Radiação Arcana: Totem De Arquivo escrita por Lucas SS


Capítulo 14
Capítulo 13: Zanzer


Notas iniciais do capítulo

Beleza galera. Espero que gostem desse novo capítulo. Obrigado.



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O barco navegava tranquilamente sobre o rio. Peixes às vezes apareciam na calma água que lhes servia de habitat. Não tinha correnteza, somente o lento escorrer das águas, cortando o campo de grama. O marinheiro que nos levava tinha dois ajudantes, cada um segurava um remo e empurrava o pequeno barco. Não era algo muito luxuoso já que eu e Limcon não queríamos gastar muito dinheiro, mas era o bastante para uma pequena viagem. O barco era longo, mas fino.  O convés, a parte de cima, era feita de uma madeira branca. Na verdade todo o barco era feito assim. A ponte, a parte de comando, era somente uma pequena sala onde a tripulação dormia e onde os passageiros deixavam suas coisas durante as viagens curtas. O dono do barco tinha que ficar na parte traseira, a popa, para mexer no leme rústico. O barco tinha algumas espadas para dar proteção aos barqueiros, mas não parecia ser algo capaz de protegê-los contra um ataque pirata de verdade. Na parte de dentro do convés era onde ficavam as mercadorias, o ouro e o vinho que os marinheiros levavam.

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            - Logo nós chegaremos ao nosso destino MRLimcon. – gritou o chefe do barco.

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            - Obrigado, Stock. Quando chegarmos preciso que você nos espere. Não vamos demorar mais do que meia hora. Se demorarmos mais do que isso, vá embora. Mas enquanto estiver esperando, mantenha o barco pronto para partir o mais rápido possível. – Limcon ordenou.

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            - Hey, Limcon. Descreva a missão de novo para mim. – eu pedi, pela terceira vez.

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            - Como você ainda não conseguiu entender? Mas ok, você precisa entender. Os nossos inimigos atacaram a capital do país do psíquico. Eles seguirão atacando até que alguém os derrote. Eles vivem em um templo feito de arenito, onde os cinco membros ficam sem fazer nada. Eles vêm da Lua e entre eles está um dos melhores jogadores. Não sei qual o nome do grupo, mas o importante é que nós derrotemos todos eles. Como eles são da Lua, ganharam conta premium e possuem raças e poderes especiais. Se derrotarmos alguns membros deles nós receberemos nossa missão de grupo para poder ir para a Lua, mas precisamos derrotar no mínimo 50% do grupo.

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            - Ok, mas você não sabe quais são os poderes deles? E o que ganharemos com essa missão?

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            - Quem me contratou não contou sobre os poderes. Mas pelo menos a recompensa é boa. 10000 moedas de ouro para cada um. Não era o que você precisava para a próxima aula com seu mestre peixeiro?

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            - Essa piada perdeu a graça na terceira vez que tu contaste. Mas esse é sim o dinheiro que eu preciso. Só que irei gastar com o grupo, não comigo. Andei estudando e descobri que o grupo, no fim do mês, ganha 10% do dinheiro que foi doado para ele e divide isso entre todos os membros. Se conseguirmos acumular um bom dinheiro iremos ficar ricos, já que esse dinheiro vem do servidor.

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            - Então irei deixar esse dinheiro no grupo também. Deixa-me calcular... 20000... 10%... 2000 dividido para onze... Seria mais ou menos 180 moedas para cada um. Sem pensar o que os outros entregariam para o grupo. Esse dinheiro pode ser usado para melhorar o grupo, não?

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            - Isso mesmo. Mas precisamos eleger um líder e um tesoureiro para cuidarem das finanças.

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            - Você quer ser o líder? – perguntou Limcon.

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            - Não, não levo jeito para isso. Mas acho que o Salocin seria um ótimo líder. Como diplomata teríamos a Zoey, ela parece ter jeito com as palavras. Como tesoureiro, não sei, isso ainda temos que pensar. Quando voltarmos faremos uma reunião e decidiremos os cargos.

