Radiação Arcana: Totem De Arquivo escrita por Lucas SS


Capítulo 22
Capítulo 21: A "Amiga" de Limcon


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora. Sinceramente, eu achei que esse capítulo podia ter ficado melhor, mas estou tentando cortar a história mais para poder pensar mais nos próximos capítulos. Boa leitura =D



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— Você tem que fazer pausas no jogo, pois não pode ficar direto lá — disse Jeff.

Seu rosto tenso e ele suava um pouco, o que era raro de acontecer aqui no Polo Norte. Mesmo dentro das casas, o frio era intenso, não importava se os aquecedores estavam ligados ou não. Eu odiava aquele lugar. Odiava o frio e a fome que passava lá, mesmo minha vila sendo a produtora de comida. Na verdade morar na cidade que produzia comida não significava que nós teríamos comida. 70% da produção ia para a Lua e o resto era distribuído pelas vinte vilas do continente gelado, cada qual com sua produção e função, ajudando os habitantes da Lua e da Terra. Nós éramos os únicos seres humanos do planeta, então tínhamos de ajudar uns aos outros. Na minha vila morava umas quarenta pessoas, e olha que essa é a terceira com mais população, por isso é codificada como Vila 3, Alimento.

Claro que esse não é o nome da vila. O nome é Fresch (lê-se Frechi). Não me lembro mais o porquê do nome ser esse, pois, na verdade, eu vim de outra comunidade, a Vila 1, Petróleo, que se chama Nãri. Foi uma homenagem a um país que possuía muito petróleo. Talvez os espertos saibam do que eu estou falando.

— Eu sei que não posso ficar muito tempo lá, você disse isso. Mas eu não estou lá há muito tempo. Quanto tempo eu joguei? Três ou quatro dias?

— Você está lá há três semanas, quase chegando à quarta — disse Jeff, espantado... Mas temos algo mais preocupante para focar. Tente mexer suas pernas.

Esforcei-me muito, mas consegui mexer os dedos do pé.

— Viu cara, você está perdendo o movimento do corpo. De que adianta poder ir para a Lua se você não poderá se mexer? Eu acordei seu irmão também, junto com você, mas ele ainda está um pouco tonto.

Quando Jeff falou do meu irmão, eu senti como se meu corpo tivesse adrenalina. Saltei da cama e quase corri para onde meu irmão estava dormindo, mas minha super maratona para a cama do meu irmão foi parada por duas coisas: o soro no meu braço e meus pés estarem parecendo gelatina. Caí de cara no chão e amaldiçoei todas as coisas que passaram pela minha cabeça.

— Você não poderá se mexer por algumas horas. Fique aqui descansando, tentando mover todo o corpo. Pelo menos daqui você pode ver seu irmão. Quando ele conseguir se orientar melhor, vocês poderão conversar, mas, por enquanto, ele está dormindo — disse Jeff.

— Está bem, vou esperar. Mas o que eu irei ficar fazendo enquanto espero? Você sabe, eu não consigo parar quieto. No mínimo me traga um videogame ou algo para comer. Estou me sentindo muito fraco.

— Sem videogames! Você passou quase quatro semanas jogando direto e ainda me pede um videogame para passar o tempo? Só você mesmo. Mas não serei cruel a ponto de não te trazer comida. Tenho alguns pedaços de carne de frango. Vou aquecer no forno e você deverá comer tudo, mas bem devagar. Seu corpo quase perdeu as funções verdadeiras, ele está muito acostumado com a forma de viver do jogo. Esse jogo é muito perigoso.

— Como você sabe tanto sobre como nós ficamos depois de sair desse jogo?

— Um garoto acordou faz alguns dias. Ele saiu do jogo por conta própria e acabou tendo alguns sintomas. Nós achávamos que era alguma doença, mas depois notamos que era do jogo e daí eu desliguei o jogo de vários garotos.

— Quem é o cara que acordou primeiro? — perguntei.

— Vou chamar para vocês conversarem, talvez isso te faça ficar menos entediado.

Jeff saiu para um dos quartos da casa, para chamar o garoto. Vestido da mesma forma que a maior parte das pessoas da vila, casaco branco de camuflagem e calça estofada cinza com pelos de urso, um garoto grande, um pouco gordo, e moreno saiu do quarto. Ele caminhava mancando e usava óculos escuros, o que não fazia muito sentido para alguém que está dentro de casa.

— Jeff disse que você perguntou por mim — disse o garoto.

