Anteriormente em So Cold:

De repente o mundo girou, assim que o pedaço de madeira me acertou, e perante a força dela eu cai, sem amigos, sem eu mesma, sem tudo, só coisas sombrias se passam na minha cabeça, só escuridão e trevas, mas não as trevas do Batman, antes fossem...
O peso nos meus olhos era demasiado, e concentrei-me no som da chuva, mas chega uma hora em que o som já não é alto o suficiente.
Então fechei os olhos, rendendo-me.
E foi na escuridão que me dei conta e tudo caiu como um enorme peso em cima de mim, ou talvez fosse mesmo da pancada que acabara de levar, eu contive-me para não chorar. Tudo aconteceu rápido demais.
E percebi que era tarde demais para ser salva. Estou simplesmente cercada pela morte.

Atualmente em So Cold:

~2 semanas depois~

Pov. Stiles

-Scott! - exclamei do lado de cá da porta do seu quarto.

As ultimas semanas têm sido buscas pela cidade inteira, durante toda a noite. Lobisomens e Caçadores juntos para procurar a Alexia. Acho que quem tem estado mais afetado é o Scott, não acho, tenho a certeza. Eu também estou desesperado e preocupado com a minha "irmã" mais nova, mas não tanto como ele. É duro ver um amigo sofrendo tanto. Especialmente quando você nada pode fazer, a não ser ”estar la". É terrível.

-Entra! - exclamou ele , eu abri a porta e vi-o sentado na secretaria a mexer no computador.
-Tu por acaso dormiste? - perguntei, olhando o copo de café em cima da secretaria.

Aproximei-me dele e virei a cadeira para mim, sentando-me na cama.

-É suposto descansares de manhã, Scott!! - gritei preocupado.
-Era suposto a Alexia estar aqui!! - gritou ele de seguida e escondeu a cara nas mãos, apoiando os cotovelos nas pernas.

O quarto ficou em silêncio. Coloquei-lhe a mão no ombro.
Consigo ouvir os suspiros dele , enquanto chora.

-Meu, eu sei que dói. - sussurrei. Ele levantou a cabeça e vi os olhos vermelhos, e as bochechas molhadas.
-A anestesia para a minha dor, é ela. - corrigiu Scott - Não vai parar de doer até eu a encontrar.
-Mesmo... morta? - perguntei baixo, e amaldiçoei-me pelo que disse. Boa, Stiles!
-Não! - exclamou ele e levantou-se da cadeira - Nós vamos encontra-la viva! Tu sabes.
-Por causa do que o Deucalion disse? Vais confiar? - perguntei indignado.
-É a única solução que temos, Stiles! A melhor! - respondeu ele.
-Ele disse que ela só podia morrer como sacrifício se a Jennifer lhe retirasse todo o poder, certo? - perguntei e ele assentiu-Quanto tempo temos?
- Pouco mais de uma semana. - respondeu ele com a voz fraca.
 
O silencio voltou a instalar-se. Mas não por muito tempo.

-Eu quero minha melhor amiga de volta. - confessou ele e eu sorri triste.
-Não Scott. Tu queres a Alexia de volta. - corrigi.

Ele voltou a sentar-se e encarou-me confuso.

-Não consegues evitar, não é? Nem mesmo ela podendo estar morta. Tens medo de deixar ela preencher o teu vazio, tens medo dela descobrir o teu passado e ficar contigo mesmo assim. Tens medo de quereres algo realmente sério com ela. Tens medo de ter uma ligação forte com ela, tal como a Jennifer disse. Tens medo de desejá-la. Tens medo de mostrar a ela o teu lado ruim, e mesmo assim ela te amar, ou não. Tens medo de deixá-la ir embora, tens medo dela não querer ir embora. Tens medo de querer o controle sobre ela. Tens medo de transparecer o teu desejo carnal só com o olhar. Tens medo de amá-la de um jeito humanamente impossível. Tens medo de tudo…  - ele olhava-me abismado, e eu completei - Mas o teu problema é ela ser irmã da Allison.