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            - Espero que o poder de liderança não fique totalmente para os ex-olimpianos. Mas eles irão querer a maior parte dos cargos importantes, já que o nome do grupo ficou S-War. Será uma troca: o nome por cargos. Saímos no prejuízo.

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            - Maldição. Mas bem, desde que tenhamos alguns cargos lá, já poderemos fazer a diferença. Mas bem, lá está o templo. Pronto?

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            - Pronto!

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            A embarcação encostou-se ao leito do rio e nós saltamos para a grama. O templo era uma espécie de templo hindu, com um topo em forma de gota e a base um grande retângulo. Acho que na época de vocês ainda existe um templo desse tipo que é bem famoso. Aproveitem enquanto esses monumentos existem, pois depois de algumas guerras eles serão destruídos e não haverá recursos para criar isso. Tudo que vocês tiverem será para tentar alimentar, dar moradia e tratar a população, o que não adiantará de nada já que a poluição das florestas e mares será grande demais e os recursos serão escassos, limitados para a população comum e dirigidos somente aos ricos.

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            Corremos para a entrada do templo de arenito. O portão se abriu e um jogador minotauro nos esperava, sorrindo e gritando. Ele não nos deixou entrar, lutou do lado de fora.

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            - Vocês não vão invadir nossa base! Moram, seus vermes insolentes!

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            O minotauro investiu com o machado de duas lâminas. Eu e Limcon rolamos para lados opostos, fazendo o minotauro acertar o chão. Ele gritou de raiva e correu contra mim.

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            Levantei as mãos para aparar o golpe, mas no último momento decidi que segurar um golpe de machado não seria algo legal (vai que quebrasse uma unha, brincadeira, vocês sabem né, perder os dedos não é legal, eu não poderia mais jogar vídeo game). Rolei para frente, passando por debaixo das pernas do minotauro. Enquanto eu rolava, dei um chute em um certo ponto fraco que até homens touros têm. Aquele ponto era um dos únicos lugares que a armadura completa de bronze não protegia. Limcon já estava dando múltiplos tiros de escopeta, acertando em vários pontos ao mesmo tempo. Então ele usou a mira de sniper para acertar mais precisamente e causar mais dano.

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            BAM! O primeiro tiro tirou o elmo furado. Na verdade ele abriu o elmo ao meio com o impacto, já que não dava para tirar, por causa dos chifres (a mulher dele devia ser uma vadia, já que os chifres dele tinha o tamanho do meu braço). Enquanto o minotauro estava distraído, aproveitei para dar um soco em seu rosto, fazendo virar a cara para o Limcon. Meu atirador preferido não perdeu a oportunidade e usou seu novo poder. A mira dele ajustava a bala para acertar um crítico poderoso. Quando a bala de piche venenoso voou pelo ar até a cabeça do minotauro, eu quase ensurdeci com o barulho. Mas pelo menos o golpe era eficaz, já que explodiu a cabeça do poderoso minotauro. Olhei as informações do jogador antes dele sumir e me espantei ao ver que ele tinha quase 120 de vida. Isso significava que o golpe de Limcon causou mais ou menos 100 de dano. Os jogadores premium não deixavam itens de derrota a não ser que convidássemos eles para uma batalha de honra, mas como não foi nosso caso acabamos ficando sem um prêmio por matar o chifrudo.

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            Entramos no templo e percorremos alguns corredores. Log chegamos a uma antessala que guardava a porta para a sala do líder do grupo (foi fácil saber disso, pois a porta tinha escrito: sala do chefe Zanzer). Mas para entrar na sala do querido chefe do grupo hindu nós teríamos que lutar contra dois lindos híbridos de demmarc e dracônicos. É, infelizmente os premiuns tem a permissão de juntar duas raças. Malditos lunáticos, literalmente, sempre levando vantagem contra os terráqueos.

