Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 21
Matthew


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que foi um vacilo enorme deixá-los na mão, mas, realmente, haviam coisas e coisas acontecendo e eu estou focada num novo projeto :)

Mas, voltando a história, eu não vou escrever 100 palavras e dar um fim de quinta. Nope. Eu vou fazer os capítulos bonitinhos e revisadinhos (?) e terminar essa história decentemente, porque senão eu vou me deprimir como escritora sabendo que não consegui terminar uma história.


não sei se realmente tem alguém ai acompanhando, mas, se estiver, boa leitura ;*



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– Você ficou louco? – Donna praticamente gritou. Estava histérica. Evan tentava acalmá-la, mas não conseguia. A ideia de dar a ele a mesma maldição a qual ela já havia nascido a irritava. Porque, por mais que ela quisesse passar a eternidade junto a ele, ela estaria sendo egoísta.

Evan não estava alterado. Ele segurou o rosto dela com uma mão e beijou sua bochecha.

– Eu te amo – disse. – E quero passar a eternidade com você. E eu não me importo de ter que viver com a sede de sangue, desde que você esteja do meu lado.

– Evan... – começou.

– Além disso, eu consigo um anel encantado. Donna, eu não posso te deixar. E, veja, eu não vejo isso como sendo tão ruim. Eu seria veloz. Forte. E nada senão uma simples estaca poderia me matar. Não vejo isso como sendo uma maldição.

Donna suspirou. Suas pálpebras estavam pesadas e seus pulmões queimavam. Ela não sabia que vampiros se sentiam assim. Quando falou, sua voz estava cansada.

– Eu não posso te amaldiçoar do jeito que sou amaldiçoada, Evan. Parece bom, mas não é, eu te garanto. Eu não posso fazer isso com você. – Donna estava com os olhos marejados, mal via Evan nitidamente. As palavras se arrastavam a sua volta. Ela o olhou nos olhos. – Simplesmente não posso.

Evan a abraçou. Tão forte que se não fosse vampira estaria machucando a essa altura. Ela não se importou. Abraçou-o de volta, a camisa dele ficando molhada a medida que as lágrimas dela escorriam por seu rosto. Ela não sabia mais porque estava chorando. Por tudo, concluiu. Tudo que já havia a magoado, que já havia ferido-a. Se sentia patética chorando assim, mas Evan não disse nada. Apenas a segurou.

Lentamente a levou para o sofá e ela se aninhou a ele. Olhou em seus olhos e depois recostou o rosto em seu peito. Evan não precisava de palavras para entender o que ela pedira: que esquecesse aquele assunto por um segundo que fosse e apenas ficasse com ela, sem dizer nada.

Não eram necessárias palavras quando se tinha carinho.

...

Emma estava lendo na biblioteca quando as portas se abriram. Virou-se irritada para ver quem lhe atrapalhava, e se deparou com Matthew Wolff na entrada, uma capa pesada atrás de si e um sorriso maligno nos lábios. Sentiu raiva. Seus punhos se fechando e o sangue queimando nas veias.

– O que quer aqui? – rosnou.

Ele riu.

– Procurando minha noiva. Você a viu, ou posso perguntar a Evan se ele a viu?

Ela fechou o livro com força, fazendo pequenas partículas empoeiradas voarem ao seu redor. Sentia as presas ameaçando descerem.

– Donna nunca irá se casar com você. Não importa o que você faça, quem vocês matem, ela nunca irá se render.

Matthew havia se dirigido à uma das estantes e estava passando o dedo pela lombada dos livros quando se virou de súbito. Seus olhos estavam ficando levemente amarelados, o que significava que ele estava com raiva e se perdesse o controle poderia se transformar em lobo.

Emma não recuou.

– A senhorita se acha muito espera, não é mesmo? – disse, calmo, surpreendendo Emma. – Assim como sua irmã. Recusam-se a ver que sua teimosia não levará a nada. Apenas a destruição das coisas que amam. Donna tem que aprender isso. – Sorriu, e Emma sentiu-se arrepiar. – Que tal começarmos com você?

Ela se sentiu burra por não ter percebido antes. Matthew afastou o casaco e ela viu que ele estava com uma espada na cintura. Desembainhou-a num movimento e caminhou até Emma, imóvel ao lado da mesa de carvalho.

– Eu posso te matar agora num piscar de olhos. – disse, e então ela olhou no fundo dos olhos dele, e se lembrou da vez que Donna falou de seus amigos, e de um que tinha suspeita de ser apaixonado por ela.

Ela sorriu.

– Você não vai fazer isso – riu. – Porque você é apaixonado por Donna, e mesmo se casar-se com ela, ela nunca vai te olhar como você deseja. Apenas repulsa.

Ele cerrou a mandíbula. Ela estava certa em cada palavra que dizia. Seus olhos estavam ficando menos castanhos.

– E se você me matar, ela nunca vai te perdoar. Você não me mataria nem se quisesse porque você a ama, e por mais cruel que seja não conseguiria viver com o ódio dela.

– Cale a boca! – ele gritou, e colocou a espada na curva de sua garganta. Um filete de sangue escorreu e manchou o vestido. Ela não se importou.

– Pois adivinhe só: ela já o odeia.

Matthew fez um corte profundo na garganta de Emma, os olhos completamente amarelos. Virou-se, embainhando a espada de modo desajeitado e saiu correndo para fora da sala.