Ele manteve-se calado. Talvez eu tenha exagerado, demais... Mas ele precisa de admitir que está apaixonado por ela.

-A Alexia é como uma irmã. - corrigiu Scott. Eu levantei-me indignado.
-Não, Scott! - gritei - A Alexia é como uma irmã para MIM ou para o ISACC , não para ti!
-Para o ISAAC?! - perguntou ele levantando-se - Eles andavam os dois.
-Não andavam nada. - expliquei calmamente - Ele e ela chegaram a falar os dois sobre isso. Perceberam que o que sentiam era apenas de irmãos, Scott.
-Como tu sabes disso tudo? - perguntou ele confuso.
-Ela contou-me. - respondi baixo.
-E a mim não? Pensava que eramos melhores amigos... - sussurrou ele, limpando os vestígios de lagrimas.
-É o que estou a tentar dizer. - disse obvio - Ela não te contou porque não são melhores amigos, Scott. São mais do que isso. 

Bateram à porta, interrompendo a nossa conversa.
Olhamos e era a Melissa, olhando-nos compreensiva.

-Meninos, vamos almoçar. O Sr. Argent telefonou. - avisou ela e nós seguimo-la para a cozinha, deixando a nossa conversa pendente.

E era assim à já 2 semanas. Eu tentava convencer o Scott a dormir e depois a Melissa chamava-nos para almoçar, porque o Sr. Argent ligava a dizer que "estava na hora" de nos encontrar-mos todos.
Mas todos nós, mesmo sem queremos admitir, estamos a perder a esperança.

Pov. Alexia

~1 semana, depois~

-Como estás hoje? - perguntou ela, falsamente preocupada , enquanto a sua fala se propagava pelo lugar. Eco.
-Quando .... me... matas? - perguntei com a voz fraca.
-Quando estiveres tão fraca, que não consigas falar. Mas não passas da madrugada, querida. - respondeu com a voz sombria.

O lugar estava escuro, que ter os olhos fechados não fazia diferente, via-se o mesmo. Nada.
Mesmo assim eu mantinha-os abertos, porque é uma forma de eu ter a certeza que continuo viva.

-Está na hora da conversa, Alexia. - sussurrou ela, próxima ao meu ouvido, empurrando a minha cara contra o chão.

Eu gemi de dor, ao sentir o sangue escorrer pela minha testa.

-Tens saudades deles? - perguntou ela - Responde, Alexia!!
-De... quem? - perguntei confusa.
-Dos teus pais, os mortos, claro. Da Erica, do Boyd. Foram tantos. - respondeu Jennifer.
-S-sim. - respondi entre os gemidos de dor.

Todos os dias era um tema diferente , ou dois. Mas doíam todos de igual forma, tal como ela queria, para me deixar mais fraca.

-Tu és uma humana, e quando os humanos querem muito uma coisa eles mentem. - cantarolou ela, perto de mim.
-Não... estou a... mentir! - disse , entrando no jogo psicológico dela.
-Claro que estas. Eles morreram por tua culpa! - gritou ela.
-Não... - sussurrei, sentido ela deixando-me mais fraca.

Devido à fraqueza, comecei a tossir.
Ela começou a rir, por hoje estava o trabalho feito, ou não.

-Ai, Alexia. Ainda não aprendeste que quanto mais pessoas amares, mais fraca serás.  Farás coisas por elas que sabes que não deves fazer. Agirás como uma tola para mantê-las alegres e seguras. - disse ela - Olha como estás agora!

Estava a doer, ela queria acabar comigo rapidamente. Doía tanto, que eu mal conseguia respirar. Ficar sem forças doí, ou ela faz doer. E eu já não tenho mais forças .
Ouvi os passos dela em minha direção e ela colocou o pé em cima das minhas costas, empurrando, eu gemi de dor.
As lagrimas, por tudo, escorriam pela minha face, misturando-se com o sangue da minha testa.

