Only Time escrita por TC Nagahama


Capítulo 11
Capítulo 11 - Não vou te deixar na mão.


Notas iniciais do capítulo

E aqui as duas fics se entrelaçam :) A partir daqui sugiro a leitura da fic Irmãos.



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Capítulo 11 - Não vou te deixar na mão

Era uma tarde quente de verão. O sol brilhava forte, adentrando as amplas janelas de estilo renascentista, iluminando os grandes cômodos da mansão. A luz refletida do brilho do mármore que decorava o chão, juntamente com as pesadas madeiras de lei dos móveis, arcos e guarnições que enfeitavam e separavam os ambientes, dava um efeito requintado e extremamente aconchegante ao local. Porém todos esses belos detalhes passavam despercebidos pela taciturna figura sentada displicentemente numa das enormes e confortáveis cadeiras da sala de jantar principal.

Sem a menor reação, Draco olhava os legumes dançando alegremente dentro de seu prato ao som de uma música dos Beatles - que apesar de ser uma banda de origem trouxa era permitida dentro da casa uma vez que seu som era pura mágica, segundo seu pai.

-Desisto - disse Lúcio, fazendo os legumes pararem a dança a caírem de volta no prato após um simples agitar de varinha.

-Você nunca resistiu aos legumes dançantes antes, Bele - comentou a menininha translúcida, sentada à mesa, com uma expressão preocupada - Vai acabar doente se não comer direito. Quem sabe pode até ficar como eu, pequena - completou pesarosa, chamando atenção de uma figura com cabelos dourados refletida no grande espelho da sala.

Lúcio, ao ouvir a doce voz de sua finada Julie, observou imediatamente sua filha mais nova. Suas olheiras cada dia mais profundas, sua pele mais pálida que o normal, e sua visível perda de peso pareciam levá-la para uma estrada sem volta. Estrada essa que Lúcio jurou que nenhum familiar percorreria antes dele novamente: a morte. Sabendo que não agüentaria perder mais uma filha, fez a única coisa que lhe cabia no momento.

-AHHHHHHHHHHHHHH...- gritou Draco ao sentir um forte beliscão em seu braço, ao mesmo tempo em que uma colher cheia de comida lhe era enfiada goela abaixo.

O ataque inesperado conseguiu finalmente tirar Draco do transe, e ela agora olhava espantada para seu pai, que ostentava um sorriso vitorioso no rosto. Um sorriso que dizia com todas as letras: "Eu comeria isso se fosse você".

Draco ainda tentou buscar o olhar da irmã, Julie, como apoio. Mas Julie Anne a olhava com um sorrisinho maldoso. Um sorriso extremamente parecido com os que Pirraça distribuía por Hogwarts. Talvez fosse marca registrada de poltergeists.

Narcisa, sem ao menos tirar os olhos de seu livro, disse, através do enorme espelho de comunicação que ligava todos os ambientes da Mansão Malfoy:

-Não belisque a menina, Lúcio - falou educadamente a figura loira com enormes cabelos cacheados refletida no espelho - Creio que você não precise de métodos tão drásticos - completou com um sorriso.

-Concordo plenamente - sorriu Lúcio de volta, retornando sua atenção para Draco que relaxara depois do apoio de sua mãe - Isabele, meu anjo -começou Lúcio ao brincar com uma mecha do cabelo da filha - Papai odiaria deixar mais um monte de manchas roxas nessa pele alva - murmurou.

-Roxo definitivamente não é sua cor - concordou Julie num tom conspirador.

-O que me diz de comer, então? - sugeriu Lúcio com um sorriso encantador, que fez Draco estremecer.

-Você não faria isso - disse Draco duvidando - Você faria isso - constatou ao ver o sorriso sumir dos lábios de seu pai antes que pudesse dizer quadribol.

Draco, derrotada, começou a comer lentamente. Seu pai e irmã não desgrudavam os olhos, querendo certificar-se de que não sobraria uma cenoura sequer para contar estória.

Os três estavam tão absortos que não repararam que uma das corujas da família adentrara por uma das enormes janelas e dava rasantes e mais rasantes numa das estátuas de cobre, que decoravam a sala, com o correio. Lúcio, ao ouvir o barulho das penas da ave esbarrando com o objeto, levantou-se de sua cadeira, tentando em vão alcançar o correio.

-Mas que diabos! Toda vez é isso. Essa ave idiota entra aqui e fica voando e voando em volta dessa estátua - reclamou Lúcio pulando, tentando alcançar inutilmente a ave que se desviava ligeira e continuava a dar rasantes na pobre estátua - Tinha que ser presente daquele morcego velho - disse franzindo o rosto -Você podia ao menos treiná-la - concluiu ao conseguir pegar os envelopes que a coruja trazia.

-Tio Sev não é um morcego velho - retrucou Draco automaticamente em voz baixa - E ela é treinada.

