Me Acorde Pra Vida escrita por Bellatrix


Capítulo 5
Continuação do capítulo 3




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Entrei na minha sala um pouco envergonhada, quando o sinal bateu eu e as garotas ainda ficamos conversando, por isso ficamos atrasadas, quando entrei na sala o professor já estava lá. Ele tinha cabelos grisalhos num corte estranho meio cientista louco, tinha um bigode que tampava seu lábio superior, ele devia ter uns 45 anos, e sua expressão era cansada, ele era muito alto e magro, parecia uma vareta, usava uma causa preta e sapatos também pretos e polidos, pareciam ser de marca boa, ele usava um suéter de lã cor vinho e um jaleco branco. Ele parou de explicar a matéria assim que eu entrei, ficou me avaliando por um tempo de um jeito estranho como de alguém que encontra algo que a pouco não estava em uma pintura. Ele caminhou na minha direção com aquele mesmo olhar, dobrou os joelhos um pouco pra me olhar nos olhos, e começou a me encarar como alguém que tenta ver um fio de cabelo que caiu na comida, esticou o braço na minha direção, pegou a mecha vermelha no meu cabelo e começou a encara-la, voltou seus olhos azuis e vidrados na minha direção novamente e perguntou:

_ E você, quem é?_ Seus olhos se mexiam para baixo e para cima me avaliando bem rápido.

_ E - eu... Meu nome é Amélia, eu sou aluna nova!_ "Esse cara me deixava ainda mais envergonhada".

_ OOOHHH!!_ Gritou ele enquanto saltava pra trás._ Uma aluna nova que divertido! Eu sou o professor de biologia, Loucrécio! Vamos mocinha sente-se, sente-se, você esta atrapalhando a minha aula!_ Ele saltitava ate a mesa dele.

"Nossa que nome estranho"

_ Mas... Onde?_ Perguntei olhando toda a sala.

Alguns garotos que estavam sentados sozinhos apontavam pra carteira ao lado deles com um sorriso safado, outros fingiam não estar me vendo, algumas garotas acenavam sorridentes pra mim, e outras se esparramavam em seus lugares claramente pra que não tivesse lugar pra alguém sentar. O professor saltou de onde ele estava e veio ate mim me encarando.

_ O seu lugar é aquele lááááá atrás, pode se sentar lá, a pessoa que iria fazer par com você nunca vem mesmo, você vai ter um lugar sóóóóó seu!_ Ele conversava rápido e atropelava as palavras.

Eu comecei a andar devagar ate o meu lugar, ate que o professor me empurrou bem rápido ate a minha mesa dizendo:

_ Vamos, vamos mocinha! Quanto mais rápido começarmos a aula, mais rápido ela termina!

Eu me sentei e ele logo voltou para frente da classe, todos os alunos estavam rindo muito, o professor Loucrécio voltou a dar aula, a matéria era sobre os órgãos, eu já sabia tudo o que havia pra se aprender dobre essa matéria, então não dei muita atenção pra aula, haviam muitas pessoas naquela sala, muitos sentimentos por todo lado e muito perto de mim, eu já não sabia nem distinguir os meus sentimentos dos deles, a minha cabeça doía muito, mas isso não me impediu de ouvir duas pessoas conversando no corredor, eu não consegui perceber quem eram de imediato, mas logo depois vi que uma das vozes era do Nathaniel o namorado da Wyliane, eu não sabia a quem pertencia a outra voz, mas pelo timbre era um garoto, os dois pareciam estar discutindo .

Ouvi o som de passos, ao que parecia era Nathaniel se retirando. De repente alguém irrompeu na porta da sala, fazendo um barulho alto, o professor Loucrécio soltou um gritinho fino e feminino e pulou na cadeira dele, todos na sala começaram rir, assim que eu vi quem era meu coração começou bater mais rápido, minhas mãos começaram suar e me deu uma tremedeira dos pés a cabeça. “O que é isso? Que sentimento estranho.

Castiel entrou e ficou encarando o professor Loucrécio que ainda estava em cima da cadeira, ele desceu e disse:

_ Ah, então é você, que milagre, eu só o vi em uma aula!

_ Também é “muito bom” ver você professor Loucrécio!_ Disse Castiel sarcástico enquanto revirava os olhos.

_ Sente-se, sente-se Castiel, temos um experimento pra fazer hoje, vamos, vamos!

