquei o bico nos lábios do meu amigo. Ele estava prestes a morrer, mas o líquido o deu uma sobrevida.

− Temos seis poções, ele pode aguentar seis horas, mais ou menos. Temos que achar uma cidade rápido, lá deve ter um curandeiro ou algo do gênero.

Todos concordaram com a minha decisão. Supreme pegou o moribundo no colo e o segurou como se fosse uma noiva. Skarlatte recolheu a arma dela, que estava congelada, mirou contra as folhas cristalizadas e atirou. O caminho se abriu facilmente, pois todo obstáculo quebrava sem esforços. Quando o caminho não estava congelado, eu acendia uma chama azul e atirava, continuando a trilha gelada.

Demorou duas horas até chegarmos a um verde e lamacento campo de arroz. Olhamos ao redor e vimos que era a parte rural da cidade. Algumas casas de tijolos quebravam a invariável paisagem. Fear encontrou uma rua de terra, que servia para a passagem de carroças, em meio as plantações e nós a utilizamos para caminhar até a cidade. Em menos de uma hora a rua começou a ficar calçada, indicando o começo da área urbana.

Prismas cinzentos e retangulares eram o caminho de pessoas mal vestidas e de diferentes espécies, algumas até mistas. Quando digo mal vestidas, não quero dizer pobres, mas ninguém usava roupas com ouro ou jóias, todos pareciam de uma classe média de época medieval.

− Essas cidades são diferentes das que conhecemos. Geralmente todas eram sempre muradas ou com características bem diferentes, já estas são normais, só parecem da época medieval − Fear falou.

− Você está certo, maninho. O estranho é que ninguém veio falar com a gente e não vimos nenhum soldado até agora.

Olhei ao redor. Pequenas casas enfileiradas com telhado de sape, paredes de pedra-sabão pareciam brigar para não serem esmagadas, mas a cada dez casas havia uma rua, dividindo as quadras.

Não demoramos até estar no meio da cidade movimentada e cheia de barulho. Mercadores gritavam, padres gritavam, crianças gritavam. Eu odiava aquele barulho infernal, queria achar logo a cura para Limcon e ir atrás do totem.

− Fear, procure informações sobre onde podemos curar nosso amigo − pedi.

Meu irmão saiu correndo e começou a falar com as pessoas da rua, que sempre respondiam sorrindo, até perceber que ele era um estrangeiro. Ao se dar conta disso, elas fechavam o rosto e saiam, sem nem se despedir.

Meia dezena de cidadãos fez isso, antes do meu irmão desistir. Ele voltou entristecido, demonstrando que tinha falhado na missão.

− Bem, só tem um lugar onde podemos arranjar ajuda − Supreme disse.

− Onde? − Skarlatte perguntou.

− Em uma taverna − o bárbaro disse.

− Que droga, visitas a tavernas nunca acabam bem − reclamei − Vamos lá, não temos muito tempo, o nosso soldado de elite parece estar pior.

Olhei para Limcon, que respondeu a minha afirmação vomitando no chão. Aquele veneno era realmente forte.


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Notas finais do capítulo

E aí, conseguiram fazer a caça ao tesouro de erros de português? Bem, se acharam algo, me avisem e tenho uma pergunta para vocês: como se chamam os fãs de Radiação Arcana? Mandem suas ideias. Agora vem o meu humilde pedido, mas eu não sei o Nyah permite isso. Em um certo grupo do facebook está tendo uma competição entre fanfics. Todos colocaram os links delas nos comentários e o link com mais curtidas será considerada a fanfic do mês. Se vocês tiverem um bom coração, mandem uma MP que eu digo como ir lá curtir e depois nós podemos conversar pelo face. Bem, até semana que vem.