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            Os híbridos usavam lanças flamejantes, suas pontas eram de fogo, mas mesmo assim cortavam. Eles tinham asas, uma habilidade de dracônicos rara. O resto do corpo era como um demmarc comum, mas sua pele era vermelha, já que conta premium tem a capacidade de personalizar seu personagem.

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            Os irmãos demônios vieram direto contra o Limcon, mas eu sabia o que fazer. Quando eles pousaram para ter apoio para o ataque de lança eu usei meu novo poder. A chama azul surgiu em minha mão, totalmente condensada e preparada para congelar meus inimigos. Atirei-a como se fosse uma bola de baseball. Ela acertou em cheio os demônios, no exato momento em que eles iam acertar Limcon, que estava levantando o braço para se defender. Os dois viraram estátuas de gelo, que foram cortadas pela serra-elétrica de Limcon ao meio. Novamente os jogadores não deixaram itens.

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            Aproveitamos a pausa antes do chefão para recuperar a mana e a energia. Na nova atualização nós agora tínhamos uma barra para vida, uma para energia física (energia) e outra para a energia arcana (mana). Cada golpe que dávamos nós perdíamos um ponto de energia. Os golpes de guerreiros, ladinos e lutadores físicos se chamam técnicas e essas técnicas gastam pontos de energia. Já para quem usa poderes divinos ou arcanos gastasse mana.

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            Abrimos a porta que era duas vezes maior que eu. Ela não rangeu nada, isso dava um ar meio assustador. A sala tinha o teto muito longe do chão, uns vinte metros acima, possivelmente. Ela era no segundo andar, então o teto era aquela gota que eu vi lá fora. O teto era segurado pelas paredes e por pilares, que a sustentavam a partir do meio do salão. Tochas eram presas nos pilares. Esses pilares malditos não me deixavam ver quem estava sentado no trono de areia do outro lado da sala. O arquiteto que fez isso era muito burro, já que todos sabem que pilares devem ficar dispostos lateralmente na sala. Quando pensei nisso percebi que os pilares estavam se movendo, lentamente, mas se movendo. Andei alguns passos para os lados e avistei quem sentava no trono.  Um jogador, usando uma capa preta, uma barba escura como a noite e um cajado de mármore estava movendo os pilares, como se estivesse brincando com eles. Do lado dele um jogador olhava para nós. Era um guerreiro gigantesco. Não que ele fosse gigante. Na verdade eu não sei o que ele era, pois a armadura dele cobria todo o corpo. Era uma armadura feita de obsidiana, uma pedra que surgi perto de vulcões que é muito resistente. O elmo era a cabeça de um dragão, ainda com escamas e os olhos. Possivelmente ele pode personalizar o personagem para poder usar uma versão miniaturizada da cabeça no lugar de sua própria cabeça. A espada era feita de pura escama de dragão. Mas o que pareciam ser suas melhores armas eram suas mãos. Delas caiam pedaços de carvão de poucos em poucos segundos. Também subia uma fumaça negra. Ele parecia ser um oponente.

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            - Senhor Zanzer, eu cuidarei deles.

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            - Não Black Helmet, você é meu convidado. Eles atrapalharam nossa reunião, então eu irei cuidar deles.

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            Zanzer, o chefe desse grupo, levantou-se de seu trono de areia. Ele moveu os pilares rapidamente para as laterais da sala, para limpar o campo de batalha. Olhamos nos olhos deles, uma encarada antes da luta.

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            Corri em direção ao Zanzer. Ele levantou uma mão e me eu fui lançado para trás. Uma força imaginária me empurrou até a porta. Limcon mirou com sua sniper nele. Quando apertou o gatilho, Zanzer desapareceu e reapareceu na nossa frente. Ele levantou Limcon com o poder da mente e o soltou quando estava a alguns metros no ar. Enquanto ele se concentrava em Limcon eu me levantei e parti para o ataque. Minhas manoplas acenderam e em seguida queimaram a capa preta de Zanzer. Eu esperava que ele gritasse de surpresa, mas ao invés disso ele falou algumas palavras e o fogo apagou. Olhando para mim, me ergueu no ar. Foi a vez de Limcon de atacar de forma bem-sucedida.  Limcon usou sua serra-elétrica para golpear Zanzer. A mão esquerda dele caiu, mas ele nem pareceu notar. Usou-me de arma contra Limcon, me jogando contra ele. Em seguida ele refez sua mão perdida usando poderes psíquicos.