Castiel virou-se e caminhou em direção à sua carteira que por sinal era a mesma que a minha. Eu me encolhi no canto, pois não queria tocar nele, seja lá o que fosse que eu estava sentindo era melhor evitar contato, ou eu poderia acabar pagando mico. Ele deixou sua mochila no chão e se sentou, estava de cara fechada e não disse nada, eu não conseguia evitar de olhar pra ele, eu olhava de relance pra que ele não percebesse, mas também fiquei calada, ainda bem que eu estava de óculos escuros , assim ele não perceberia que eu não parava de olha-lo, peguei uma bala na mochila e a pus na boca, só pra dar uma disfarçada, pra ele achar que eu estava fazendo algo mais interessante. “Valentine sua tonta, ele nem esta prestando atenção em você”. _Pensei decepcionada e suspirei.



UM COMENTÁRIO

sou tão sutil quanto uma metralhadora




Eu ainda o estava olhando quando ele virou pra mim, deu um sorriso e disse:

_ Eu espero que você já saiba essa matéria, já que não para de me encarar, eu não quero ser o culpado se suas notas caírem!

Eu tomei um susto tão grande que a bala desceu rasgando em minha garganta.

_ Cof! Cof!_ Tossi engasgada com a bala.

Ele deu uns tapinhas nas minhas costas e logo massageou dizendo:

_ Calma! Esta tudo bem com você?

Balancei a cabeça em sinal afirmativo depois que consegui respirar.

_ Desculpe... Mas, eu não sei do que você esta falando! "Eu não sei do que você esta falando!? Fala sério, essa foi a melhor desculpa que eu consegui arrumar?

Ele riu e disse:

_ Não há nada que você faça que eu não fique sabendo!_ Eu não entendi o que ele quis dizer com isso, afinal havíamos acabado de nos conhecer e ele nem sabia o meu nome.

Os seus olhos eram firmes e sem brilho, chegavam a me dar calafrios, algo me dizia que eu devia me afastar dele, mas eu não conseguia obedecer esse meu lado. Haviam muitas pessoas naquela sala, e como eu ainda não estava totalmente treinada eu não sabia qual era o sentimento de Castiel.

_ Prazer, o meu nome é Amélia!_ Tentei quebrar o gelo.

Ele me olhou com desdém e disse:

_ Você fala como se eu ligasse!

Fiquei sem reação quando ele disse isso, eu não esperava essa resposta dele, então eu apenas virei pra frente e encarei o livro aberto sobre minha mesa, eu estava fingindo que estava lendo algo no livro quando ele disse:

_ O meu nome é Castiel!

Eu virei pra ele, fiz cara de pouco caso e disse:

_ Você fala como se eu ligasse!

Ele riu.

_ Você aprende rápido!

_ Gosto de achar que sim!

Ele já ia dizer alguma coisa quando o professor Loucrécio jogou uma plataforma fina de alumino em cima de nossas mesas e logo após colocou objetos pontiagudos usados em cirurgia.

_ O que é isso?_ perguntou Castiel.

_ Sempre soube que você não prestava atenção nas aulas, só não esperava que levaria a aluna nova pro mau caminho. Eu acabei de dizer que hoje dissecaremos um sapo!

_ Dissecar... Um sapo?_ Perguntei com nojo.

_ Exatamente!_ Disse o professor enquanto jogava os sapos mortos em cima das plataformas.

Eu levantei da cadeira de uma vez e tapei a boca pra não gritar, Castiel se assustou com a minha reação.

_ Isso mesmo Amélia, todos devem ficar em pé pra fazer esse experimento!_ Disse o professor enquanto deixava o material na mesa dos outros alunos.

Castiel levantou-se, colocou a luva e pegou a faquinha de corte, eu ainda estava com as mãos sobre a boca e minha respiração estava acelerada, Castiel olhou pra mim, riu e começou a abrir o sapo, meu estomago começou a embrulhar e tudo à minha volta começou rodar.

_ O que é isso?_ Perguntei enquanto olhava uma coisa nojenta que pulou pra fora do sapo.

_ O que? Isso?_ Perguntou ele apontando para aquela coisa.

Balancei a cabeça em sinal afirmativo.

_ É que eu atingi o estomago dele, provavelmente isso era o que ele havia comido antes de morrer.

_ Atáh!