-Não parece. Hummm...chegou sua carta de Hogwarts - comunicou, sentando-se de novo -E mais uma dos seus amigos...incrível como eles escrevem errado. Escreveram Malfoy com de novo. Nos conhecem desde o berço e ainda não aprenderam como se escreve seu sobrenome...

Lúcio falava sem parar. Porém nenhuma de suas palavras chegavam ao conhecimento de sua filha mais nova. Assim que Draco ouviu sobre a chegada da carta que comunicava o início de seu próximo ano letivo, não pôde deixar de lembrar dos terríveis momentos finais de seu quinto ano. Todas as decepções e enganos ainda estavam vivos em sua mente. E perdida nesses pensamentos, não reparou que seu pai acenava em sua direção.

-Não ignore alguém que está falando com você. É rude - repreendeu -Afinal, no que estava pensando com esse olhar vazio? Na morte do Grupe? - brincou, fazendo Julie rir - Ou em algum namoradinho secreto?

Foi tão rápido que Lúcio não tivera nem tempo de registrar. Ao ouvir sua última sentença, o rosto de Draco se contorceu numa expressão de dor tão profunda. Dor essa que ele nunca tinha visto nos olhos de sua filha. Nem mesmo quando ela era pequena e vivia em outro país, longe dele. Porém, foi a única coisa que conseguiu notar. Pois logo em seguida, Draco saiu correndo aos prantos em direção ao segundo pavimento com Julie em seu encalço. Com certeza algo estava errado. Em sua pressa, Draco esbarrara com Narcisa, que estava adentrando o recinto, e nem parara para se desculpar.

-Creio que tinha pedido para você mudar suas táticas de persuasão - disse Narcisa encarando Lúcio com uma fúria contida, cujos olhos começavam a ficar vermelhos.

-Depois, Cisa - disse com a voz rouca de raiva.

Lúcio se sentia um tolo. Como pôde não notar? Os sinais estavam na sua cara o tempo todo. Só uma coisa deixaria uma veela tão abatida: algum futuro finado sapo havia quebrado o coração de sua princesinha. Mas quem ousaria fazer isso com alguém tão jovem? Afinal, ela era apenas uma criança! Como o crápula pôde se aproveitar?! Com essa linha de pensamento, Lúcio seguiu em direção ao quarto de Draco.

Draco estava deitada em posição fetal em sua cama ainda com lágrimas rolando por seu rosto, e nem notou quando seu pai se aproximou.

-Sem querer eu acertei, não foi? - perguntou ao sentar na cama da filha, que era pajeada pela irmã - Eu quero o n... - começou a dizer, mas foi interrompido quando Draco levantou bruscamente, atirando-se em seus braços.

Quanto mais analisava a situação, mais enfurecido Lúcio ficava. Como alguém tivera a audácia de machucar sua filhinha? Ao contrário de Julie, Draco sempre fora delicada, insegura, frágil. Desde pequena chorava por qualquer coisa. Pelo menos é o que tinha notícia. Afinal, raras vezes tivera contato com ela antes dos cinco anos, uma vez que estava internado no St. Mungos a fim de se recuperar dos efeitos dos dementadores durante sua breve estada em Azkaban. Mas com certeza não havia exageros nos relatos de Snape. Durante o último mês ele havia presenciado sua filha desmanchar-se em lágrimas inúmeras vezes em sua frente. E isso não era comum, Draco sempre tentara demonstrar ser mais forte do que realmente era na sua frente. Lúcio decididamente odiava a mudança de atitude. Afinal, Malfoys não choravam...em público.

-Julie, avise sua mãe que vamos sair, sim? - pediu Lúcio para a pequena menina translúcida que saiu rapidamente do quarto - O que você me diz de um sundae da Florean Fortescue? - perguntou tentando animar a filha.

-Ok - concordou ao enxugar o rosto com uma das mãos e dar um sorriso fraco.

Os dois irmãos de cabelos vermelhos como fogo andavam apressadamente pelas ruas de Londres. Seguiam em meio aos trouxas, passando despercebidos. Rapidamente viraram numa esquina e continuaram seu trajeto por uma rua com inúmeros prédios em mau estado de conservação, um bar sinistro e uma enorme caçamba transbordando de lixo.

-Um sol estorricante, uma fachada aconchegante e uma limpeza exemplar. Nessas horas que eu me arrependo de não ter entrado para o Ministério - comentou Gui fazendo Carlinhos rir - Você primeiro, querido irmão - disse ao indicar uma cabine telefônica depredada.

-Está esperando um convite por escrito? - perguntou Carlinhos, de dentro da cabine, ao gesticular para que o irmão o acompanhasse - Meu pé! -reclamou ao sentir uma forte pisada - Qual é o número mesmo? -pensou em voz alta.

-Ora! Me dê isso aqui - falou ao tomar o telefone da mão de Carlinhos - Crianças! Sempre enchendo o saco... - brincou, rindo - Veja e aprenda. 62442.

