POV Tessa

Eu estava em um campo, muito bonito por sinal. Era grande, cheio de flores. Parecia ter chovido havia pouco tempo, pois eu sentia cheiro de grama molhada. Uma brisa quente passou por meu rosto, brincando com meu cabelo. Minha mãe estava do meu lado, nós fazíamos um piquenique. Scorp e meu pai estavam jogando quadribol, eu só os observava, estava muito cansada para jogar.

Fechei meus olhos, quando os abri de novo, eu já não estava no mesmo lugar. Parecia mais uma floresta, eu estava em uma clareira. Havia uma cabana não muito longe dali.

Uma luz azul apareceu. Corri até ela, e no momento em que a toquei, ela sumiu, fazendo outra aparecer mais longe.

Depois que toquei na decima ou nona luz, o que antes era uma brisa, se tornou uma rajada de vento muito forte que me fez cair de cara no chão.

Quando me levantei, havia mudado de lugar. Estava de volta ao campo. Só que dessa vez ele parecia sem vida. As flores estavam mortas. Não havia luz, nem brisa.

Aos poucos pessoas foram surgindo: meu pai, minha mãe, Scorp, minha avó, meu avô. Eles me fuzilavam, pareciam ter nojo.

–Você, sua traidora do sangue! – gritou meu pai. Abaixei a cabeça, uma lagrima desceu por meu rosto. Achei que ele não se importasse com isso. Não mais.

– Uma Grifinória na minha própria família!- disse meu avô. Dessa vez não me importei muito, afinal era meu avô. Mas Grifinória? Eu nem tinha ido para Hogwarts ainda.

– Eu sinto vergonha! Vergonha de ter tido você. – disse minha mãe. Essa doeu muito.

–Eu tenho nojo de você - disse Scorp. Eu já estava ficando sem ar.

Elas começaram a avançar, estavam vindo para cima de mim. Eu me virei e sai correndo. Consegui ouvir meu pai gritar.

–Isso. Fuja! Seja uma covarde! Nem a Grifinória você consegue honrar. – Eu virei para responder, mas, de novo, eu já não estava mais lá. Estava no campo de quadribol, em Hogwarts. Havia pessoas na plateia, muitas pessoas. Elas gritavam. Seguravam cartazes: “Amamos a Malfoy”. E do meu lado pude sentir uma respiração, me virei bruscamente. Dei de cara com um homem alto e forte. Seus cabelos eram desbotados e ele tinha uma aparência lupina. Reconheci como Greyback.

– Como vai? – disse ele enquanto chegava mais perto e eu me afastava. – Um gato comeu sua língua? Ou devo dizer cachorro? – ele riu de sua própria piada. Cada vez chegando mais perto. – Sabe por que eu estou aqui não sabe? Seu pai. Draco entregou a minha localização. E agora você vai pagar o preço. –Olhei para as arquibancadas procurando meu pai. Obviamente, ele não estava ali. – Ele não vai te salvar, garota! Ele ficou feliz quando contei. Ele sorriu quando contei que ia dilacerar você! – Me virei para sair correndo, mas era tarde. Sua mão agarrou meu ombro. Suas garras cravadas em minha pele. Tentei sair, mas ele me derrubou no chão. Ele me puxava enquanto eu tentava lutar, agarrando a grama, mas tudo que eu conseguia era arrancá-la.

–Por favor! Não, por favor! – eu berrava.

–É tarde demais! – disse ele abrindo sua boca e deixando suas presas aparecerem. Eu berrei com toda a minha força.

E então eu abri meus olhos, estou em casa. Na minha cama. Suando frio, e chorando. Olhei para o relógio, eram três e vinte e seis.

–Está tudo bem? – disse meu pai entrando com cuidado pela porta.

–Não. – respondi com uma voz rouca.

–O pesadelo de novo? – perguntou e eu assenti, claro que ele não sabia direito como era o pesadelo. Eu falei para ele que era sobre um assassino tentando me matar , o que é parcialmente verdade. – Vai ficar tudo bem. Só durma de novo, amanhã você terá um grande dia. – disse ele abrindo um sorriso –Quer que eu fique aqui com você?

–Não precisa. – respondi, ele se aproximou e me deu um beijo. Saindo logo depois. Mas eu não ia conseguir voltar a dormir, eu ia esperar minha mãe me chamar de manhã.