Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 74
Capítulo 73


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! :3
Como estão todos?!
Mais um capítulo para vosso contentamento :)
Boa leitura! ^_^


































































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Ainda completamente estática, procurei pelo Punhal, mas este não se encontrava comigo. Ao perceber o que eu procurava, Artémis mostrou-me o que tinha na sua mão.

“Pelo menos não o perdi…” – pensei, aliviada.

A tensão existente naquela sala era sentida de modo a sufocar alguém pelo medo, pela ansiedade. Olhei a minha Rainha de relance. Não estava com boa cara. No entanto, não me parecia que o seu estado de espírito se devesse ao meu comportamento, mas ao de alguém alheio ao meu conhecimento. Sem que eu dissesse uma palavra, Artémis ajudou-me a levantar, apesar da minha falta de forças.

— O que é que tu pensas que estás a fazer? Não tens nada que te intrometer com as situações e decisões tomadas nesta dimensão! – a voz do Rei do Fogo fez-se ouvir por todo o Palácio como um trovão numa silenciosa madrugada.

— Vocês sabem perfeitamente que o que estão a fazer não tem nexo algum! – aquela não era a Artémis que eu conhecia. Mostrava-se bastante alterada, tanto no seu tom de voz, como nas suas palavras. – Ela só está a tentar fazer aquilo que eu não consegui fazer ou ainda não perceberam isso?

— Silêncio! – ordenou a Rainha da Música. – Foi por este mesmo assunto que eu vos chamei aqui. Eu não posso autorizar a que vocês continuem com este absurdo. Ou acabam com o sofrimento dela ou então retiram-lhe todos os poderes que lhe concederam! – a sua voz ecoou, deixando no ar um traço de animosidade.

— Estás louca?! Nunca fizemos isso! – a Rainha da Água pronunciou-se, finalmente.

— Vocês também nunca fizeram o que estão a fazer agora… – disse a minha protetora num tom bastante ameaçador.

— Mas neste caso temos razão para o fazer, não achas? Se nós lhe demos parte dos seus poderes como Anciã, temos direito de os retirar e como autoridade superior temos o direito de a castigar se ela os usar indevidamente. – disse o Rei do Ar com uma calma completamente falsa.

— Então vocês acham que ela usou os seus poderes indevidamente? – Artémis estava incrédula. – Eu não acredito no que oiço…

Eu queria dizer qualquer coisa. Eu queria ajudar a resolver aquela situação. Mas como? Sentia-me completamente inútil, ainda para mais no meio de pessoas que me podiam matar com um simples estalar de dedos. Sim, eu tinha medo da morte. Como é que não podia não ter quando ela já me tinha visitado tantas vezes? Vi a aflição no rosto das pessoas que me amavam nos momentos em que eu estava prestes a partir. Vi as lágrimas correrem dos seus olhos. E quem as iria confortar? Por muito que eu quisesse, depois de morta, não poderia fazer nada além de os observar e sofrer também. Os meus sonhos, a minha vida… Todos os momentos que eu queria viver e nunca conseguiria… Os braços da pessoa que amava nunca mais me abraçariam e eu não mais sentiria o calor do seu corpo aconchegar o meu. Despertei repentinamente da minha reflexão simultânea com a voz da minha Rainha.

— Muito bem. Se não tiram vocês, tiro eu. Isabella, aceitas continuar somente com os teus poderes musicais? – perguntou-me.

— Peço desculpa, mas não. Eu não fiz nada de errado para perder os poderes que possuo sobre os Elementos. Teremos que arranjar outra solução. – respondi.

Vi que todos ficaram surpreendidos com a minha resposta.

— Atreves-te a dizer tal coisa? – pronunciou-se novamente o Rei do Fogo.

Ia defender-me, ia apresentar todos os argumentos possíveis e imagináveis que pudesse arranjar. No entanto, não tive essa oportunidade.

— Vocês não estão a agir corretamente. – aquela voz… – Ela não fez nada de mal… Eu, que tenho mais anos de existência que todos vocês, que já vi todo o tipo de crueldade, consigo ser muito mais sensato.

— Espírito? – perguntei. Olhei em redor, mas como esperado não vi nada. – És tu?