-Bem-vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita.

-Guilherme e Carlos Weasley. Viemos encontrar com Artur Weasley da seção de Controle de Mau Uso de Artefatos Trouxas - informou Gui.

-Obrigada. Por favor, retire seu crachá e prenda-o na frente de suas vestes - Gui e Carlinhos fizeram como pedido - Todos os visitantes devem se submeter a uma revista e apresentar a varinha, para registro, à mesa de segurança no Átrio.

-Tá preparado? - perguntou Gui ao irmão com um sorriso enorme no rosto e levantando as mãos.

-Tem certeza de que não há outro jeito de entrarmos?- respondeu Carlinhos fracamente, ao levantar também as mãos.

-Wooohoooooooo! - foi a única coisa que Gui conseguiu gritar antes da cabine telefônica ser engolida pelo chão numa velocidade espantosa.

Depois de alguns meros segundos, os dois foram praticamente jogados para fora da cabine para um grande salão longo e suntuoso, com o chão de madeira polida. Caíram maduros no chão. Alguns bruxos pararem seus afazeres e olhavam com curiosidade para os dois a cor havia sumido do rosto de Carlinhos.

-Até que enfim chegaram, vocês dois - disse Artur, abrindo caminho por entre os bruxos e bruxas que pouco a pouco voltavam aos seus afazeres com suas expressões aborrecidas - Mas por que vieram pela entrada de visitantes? Eu avisei que vocês tinham permissão para vir por Flu ou aparatar, já que a cabine está e manutenção. Ela está vindo muito rápido - falou Artur, fazendo com que Carlinhos olhasse seu irmão com raiva.

-Eu devo ter esquecido dessa parte - retrucou Gui, sem graça - Podemos ir? Os gêmeos devem estar esperando pela gente - mudou de assunto.

E depois de se arrumarem, os três desaparataram para o Beco Diagonal.

-Temos mesmo que comprar esses materiais agora, Cisa? - perguntou Lúcio com uma expressão aborrecida, que só não era pior que a de Draco - Eu chamei vocês para tomar sorvetes, não para comprar malditos livros, querida - lembrou Lúcio ao entrar na Floreios e Borrões acompanhado de sua família.

-Aproveitaremos a viagem, querido - disse Narcisa, num tom que não permitia retrucos, ao pegar Draco e levá-la pela mão - Que tal pegar uma mesa pra nós e pedir os sundaes? Não devemos demorar aqui - sugeriu para o marido, que aproveitou a oportunidade para escapulir o quanto antes da livraria.

Carlinhos olhava abismado para a loja de logros dos irmãos: Gemialidades Weasley. Não era muito grande. Mas tinha bastante diversidade. Cremes de canários, Kit mata-aula, e um que parecia uma simples e inofensiva batata-doce. Mas vindo dos gêmeos...ele tinha certeza de que inofensivo era o único adjetivo inadequado ao produto.

-O que é isso? - perguntou curioso ao pegar uma nas mãos.

-Não coma isso! - alertou Fred, retirando a batata da mão de Carlinhos.

-É o nosso novo produto - informou George - Flatulência Flutuante.

-Não testamos ainda - completou Fred.

-Não sabemos o que faz realmente ainda... - falou George.

-Hummm, você não gostaria de experimentar? - ofereceu a Carlinhos com um sorriso, fazendo todos rirem.

-Olha lá quem deu o ar da graça no nosso amado beco - disse George olhando para o loiro, do outro lado da rua, que estava no balcão da sorveteria aparentemente pegando enormes sundaes.

-Lúcio - pensou Artur em voz alta ao avistar o homem alto e loiro que lutava para equilibrar três sobremesas até uma mesa.

-Será que o moleque besta já se recuperou? - inquiriu Fred pensativo - Pelo que lembro, ele não estava muito bem quando as aulas terminaram.

-Que moleque? - perguntou Gui, curioso, sem tirar os olhos de Lúcio.

Porém, os gêmeos não tiveram tempo de responder. Algo do outro lado da rua chamara atenção de todos presentes na loja. A expressão serena de Lúcio tinha sido substituída rapidamente por uma de dor, ao passo que ele largava displicentemente as taças de sundaes no chão e segurava o antebraço esquerdo.

Gui, por instinto, correu para fora da loja, a tempo de ver uma enorme marca negra surgindo bem na direção da Floreios e Borrões. Sem pestanejar, Lúcio sacou sua varinha e, com uma expressão de fúria, correu em direção à livraria, atropelando algumas pessoas que fugiam desesperadamente do ataque.

-Comensais! -gritou Gui para os outros que ainda estavam dentro da loja.

-Quantos? - perguntou Carlinhos apreensivo ao ver uma bruxa fugindo desesperada com duas crianças no colo.

-Muitos - disse Gui antes de sacar a varinha e correr em direção ao tumulto, sendo seguido por Carlinhos.

Os gêmeos tentaram segui-los, porém foram barrados por Artur.