-Podes chorar querida, não é um erro, é uma necessidade. Tu precisas colocar para fora toda a dor que já te causaram. - gozou ela e começou a rir.

Depois saiu do lugar, eu soube pelo som dos sapatos contra o solo.
Não sei quanto tempo passou, podem ter passado anos, eu não notei diferença. Não sei mais quando estou acordada ou dormindo, nem o que é pior.
Sei que depois ela voltou.

-Já é quase madrugada, Alexia. - avisou ela e pela primeira vez em semanas ela ligou a luz.

Os meus olhos fecharam-se , com esforço, devido à claridade que eu não via à dias.
Quando os meus olhos poderam-se abrir minimamente, visualizei a silhueta de Jennifer diante de mim. Ela ajoelhou-se, ao meu lado.

-Vamos, então, ter a nossa ultima conversa. - sussurrou ela , fazendo carinho no meu cabelo, enquanto as lagrimas se acumulavam. 

Eu queria falar, mas estou demasiado fraca. Fraca...

Pov. Autora

Jennifer preparava-se para ditar o tema que acabaria com Alexia, mas a pequena não estava à espera.

-Vamos falar do Scott. - contou ela e Alexia torceu por dentro para que Jennifer muda-se de tema.

Ela continuou com o carinho no cabelo da mais nova, depois aproximou-se e beijou-lhe a testa, em forma de gozo. Faz parte do jogo.

-Amas-o ? - perguntou "Sr. Blake" e Alexia fechou os olhos com força - Como foste capaz de fazer isto à tua própria irmã, Alexia?! Responde!!!
-A.... - tentou responder Alexia.

Jennifer sabia que ela ainda estava com medo, e quando a gente tem medo geralmente acaba dizendo a verdade.

-Não consegues falar? Ainda continua a doer? - perguntou ela em tom de gozo e depois acrescentou - O sofrimento significa que tentaste, querida.

Alexia tentou impedir que Jennifer entrasse na sua mente, mas era impossivel. Já estava entre a viva e a morte.

-A maior arma que alguém pode usar contra nós, é nossa própria mente. Aproveitando-se de dúvidas e incertezas que ali se escondem. Somos verdadeiros com nós mesmos? És verdadeira contigo mesma, Alexia? - perguntou Jennifer.

Ela colocou a mão sobre a mão gelada e pálida de Alexia, retirando todo e o mínimo de poder que pudesse restar, enquanto Alexia gritava baixo e chorava.
Agora ela podia ser morta.

-Não odeie seus inimigos, isso atrapalha o raciocínio… - avisou Jennifer ao ouvido de Alexia, enquanto encostava o bico da faca à barriga da adolescente. 

Alexia suspirou entre as lágrimas uma ultima vez, e depois tudo o que viu foi o escuro. E desta vez ela tinha a certeza que não voltaria a abrir os olhos. Desta vez ela tinha a certeza que estava dormindo... para sempre.

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Lobisomens e Caçadores chegaram segundos depois.
Lutando furtivamente com ela, enquanto Stiles, Melissa e Deaton tentavam reanimar a garota inconsciente.
Jennifer foi derrotada por Deucalion, e perdoado por Scott e Derek. Mas o problema é que Alexia continua inconsciente.
Scott correu até o corpo da rapariga, assim como o Sr. e Srª.  Argent e Allison, ajoelhando-se.

-Não, ela não pode estar morta! - exclamou Scott, encostando a cabeça ao peito de Alexia.

A familia Argent chorava pela perda, assim como os outros presentes. Scott agarrou as mãos frias de Alexia e permitiu lágrimas escorrerem pela face e soltou um suspiro de alivio assim que ouviu os batimentos cardíacos da garota.

-O coração dela está a bater. - disse Isaac sorrindo.

Todos se aproximaram e Alexia acordou , tossindo , ainda com os olhos fechados.
Mas quando ela e Scott olharam todos, tinham algo de novo em comum. Não era apenas o amor um pelo outro, era também a cor dos olhos. Vermelho vivo.