De repente minhas pernas amoleceram e tudo ficou escuro. Quando abri os olhos já estava em outro lugar, em cima de uma maca, e tinha uma enfermeira mexendo em algo numa mesa mais a frente, me levantei ainda tonta e cambaleei, a enfermeira virou pra mim e disse:

_ Que bom que acordou, você tem um estomago muito fraco em!

_ O que aconteceu?

_ Você desmaiou na sala!

_ Desmaiei? “Nossa eu não me lembro de nada, que coisa estranha, geralmente quando eu desmaio acordo no mesmo lugar, e sozinha porque o Irã Sensei não presta nem pra me jogar uma água fria”.

_ É, mas você teve sorte, um garoto de cabelo vermelho te segurou antes que você batesse a cabeça no chão, ele te trouxe no colo ate aqui!

_ Castiel?

_ Sim, acho que era esse o nome dele!

Que droga, ele me carrega e eu não lembro de nada, oh falta de sorte a minha”.

_ Onde estou?

_ Na enfermaria da escola!

_ Há quanto tempo estou aqui?

_ Uns vinte minutos, eu acho!

_ Já posso ir?

_ Se já se sente melhor, sim!_ Ela deu um sorriso.

Eu coloquei meus óculos que estavam em uma mesinha ao lado da maca e caminhei devagar ate a porta, passei pela recepção e saí, eu estava no pátio da escola, e ainda estava um pouco desorientada.

_ Ate que enfim a bela adormecida acordou!_ Disse alguém atrás de mim.

Me virei pra ver quem era, Castiel estava sentado em um banco de madeira.

_ O que está fazendo aqui?_ Perguntei.

_ A escola é pública lembra?_ Ele riu._ Você deixou a mochila na sala!_ Ele estendeu meu fichário na minha direção.

_ Obrigada!_ Disse enquanto pegava o fichário.

_ O que vai fazer agora?

Ai que D+, ele quer saber o que vou fazer agora, nossa que pensamento bocó”.

_ Bom, temos aula agora!

_ Eu combinei que só iria a uma aula hoje!

Antes que eu dissesse alguma coisa ele continuou:

_ Gosta de cachorros?

_ Sim, eu tenho uma! “Nossa, ele muda de assunto rápido”.

_ Qual o nome dela?

_ Flupi, e você tem cachorro?

_ Sim, o nome dele é Dragon!_ Castiel me olhou com uma cara como se tivesse zoando o nome que eu escolhi pra minha cachorra.

_ Eu sei que o nome da minha cachorra não é dos melhores, mas combina com ela!

_ Vou querer vê-la qualquer dia desses!

_ Posso trazê-la amanhã, ela sabe voltar pra casa sozinha!_ Flupi era a cachorrinha mais esperta que eu já havia conhecido.

_ Por que não fazemos assim: Eu te levo pra casa hoje e você me apresenta pra ela!

Eu não acredito, ele quer me levar pra casa, ta bom, depois disso já posso morrer feliz”.

_ Se você quiser é claro!_ Continuou ele.

_ Por mim tudo bem!

_ Ótimo, vou estar te esperando aqui no final da aula!_ Ele disse isso e me deu um beijo no rosto.

Eu fiquei parada por um tempo, ele saiu e eu continuei lá parada, sem nem piscar.

O que foi isso? O que eu estou sentindo? Eu morri e não estou sabendo? Como se respira mesmo?

Ouvi passos rápidos vindo em minha direção, e o sentimento dessa pessoa era de pura euforia, logo me virei pra ver quem era.

_ Me conte tudo e não esconda nada!_ Disse Mel.

_ Tudo o que?_ Fingi de desentendida.

_ Ta brincando? Primeiro eu vejo o Castiel te carregando, e depois ele te da um beijo no rosto, e você ainda pergunta “tudo o que?”.

Eu contei tudo pra ela, eu a conhecia a pouquíssimo tempo, mas já confiava muito nela.

_ Nossa que lindo! Será que ele gosta de você?_ Perguntou ela.

_ Prefiro não criar falsas expectativas!

_ Hum, mas amanhã é pra você me contar tudo viu!

_ Tá, mas eu gostaria que esse assunto ficasse só entre nós, pode ser?

_ Mas é claro, esse será o nosso segredinho!