-Fred, você vai até o Ministério. Contate o Quartel-General dos Aurores - instruiu, antes que o filho desaparatasse - E você, George, vá até o largo Grimmauld e avise a Ordem. Rápido! - disse para o filho hesitante, que também desaparatou. Artur então, seguiu Carlinhos e Gui.

-Avada Kedavra! - gritou Narcisa, com os olhos queimando de ódio, para o comensal que apontava a varinha ameaçadoramente para Draco - Crucio! - gritou para outro que tentara atacar por trás - Por aqui - disse ao pegar Draco pela mão e arrastá-la para fora - É melhor ficar com isso - alertou ao pegar a varinha do comensal estirado aos seus pés e entregar para a filha - Ache seu pai e suma daqui! - ordenou antes de virar-se novamente para a livraria, tentando bloquear a saída dos comensais que não paravam de aparatar.

Draco, ainda em estado de choque com o ataque, correu o mais rápido que pôde. Correu tão rápido e passou por tanta gente que nem percebeu que despistara dois comensais que estavam em seu encalço. Porém, sua sorte não durou muito. Seu caminho foi bloqueado por um enorme comensal, que com um movimento rápido, a ergueu pelo colarinho ao mesmo tempo em que a prensava na parede.

-Achou que poderia escapar de nós, fedelha?! Seu pai fez um ótimo trabalho tentando escondê-la. O mestre vai ficar feliz quando tiver um novo brinquedo - murmurou maliciosamente no ouvido de Draco - Acho que ele não se incomodará se eu fizer um teste de segurança antes - disse enquanto lambia a bochecha da garota.

Draco estava mais que assustada. Será que esse era o motivo de seu pai fazer tanta questão de escondê-la dos comensais? Era assim que Draco terminaria seus dias? Sendo brinquedinho de Você-Sabe-Quem? Não, decididamente não. Não treinara a vida toda para acabar nas mãos de um comensal de quinta categoria. Ela não era uma garotinha estúpida sem defesas. Ela era uma veela. E acima de tudo uma Malfoy. Ela então, deu um forte chute no saco do comensal, que urrou de dor, soltando-a. Ela mal tivera tempo de fazer algo mais, pois nesse exato momento ouviu um horrível barulho de carne sendo rasgada.

A cena foi tão horrível, que ela perdendo a concentração, voltou a sua aparência normal. Sangue escorria abundante por trás da máscara do comensal, que caiu desfalecido no chão aos seus pés. Atrás dele uma figura alta e imponente surgiu. Com grandes asas negras, olhos vermelhos que queimavam como fogo, garras manchadas de sangue e mantos negros. Mantos negros como os de seu pai. Seu pai. Esse era seu pai em seu estado berseker. Ela olhou aterrorizada para aqueles olhos tão diferentes dos habituais olhos cinzentos de Lúcio. Porém, apesar de diferentes, eles transmitiam a mesma sensação de carinho e segurança que sempre vira nos olhos dos pais. Sim, esse ainda era seu pai. Preparado para a luta. Preparado para lutar por ela.

-Pegue. Você sabe o que fazer - disse, após voltar a sua aparência normal e entregar uma espécie de cruz rústica que usava pendurada em volta ao pescoço.

Draco sabia o que era aquilo, era um dos tesouros de seu pai. A pequena cruz que sua avó lhe dera antes de falecer. E a transformara em chave de portal e que sempre carregava consigo para emergências. E definitivamente essa era uma.

Gui, Carlinhos e Artur corriam em direção ao ataque. Artur com uma expressão furiosa. Como Lúcio ousara conjurar a marca negra em pleno Beco Diagonal? Artur ainda tentou seguir Lúcio, mas o perdeu em meio ao mundaréu de pessoas que corriam. Crianças, mulheres, idosos. Todos corriam alucinados tropeçando uns no outros.

-Onde estão esse aurores que não chegam? - perguntou Gui enquanto chutava a cabeça de um comensal que caiu desacordado aos seus pés

Mal Gui acabara de falar, e alguns aurores aparatavam em meio a confusão.

Os aurores, alertados por Fred, chegaram o mais rápido que puderam. Porém, apesar de virem em grande número, não conseguiram deter os comensais que não paravam de apartar no local. A confusão era tremenda. Gritos, azarações e maldições eram ouvidas a torto e a direito. Sangue escorria pelas paredes e tingia o chão. Flashes de câmeras iluminavam a confusão por breves segundos, dando um ar mais sinistro aos acontecimentos.

Draco espremia-se pela massa, com a varinha em punho, abrindo caminho como podia. Não conseguia pensar claramente. Todos aqueles gritos e gemidos de dor. Queria escapar o quanto antes, como seus pais ordenavam. Mas suas pernas pareciam de chumbo. Seu corpo parecia não cooperar com sua razão. Suas mãos tremiam. Ela sabia que estava suando frio. Estava assustada, aterrorizada. Ela ouvira o que o comensal dissera antes de morrer. Eles estavam ali atrás dela. Queriam vingança pelo segredo que seu pai guardara desde que ela nascera. Lúcio "vendera a própria alma" para Você-Sabe-Quem, mas não venderia a sua. Disso ela tinha certeza.