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            - Você gosta de tirar partes do corpo de seus inimigos? Vamos ver como é quando com você.

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            Zanzer criou duas lâminas de energia psíquica púrpuras. Elas foram arremessadas telepaticamente por Zanzer. A primeira Limcon conseguiu desviar, mas como se a segunda pudesse prever o futuro, acertou em cheio o ombro de Limcon. Seu braço caiu no chão e transformou-se em brilho de códigos. Limcon gritou de dor e largou a arma para poder tampar o ferimento do braço cortado. Enfurecido, usei meu poder Fúria Flamejante. Minha velocidade aumentada me permitiu praticamente se teletransportar para o lado de Zanzer. Quando meu soco estava a um milímetro de sua cabeça, ele sumiu. Fui acertado nas costas pela primeira lâmina energética, que funcionou como um bumerangue. Senti minha coluna sendo destruída.

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            Zanzer, o chefe desse grupo, levantou-se de seu trono de areia. Ele moveu os pilares rapidamente para as laterais da sala, para limpar o campo de batalha. Olhamos nos olhos deles, uma encarada antes da luta.

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            Não é um déjà-vu. Zanzer estava pela primeira vez nos olhando. Ao meu lado estava Limcon, com seu braço inteiro e uma cara de pálido. Eu não tinha ficado paraplégico, mas sentia o suor de medo escorrer pelo meu rosto.

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            - Gostaram desse meu poder. É uma ilusão que simula uma luta em menos de um milésimo de segundo. É como prever o futuro, mas isso não acontecerá de verdade, já que vocês já sabem como irá acabar. Agora digo a vocês: querem se juntar a nós? Vocês são ótimos lutadores, chegaram perto de me acertar ou até conseguiram me causar alguns danos. Eu adoraria que tivesse soldados terráqueos aqui no meu grupo, já que temos algumas missões não importantes, mas tem que serem cumpridas. O que acham?

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            Eu e Limcon nos olhamos. A resposta era óbvia:

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            - Não! – respondemos em uníssono.

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            - Então vão embora antes que eu mate vocês!

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            Sem pensar duas vezes, nos viramos e fomos embora. Zanzer era um inimigo muito acima de nosso nível, nós iríamos perder se lutássemos, não importava quantos membros nosso grupo tivesse. E aquele cara junto com ele parecia muito mais forte. Zanzer só parecia um mago do tipo psíquico, que nem usou seus melhores poderes. Aquele guerreiro parecia ter poderes muito mais fortes.

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            Voltamos para a embarcação e viajamos rio acima, para de volta a cidade de Einstein.

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            Nossa primeira derrota. Eu me sentia um inútil. Como eu conseguiria cuidar do grupo se eu não conseguia ganhar dos lunáticos? Como eu poderia dar uma vida boa para o Fear? E a Troiana, ou a Zoey, como eu conseguiria se eu era tão inútil? Minha Fúria Flamejante não havia sido gasta de verdade, somente na visão futurística de Zanzer. Fiquei com vontade de usá-la para evaporar toda a água.

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            Eu tinha que treinar para ficar mais forte. Eu tinha que ser o melhor dominador de fogo e o melhor jogador da Terra. Ou melhor dizendo, o melhor jogador da Terra e da Lua. Eu tenho que ser o melhor para conseguir dar o melhor de mim para meus amigos. Sou Balazar Terror, o jogador que irá mostrar como se joga!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? E agora que o negócio fica sério! Bem, sexta-feira tem capítulo novo, até lá! Arigato.