Tédio. Isso era a única coisa que acontecia na aula de Literatura. Não me levem a mal, mas a única matéria que eu gosto de verdade é Educação Física. E seria a próxima!

Finalmente o sinal tocou e saímos todos juntos, literalmente todo mundo se enfiou na porta. Será que nenhum retardado sabe que não da pra passar todos em uma única porta só! Por fim consegui sair da multidão "desesperada", avistei a Punzie que estava acompanhada do nosso "grupo". Fui passando entre a multidão e por fim me juntei a eles:

–Tomara que hoje seja queimada! - disse eu animada

–Eu não! Eu quero vôlei isso sim!-disse Gummy

– Nessa eu to com a Merida! Hoje terá queimada, pode apostar. - disse Zak colocando seu braço no meu ombro.

Até o pátio, Zak e Gummy ficaram discutindo que "queimada é melhor do que vôlei" ou vice-versa. Chegamos ao pátio e lá estava o Jorge, ou como o chamam: Coelhão - não me perguntem o porquê disso - ele era branco ,tinha cabelos escuros e acinzentados, olhos verdes e aparentava ter uns 17 anos, o que não é normal já que todos os professores parecem ter 200 anos. Ele disse:

–Galera, que tal hoje revisarmos? Hoje teremos queimada! - Ao falar isso alguns gritaram de felicidade, entre eles Zak e outros foram reclamar com o professor pois na aula passada foi vôlei e eles queriam futebol.

– Não disse pequena! -disse Zak vitoriosa

–Não enche Zak! - disse Gummy cruzando os braços

–Vamos garotos, sem frescura! Na próxima aula dou futebol. Agora todos em seus devidos lugares, meninos contra meninas, vamos ver no que isso dá! - disse o professor animadamente. Meninos e meninas... Essa é boa.

– Se preparem pra derrota! - disse Scott, do outro lado da quadra.

–Já está se gabando garoto? Já teve uma ilusão e nem são 10:30 ainda. - disse Gummy, obviamente sendo sarcástica.

–Vamos começar logo! - disse Tooth. O nome dela é Tatiana, mas a chamamos de Tooth. Ela é branca, tem cabelos curtos e seus cabelos são castanhos. Seus olhos são azuis, só que meio violetas, coisa que pra mim é meio que anormal.

Tooth pegou a bola e rapidamente lançou em Andy, que foi rápido o bastante pra desviar. Andy pegou a bola e jogou em Gabi, uma menina quase muda que a segurou. Ela passou a bola par a Zakuro que deu um sorriso travesso e jogou em Raphael, que foi queimado. Cada pessoa queimada saia do jogo, mas o filho da mãe desses Scott joga a bola muito forte! Quero dizer, eu não fui acertada pra sentir algo, mas, pelo o que eu vi, ele joga muito forte! Quando parei pra ver quem estava no jogo, só tinha: eu, White, Gummy, Zak, Tooth, Jack, Andy, Guilherme, Wilbur e Scott. Muitas pessoas já tinham saído! White lançou a bola em Wilbur, que, por sorte, desviou. Pegou a bola do chão e mirou em mim, segurei a bola ainda no ar e lancei em Jack, que desviou. Filho da mãe! Jack ia pegar a bola quando Scott foi mais rápido e pegou-a do chão.

Scott se posicionou, e Jack ficou olhando-o frustrado. Scott mirou em White, ele estava com um sorriso em seu rosto e White estava distraída, falando com Tooth. Scott lançou a bola com tanta força que quando bateu em White, ela caiu e bateu a cabeça. Pude ver pelo canto do olho que quando a albina caiu, ela não se mexeu nem um milimetro. Quando todos nós percebemos que ela tinha desmaiado, corremos até ela.

Não havia sangue nem nada, apenas a garota desacordada no chão. Todos estavam com os olhos arregalados, e quando o professor chegou, falou:

–Pai amado! Chamem a enfermeira, por favor! - disse ele agachando para ver o estado de White

–Não precisa! - gritou Andy para a Gabi que estava indo chamar a enfermeira

–Como não precisa?! - perguntou Gummy choramingando

–Está louco, é? Ela pode estar tendo um treco e você fala que não precisa?! - perguntou Zak toda nervosa

–Calma, ela esta respirando. Mesmo assim precisamos da enfermeira! - disse o professor, encarando Andy.

–Eu levo ela. - disse. E sem mais nem menos, Andy pegou a albina e levou-a no colo até a enfermaria, fiquei vendo eles sumirem dentre as porta e agora eu vou dar o maior brigueiro no Scott que... Sumiu! Filho da mãe, garoto retardado! Fez uma burrice e agora é coverde, eu vou bater tanto nesse imbecil quando eu acha-lo!

–Devido ao acontecimento pessoal, todos podem voltar a sala de aula. Na próxima será futebol. - comunicou o professor e por fim todos nós fomos para a sala, ficaríamos mais 40 minutos sem fazer absolutamente nada. E lá vamos nós, tédio!