Eu reconhecia a voz dele de algum lugar. Talvez eu já tivesse o visto durante o jogo.

— Sim. Jeff disse que você foi o primeiro a sair do jogo. Qual seu nome?

— Prefiro não dizer meu nome. Que tal o nome de jogador?

— Eu sou Balazar. E você?

— Ba-Balazar? Sou eu, Limcon!

— Limcon? O Limcon? Aquele atirador de elite, tesoureiro da S-War?

— Sim, sou eu mesmo. E você é aquele magrelo chifrudo?

— Cala boca!

Rimos felizes por nos conhecer fora do jogo. Por mais que ele estivesse me xingando, eu não me importava. Já o considerava um amigo. Não era como meu irmão, que suspirava lentamente enquanto descansava, mas Limcon pelo menos estava jogando comigo desde os primeiros dias de jogo e eu sabia que ele nunca iria me deixar na mão. Poucos jogadores lá dentro pareciam ser tão confiáveis. Salocin talvez, Supreme (seu entusiasmo demonstrava lealdade), meu irmão (óbvio)... Talvez a Troiana.

Ah, Troiana. Eu tinha que ter um papo nada legal com ela quando voltasse e isso já me fazia sentir um frio na espinha. Pobre garota, foi se apaixonar bem por mim. Mas eu não podia arriscar a segurança de alguém só para ter uma paixão virtual.

— Balazar, tenho algo muito importante para te contar. Na verdade eu saí do jogo para contar para Jeff, mas acabei tendo um imprevisto com meu olho e não contei.

— Como assim um imprevisto com o olho?

Devagar, como se estivesse com medo, Limcon tirou seus óculos. Ele estava de olhos fechados, mas quando os abriu eu quase pulei da cama.

— Você ficou cego de um olho?!

— Mas é só temporário. Você sabe como nossa medicina da vila é boa. Em alguns dias a máquina de cura irá chegar à cidade para me curar. Mas terei de ficar alguns dias fora do jogo. Avise todos sobre isso quando voltar. Mas meu olho não é o mais importante agora.

— Então fale logo!

— Quando eu estava em uma das missões para vender bens da S-War, encontrei uma garota no mercado. Ela parecia muito confusa, mas o que mais me chamou atenção foi a super-metralhadora que ela segurava. Eu vi poucos jogadores de armas desse tipo, então fui conversar com ela. Encontrávamo-nos alguns dias para conversar e... bem, ela é minha namorada.

— Parabéns cara, eu acho. Mas pela sua cara isso não é a notícia que você mais queria dar.

— Acertou. Nós começamos a falar da nossa vila e eu disse que era da Vila 4. Ela estranhou isso e disse que era da Vila H. Não fazia sentido, mas deixamos isso de lado. Depois de mais um pouco de conversa, eu contei que nossa vila estava bem na periferia da camada de gelo do Polo Norte. Quando eu falei que era do Polo Norte ela começou a rir da minha cara. Então ela disse que ninguém morava no Polo Norte e que eu deveria ser da Lua, porque todos que viviam na Terra eram do Polo Sul.

— Como assim do Polo Sul?!

— Isso mesmo. Essa foi a parte mais estranha. Nós então entendemos que existem pessoas no Polo Norte e no Polo Sul. Lá também não vivem muitas pessoas, mas pelo menos nós agora sabemos que tem — disse meu amigo, Limcon.

— Mas por que a Lua não nos contaria sobre o Polo Sul? Alguém mais sabe sobre isso?

— Por enquanto só você. Ainda não contei pro Jeff, ele parece muito estressado com alguma coisa e acho que ele pode pirar quando eu disser. Mas não sei por que a Lua não contaria sobre o Polo Sul. Temos que descobrir. Porém, tenho um pedido a te fazer.

— Faça.

— Preciso que você vá até a praça da capital da floresta. Olhe em volta e procure uma casa feita de pedras. Minha “amiga” mora lá. Ela se chama Skarlatte. Mas cuidado, se ela se assustar com sua entrada, ou irá atirar, ou irá fugir. Ela controla um elemento bem legal. Diga que você me conhece e que é meu melhor amigo. Ela saberá quem você é. Adicione-a no grupo e proteja-a até eu poder voltar a jogar. Por favor, Balazar, você precisa fazer isso.

— Claro que farei. Você também é meu grande amigo, talvez o melhor deles. Mas vai ficar me devendo uma, MRLimcon.

— Eu devo ter algum item raro para te dar. Se não, te ajudarei quando precisar, Balazar Terror.

