Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 2
Estranha Sede


Notas iniciais do capítulo

Hello minhas queridas leitoras :3

Bem, cá estou eu aqui trazendo mais um capítulo ^-^ Eu quero agradecer a diwa cheroza da Ingred pela linda recomendação no meu PRIMEIRO CAPÍTULO *-* Isso foi dez, e também quero agradecer a Wise Girl e Lorrainy Salvatore Forbes, pelos lindos e incentivadores comentários =]

Boa leitura ;*



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Eram sete da manhã, mas na parte norte de Wonder Hill nunca havia sol. Donna vestiu sua suntuosa capa preta, e foi em direção a varanda, para pular e poder ir até a floresta. Na noite anterior, ela havia ficado de castigo por uma semana, mas ninguém ia ver se ela estava bem lá em cima. A única pessoa que ia lá era Margareth, a empregada. Margareth era a única ali que a tratava bem, os outros sempre a repreendiam e só sabiam falar que ela era a ovelha negra da família. Com exceção de Margareth, apenas Zoe e seu avô a tratavam bem. Ela e Zoe não eram muito amigas, mas Zoa acobertava Donna em todas suas fugidas. E seu avô sempre era muito gentil, lhe contando histórias sobre o passado e sobre as guerras, assunto que Donna amava.

Ela chegou à varanda e subiu na pedra, preparada para descer. Ela não ia pular, mas sim descer pela jardineira cheia de rosas vermelhas que enfeitava a torre. Era inverno, e começou a cair uma fina neve, que deixava o céu ainda mais bonito. Donna desceu pela jardineira, tomando cuidado para não espetar o dedo, e logo chegou ao chão. Certificou-se de que ninguém a viu e então correu pela floresta, sentindo-se livre. Sempre que ela ia para floresta ela se sentia livre. O vento frio batendo em seus cabelos e fazendo-os esvoaçar, a capa voando de acordo com sua velocidade sobrenatural, o som das folhas quebrando... Tudo isso era incrível para Donna.

Em pouco tempo já havia se cansado, devido à noite mal dormida. Donna havia ido dormir tarde, e ser chamada no escritório do pai para conversarem sobre sua rebeldia não havia sido nada agradável. Estranhamente exausta, parou e se escorou em uma árvore, ficando assim até recuperar o fôlego.

- Donna! – Uma voz masculina a chamou do seu lado, dando-lhe um susto. Seu capuz caiu e revelou seus olhos arregalados e amedrontados com o susto. Matt riu.

- Matt! – Gritou um tanto irritada, se virando e encarando o amigo, que tinha olhos castanhos brilhantes, cabelos escuros meio lisos, que caíam sobre olhos, e pele morena. – Nunca mais me assuste assim!

Donna não era uma garota de se assustar com facilidade, ela praticamente não tinha medo de nada, mas Matthew era bem sorrateiro e sempre conseguia lhe assustar.

- Foi mal – Desculpou-se, rindo do susto da amiga. – Mas você levou um susto e tanto!

- Idiota – Ela deu um soco leve no ombro dele e os dois riram. – Cadê Kevin o Thomas? Não me diga que...

- Sim, eles estão no palácio paparicando meus pais. – Donna só encontrava os outros dois quando eles se reuniam em uma casa na árvore que ficava perto da divisa, quase sempre eles estavam no castelo, paparicando os pais de Matthew, o senhor e senhora Wolff.

- Que chato! – Resmungou. – E eu não posso ir lá!

- Quem disse? – Matthew arqueou uma sobrancelha e deu um sorriso perverso. Por ser vampira, era óbvio que todos no castelo iriam notar e ela seria morta. – É só você se cobrir com a capa, ninguém vai notar.

- Claro! – Disse sarcasticamente. – Se eu for morena e não tiver enormes olhos vermelhos nem essa pele cor de vela, talvez eles possam cair.

- Você nem é tão branca assim. Sua pele é bem mais corada do que a da maioria dos vampiros. – E era. Donna parecia uma humana. Tinha a pele clara, porém não tão branca como uma vela. Suas bochechas eram rosadas e sua boca bem corada, quase vermelha. Ela podia ser facilmente confundida com uma humana. – Você tem a aparência de uma humana.

- Vou tentar levar isso como um elogio. – Donna nunca gostou de humanos. Pelas histórias que seu avô lhe contava, os humanos eram monstros horríveis. Não pela aparência, mas pelo caráter. De certo modo, ela sentia um pouco de pena deles, por que antigamente os vampiros bebiam de todos os humanos que viam pela frente. Até mesmo de lobisomens. E como resposta, os humanos enviavam esquadras com milhares de cavalheiros para guerrear, e os lobisomens enviavam seus bandos. Claro que os vampiros não eram os únicos vilões, os lobos viviam invadindo suas terras e matando pessoas, e os humanos enviavam espiões e ladrões. E daí começou a guerra, de acordo com o que seu avô contou. Depois de ouvir isso, ela achava humanos uns idiotas.

- Mas é um elogio. – Ele sorriu e ela também. – Quer fazer alguma coisa aqui antes de ir para o palácio?

- Tipo o que?

Matthew deu um sorriso perverso.

- Pique-Pega – Disse, e logo depois saiu correndo pela floresta. Donna deu uma risada e correu atrás do amigo. Eles sempre faziam essas brincadeiras. Eram bobas e consideráveis de criança, mas era tão divertido! Donna adorava essas horas, ela se sentia mais feliz do que nunca. Correndo pela floresta através dos territórios e quebrando as regras, tinha como ser melhor?