Mas ela estava aflita. Mesmo sabendo que seus pais eram excelentes bruxos e comensais. Não conseguia parar de se preocupar. Tentando afastar-se ao máximo da confusão, ela segurou a cruz fortemente nas mãos e recitou a prece que ativaria a chave de portal:

"Agora eu me deito para descansar

Rezo para o Senhor minha alma guard..."

Porém, foi interrompida por uma forte explosão às suas costas. Ela virou-se rapidamente a tempo de ver uma nuvem de fumaça cinzenta subir aos céus, enquanto corpos eram arremessados longe. Alguns mantos e capas queimando.

-Mama - disse com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, enquanto corria para o local da explosão: a livraria Floreios e Borrões.

Carlinhos perdera Gui e Artur de vista na explosão quando algumas lojas desmoronaram no meio da rua, graças ao ataque kamikaze de um auror. Auror esse que, de acordo com os métodos nada ortodoxos, tinha fortes chances de ser um ex-aluno de Moody.

Apesar de nada convencional e suicida, fora um ataque eficaz. Mais de vinte comensais foram atingidos.

Não que isso fizesse alguma diferença na contagem final. Vários aurores e bruxos, que como os Weasleys, ficaram para lutar, estavam caídos ao chão, mortos ou muito feridos.

Mais comensais aparataram no local e depois de um breve comando, reagruparam-se. Com certeza Você-Sabe-Quem concentrara seus esforços em seu exército nos últimos tempos. Seus seguidores eram de um número absurdo.

Tentando passar despercebido, uma vez que não tinha reforços, Carlinhos deitou no chão, decidido a rastejar-se e fingir-se de morto, se necessário. Foi por um triz. Assim que deitou-se, um dos comensais virou-se em sua direção. O comensal deu alguns passos em sua direção, parando ao lado de seu corpo inerte no chão. Ele olhava para os lados tentando identificar de onde vinha o barulho. Mas depois de alguns minutos, convenceu-se de que não era nada, para alívio de Carlinhos.

-Deve ter sido algum desses inúteis estrebuchando - disse o comensal ao dar um chute nas costelas de Carlinhos, fazendo-o virar de bruços com o impacto.

Carlinhos teve que suprimir um gemido de dor que lhe subiu à garganta, para não se denunciar. Felizmente, o bruxo com uma capa negra e máscara branca imponente se deu por contente e afastou-se com os demais enquanto ordenava "Achem a garota".

O jovem então, com extrema cautela, depois que os comensais se distanciaram, verificou se o caminho já estava livre. Ele olhou para os lados, tentando verificar se seu pai ou um de seus irmãos não tinha sido atingido com os escombros. Foi quando reconheceu uma figura deitada num ângulo anormal.

A mulher de pele alva e cabelos dourados, a quem um dia chamara de tia, encontrava-se estatelada de encontro a parede. Sangue escorria por sua face, empapando o cabelo que lhe caía aos ombros. Seus olhos azuis brilhantes o olhavam fixamente. Ela estava chorando.

Lúcio estava desnorteado. Havia sido atingido por alguns escombros durante a explosão. Ele estava tão perto de alcançá-la... tão poucos metros e eles poderiam voltar para casa, deixando toda aquela confusão para trás. Mas não. Algum auror estúpido tinha que explodir a maldita livraria! E agora lá estava ele, deitado no chão, com uma fratura exposta na tíbia, em meio a bruxos desconhecidos e ensangüentados. E para melhorar sua situação, ele estava desarmado - perdera sua varinha na explosão - e haviam vários comensais vindo em sua direção.

-Hoje definitivamente não é o meu dia - resmungou ao mudar sua aparência e voar na direção dos comensais.

Gui abriu os olhos com dificuldade. Sua vista estava um pouco embaçada. Engraçado. Não recordava de estar naquela parte do Beco. Será que voara tanto assim com a explosão? Ele olhou para um lado, onde alguns bruxos tentavam levantar. Olhou para outro, cheio de escombros e fumaça. E viu que alguns comensais avançavam para uma figura alada, que tentava lutar ferozmente com suas garras.

-Lúcio - murmurou Artur com dificuldade ao escorar-se no filho mais velho, desmaiando em seguida.

Será que Gui ouvira direito? Aquela veela era Lúcio Malfoy? Aquele que há minutos atrás saíra correndo em direção à marca negra? Não fazia sentido. Ele estava lutando contra os comensais...sozinho. Mas por pouco tempo.

-Estupefaça! -gritou ao correr em direção ao aglomerado de comensais.

Finalmente, a "salvação" chegou, com George. A Ordem de Fênix acabara de aparatar no local. Agora as coisas ficariam um pouco mais equilibradas.