Encaramo-nos por alguns segundos. Eu conseguia ver a preocupação nos olhos dele.

— Não se preocupe, atirador de elite, eu cuidarei da sua garota. Só terá o problema dela talvez se apaixonar por mim, ok? — falei com um sorriso travesso.

— Até parece que ela vai gostar de um cara chifrudo como você. Além do mais, você está com a Troiana, não? Acha que eu não sei das coisas que acontecem nesse seu coração de menininha?

— Na verdade, não estamos juntos. Preciso te contar minhas más notícias agora.

Contei tudo que o Barão da Montanha disse para mim. Claro que não contei sobre a parte onde o fantasma viu meu passado, ou parte dele. Mas somente com o que eu disse, Limcon ficou apavorado.

— Mas isso quer dizer que daqui a pouco esse jogo terá risco de vida. Se não podemos ficar muito tempo jogando por causa dos problemas de saúde e também não podemos morrer senão ficamos presos no submundo, o que acontecerá com quem morrer e não encontrar a saída? — perguntou Limcon.

— Possivelmente terá sérios problemas de saúde caso não saia rapidamente de lá e do jogo. Temos que tomar cuidado para não morrermos no jogo e não termos risco de morte por excesso de uso do jogo — eu respondi.

— É... Mas isso pode nos atrasar para cumprir a missão. Além do que, sempre deve ter uma quantidade de jogadores defendendo nossa base.

Quando Limcon falou da base eu me lembrei da perseguição e da luta em defesa do quartel. Se nós fomos descobertos lá, acho que deveríamos procurar uma nova base.

Limcon era o tesoureiro da S-War. Ele precisava saber do ataque, então contei a ele sobre a luta contra os gêmeos.

— Parabéns, seu plano foi bom. Espero que o Ninja Turtle esteja bem. Talvez nós devêssemos nos mudar, ir para outro país mais próximo do centro do continente, onde poderemos chegar a todos os lugares em um tempo praticamente igual, com pouca diferença. A mudança das regras do jogo está transformando esse mundo virtual cada vez mais parecido com o nosso. No início nós não poderíamos lutar dentro da cidade. Agora já podemos até morrer. Essas pequenas atualizações são as mais traiçoeiras.

— Concordo — eu disse.

— Quando você voltar ao jogo, já sabe o que deve fazer. Primeiro encontre minha amiga. Depois faça uma reunião e espere eu chegar, para que todos nós possamos viajar junto. Acho que o reino da Luz pode ser um ótimo lugar para ser nosso novo lar.

— Eu quero voltar para o jogo agora! — eu disse, agoniado por não poder jogar.

Sim, eu estava viciado naquele jogo. Lá a vida parecia tão melhor, tão mais simples e divertida. Eu podia matar monstros sem me preocupar e ainda era recompensado por isso. Podia conjurar magias incríveis e ganhar glória. Meus amigos estavam lá, fazendo o mesmo que eu: jogando!

— Garoto chifrudo, acalme-se. Pelo seu estado, possivelmente amanhã você poderá jogar. Já o seu irmão... — disse Limcon, olhando para cama onde meu irmão estivera deitado há alguns instantes.

Mas agora ele não estava mais lá. O pequeno ladino devia ter acordado achando que ainda estava no mundo virtual, então agiu pensando que havia sido sequestrado. Pelo menos era o que eu imaginava.

Caindo do teto e chutando a cabeça de Limcon. Foi assim que meu irmão surgiu.

— Não se mova ou eu irei matá-lo! — gritou o tampinha, enquanto olhava ferozmente para o garoto que ele não conhecia.

— Maninho, acalme-se. Esse é Limcon, nosso amigo atirador.

— Olá — disse Limcon passando a mão no galo que se formou por causa da bota de caminhar na neve que meu irmão estava usando.

— Espere aí! Você conseguiu se mover tão bem... Mas acabou de acordar. Como? — eu perguntei intrigado.

— É que eu saia do jogo todos os dias. Mas qual o problema de eu conseguir me mover depois de sair do jogo?

Expliquei a ele as consequências de jogar por muito tempo sem descansar e também aproveitei para contar sobre o que o Fantasma da Montanha me disse.

— Ele me disse algo parecido. Mas me contou também que na Terra nós não somos os únicos. O que vocês acham que isso significa?