— Sou, sim. – olhei para trás o mais depressa que pude. Fiquei estupefacta. - Não fiques tão surpreendida. Assim fico constrangido.

— Mas não faz mal tu te mostrares? – perguntei.

— É essa a tua preocupação? – anui. Sorriu. – Eu posso escolher mostrar-me para a pessoa que controla o meu Elemento, mas normalmente não o faço. Aliás, tu és a primeira Anciã a quem eu me mostro.

Fiquei aturdida. Os outros Reis e Rainhas mostravam-se bastante aborrecidos, pois perceberam que tinham perdido a razão e que mais nada poderia sustentar os seus argumentos. No entanto, a Rainha da Música mostrava-se satisfeita com toda a situação. Tive a estranha sensação de que não merecia tamanha atenção de um ser tão antigo, tão sábio. Ele, que já vivera por décadas e assistira a tudo o que havia para assistir neste mundo, tinha-se dado ao trabalho de revelar a sua verdadeira forma para uma simples humana. Olhando-o atentamente, era um homem realmente belo. Enquanto que os outros Reis tinham uma aparência bastante máscula e rude, mas não deixando de terem o seu “quê” de beleza, o Espírito aparentava ser bastante delicado, frágil até. Porém, os traços que poderiam seduzir qualquer mulher estavam presentes. Dei-me conta que Artémis tinha feito reverência mal o tinha visto, talvez por ter reconhecido a sua presença e a sua voz. Mas eu não senti necessidade disso. Ele era alguém que conhecia tudo de mim. Toda a minha dor, toda a minha alegria. Era quase como um amigo que me tinha ajudado em todo o tipo de adversidades. A hostilidade que se sentia na sala dissipou-se aos poucos. A sua presença parecia purificar tudo o que fosse ruim. Andou vagarosamente pela sala, colocando-se por fim diante de todos os restantes.

— Que pensas que estás a fazer? Não tens qualquer direito a opinar! – revoltou-se o Rei do Fogo.

— Aí é que te enganas. Vocês dependem uns dos outros, eu não. A minha amizade é somente com a Música, mais ninguém. E eu, mais que vocês, tenho direito a opinar e a defender a Isabella. Então, o que é que vocês vão fazer? – perguntou calmamente.

O silêncio predominou durante alguns segundos. A Rainha da Música observava cada pequeno gesto dos restantes. Parecia achar a situação interessante, intrigante.

— Devemos continuar a ajuda-la. – disse a Rainha da Água, após levantar-se. – O Espírito tem razão, ela não fez nada de mal. Nós nunca tivemos alguém que desafiasse tanto os poderes que lhe demos e por isso, interpretamos mal as suas ações. No entanto Isabella, quero que percebas uma coisa: aquilo a que foste submetida após o exacerbado uso dos teus poderes não foi um tipo de punição, mas sim uma consequência. Mas a sua gravidade foi devido a estarmos um pouco revoltados contigo. Tendo em conta tudo isto, espero que compreendas as nossas ações.

— Compreendo, mas agradecia que para próxima analisassem melhor a situação antes de decidirem algo. – disse.

A Rainha da Água voltou a sentar-se. Os restantes pareciam concordar com a sua decisão, mas o Rei do Fogo parecia um pouco incomodado ou talvez só não fosse muito bom a admitir que estava errado. Não me surpreendia, era algo normal nos homens e apesar de ser o Rei de tal poderoso Elemento, no fim, era sempre homem. Não fiz qualquer reverência quando saí. Não achei necessário. Talvez fosse birra, mas queria que sentissem um pouco do que eu tinha sentido. Não era por serem reis ou rainhas que tinham o direito de usarem a sua superioridade daquela forma.

Quando alcancei finalmente o meu quarto, Artémis apareceu atrás de mim. Olhei-a seriamente, intrigada. Queria perceber o porquê de ela estar ali, mas não tinha grande coragem para lhe perguntar.

— Saberás de tudo na altura certa… – dito isto, desapareceu.

Transformou-se numa luz que se infiltrou no cabo do Punhal. Este caiu ao chão, iluminando-se por alguns segundos.


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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