Draco corria em disparada rumo a fumaça que avistara de longe. Sangue por todo lado. O Beco era decididamente um cenário de guerra. Ela aproveitou que vários comensais pareciam distraídos por algumas figuras que surgiram em campo e, passou direto em direção aos escombros. Tentou farejar o ar, em busca da essência de um de seus pais, mas não conseguia captar nada. O cheiro de sangue empesteava o ar. Mas quando achou que suas buscas seriam inúteis, ela avistou sua mãe escorada em uma das poucas fachadas de lojas que teimavam em não cair.

Seu coração acelerou. As vestes de sua mãe, assim como seus cabelos, estavam tingidos de uma substância gosmenta e escura. Sangue. Sem pensar, ela correu em sua direção. Draco segurou a cruz que seu pai lhe entregara e começou a recitar novamente a prece que ativaria a chave quando foi atingida por um expelliarmus.

Carlinhos assistiu ao jovem, que lembrara tanto sua amiga de infância Julie Anne, perder o crucifixo e a varinha que segurava e ser lançado longe sem poder fazer nada. Ele há poucos minutos tinha conseguido recuperar sua varinha em meio aos escombros e entulhos no Beco. Porém, não poderia arriscar um ataque direto contra quase trinta comensais.

Ele assistia ao jovem apalpando o chão, freneticamente, em busca do que perdera. Esforço quase que vão, pois há pouco começara a garoar. E a garoa logo tornou-se uma chuva torrencial de verão. O chão era pura lama. Ele não conseguiria achar nada ali. Mas mesmo assim, o garoto loiro de cabelos prateados não desistia, enquanto lançava olhares aterrorizados na direção de...Narcisa. Cabelos loiros, claros como a prata. Loiros como os de Lúcio. Aquele jovem, que não se dava por vencido, era Draco Malfoy.

Draco continuava apalpando o chão, em total desespero. Ela olhava a mãe, caída ainda. Olhava o chão, com possas escuras e coberto de lama. E olhava os comensais, que se aproximavam num passo vagaroso. Pareciam divertir-se com seus desespero. Foi quando sentiu algo gelado encostar na palma de sua mão. Era o crucifixo de seu pai.

O garoto de cabelos vermelhos e curtos, encoberto pelos fortes pingos que banhavam a todos no Beco, foi rastejando em direção à Narcisa.

-Tia Cisa? - chamou ele, sentindo-se estúpido por usar o mesmo termo que usava na infância quando se dirigia a ela.

Antes que Draco pensasse em correr para sua mãe, foi rendida com várias varinhas apontadas em sua direção. Porém, quando um dos comensais começou a murmurar uma azaração, um rajada de fogo foi lançada na direção deles. Draco conseguira esquivar-se a tempo. O mesmo não aconteceu com dois dos comensais. Tão logo os dois atingidos caíram carbonizados com um forte baque no chão, Lúcio colocou-se entre o restante dos comensais e sua filha.

Vendo que Draco não estava mais sozinha, Carlinhos desaparatou com Narcisa.

-Eu achei que minhas ordens tinham sido claras - rugiu Lúcio sem tirar os olhos dos comensais que se aproximavam, ao mesmo tempo em que vários flashes eram disparados em sua direção -Mas que diabos é isso? - pensou, tentando descobrir de onde vinham as luzes que iluminavam o Beco por instantes.

Draco não tivera nem tempo de responder, pois uma voz maníaca dirigiu-se a eles.

-Ora, ora. Encontros em família são sempre emocionantes, não é mesmo? - disse a comensal, em meio a uma risada maligna - Sentiu minha falta, cunhadinho? - perguntou ao tirar a máscara revelando um rosto macilento.

-Tentando matar seus oponentes de susto, tirando a máscara, Bella? - alfinetou Lúcio com um sorrisinho debochado.

-Isso realmente ofende, vindo de alguém que parece uma galinha gigante - respondeu Bellatrix no mesmo tom, fazendo o restante dos comensais rirem.

-Antes parecer do que ser uma - retrucou Lúcio, ainda transformado, enquanto procurava por brechas pelas quais poderia escapar.

Era praticamente impossível. Eles estavam rodeados de comensais por todos os lados. Talvez a única saída seria abrir caminho com um ataque direto, o que era bastante estúpido. Mas se Harry Potter tinha sobrevivido dezesseis anos cometendo atos estúpidos um após o outro, talvez, talvez ele tivesse uma chance.

-Quando eu disser "morram", você corre - murmurou Lúcio por entre os dentes, esperando que Draco ouvisse e, pelo menos dessa vez, seguisse sua ordem.

-Você fere meus sentimentos assim, Lúcio - disse ela num tom falso enquanto colocava a mão sobre o peito - Chega de perder tempo! Você sabe para que viemos aqui. Entregue a garota e eu concederei uma morte simples e indolor. Você tem minha palavra quanto a isso - ameaçou Bellatrix, apontando a varinha na direção dos dois.

