Dois Dias Depois...

Danielle estava esperando o intervalo para procurar sua “namorada”, mas assim que o sinal soou, a loira travou de nervosismo na cadeira. Mal ela sabia que a punk estava se divertindo explicando seus planos para suas amigas.

Ana: _Meninas, minhas meninas, olhem isso.

Estephane: _O que é isso?

Ana: _O que parece?

Estephane: _Uma barra de chocolate. Ou algo do mesmo tamanho.

Ana: _É uma barra de chocolate. Pra minha namorada.

Sophie: _Rs. Por quê?

Ana: _Porque hoje fazemos uma semana de namoro e, mesmo estando brigadas, eu não quero que ela pense que eu esqueci.

Estephane: _Pensei que não ligava pra ela.

Ana: _E não ligo, Tef, sua retardada. Eu só preciso que ela pense que eu ligo. Se ela pensar que eu ligo, isso vai incentivá-la a me levar mais a sério.

Sophie: _E porque uma coisa tão pequena?

Ana: _Porque eu quero que ela pense que é um gesto... –mudou o tom para vozinha de bebê. –Desajeitado e singelo de alguém que nunca namorou alguém com quem se importasse. Agora se me dão licença, eu vou procurar a minha loirinha linda.

Sophie: _Nat, você é um gênio do mal.

Ana: _Eu sei, amor. Eu sei.

Natasha se levantou e foi para o corredor que levava as salas de aula ao mesmo tempo em que Danielle tomou coragem para sair. As duas se encararam a distância e a loira deu o primeiro passo em direção a morena. Natasha fez um sinal com a mão para que ela esperasse. A loira esperou e a morena a levou de volta para a sala, esquecendo de fechar a porta.

Ana: _Queria falar com você, loirinha.

Danielle: _Pensei que não ia falar comigo.

Ana: _Não devia, mas... Droga, loira, eu gosto de você.

Danielle: _Então porque é incapaz de me chamar pelo nome? Tem que chamar de loira.

Ana: _Porque é esquisito te chamar pelo nome, mas eu to bravo com você, então to segurando o “amor” que ta preso na minha garganta. Vai deixar eu falar ou não?

Danielle: _O que é?

Ana: _Você nem deve lembrar, mas hoje nós fazemos uma semana e eu... Comprei isso pra você. –Natasha abaixou a cabeça como se estivesse morta de vergonha e estendeu a barra de chocolate embrulhada cuidadosamente em papel de presente.

Danielle: _Ah. Mas... –Danielle estendeu a mão para pegar o presente que era mais valioso que todo o dinheiro que sua mãe deixava em cima de sua cama. –Eu pensei que estávamos dando um tempo.

Ana: _Estamos. Mas dar um tempo não é terminar. Eu não terminaria com você. Eu amo você, minha loirinha linda.

Danielle: _Também te amo, Nat. –Danielle tentou se aproximar para beijar a morena. –O que foi?

Ana: _Ainda to brava com você.

Danielle: _Fica não. Eu decidi contar. Com a minha mãe. Sobre a gente. Você ta certa, Nat. Paz interior vale mais que isso.

Ana: _Tá falando sério? Quando?

Danielle: _Hoje. Depois da aula.

Ana: _Então me beija que eu to morrendo de saudade dessa boquinha linda.

Danielle não precisou de uma segunda ordem para envolver o pescoço de Natasha com os braços e beijá-la.

Bem nesse momento, Maressa passou pelo corredor contando o dinheiro que tinha ido buscar na mochila para comprar seu lanche. Olhou para o lado ao escutar uma risadinha e viu Natielle aos beijos. Balançou a cabeça negativamente e seguiu seu caminho.