Dessa vez foi Limcon que fez um discurso explicativo. Ele contou sobre a Skarlatte e sobre o Polo Sul, mas, diferente de mim, que fiquei assustado com a notícia, meu irmão somente concordou e disse:

— Então vamos buscá-la e pegar mais informações sobre o Polo Sul. Quem sabe com os dois Polos nós conseguiremos acabar com aquase escravidãoque a Lua impôs na gente.

O que meu irmão quis dizer comquase escravidãoé o sistema onde vivíamos, onde tínhamos de trabalhar conseguindo recursos para a Lua e em troca nós não éramos bombardeados ou atacados pelos lunáticos. Era um sistema opressor, injusto e maléfico, onde os poderosos utilizavam da esperança dos terráqueos, a esperança de que um dia o mundo voltaria ao normal, somente para enriquecer. Malditos! Eles terão de pagar por isso.

— Maninho, nós iremos resgatá-la, mas eu tenho que descansar. Você saía do jogo de vez em quando, mas eu não. Então eu tenho que descansar, para não ter problemas de saúde.

— Balazar — começou a dizer meu irmão em um tom sério. — Você não precisa descansar. Se lembradaquilo, daquela coisa especial que seu pai fez em seu chip da bionet...

Lembrei-me do meu passado. Acho que isso eu posso contar para vocês. Meu pai era muito bom com programação, engenharia e muitas outras coisas, então ele previu que o cérebro iria cansar se nós usássemos a bionet por muito tempo. Como um bom pai, ele arranjou um jeito de proteger sua família desse cansaço mental e problemas físicos, adaptando uma micromáquina que nos colocaria em estado de hibernação depois de algumas horas de uso e também mandaria pulsos elétricos por todo o corpo, para impedir o atrofiamento dos músculos. Então eu tenho a capacidade de ficar jogando por muito tempo sem ter graves problemas no corpo. Claro que existe um limite, mas ele é muito maior do que o das pessoas normais. Aliás, meu pai criou alguns chips iguais aos nossos e vendeu, mas começou a ser pressionado pelos hospitais capitalistas que riam lucrar com os problemas de saúde que a bionet causava, então ele teve de parar de fabricar. Os hospitais começaram a eliminar as pessoas que possuíam esse tipo de chip, com exceção da minha família, que por causa de um acordo entre meu pai e os chefes dos hospitais, nós poderíamos viver com aqueles chips, mas não poderíamos contar para ninguém, principalmente porque muitas pessoas poderiam tentar nos matar para pegar o chip. Sim, existem psicopatas que fariam isso somente para poder ficar mais tempo no mundo virtual.

— É mesmo, maninho. Mas ainda vou descansar por alguns minutos antes de voltar a jogar.

— O que você quer dizer comdaquilo? — perguntou Limcon.

— Desculpe, não posso te contar. Mas não se importe com isso pois o importante é que nós iremos resgatar sua namorada.

Meu irmão começou a rir até cair no chão. Depois levantou e disse:

— Até parece que realmente seria namorada dele. Deve ser algum item de holograma.

— Cale a boca, baixinho — disse Limcon, enquanto fazia sua pele morena ficar vermelha.

Tão rápido que eu não consegui ver, meu irmão chutou a canela do Limcon.

— Não me chame de baixinho. Você tem o que, dezessete anos? Eu só tenho treze, então é obvio que eu serei menor que você.

Realmente eu já não me lembrava mais da idade do meu irmão. Talvez eu não me lembrasse nem da data do meu aniversário. Sei lá, acho que eu devia ter a mesma idade do Limcon. A idade não importava muito para mim, mas meu irmão se importava um pouco com isso, então ele, às vezes, me surpreendia com festas de aniversário que eu nem sabia que estavam chegando.

— Está bem, está bem. Só não me chute de novo, moleque! — disse Limcon.

— Ok. Desde que você não me chame de baixinho nem nada do gênero — respondeu meu irmão.

— Por favor, me deem alguns minutos para descansar. Vocês não conseguem me dar paz e silêncio — eu disse.

— Vou sair para ver como a vila está, irmãozão. Limcon, você vem comigo?

— Tenho que descansar meu olho, então vou ficar dormindo lá no outro quarto.

— Então depois eu encontro vocês — disse meu irmão.

— Se cuide — murmurou Limcon.

— Volte cedo, maninho — eu disse.