Ela suspirou, exausta.

Donna precisaria tomar cuidado de agora em diante.

...

Donna foi para casa relutante. Não queria entrar lá e não ser recebidas pelas broncas da sua mãe, ou os olhares carinhosos da prima. Ela sabia que seria recebida por seu pai e seu irmão, e os Wolff.

Matt.

Seu estômago embrulhou quando pensou nisso. Ainda não conseguia acreditar que o garoto que a ensinou a atirar facas era o mesmo que parou diante dela e Emma disse ser seu noivo. Não demorou muito para tirar suas conclusões, que se encaixavam perfeitamente na situação.

Matt era um noturno. Ele sabia de tudo, sempre soube.

Ela se lembrou do dia em que ele falou de um possível casamento. Ele não poderia estar mentindo sobre aquilo, mas certamente soube que a noiva seria Donna, para criar paz entre os reinos. E não contou nada. Ela pôde ver isso quando descera as escadas e o vira olhando para ela, sorrindo macabro.

Donna se arrepiou. Balançou a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. A floresta parecia acompanhar seus pensamentos. As árvores pareciam estar mais escuras e as folhas estavam caindo. Além disso, não havia sol algum, e as nuvens estavam tão escuras que se ela não soubesse acharia que era de noite. Chegou ao castelo rapidamente. Podia sentir o cheiro forte dos lobos de bem longe.

Caminhou até chegar aos portões, que, surpreendentemente estavam fechados. Suspeitou que os camponeses ainda não sabiam dos “convidados”. Porque, se soubessem, seu pai estaria com grandes problemas. Vampiros eram orgulhosos. Havia uma separação em Wonder Hill por um motivo.

Donna sorriu com esse pensamento. Por mais que Benjamin fosse seu pai, não se sentiria mal em ver o povo arrancando a cabeça dele.

Os portões se abriram para ela. Atravessou o corredor de pedra e chegou até a sala, onde a lareira crepitava. No sofá, de frente para o fogo, estavam seu pai e Matthew. No outro estava Emma, a expressão irritada.

Matt estava olhando para a lareira, mas virou-se para o barulho das portas, as sobrancelhas levantadas de surpresas. Ela olhou dentro dos seus olhos, e não via mais nada que pudesse associar ao garoto que a ensinara a usar uma espada, e lhe disse que se quisesse ser uma guerreira não poderia mostrar nenhum sinal de sentimentos. Isso era uma coisa que ela sempre mantinha na cabeça, e iria manter agora.

Não importava que estava apaixonada por Evan, preocupada com Emma e com ódio de Matthew, não deixaria que isso se mostrasse na sua expressão.

– Donna – disse seu pai, frio como sempre. Ela se perguntou onde estava seu irmão. – Este é Matthew Wolff. Você o teria conhecido se não tivesse feito cena hoje cedo.

– Peço desculpas por aquilo. – respondeu, apenas, e voltou o olhar para Matthew. Ele levantou e veio até ela, pegando sua mão e tocando-a com os lábios. Ela sentiu nada senão nojo. Ele era como um irmão para ela.

– Senhorita Van Gould. – Ele sorriu. – É mais bonita do que eu esperava. Espero que nos demos bem.

Ela sorriu fria. Ele não fazia ideia no que estava se metendo.

– É como se já te conhecesse.

Donna puxou a mão com força e olhou para Emma, que tinha uma cicatriz na garganta. Mas vampiros se curam, ela pensou. E lembrou-se da lâmina de Matthew, tão mortífera que não era usada quando estavam treinando. Banhada em veneno de lobo, perigosa aos vampiros. A cura não era a mesma quando se atingido por essa espada.

Ela olhou para Matthew, tentando controlar a raiva. Ele havia ferido sua irmã. Ela tinha mais e mais razões para nunca perdoá-lo.

– Donna – chamou seu pai, e ela se virou para ele. – Emma vai com você até seu quarto e te deixar a par das informações do casamento.

Ela assentiu quieta, e deu uma última olhada para Matthew, que a olhou de um jeito diferente. Ela conhecia aquele olhar. O mesmo com o qual Evan a olhou no castelo dos Noturnos, como se não pudesse tê-la. Ela sentiu nojo novamente, e raiva.

Não olhou para trás ao subir as escadas.

...

Donna suspirou quando Emma saiu, tentando se acalmar. A irmã tinha lhe contado da ameaça de Matt, e lhe mostrado a cicatriz na garganta. Foi necessário muito para que ela não pegasse a espada e descesse para confrontar o falso amigo.

Depois disso, Emma havia lhe contado sobre o casamento, que aconteceria em cerca de um mês. A costureira, ela dissera, viria no dia seguinte para começar os detalhes do vestido. Ela fez uma carranca – esperava poder passar esse tempo na floresta. Falar com os meninos, que provavelmente sabiam de tudo, e passar um tempo com Evan.

A elite de todos os três reinos de Wonder Hill compareceria, o que significa que os Harris estariam na cerimônia. Donna se acendeu como não fazia há muito tempo, quando tinha uma ideia ou queria caçar e treinar com os meninos.

Iria falar com Evan no dia seguinte, mas, primeiramente, teria de falar com Emma.

Ela sorriu enquanto corria pelas escadas e corredores pelo caminho do quarto de Emma.

Ela tinha um plano.


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