Enquanto conversávamos, passou um garoto de cabelos prateados e lisos, olhos bicolor, pele clara, ele tinha um estilo próprio da época vitoriana se não me engano, ele era alto e muito bonito. “Será que só tem garoto bonito nessa escola?” Ele deu “oi” pra Mel e continuou andando. Mel olhou pra ele toda envergonhada, seus pensamentos mudaram do nada para amor, paixão e algria.

_ Então, quem era o garoto que te deixou igual à manteiga derretida no asfalto quente?

_ O que? Bom, ele é o Lysandre!_ Disse ela envergonhada.

_ Ele é lindo!_ Disse pra ver qual seria a reação dela.

_ Né!_ Disse ela amolecendo de novo.

_ E então, desde quando você gosta dele?

_ Mas... Eu não gosto dele!

“Ela não sabe mentir, ta aí uma coisa que temos em comum”.

_ Tá, sei!

_ É verdade!

Eu a olhei de um modo que a fez entender que eu não estava acreditando em nem uma palavra do que ela dizia.

_ Está tão na cara assim?

Eu balancei a cabeça em sinal afirmativo.

_ Nós temos aula agora, eu te conto tudo depois, em uma hora que as meninas não estejam por perto, pode ser?

Eu sorri e disse:

_ Você escapou bem Mel!

Ela também riu.

_ Só mais uma coisinha, esse Lysandre não é aquele garoto que você me disse hoje mais sedo que gostava dele?_ Perguntei.

Ela balançou a cabeça em sinal afirmativo enquanto seu rosto corava.

_ Se é o mesmo garoto então por que agora você estava tentando me fazer acreditar que não gostava dele?

_ É que eu não tinha a intenção de te contar que era ele!_ Ela ficou ainda mais vermelha e estava envergonhada.

_ Então você ia ficar sabendo que eu gosto do Castiel e não ia me contar que gosta do Lisandre?

_ Nossa, você já ta gostando do Castiel?

"Maravilha, me entreguei de bandeja"

_ Q-quer dizer... Não foi isso que eu quis dizer... Eu só... A para de mudar de assunto, você ia ou não ia me deixar sem saber?

Ela riu antes de responder:

_ Bom... Mais ou menos assim!

_ Quais são suas ultimas palavras?_ Disse enquanto andava na direção dela de cara fechada, mas ela sabia que eu só estava brincando.

_ Nós temos aula agora!_ Ela andava de costas e tentava fazer cara de medo, mas estava quase rindo.

_ Ah é? Eu pensei que suas ultimas palavras seriam “Lisandre meu amor, eu te amo!” _ Disse enquanto fazia uma encenação ridícula de Romeu e Julieta.

Ela riu e me empurrou de leve.

_ Amélia você é muito besta!

Nós rimos e depois fomos cada uma pra sua sala.

No resto da aula não aconteceu nada de interessante, Ambre e suas amigas me evitavam e ficavam me olhando torto, os garotos do futebol me convidaram pra fazer parte do time, mas eu achei melhor não aceitar, e entrei no clube de voleyball. Eu e as garotas começamos a nos conhecer melhor. Eu estava adorando toda essa convivência.

No final da aula eu me despedi das garotas e Mel foi embora junto com a Alice, ela me disse que não queria ficar segurando vela, e a desculpa dela para as meninas foi que eu tinha que fazer umas coisas na escola e ela não podia me esperar, por sorte nenhumas delas podiam me esperar, todas tinham algo a fazer. Fiquei no pátio esperando o Castiel como combinado, me surpreendi quando Lysandre se despediu de mim, ele me olhava de um jeito como se eu fosse alguém que ele conhecia e sentia saudades, e eu não conseguia ver os sentimentos dele, mas não tive tempo pra pensar nisso pois logo após vi o Castiel encostado em um muro um pouco afastado, ele estava ao lado de uma árvore que lhe cobria com sua sombra, ele estava um pouco distante mas eu pude ver que ele me encarava com aquela mesma feição de... Ódio.

_ Shisgan!_ Disse aproveitando o momento.