Meu irmão saiu da casa do Jeff e Limcon se despediu de mim e foi dormir. Eu tive tempo para pensar em muitas coisas, relevantes e irrelevantes. Mas comecei a focar na dica da continuação da missão do Totem de Arquivo. Depois de meia hora pensando eu cheguei à conclusão que eu conhecia uma pessoa que poderia me dizer coisas sobre o país do fogo e também poderia me explicar sobre o porquê da Lua ficar verde. Depois que eu achasse a namorada de Limcon e a S-War soubesse sobre o Polo Norte, eu teria de fazer uma visita para certo amigo não-jogador meu.

Depois de anoitecer, meu irmão chegou para poder jantar junto com todos os outros jogadores. Eu já estava totalmente curado e Jeff achou isso muito estranho.

— Você foi o único jogador que curou em menos de seis horas, mesmo depois de jogar quase um mês! Qual o seu segredo?

— É que eu jogo bem — eu disse.

Todos riram, mesmo sabendo que eu realmente jogava bem. Entre os jogadores da mesa, eu era um dos com nível mais baixo, mas mesmo assim era um dos mais fortes. Se eu conseguisse passar vários níveis talvez, só talvez, eu me tornasse o mais forte. Mas isso era difícil, já que eu tinha que cuidar da parte militar do grupo.

Fora lutar contra meus amigos, era uma chatice ser general. Nós não guerreávamos realmente. As únicas batalhas que o grupo inteiro lutou foram a do vulcão, da rainha górgona-sereia e contra os gnomos. Aliás, fiquei pensando o que teria acontecido com eles? Meu corpo estaria desprotegido em cima de um urso?

Depois que eu voltasse ao jogo eu descobriria, mas, por enquanto, eu aproveitaria o lanche. Meu corpo estava mais magro e fraco, mesmo com o soro que era produzido em massa na vila para não deixar nós, jogadores, morrermos. Todos contavam conosco para sair da Lua. Pelo menos pela promessa do lunáticos, o grupo que completasse a missão iria para a Lua e levaria a vila inteira em que vivia junto. Isso era muito estranho, pois, dentro do grupo, jogadores de diversas vilas jogavam em conjunto e talvez até jogadores de todas as vilas. Então se eles realmente fossem para a vila, quem sabe todas as pessoas saíssem do Polo Norte. Algo não me cheirava bem nessa história.

Depois de comer um grande banquete com uma super variedade de alimentos (isso não é ironia, porque eu moro na vila produtora de alimento e olha que incrível, nós temos alimento) eu e meu irmão fomos dormir. Decidimos que, no outro dia, nós iríamos voltar a jogar.

Eu tinha jogado tanto tempo que já sonhava com o jogo, então sonhei que estava lutando com o Zanzer, aquele jogador da Lua que usou um poder de ilusão para mostrar como seria nossa luta, que terminaria em um massacre, no qual eu e Limcon perderíamos. Aquele cara era muito bom e eu não aguentava o peso da derrota. Se ele resolvesse atacar meus amigos, como eu poderia ajudá-los? Pelo menos no sonho que eu tive era eu que ganhava a luta. Não me lembro direito como, só me lembro que acordei sorrindo, feliz por ter finalmente derrotado aquele maldito! Mas fiquei triste quando me dei conta que era só um sonho. Pelo menos eu poderia voltar a jogar agora.

Tomei um rápido café da manhã, deixei Jeff colocar o soro na minha veia e entrei no jogo. Meu irmão estava me esperando para começar a jogar, então entrou junto comigo no universo virtual de Radiação Arcana.

Acordei deitado na minha cama do quartel. Alguns jogadores estavam dormindo, outros pegando itens. Levantei e olhei em volta. Senti o cheiro da floresta, que era parecido com o de grama cortada, mas tinha um toque único, inexplicável, algo que eu tenho uma tristeza muito grande de ter perdido no mundo real. No quarto estavam eu, Fear, Salocin ,que estava arrumando alguns itens no inventário, Polaca ,que estava dormindo, Santerlock ,que parecia querer conversar com Salocin, e, no canto do longo quarto repleto de camas, Ynad tentava tocar uma melodia.

Salocin se virou quando viu eu e meu irmão acordarmos.

— Vocês finalmente acordaram. Ficaram dias fora do jogo. O que aconteceu?

— Tivemos de sair. Temos uma má notícia para contar.


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Notas finais do capítulo

Então, ficou bom? Ta, eu sei, foi decepcionante. Mas prometo que semana que vem entregarei algo melhor, eu espero. Digam o que eu preciso melhorar e o que estão achando até agora, se já divulgaram a história e se comprariam o livro caso eu publicasse, please =3. Até mais, galerinha!



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