P.O.V Autora

Soluço tateava as paredes, tentando encontrar algo, qualquer coisa, uma luz, um objeto ou alguém, principalmente alguém, ele queria poder encontrar Merida, Rapunzel ou Jack, principalmente Merida, estava preocupado com ela, a única coisa que o acalmava era que ele sabia o quanto sua ruiva era forte, mas nem isso o acalmava tanto assim, ele tinha muito receio de algo acontecer com Merida, ele se preocupava, e nunca deixaria de se preocupar, por que a amava, ela a amava de verdade, por Merida ele tinha um sentimento completamente diferente do que ele teve por Astrid, Astrid fora só paixão uma paixão passageira, pois paixão sempre acaba algum dia, apenas o amor dura, e agora ele via que nunca havia realmente amado Astrid, não de verdade, ele podia ter pensado que a amava, mas até pouco tempo atrás ele não sabia nada sobre amor, fora Merida que o fez compreender isso, pois o que ele sentia por ela não se comparava a nada que ele tivesse sentido por ninguém, aquilo sim era o amor.

Soluço continuava a tatear as paredes, desesperado imaginando se algo acontecesse com sua amada. Na completa escuridão era como se estivesse de olhos fechados, como se fosse completamente cego, Soluço não gostava desta sensação.

O problema de se apenas tatear as paredes, é que você nunca sabe o que tem no chão, não sabe nem se há chão ali, Soluço não percebia, mas se arriscava mais a cada passo, ele estava entrando cada vez mais fundo no esconderijo de Gothel, mais fundo no que pensa ser seu objetivo, mas ele nada conhece do que o aguarda, ele nada sabe do que acompanhará Banguela quando chegar no centro do esconderijo da bruxa, mas mesmo que soubesse o que vai estar esperando por ele, ele não pararia, pois o que o espera também é algo que precisa ser salvo e era exatamente isso que Gothel queria, ela queria brincar com eles, a bruxa não se divertia assim havia anos, ver como eles reagiam ao que ela fazia, ela os controlava e sentia muito prazer na sensação do poder, a sensação de ter cada um em suas mãos, principalmente Rapunzel, a sensação de controla-la era fascinante, era tão simples, não chegava a ser um desafio, mas ali no subsolo havia outras pessoas, estas sim seriam seus verdadeiros desafios, sua verdadeira diversão, Rapunzel era apenas uma ferramenta, um pequeno empurrão, uma isca por assim dizer, finalmente ela estava sendo útil para Gothel, tão ingênua e medrosa, era assim que Gothel queria que ela fosse, assim não correria riscos da menina fugir.

E agora lá estava ela com o braço ao redor dos ombros da garota, para Rapunzel era reconfortante, pobre garota, mal sabe que este ato que ela considera reconfortante, é na verdade um jaula, a prendendo novamente, e pior sem ela nem ao menos perceber, Gothel estava fazendo o mesmo que sempre fizera, fingindo que a protegia, quando na verdade prendia a garota, como um animal raro que ela queria apenas para seus propósitos.

– Mamãe, onde estão meus amigos? - Perguntou Rapunzel para Gothel.

A bruxa deu um sorriso, apesar de tudo não era um sorriso falso, era um sorriso verdadeiro, pois seu plano já estava funcionando como planejava.

– Eu já os levei para onde estamos indo querida, todos estão em segurança, assim como você, vamos encontra-los logo.

Rapunzel sorriu, estava feliz com a ideia de ver Jack, Merida e Soluço, principalmente Jack, que era sem dúvidas o amor de sua vida, a pessoa que lhe mostrou as maravilhas do mundo, as maravilhas da amizade, da alegria verdadeira, e as milhares de maravilhas do amor, ele era agora a pessoa mais especial para ela, a pessoa pela qual ela daria vida sem exitar.

– Mamãe, como veio para cá? - Perguntou Rapunzel com uma curiosidade genuína, a menina não fazia ideia de como a "mãe" havia chegado ali.

– Eu a segui até encontrar este lugar querida - Disse Gothel com um tom calmo.

– Mas como? A entrada estava fechada e...

Gothel acelerou mais o passo se aquela menina continuasse perguntando estragaria seu plano, elas deviam chegar ao centro de seu esconderijo logo.

– Vamos querida, sem mais perguntas, estamos quase chegando!

– Mesmo? - Perguntou Rapunzel animada.

Gothel lhe deu um olhar de reprovação.

– Ah sim, sem perguntas... Desculpe... - Disse a menina se aninhando mais em Gothel.

O corredor pelo qual percorriam era completamente escuro, apenas iluminado pela tocha que Gothel segurava, quanto mais andavam mais escuro parecia ficar, e assim continuou, um túnel completamente escuro e aparentemente sem fim, não era possível ver luz alguma, apenas a tocha de Gothel para guia-las pela escuridão sem fim.

Foi assim até de repente surgiu uma porta no túnel, ela era de madeira escura, toda entalhada, completamente esculpida em detalhas, Rapunzel nem desconfiava do que realmente estaria atrás da porta, mas não era nem um pouco seguro, ao se aproximarem da porta Gothel soltou os ombro de Rapunzel e girou a maçaneta da porta, essa teria sido a hora perfeita para fugir, mas Rapunzel pensava que atrás daquela porta estariam seus amigos e sua segurança, Rapunzel nunca fora tão ingênua, o chicote dourado começava a pulsar, preso em sua cintura, como se quisesse avisa-la, mas Rapunzel não o percebia, agora a única coisa que importava era o como estava feliz em ver sua "mãe".

Quando Gothel abriu a porta ela revelou uma grande sala, estava completamente escura, mas mesmo assim Gothel estrou naquela escuridão, e fez sinal para que Rapunzel fizesse o mesmo, sem pensar a menina seguiu a bruxa, e logo que atravessou a porta, ela se fechou com um estrondo atrás dela, Rapunzel se virou rápido o bastante para ver enquanto a porta se trancava sozinha, Rapunzel correu para a porta, tentando abri-la, mas não importava quanta força usava, a porta nem ao menos se mexia, Rapunzel estava presa lá junto com Gothel.

Quando Rapunzel se virou para olhar para Gothel levou um grande susto, ela nunca estivera mais sinistra, a tocha que antes queimava com belas chamas acolhedoras, agora emitia chamas azuis e fantasmagóricas como as que havia tomado os poderes de sua arma, e o rosto de Gothel agora não transmitia carinho ou conforto para Rapunzel agora Gothel tinha um sorriso maníaco no rosto, que agora era iluminado pela chamas azuis, deixando-a ainda mais assustadora.

– M-Mamãe? - Disse Rapunzel gaguejando.

Gothel apenas continuou com aquele sorriso aterrorizante.

– Não me chame assim garota! Não sou e nunca fui sua mãe!

O choque e o terror na expressão do rosto de Rapunzel deixava Gothel cada vez mais satisfeita, estava finalmente se livrando de seu fardo.

– O que? - Perguntou Rapunzel.

– É uma longa história, acho melhor contar quando seus amigos chegarem, e enquanto isso podemos... Nos divertir um pouco

A expressão no rosto de Gothel era realmente aterrorizante, seus olhos brilhavam de um jeito ameaçador.

Rapunzel nem teve tendo de responder antes que Gothel largasse a tocha e avançasse em direção a menina...