Minha visão se ampliou e eu pude ver todo o espaço à minha volta, depois vi por dentro de cada uma das pessoas que ali estavam, elas passaram a mão em seus próprios tórax, pois provavelmente sentiram um leve formigar naquela região, mas quando foquei no Castiel eu não vi nada, nem se quer uma faísca de emoção, nem sentimentos e nem seu interior, era como se não tivesse ninguém ali. Minha visão voltou ao normal e eu o encarei pasma, ele deu um sorriso confiante como se ele soubesse do meu fracasso. Eu senti um frio terrível na espinha, mas depois comecei a sentir um outro sentimento quando uma garota foi ao encontro dele e lhe deu um abraço e um beijo no rosto, ela tinha longos cabelos ruivos e lisos, pele clara, olhos verdes, alta, magra e se vestia como se um estilista famoso tivesse pessoalmente planejado seu look, sem falar que ela andava como uma modelo de passarela profissional, resumindo, ela era a garota perfeita que os garotos tanto procuram. Ciúmes era um sentimento que eu nunca havia sentido antes, eu não fazia ideia de como era, eu não sabia lidar com isso, doía muito, era insuportável. "Quem é essa garota e o que ela é dele?” Eu senti vontade de sair dali e chorar ate o fim da minha vida. Me virei e caminhei em direção ao portão de saída antes que as lagrimas começassem escorrer, eu já estava do lado de fora quando Castiel me chamou:

_ Amélia espera!

Eu me virei pra ele, meus olhos já estavam lacrimejando.

_ Esta tudo bem? Você estava chorando?_ Perguntou ele.

_ Quê? Claro que não, foi só um cisco que caiu no meu olho, eu estou bem_ Disfarcei enquanto me esforçava pra ficar natural.

_ Por que não me esperou? Eu te disse que te levaria em casa hoje! Esqueceu? Você tem que me apresentar a Flupi!_ Ele segurou o riso quando disse o nome da minha cadelinha.

_ Eu te esperei por meia hora, enquanto você só me olhava fazendo papel de idiota o tempo todo!_ Voltei a andar.

Ele também começou andar e se pôs ao meu lado.

_ Claro que não, eu só estava esperando pra me despedir de uma pessoa, e não demorei todo esse tempo que você disse!

Eu não acredito, ele estava esperando por ela, se eu soubesse que eu iria passar por isso eu ia preferir nunca frequentar uma escola”.

_ É, eu vi você se despedindo dela!_ Coloquei ênfase na palavra “dela”.

_ Ah, entendi!

_ Entendeu o que?_ Eu estava começando a ficar irritada.

_ Você esta com ciúmes!_ Ele estava confiante e me encarava com um olhar desafiador. E eu continuava sem conseguir ver os sentimentos dele, o que era muito estranho.

_ Eu não conheço esse sentimento, e não tenho motivos pra sentir ciúmes de você! “Ô mentirinha sem vergonha”.

_ Você não sabe mentir!

Agora me diz uma coisa que eu não sabia”.

_ E você se acha!

_ Não! Você é que me procura!_ Ele se aproximou de mim e passou o braço à minha volta, envolvendo meus ombros. Ele tinha o corpo extremamente quente.

_ Não seja convencido!

_ Não seja mentirosa!

Eu fechei a cara pra ele, virei pra frente e fiquei calada enquanto andávamos em direção à minha casa.

_ Eu deixei minha mochila no armário da escola, quer que eu carregue a sua?

_ Não, obrigada!_ Fui curta e grossa.

Ele riu e disse:

_ Acontece que eu não gosto de andar sem segurar nada!

_ Acontece que eu não preciso da sua ajuda, tenho duas mãos e posso fazer isso sozinha!_ Eu ainda estava com raiva dele, e já nem lembrava qual era o motivo.

Ele começou a rir, me pegou no colo e saiu correndo.

_ AAAAHHH!!! VOCÊ ENLOUQUECEU?? Gritei.

_ Você é muito devagar!_ Ele ria de dar gargalhada.

Ele era muito rápido, e por incrível que pareça sabia onde era a minha casa, Por mais que eu me debatesse em seus braços ele não me soltava, só ria da minha cara, ate que chegamos ao quarteirão da minha casa e ele me soltou. Eu ajeitei a minha bata e o meu cabelo e disse:

_ Nunca mais faça isso de novo! “Pode fazer quantas vezes você quiser

_ Ande mais rápido da próxima vez!

A velocidade da tartaruga me parece ser uma excelente opção para a próxima vez, que legal vai ter uma próxima vez

_ Como sabia onde eu moro?_ Perguntei.

_ Eu não sabia “senhorita ciumenta”, eu só sabia que você morava na mesma rua que a Mel!