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Pov Andy

Quando eu encontrar esse Scott eu vou... Bom, estou entre: matar e esquartejar, é quase a mesma coisa, mas... Por sorte White não é muito pesada, pois a enfermaria ficava meio que longe do pátio, passei pelos armários dos alunos com White no colo e logo avistei, a pouca distância, a enfermaria.

Dirigi-me imediatamente para lá e entrei. Falei para a enfermeira que White devia ter desmaiado, a moça pediu para que eu ficasse em uma salinha que tinha cores calmas Tinha aquele aroma de hospital, sabe? Esperei uns 20 minutos e a enfermeira veio me falar:

–Bom meu jovem, ela passa bem. Por sorte não afetou a nuca. Eu acho melhor ela ir pra casa descansar, o batimento pode deixa-la com muita enxaqueca. - disse a enfermeira e eu dei um suspiro de alívio.

–Agora pode voltar à aula meu rapaz. - disse a enfermeira e... O que?

–O que? Eu não vou sair daqui não! Vou esperar a minha amiga!-disse.

–Não pode e, além disso, o senhor está perdendo aula! - disse ela.

–Aula uma ova! Eu não saio daqui até que ela acorde e venha comigo pra classe! - falei.

–Veremos se você não vai sair. Vou chamar o diretor. - disse ela, me ameaçando.

–Chame! Aproveita e chama a policia! Chama todo o mundo, mas eu não vou sair daqui! - disse e sentei na poltrona desconfortável que havia na salinha. Eu vou esperar a White, e se ela precisar de algo? Hãn?

A enfermeira ficou me encarando por algum tempo, não a olhei nos olhos. Logo depois saiu andando para a sala dos pacientes, passaram-se uns 20 minutos e a enfermeira voltou da sala de espera e me falou:

–Ela acordou.

–Está bem? -perguntei

–Sim, está, como eu já disse, é melhor leva-la daqui. - disse a mulher, saindo. White apareceu na porta e perguntou com a mão na nuca:

–Oque aconteceu?

–Você está bem? - perguntei me aproximando dela

–Sim estou. Só uma dorzinha, mas... Oque aconteceu? - perguntou ela, pela segunda vez.

–Melhor você ir pra casa, eu te levo. Gummy e a Zak te contam depois. - eu disse

–Mas eu quero saber! - disse ela, obviamente sem paciência.

–Pra casa! As suas irmãs te contam. - eu disse e me dirigi a sala de aula com a companhia de White. Chegamos a frente da porta, White pediu licença e entrou, eu a esperei do lado de fora, quando a mesma saiu ,fomos andando até sua casa.

{...}

Estávamos andando já faz uns 15 minutos, a casa de White não ficava muito longe, já estávamos nos aproximando de sua casa, paramos de frente a porta;

–Que droga, esqueci a chave, mas deve ter alguém em casa...-disse White tocando a campainha.

–Hãn...White?- eu disse meio sem jeito.

–Sim? - ela perguntou e olhou em meus olhos. Seus olhos grandes e verdes tinham um brilho tão lindo, tão especial! Eu poderia ficar lá o dia todo olhando para aqueles lindos olhos verde-esmeralda. Aproximei-me dela, a ponto de sentir sua respiração pesada, estávamos a poucos milímetros de distância um do outro, nossos narizes se tocaram. Passei meus braços pela cintura dela, que fez isso só que em minha nuca. Num segundo nós estávamos nos beijando, um beijo calmo e suave. Parecia que aquilo duraria o dia todo, o que não seria uma má ideia.

Passaram-se aproximadamente uns 3 segundos até que a mãe de White abriu a porta.

–Esqueceu a chave e... White! - falou a mãe vendo a cena, que agora se transformara em duas pessoas coradas.

–Hãn... Mãe... É... Ah! Andy, muito obrigada pela companhia. Até amanhã. - disse ela. As palavras soavam embaralhadas.

–Ah !Sim! Até amanhã, tenha um bom dia White. - disse á White e olhei para a mãe dela. - Igualmente á senhora. - disse e saí. Ao meio do caminho enquanto White entrava pude ouvir um: "Quero uma explicação mocinha!" e a porta se fechou.

Será que em um primeiro beijo acontecem essas enrolações todas?
Acho que sim, foi a impressão que tive.
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Pov Wilbur

Estava do lado de fora da escola, esperando Gummy sair. Eu tinha aula, mas... Humm... Digamos que eu "cabulei" aula. Gummy sai mais cedo que eu, então aproveite. O sinal tocou e ela já estava saindo.

Me escondi atrás da mutreta que havia no portão, ela estava se aproximando. Quando ela estava quase saindo, mas ainda dentro da escola, dei-lhe um beijo, ou pelo menos tentei. Ela colocou a mão em minha boca antes que eu a beijasse.

–Na escola não, espertinho! - disse ela sorridente.

–De um passo para fora que não estará mais - disse eu, mais sorridente do que ela.

Quando ela finalmente saiu, fomos atrás de uma árvore velha que havia lá desde que eu entrei nesse colégio e nos beijamos. Ficamos conversando sobre qualquer assunto, mesmo uma idiotice qualquer.

– Gummy, até quando iremos namorar escondido?-perguntei olhando em seus olhos.

