Stay Alive escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 16
Partida - Distrito 2


Notas iniciais do capítulo

Relembrando: Yor - Acompanhante do Dois.
Boa leitura!



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Daryl Dixon

Daryl sabia de muitas coisas. Sabia que seria difícil vencer os Jogos Vorazes, mesmo sendo um garoto bem treinado. Sabia que dera azar em ser sorteado. Mas o que ele realmente não conseguia tirar da mente era a cena de seus pais chorando, depois que ele fora chamado. Ele sabia que aquilo o assombraria para sempre, e esperava que seu pai e sua mãe ao menos parecessem um pouco melhores quando fossem se despedir dele, agora que o choque de ter o filho sorteado na colheita já tinha passado.

Também não parava de pensar na cara de ódio que Louise, a garota que iria para os Jogos com ele, tinha feito, como se a família de Daryl estivesse envergonhando o Distrito 2 com suas lágrimas. Mas aquilo era diferente – ele não se importava com ela.

Foi uma grande tristeza quando os pais dele entraram na sala e Daryl viu que eles ainda estavam, sim, chorando. Os três se abraçaram com força, e o garoto também já estava ficando com lágrimas nos olhos. Não conseguiram falar algo por vários minutos.

- Amamos você. – A mãe dele disse, quase no final do tempo, ainda sem soltá-lo – Nunca se esqueça, Daryl, nós amamos você.

- Eu também amo vocês.

Um pacificador surgiu na porta para avisá-los que o tempo havia acabado. Eles se soltaram, e os pais dele se viraram para sair.

- Mãe. Pai. – Daryl falou, logo antes de eles saírem. Os dois se viraram para ouvir. – Comam um pedaço de bolo por mim. – Ele se referia ao bolo que a mãe havia feito antes da colheita, para que eles pudessem como depois desta, mas que ele, evidentemente, não comeria.

- Não vamos comer o bolo. – Contou o pai.

- Não poderíamos comê-lo sem você. – Concordou a mãe.

O pacificador os apressou, e eles saíram.

Daryl fungou, e enxugou as lágrimas. Tinha de ser forte – logo sairia daquela sala e haveria câmeras para filmá-lo. Não poderia estar parecendo choroso na frente delas.

Ele contou até dez para se acalmar. Funcionou.

*********

Louise Clewater

Louise estava sentada em um sofá e tamborilava os dedos no assento ao seu lado, sua cabeça apoiada no encosto. Estava entediada – depois das emoções da colheita, ficar em uma sala sem fazer nada parecia extremamente chato. Queria ter pego, antes da colheita, o seu livro “Plantas Venenosas e suas Aplicações”, porque pelo menos teria algo para ler enquanto esperava. Mal podia esperar para receber sua primeira visita.

Ficou contente quando esta chegou, em forma de Sarah, sua melhor amiga.

- Eu estava esperando a minha mãe primeiro. – Louise contou-lhe, com uma sobrancelha erguida, quando ela atravessou a porta e a fechou.

Sarah deu de ombros.

- Ela deu uma passada no banheiro, e disse que vem depois.

Ela andou até o sofá e se sentou pesadamente ao lado de Louise, que tirou a mão do assento a tempo.

- Sabe, eu te odeio por ter sido sorteada. Agora, eu vou ter de ficar sozinha na escola com aquele bando de idiotas. – Sarah não estava exagerando. As duas garotas nunca falavam com mais ninguém, o que lhes dera o título de antissociais já fazia tempo.

- Acho que você vai sofrer mais por aqui do que eu nos Jogos. – Louise falou.

- Mas é claro! Quero dizer, os Jogos vão ser tipo férias do Distrito 2 para você.

As duas riram. Os Jogos não eram fáceis como estavam fazendo parecer, mas Louise tinha a certeza de que venceria, de qualquer forma.

- Bem, não vou continuar fazendo sua mãe esperar do lado de fora. – Sarah se levantou. E, então, pareceu séria. – Fique bem, Louise.

- Digo o mesmo.

Sarah foi embora e Louise se pôs a esperar a mãe, a única outra pessoa que ela tinha para se despedir dela, por não ter mais amigos e seu pai estar servindo de pacificador em outro distrito.

Ela não o via fazia bastante tempo, e se perguntou o que ele teria sentido quando viu que ela fora chamada para os Jogos. Desejou que ele estivesse ali para eles conversarem – ao não ser que ele fosse ter uma reação parecida com a do Sr. e da Sra. Dixon quando Daryl foi sorteado. Neste caso, era melhor ele ficar onde estava.

*********

Ambos os tributos do Distrito 2 se trancaram em seus respectivos quartos assim que entraram no trem, e nenhum dos dois dirigiu a palavra ou o olhar para o outro até aquela noite, quando Yor gritou os nomes deles, chamando-os para o jantar.

Louise e Daryl saíram de seus quartos ao mesmo tempo, e seus ombros se esbarraram quando eles entraram no estreito corredor que levava ao vagão-restaurante. Daryl fez uma careta e tentou passar na frente dela, e ela fez o mesmo. Começaram uma estúpida troca de empurrões, que eles logo viram que não levaria a nada – foi então que Louise teve de apelar para o verbal:

- Quer parar?!

- Experimente parar, você!

- O que está acontecendo? – O mentor deles saiu do vagão-restaurante e foi correndo até onde eles estavam. Ele mesmo os separou, entrando no meio dos dois. – Parem! Pensei que este ano eu ia trabalhar com tributos de quinze e dezesseis anos, não de oito!

Ninguém quis lembrá-lo de que crianças de oito anos não podiam ser tributos.

- E vocês tratem de prestar atenção no que vou dizer: Agora, os dois vão entrar naquele vagão, vão engolir aquela comida e não vão mais conversar um com o outro até quando formos discutir a aliança de vocês mais tarde.

- Eu não quero ser aliada dele! – Queixou-se Louise.

- Calada! Vocês serão aliados entre si e dos tributos do Um e do Quatro, como todos do Dois. E se não pararem com essa criancice, eu garanto que teremos problemas! – O trem era grande, mas os gritos do mentor deviam estar sendo ouvidos nele todo. – Se estamos entendidos, vamos comer.

Os tributos se entreolharam. O mentor parecia querer que eles declarassem trégua e apertassem as mãos, mas eles não fariam isso.

- Tanto faz. – Disse Daryl.

- Que seja. – Declarou Louise.

Foi o mais próximo de um acordo que eles chegariam. O mentor deles devia estar realmente com fome, porque aceitou.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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