-Sua palavra vale tanto quanto estrume de crupe. Quanto a morte simples, dispenso. Um Malfoy merece uma morte grandiosa - respondeu arrogante enquanto disparava na direção dos comensais - Morram - gritou a plenos pulmões.

Draco hesitou em partir. Sabia que seu pai ordenara novamente que ela partisse sem olhar para trás. Mas como poderia? Sua mãe estava longe dali, mas seu pai... estava ferido e sem a varinha. E quando ela ouviu o primeiro ataque atingir em cheio seu pai, resolveu-se de vez. Ela empunhou a varinha para o comensal que atacara seu pai e, com os olhos queimando como fogo, gritou Avada Kedavra.

Um forte jato verde saiu da varinha que segurava , atingindo comensal em cheio nas costas.

Gui, juntamente com alguns outros membros da Ordem presenciou a maldição imperdoável sendo lançada. O garoto rebelde, de cabelos longos e vermelhos, lutava contra um comensal ao mesmo tempo que tentava prestar atenção na jovem figura que seguindo o exemplo do pai, transformara-se. Ele estava abismado com a ferocidade que via nos dois, que tentavam a todo custo aproximar-se, mas sempre eram separados por dúzias de comensais.

-Diffindo - gritou Bellatrix, apontando a varinha para a veela mais jovem, que urrou de dor ao sentir sua asa sendo cortada.

Draco fora ao chão com o ataque, retomando sua aparência normal. Dois comensais aproveitaram-se da situação para renderem-na.

-Minha proposta ainda está de pé, Lúcio - ofereceu Bellatrix ao encostar a varinha na garganta da veela.

-Vão se arrepender se tocarem em um fio de cabelo dela - rosnou Lúcio.

-Vocês ouviram, rapazes. Não toquem o cabelo - ordenou enquanto lançava um Impedimenta em Lúcio- Mas o resto está liberado - completou com um sorriso maligno.

Os dois comensais não precisaram de mais incentivo. Agarrando Draco pelo quadril, os dois se distanciavam, enquanto Lúcio tentava a todo custo libertar-se do feitiço ao qual estava preso. Ele viu os dois trogloditas tentando bolinar sua filha, como se ela fosse uma qualquer. Seus olhos ardiam com as lágrimas de ódio que derramava, incapaz de defendê-la.

Draco debatia-se o máximo que podia. Porém, não conseguia se livrar daquelas mãos imundas que passeavam pelo seu corpo. Ela via seu pai, estático, sob algum feitiço, olhando-a fixamente. Sentia-se envergonhada, humilhada. E então algo a surpreendeu. Lúcio piscou para ela.

Lúcio, aproveitando-se dos devaneios e discursos de vitória antecipada vindos de Bellatrix, atirou uma bola de fogo. A rajada passou pelo rosto de Bellatrix raspando o suficiente para deixar uma enorme queimadura.

-Maldito! - urrou, antes de lançar a maldição Cruciatus na direção de Lúcio.

Tão logo foi atingido, os gritos de Lúcio ecoaram pelo Beco, chamando atenção de outros bruxos. Bellatrix jogava uma maldição atrás da outra em Lúcio, fazendo seus gritos aumentarem de volume a cada segundo. Ela gargalhava maniacamente ao assistir a cena.

Gui, após jogar um Furnunculus em seu oponente foi em direção aos gritos, juntamente com alguns aurores. Sem hesitar, ele lançou um Impedimenta em um dos comensais que segurava alguém contra a parede, enquanto tentava arrancar-lhe as vestes. Porém, Gui não conseguia identificar quem era, a não ser que tinha cabelos loiros num tom claríssimo.

-Estupefaça! - gritou apontando para as ancas de Bellatrix, jogando-a violentamente contra o que um dia fora a fachada da "Artigos para Quadribol".

Assim que reconheceram a identidade da mulher jogada nos escombros, dois aurores, após um Petrificus Totalus, desaparataram com Bellatrix Lestrange sob custódia.

Artur levantou, e ainda um pouco zonzo ele tentou se orientar. Desmaiara um pouco depois de bater a cabeça na explosão. O número de corpos aumentara consideravelmente no chão. Ele olhava para os lados em busca de seus filhos, mas nem sinal deles. Decidido a encontrá-los, ele começou a andar na direção dos escombros. Por Merlim! E se algo tivesse acontecido com eles? O que diria à Molly? Foi quando avistou um deles: Gui, o mais velho, agachado ao lado de...Lúcio.

Gui tratou logo de arrastar Lúcio para fora do centro da confusão.

-Minha...fi-lha - disse Lúcio com dificuldade, com sangue escorrendo pelo canto da boca, ao puxar Gui pelo colarinho.

Lúcio, ao ver a expressão confusa de Gui, apontou na direção de Draco, e em seguida desmaiou.