A mesma abaixou a cabeça e disse:

–Eu não sei... É que minha mãe não deve nem deixar a Zak namorar, imagine eu!

–Então ficaremos assim até se passarem uns três anos? - perguntei.

–É uma má ideia? - ela perguntou, se levantando.

–Sim e não. Mas daremos um jeito, certo? Nem que eu tenha que convencer seus pais-disse eu sorridente levantando do banquinho velho da praça, e aproximei dela, que passou seus braços pelo meu pescoço e disse:

–Certíssimo! - e então, do nada, ela começou a me guiar pra algum lugar, saltitando feito uma criança! Ela é muito fofa, cara!

{...}

Sabe onde a maluquinha me levou? Ela me levou pra um fliperama... Foi lá que a gente se conheceu melhor. Depois disso caminhamos lentamente a sua casa, deixei ela lá e fui caminhando a minha casa, que ficava um pouco distante da dela.

{...}

Cheguei em casa, minha mãe estava na cozinha. Tentei passar disfarçadamente pela porta, mas infelizmente não deu certo;

–Wilbur Robinson, posso saber onde o mocinho estava e com quem?- perguntou minha mãe, sem nem tirar os olhos dos legumes que cortava.

–Hmmm... Eu estava na biblioteca com a Gummy.-eu disse

–Ah sim, a sua namorada. - ela disse. Continuava cortando legumes.

–Quem? Oque? Eu não a namoro! Somos só amigos, mas por acaso...QUEM TE FALOU!? - eu perguntei todo apressado

–Ninguém me disse nada, por que? Está escondendo algo? - perguntou ela sorrindo

–Nada não mãe, é... Eu vou pro meu quarto. - eu disse. Ela assentiu com a cabeça e eu fui. Cheguei no quarto e deitei-me na cama, fiquei escutando:"You're Gonna Go Far,Kid." e por fim adormeci.

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POV OFF

Estávamos saindo da sala, quero dizer, os alunos estavam saindo da sala. Pedi para que Jack, Punzie e Soluço ficassem. Quando todos os alunos saíram, fechei a porta e ouvi o silêncio. Parece que todos odeiam esse lugar. Quando toca o sinal é um desespero sair do colégio, e o corredor fica meio que sinistro e silencioso. Voltando ao caso, eu disse:

– O plano A será assim: Vocês dois, pelo amor de Deus, distraiam o diretor. -implorei, olhando para Punzie e Soluço, que assentiram - E você -disse olhando para Jack - Me ajude a pegar o mais rápido possível algo que tenha haver conosco.

–Qual o plano B? - perguntou Soluço

Eu olhei para eles com uma cara que nem eu mesma consegui decifrar. Punzie disse em meu lugar:

–Merida nem precisa gastar saliva. Soluço, ela não tem plano B, apenas esse. - ela disse, olhando para o moreno.

–Sério? Sem plano B? - perguntou o mesmo.

Balancei a cabeça negativamente, ficamos em silêncio por algum tempo até que Jack disse para sairmos.

{...}

Estávamos indo ao corredor onde ficava a sala dos professores e a sala do diretor, o corredor estava limpo de pessoas. Quando chegamos, eu e Jack ficamos "colados" na parede onde ficava a porta da diretoria. Olhei para o Soluço e pra Punzie e disse:

– Agora é por conta de vocês. - os mesmos respiraram fundo e foram em direção a porta da diretoria.
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Pov Rapunzel

Respiramos fundo e Soluço bateu na porta;

–Sim? - perguntou o diretor, saindo de dentro de sua sala. Rapidamente Merida e Jack entraram e começaram a vasculhar.

–Hãn... Diretor, a Rapunzel estava com dor de cabeça muito forte. - disse ele e eu fiz uma cara sofrida.

–E o que tenho haver com isso? - perguntou o homem, parecendo não ligar.

–O senhor tem que dar uma permissão para que ela possa ir para casa! - disse Soluço, enquanto eu fingia muitas caras de dor. Menino idiota, as aulas tinham acabado!

–Oh, sim, estão autorizados podem ir. Não me atrapalhem mais, estou muito ocupado. - disse o diretor que já estava quase abrindo a porta e Soluço disse. Mas bobo que o Soluço, só o Diretor pra acreditar.

–Mas não! - berrou Soluço, enquanto puxava o diretor um pouco pra longe da porta.

–Que comportamento é este?! - berrou o diretor

–É que... - ia dizendo Soluço, que deu uma olhada pra mim e sussurrou - Desmaia!

Fingi um desmaio, Soluço me segurou, mas não consegui ver a face do diretor, já estava com os olhos fechados. Ouvi um; "Jesus Cristo!" do diretor e depois o mesmo chamou a enfermeira. Quando a mulher chegou, me colocaram em uma maca e fomos até a enfermaria. Rapidamente, abri meus olhos para espiar, Soluço falava com o diretor um pouco distante da porta, provavelmente "cobrindo" Jack e Merida. Enquanto o Soluço os "cobria" os mesmos saíram de fininho. Quando Soluço percebeu que eles tinham saído terminou o espontâneo "assunto" com o diretor e os seguiu.

Agora à enfermaria, atuar mais um pouquinho não iria doer nada, certo?