Stay Alive escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 18
Partida - Distrito 4


Notas iniciais do capítulo

Nossa, aquela manutenção pela qual o site passou foi dose... O bom foi que, nos últimos dias, adiantei bastante os capítulos do Stay Alive (um milagre, já que entrei em semana de provas). Todavia, a velocidade em que postarei os capítulos será, como sempre foi, baseada no retorno obtido com o capítulo anterior.
Boa leitura ;)
P.S. - Relembrando: Micille - Acompanhante do Quatro.



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Carter Trent

Carter, enquanto esperava no Edifício da Justiça por quem quer que quisesse se despedir dele, fez algumas contas em sua cabeça, e elas lhe mostraram que, entre a colheita e os Jogos, havia seis longos dias. E que apenas três deles eram de treinamento.

Isso o deixou intrigado. Desde anos ele treinava todos os dias, sem falta. Mesmo não fazendo sentido, ele tinha quase medo de ser prejudicado por uns míseros dias sem treinar.

Então, a porta da sala se abriu e um dos treinadores dele da academia entrou antes que ele pudesse disfarçar sua expressão pensativa.

– Que cara é essa, Carter? – Ele perguntou, fechando a porta, mas continuando com uma mão pousada na maçaneta como se pretendesse ir embora logo.

O rapaz pensou em mentir, mas acabou contando sobre sua insatisfação.

– Não seja burro. – Para sua estupefação, foi o que o treinador respondeu. – É importante que os tributos relaxem e poupem energia para os Jogos, também.

– Eu relaxo treinando. – Retrucou ele.

– Prove isso para os seus adversários, não para mim. Agora, Carter, o que eu realmente queria te falar: Se você ganhar os Jogos, o que acha de se tornar treinador de um novo grupo de crianças que estamos montando na academia? Precisamos de gente qualificada, e a dona pediu para eu chamar você.

– Não sei. – Carter tinha se ofendido com o “se você ganhar”. – Não quero treinar um bando de pivetes que nem conseguem segurar uma espada direito.

– O pivete que nem consegue segurar um espada direito de hoje é o vitorioso de amanhã. – O treinador abriu a porta e fez menção de sair. – De qualquer forma, a proposta continuará de pé, e é melhor você focar apenas na vitória, por ora, mesmo. – E com um último olhar sério para Carter, não deixou de completar a despedida com um “boa sorte.”

*********

Rebekah VonRison

Rebekah estava, por um lado, bem confiante quanto aos Jogos Vorazes. Por outro, todavia, estava chateada por ter de se separar da companhia de seu melhor amigo Zac, mesmo que só por alguns dias. E o garoto também parecia aborrecido quando entrou na sala para se despedir dela.

– Bekah, por que será que eu sequer consigo ficar bravo com você por ter se voluntariado? – Ele perguntou, e foi abraçá-la. O calor do corpo dele era justamente o que Rebekah precisava para sentir-se protegida, mas também mais chateada ainda por estar indo embora.

– Por que não tem motivo para isso? – Ela tentou adivinhar, a voz dócil.

– As coisas deveriam ser mais fáceis. – Zac comentou. – Devia haver outra maneira de você salvar as suas irmãs mais novas das garras do pai de vocês que não incluísse ir para os Jogos.

– Quem me dera tivesse outro jeito...

– Se você ficasse, poderíamos procurar esse jeito juntos.

– É tarde demais, Zac. – Ela disse, e mesmo que essa tivesse sido nada mais que a verdade, ela era tão dura que Rebekah se apressou a mudar de assunto: - Mas, e aí? Não prestei muita atenção na plateia. Ele enfartou quando eu me voluntariei, ou algo do tipo?

– Quem? O seu pai?

– Não! Ele não.

– Ah! – Zac enfim entendeu que Rebekah se referia ao velho que tinha comprado os dois alguns anos antes, e que os usava como escravos desde então. – Não, não foi dessa vez. Mas foi por um triz. Vou cuidar para fazê-lo ter um enfarto eu mesmo enquanto você estiver fora, pode deixar.

– Isso seria realmente muito bom, apesar de eu querer fazer parte do esquema.

– Depois de hoje, considere que oitenta por cento do plano foi realizado por você. – Ele falou, e um pacificador bateu à porta. Eles se abraçaram novamente. – Obrigado, Bekah.

E mesmo depois de Zac sair, Rebekah ficou pensando naquele agradecimento final, que definitivamente não tinha nada a ver com os planos de que eles conversavam.

*********

Quando Carter, Rebekah, Micille e o mentor deles entraram no trem, as portas se fecharam e o veículo começou a se mover, deixando o Distrito 4 para trás, os dois tributos se sentiam cegados pelos flashes das câmeras pelas quais eles tiveram de atravessar para chegarem lá.

– Nossa. – Carter comentou, esfregando os olhos. Rebekah piscava compulsivamente, tentando afastar as luzes que continuavam obscurecendo sua visão mesmo dentro do trem.

Micille esperou que os dois parassem com aquilo para dizer, com sua voz rouca:

– Certo, já passou. Agora, venham comigo, que vou apresentar-lhes aos seus quartos.

– Não precisa, Micille. – Interveio o mentor. – Você está doente; vá para o seu próprio quarto descansar. Eu assumo aqui.

– Você os levará para os quartos? – Por algum motivo, ela pareceu desconfiada.

– Não agora. Quero conversar com eles primeiro.

– É? Bem, de qualquer forma, aceito. Obrigada. – E a acompanhante saiu, parecendo aliviada.

– Venham comigo. – Chamou o mentor, e guiou os dois até uma outra sala, bem decorada e com assentos confortáveis onde eles se sentaram. – Devemos discutir sobre a aliança de vocês, agora.

– Vai ser complicado fazer isso sem sabermos ainda como são os tributos do Um e do Dois. – Comentou Carter.

– Vou dizer para vocês algo que sempre digo para os tributos que já passaram por mim: - O mentor olhou no olhos deles demoradamente. – Só vinte por cento da lealdade de vocês deve ser desperdiçada com a aliança com os Distrito 1 e 2, enquanto quarenta por cento dela deve ser entre vocês dois.

– Nada nunca cem por cento. – Rebekah observou.

– O cem por cento é a lealdade que vocês tem de ter com vocês mesmos. Alianças são boas, mas no final, os Jogos sempre acabam no cada um por si.

– Eis uma bela lição de moral. – Carter disse, irônico.

– Eu queria saber qual será a estratégia de vocês dois no treinamento, também. – O mentor fuzilou Carter com o olhar.

– Acho melhor falarmos da estratégia para os Jogos de uma vez. – Opinou Rebekah. – O treinamento é para treinar, e nada mais.

– Bem, eu sugeriria para vocês tentarem assustar os outros tributos durante o treinamento.

– Modéstia à parte, aposto que eu consigo assustá-los treinando normalmente. – Carter disse. Rebekah assentiu.

– Que bom. – Ele se recostou na poltrona onde sentara. – Vejo que neste ano tenho dois tributos que não me darão muito trabalho.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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