Give Your Heart A Break escrita por Leo Guedes


Capítulo 17
Capítulo 17- Nossos Infernos


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Demorei, né?
Eu sei e peço perdão, mas pelo menos o capítulo tá com mais que o dobro do tamanho do anterior...
Enfim, boa leitura...



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POV Danielle Onn

Eu eveitei conversar com a Natasha por uns quatro dias. Sempre que ela tentava dizer uma palavra sequer que não tivesse a ver com matemática ou ciências, eu atacava os lábios dela com os meus como se minha vida dependesse disso, mas chegou um dia em que ela não deixou.

Ana: _Dani, Dani. Para com isso.

Danielle: _Com isso o que?

Ana: _Você tá evitando falar comigo e isso é muito chato. Me diz, você confia ou não confia em mim? Porque se não confiar, qual afinal é o propósito de estarmos juntas?

Danielle: _Já disse que o problema não é confiança, eu só não gosto de falar sobre isso.

Ana: _E que tal se eu falar primeiro sobre as minhas tretas com a minha mãe e depois você falar sobre as suas tretas com a sua?

Danielle: _(suspiro). Tudo bem.

Ana: _Okay. Quando eu tinha 11 anos, eu tive a minha primeira paixão de escola. O nome dela era Fabiola e era simplesmente perfeita, tinha rosto que parecia ser de porcelana e aqueles olhos. Uau.

Danielle: _Foco, Zambianchi. –exigi com uma pontada de ciúmes.

Ana: _Desculpa. Sacomé, primeiro amor a gente nunca esquece. Enfim, a Fabi e eu ficamos amigas e sempre que podíamos fazíamos trabalhos juntas. Um dia eu decidi contar pra ela o que eu sentia e ela me disse que também gostava de mim e nos beijamos. Foi o meu primeiro beijo e eu me senti nas nuvens.

Danielle: _E o que isso tem a ver com a sua mãe? –aquelas alturas, eu já estava levemente irritada. Pra que ela tinha que ser tão detalhista?

Ana: _Calma, amor, eu já vou chegar lá. Onde eu estava? Ah sim, meu primeiro beijo. Depois do primeiro, a gente se beijou mais uma, duas, um monte de vezes. Era tão bom que a gente não conseguia parar. Só que eu tinha esquecido que naquele dia os meus pais estavam em casa e eles acabam nos flagrando.

Danielle: _Fala sério.

Ana: _Sério. De primeira, eles gritaram com a Fabi e mandaram ela ir embora, mas aí eu disse que ela não tinha me obrigado a fazer nada e que eu gostava dela. Eu sempre soube que eu era assim e que sempre seria assim, mas os meus pais acharam que era uma fase que ia passar. Só que eu sempre dizia que não e fazia questão de ficar com um máximo de meninas possível em frente a minha casa pra eles saberem que eu tinha certeza disso. Mas eu não devia ter feito isso porque eles começaram a brigar cada vez mais por minha causa. –os olhos dela começaram a marejar e eu estendi a mão para acariciar o rosto dela, mas ela me repeliu como se quisesse se fazer de forte. –A minha mãe gritava que era uma fase e o meu pai gritava que a culpa era da minha mãe. Eles acabaram se separando quando eu um pouco antes de eu fazer 13 e foi aí que surgiu Natasha Zambianchi e as Populares Punks. Já tem um tempo que eu não vejo o meu pai e pra minha mãe eu sou só a machuda que fez o marido dela sair de casa.

Danielle: _Nossa. Eu... Eu sinto muito, amor.

Ana: _Não tem problema. –ela enchugou as lágrimas e riu ironicamente. –Minha mãe é uma vaca e meu pai é um babaca.

Danielle: _Não fale assim dos seus pais.

Ana: _Eu não acho mesmo isso. Mas odiá-los é menos doloroso que amá-los.

Danielle: _Mas mesmo assim você os ama, não é? –ela assentiu levemente. –Eu sei bem como é isso.

Ana: _Agora pode me falar dos seus problemas com a sua mãe.

Danielle: _Quando eu tinha 10 anos, eu saí pra brincar na com meus primos na casa da minha avó. Enquanto eu estava lá, a minha casa pegou fogo. O meu pai estava dormindo e não percebeu que estava morrendo sufocado com a fumaça. Minha mãe me culpa, disse que se eu estivesse aqui, poderia ter chamado os bombeiros e meu pai ainda estaria vivo. Desde então ela me trata como a escória e tudo o que eu faço pra ela é lixo.

Ana: _Oh não.

Danielle: _E que culpa eu tenho?! Sou só uma criança. Talvez eu nem também não estivesse viva se eu estivesse aqui. Ela perdeu o marido e eu perdi o meu pai. O meu herói. O meu tudo. Eu o amva mais que tudo e o perdi. Mas ela vê isso? É claro que não.

Ana: _Você a odeia não é?

Danielle: _Sim. Mas eu a amo. Muito. E tento fazer de tudo pra agradar ela, mas parece que nada o suficiente, então o que me resta é não tentar fazer besteira.

Ana: _E é por isso que não quer contar sobre nós pra ela?

Danielle: _Sim. Eu sinto muito, Nat, mas a minha vida é um inferno, não quero por mais lenha nessa chama.

Ana: _Posso te dizer uma coisa?

Danielle: _O que?

Ana: _Você não tá fazendo besteira, você tá sendo você mesma. Eu levo bronca da minha mãe praticamente todo dia e eu odeio isso, mas eu sei que é melhor viver em guerra com o mundo do que fingir ser alguém que eu não sou e morrer um pouco por dentro a cada dia que se passa. Seja você mesma porque as coisas não vão melhorar por fora, mas podem melhorar por dentro.

Danielle: _Mas...

Ana: _Mas nada. Quando estiver pronta, me avisa, eu vou estar ao seu lado. Enquanto isso, eu não posso ficar com uma garota que não é autêntica. Me desculpe.

Ela não me deu chance de responder, apenas me deu um selinho e saiu da minha casa.

Me senti uma perfeita idiota. Ela estava certa, eu não podia ser quem eu não era para agradar uma pessoa que já não gostava de mim.

Mas ao mesmo tempo, eu tinha medo do inferno que a minha vida podia ser se eu contasse pra minha mãe que eu gostava de garotas.

Então eu passei mais dois dias em conflito interno até decidir que a minha vida já era um inferno mesmo, então eu não tinha nada a perder. Na verdade, o que eu tinha a perder era a namorada se eu não contasse.

Eu decidi procurar a Natasha.


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Notas finais do capítulo

Então?
xoxo
atenciosamente, Déborah Guedes...



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