_ Já disse que não sou ciumenta, e como é que você sabia que aqui era a rua da Mel?

_ Vai ficar com ciúmes de mim com a sua amiga também?_ Ele deu um sorriso que me deixou com a perna bamba.

_ É claro que não, eu não tenho ciúmes de você!

_ Tá bom, você finge que me engana e eu finjo que acredito!

_ Eu só fiquei curiosa!

_ Além de ciumenta você também é curiosa!

Eu já ia rebater quando ele disse:

_ E então qual dessas casas é a sua?

Eu não disse nada, apenas comecei andar em direção à minha casa e ele me seguiu com as mãos nos bolsos. Chegamos e eu abri o portão, virei-me pra ele e disse:

_ Espera aqui que eu vou busca-la!

_ Nossa como você é hospitaleira!_ Disse ele irônico.

_ Você veio aqui para conhecer a Flupi não é!? Eu vou trazê-la!

Eu já ia entrar quando ele se pôs à minha frente e escorou no portão impedindo a minha passagem.

_ O que foi?_Perguntei.

_ Por acaso, esta com medo de mim?

Tá brincando!? Eu tenho a causa do medo e dos pesadelos de todas as pessoas dentro de mim, por que você me deixaria com medo?

_ Não! Por que acha que estou com medo de você?

_ Então por que não quer me deixar entrar?

_ Você quer entrar?

_ Não! Eu vim aqui porque adorei a sua rua e prefiro mil vezes ficar plantado no seu portão do que dentro da sua casa longe desse sol quente!_ Ele foi sarcástico.

_ Tá, entra!_ Disse enquanto passava por ele.

Nós entramos e ele ficou avaliando toda a minha casa.

_ Quer beber ou comer algo?_ Perguntei.

_ Não, obrigado... Então... Por que não vai buscar a cachorra enquanto dou uma olhada na sua casa!?

_ Você esta se sentindo na sua casa né!?

Ele apenas sorriu e foi para outro cômodo da casa. Eu peguei Flupi e a levei até ele, ela ficou arisca como eu nunca havia visto antes, seus pelos ouriçaram e ela ficou na minha frente encarando Castiel em posição de ataque. Castiel a encarava sério, eu mandava Flupi parar mas não adiantava, só fazia ela ficar mais nervosa.

_ É melhor eu ir!_ Disse Castiel sério e sem tirar os olhos de Flupi.

_ Por acaso esta com medo dela?_ Perguntei zoando.

_ Não seja ridícula! Agente se vê amanhã!

Castiel já estava saindo quando Irã Sensei entrou. Castiel assumiu uma expressão assustada, como se já conhecesse Irã Sensei de algum lugar, e Irã Sensei ficou irritado.

_ O que esse garoto faz aqui?_ Perguntou Irã Sensei quase gritando.

_ Irã... Pai não é o que você esta pensando!_ Disse tentando acalma-lo, eu não fazia ideia do que ele estava pensando.

_ O senhor deve ser o pai da Amélia, prazer, o meu nome é Castiel. Sua filha desmaiou hoje na escola, e eu achei que seria cavalheiro se eu a trouxesse em casa. Mas já estou de saída, se me der licença!_ Disse ele enquanto saia da minha casa.

Castiel estava totalmente seguro de si, estava confiante, e muito, muito frio. No entanto eu nunca havia visto Flupi e Irã Sensei tão nervosos, na verdade os dois são até muito calmos.

_ Valentine eu quero você longe desse garoto, nunca mais o traga aqui em casa novamente, nunca mais fale com ele. Pois se eu souber que você esteve com ele de novo eu serei obrigado a te tirar dessa escola!

_ Mas Irã Sensei eu não entendo, por que...

_ Valentine vá para o seu quarto!_ Ele me interrompeu.

_ Você não é o meu pai!_ O fato de eu não estar sabendo de nada me deixava irritada.

_ Mas sou seu mestre, eu tenho total comando sobre você e conheço o meu lugar, está na hora de você conhecer o seu!

Eu abaixei a cabeça em sinal de respeito, fiz uma reverencia e disse:

_ Sim mestre!_ E subi para o meu quarto.

Eu não sei o que aconteceu aqui, mas seja o que for eu vou descobrir”.



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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo tamanho, quando criei a fic eu tava inspirada kkkkkk vou tentar diminuir o máximo possível >.



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