Em pouco tempo, ela já havia perdido Matt de vista. Provavelmente, ele assumiu sua forma de lobo e saiu correndo por aí para pregar uma peça nela. E, para piorar ainda mais, ela estava no território humano. Porque raios Matthew foi deixá-la ali? Logo ali?

- Matt? – Ela perguntou, girando e olhando em volta. Certo, ela sabia que, comparados aos vampiros, humanos eram inofensivos. Ela podia muito bem matar qualquer humano que aparecesse, fosse bebendo seu sangue ou arrancando seu coração com a faca que ela escondia dentro da capa sempre que saia de casa.

Um vulto começou a se mover por entre as árvores de modo rápido e assombroso, e Donna tirou a faca do cinto que estava preso ao vestido negro e simples e se pôs em posição de ataque. A sombra rondava o local que Donna estava e parecia estar perseguindo-a e querendo assustá-la, mas isso só fez com que ela ficasse com ainda mais coragem para enfrentar seja lá o que for que estava ali.

Quando ela não estava vendo, a tal sombra finalmente deu as caras e se revelou um garoto que se escorou em uma das árvores. Donna se virou, segurando a faca com força e analisando o rapaz. O garoto tinha cabelos negros e lisos, com um pouco de ondulação, que caíam sobre os olhos, provavelmente na tentativa de esconder sua coloração verde brilhante. Sua pele era quase como a de Donna, a diferença sendo que a pele dele tinha mais “cor”, e a de Donna era mais pálida. Devia ter a mesma idade que ela. Usava vestes negras, que pareciam ter sido tiradas de um príncipe e uma capa em um tom preto desbotado que tapava a parte de trás de seu corpo, mas sem nenhum brilho. 

Aquele garoto a deixou com medo.

E Donna sentiu sede. De sangue humano.

Raramente ela sentia sede por humanos, embora sempre bebesse desses mesmos. O sangue humano era imensamente melhor do que o animal, raramente ela bebia de animais, como sua família ordenava. Ela fazia isso só como rebeldia. De acordo com o tal acordo que foi estabelecido há anos, vampiros só poderiam caçar animais. Além disso, Donna estava hipnotizada pelos olhos verdes e profundos do garoto, seus olhos estavam um pouco arregalados e a mão já não segurava a faca com tanta força, e a mesma quase caia. Quando voltou a realidade, apertou a faca com muita força e levantou a postura, tomando coragem para enfrentá-lo se preciso.

- Solte a faca, não irei te machucar. – O garoto disse, cruzando os braços. Os fios negros caíram ainda mais nos olhos, impedindo qualquer um de ver sua cor. O céu se escureceu mais ainda, as nuvens ficaram negras, avisando que teria chuva, e ficou quase impossível ver o rapaz com nitidez, dando um ar incrivelmente misterioso a ele.

- Ninguém me diz o que fazer – Respondeu lacônica. – E eu nem te conheço.

- Pelo visto, está perdida. Nenhuma garota andaria com uma faca apontando por ai se não estivesse perdida...

- Não estou perdida! – O interrompeu, quase gritando, e impondo a faca para trás. – E a faca é só uma defesa.

-... E nenhuma menina ousa entrar na floresta, todas têm medo. – Continuou, ignorando totalmente o que ela tinha dito anteriormente e saindo de perto da árvore. – Quem é você?

- Porque quer saber? – Respondeu com uma pergunta.

- Você é corajosa. – Internamente, Donna sorriu. Além de seus amigos, ninguém nunca disse a ela que era corajosa.

- Porque acha isso?

- Garota alguma tem coragem para entrar na floresta.

Donna se silenciou, pensando por um momento, pensando em dizer ou não seu nome ao garoto. De certo modo, não tinha mal algum. Se ele tentasse algo contra ela, sua faca daria conta do recado.

- É Donna. - O garoto sorriu. – E você é...?

Ele deu um sorriso perverso e foi se afastando aos poucos.

- Você irá descobrir em breve.

Dito isso, deu meia volta e saiu, desaparecendo em meio à escuridão da floresta, o que deixou Donna com muita raiva. Primeiro, ele deu um susto enorme nela. Segundo, agiu como se mandasse nela, querendo saber seu nome. E agora ele sumia. Quem aquele garoto pensava que era? Agora, além de estar irritada com ele, também se irritou com Matthew por ele ter sumido.

Donna levantou o capuz da capa e foi vagando pela floresta até sua casa. Estava irritada demais para fazer qualquer outra coisa. Quando sentiu algo pegar em seu braço, ergueu a faca pronta para acabar com a raça de o que quer que fosse, mas abaixou a mesma com viu que era apenas Matthew.

- Matt! – Gritou, logo depois percebendo o que fez e levando uma mão a boca. - Onde estava?

- Eu ia te pregar uma peça, mas você sumiu – Disse ele. – Onde esteve?

- Procurando você.

- Aconteceu algo enquanto estive fora?

Donna mordeu a bochecha, pensando em contar ou não a Matthew sobre o humano. Mas, se pararmos para pensar, nem foi grande coisa. Se aquilo se agravasse, ela contaria para Matthew.

- Não – Mentiu.

- Bem, vamos para a casa na árvore? Kevin e Thomas chegarão daqui a pouco.

- Claro.

Os dois seguiram pela trilha malfeita de gravetos que Kevin havia feito até a casa na árvore. Matthew seguia em silêncio, sempre certificando se alguém os via, enquanto Donna seguia também em silêncio, porém ainda com aquela sede em sua garganta.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu tenho uma pergunta nada a ver com Sangue Rebelde, mas importantíssima para a continuação de Entre Lobos e Vampiros: O que vocês achariam mais romântico ganhar de um garoto: um colar ou um anel?

Voltando a Sangue Rebelde, espero que tenham gostado e nos vemos nos reviews ;*