Draco, percebendo que um de seus algozes fora estuporado, aproveitou a vantagem e atacou com toda sua força o outro. Após um chute forte nos países baixos, ela aproveitou o instante de vulnerabilidade do comensal para dar uma joelhada em seu queixo. Bastante simples, mas extremamente eficaz. O comensal caiu desacordado aos seus pés.

Ela olhava para todos os lados, procurando por Lúcio. E finalmente o avistou, inconsciente ao lado de um jovem de cabelos vermelhos como o fogo. Provavelmente, um Weasley. Seu coração se apertou ao lembrar dos gritos de seu pai. Tremia só de pensar. Com passos um pouco bambos, ela foi em sua direção. E quando o jovem virou em sua direção com uma expressão confusa que logo fora substituída por uma de terror, ela hesitou.

-Atrás de você! - gritou Gui o mais forte que pôde, levantando-se e indo correndo na direção da garota com a varinha em punho.

Num reflexo estúpido, Draco virou para trás. E a única coisa que sentiu foi uma lâmina fria como o gelo rasgando seu abdome, enquanto o sangue subia-lhe à garganta. Ela não conseguia ver o rosto do comensal, mas tinha certeza que ele ostentava um sorriso vitorioso.

-Não!- gritou Gui ao ver o comensal dar várias punhaladas na garota - Expelliarmus! - lançou, fazendo o punhal e o comensal voarem longe.

Gui quando estava chegando perto de Draco foi barrado por outro comensal que aparatara em seu caminho. Ele olhava aflito para a garota deitada na poça de seu próprio sangue.

Draco sentia que sua vida estava se esgotando. Mas não estava a vida de todos? Era a única certeza que todos tinham: um dia iriam morrer. Alguns, como ela, mais cedo que outros. Apesar dos inúmeros cortes em seu corpo, Draco não sentia nada, exceto um pouco de sono e uma paz aterradora. Seus pais já não estavam mais no meio da batalha, e Harry...Harry estava a salvo, longe de tudo. Era isso que importava. Agora poderia ir em paz. Quem sabe até viveria na Mansão, juntamente com o restante dos fantasmas da família. E ao pensar nisso, ela lembrou que ainda segurava o crucifixo de seu pai. Segurando-o com força, ela começou a murmurar a prece que ativaria a chave. Morreria como uma Malfoy.

Artur estava horrorizado. Ele assistira o ataque há uma grande distância, incapacitado de ajudar. Tudo parecia em câmera lenta. Ele viu o filho de seu "inimigo" cair. Tão jovem. Tão trágico. E não era a primeira vez que isso acontecia naquela família. Algo tão trágico quanto acontecera com Julie Anne, a filha mais velha de Lúcio. Julie Anne, sua adorada afilhada. Artur se culpava por não ter podido ajudá-la na época. Mas poderia fazer algo agora. E com essa linha de pensamento, ele correu em direção à Draco.

Seus olhos pesavam. Sua voz estava extremamente fraca. As palavras saíam emboladas de sua boca. Era o fim, ela sabia. E sabia também que não conseguiria cumprir a última ordem que lhe fora dada. Pereceria no campo de batalha. Longe de tudo, e sem ninguém. Ao perceber isso, não pôde impedir que uma lágrima escorresse sorrateira pelo seu rosto.

Ele o viu. Tão diferente e ao mesmo tempo tão parecida com Julie. Os mesmos cabelos, os mesmos traços. Traços esses talvez um pouco mais delicados, como os de Narcisa. Porém, os traços marcantes de Lúcio estavam presentes, isso era inegável. Os olhos acinzentados, o queixo pontiagudo. Por Merlim! Se Lúcio não ficou louco com a tragédia de Julie, certamente agora ficaria. Lúcio nunca se perdoaria por não poder ajudá-la agora. Tampouco ele.

Artur aproximou-se da garota, e não pôde deixar de notar que ela murmurava algo como um mantra. Então, com todo o cuidado possível, ele a tomou nos braços.

Draco sentiu os fortes braços segurando-a. Tentou apurar seu olfato. A essência da pessoa que lhe tomava tão carinhosamente nos braços não lhe era familiar. Porém, o toque lhe transmitia segurança. Ela se sentia segura naqueles braços estranhos. Talvez algum anjo tivesse vindo buscá-la.

O bruxo de grandes veste negras como a noite e com uma máscara branca aproximava-se perigosamente, varinha em punho, na direção de Artur e Draco. Ele sabia que a garota estava praticamente morta, mas não custava nada terminar o serviço. Quem sabe até poderia levar a cabeça dela como um souvenir para o Mestre. Com certeza ele gostaria.

-Não vou te deixar na mão - disse Artur, ao trazer a garota junto ao peito, num gesto protetor, enquanto desaparatava levando Draco consigo.

Fim do cap. 11


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Notas finais do capítulo

Ohhhhhh...tadinha.
Será que vai sobreviver?



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