So Cold escrita por Kelly


Capítulo 15
Recital // Hospital


Notas iniciais do capítulo

É muitoooooo grande e fala dos sentimentos de Scott e Alexia como pediu a Milena (((:

Comenteeeem xDD
Como sempre,
Kiss ♥



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Anteriormente em So Cold:
 
E ela abraçou-me com força, como só uma irmã me poderia abraçar.
E porque apesar de tudo o que se está a passar entre nós, ela continua aqui.
Não sou forte o tempo inteiro e não gosto de admitir isso, então só espero que não se espalhe. Eu sou fraca, às vezes. Muitas vezes.
E então eu chorei, sentindo o frio dentro de mim se alastrar, naquele quarto, chorei de dor, de raiva e de medo, chorei com a segurança de saber que ninguém ia entrar e me ver sem ser Allison, que ninguém ia gozar comigo por eu estar chorando, do jeito que gozavam de qualquer garoto na minha escola que fosse idiota o suficiente para se render às lágrimas.
 
Atualmente em So Cold:
 

-Filósofos? - perguntou Stiles do outro lado do telemóvel.
-E guardiões que deve ter alguma ligação com a policia, não? - perguntou Allison.
-Guardiões... - sussurrou Cora - Não podes ser tu, Alexia?
-Não. Sou a única guardiã no momento e são precisos três sacrifícios. - expliquei, enquanto me sentava na cadeira, novamente ao lado da Allison.
-Stiles, precisas de contar ao teu pai. - avisou Allison.
-Conta o que for preciso mas faz ele acreditar. - completou Isaac, que se encontrava atrás de nós. 
-Conta para ele. Alerta-o, Sty. Por favor. - pedi urgente.
-Está bem, eu sei. - respondeu ele preocupado.

E desligamos o telemóvel. Continuei a olhar fixamente para o laço de cinco nós, como se eu fosse desvendar algum segredo ali... Ou como se a dor que continuava a sentir, todos nós na verdade, fosse mudar.

Pov. Scott

-Porque te estás a incomodar comigo... Mesmo sabendo que o tempo está a passar? - perguntou Morrel, em minha frente - E que outra pessoa está prestes a ser levada?
-Por você. - respondi olhando-a fixamente e concentrando-me nos batimentos cardíacos.
-Fala a sério, Scott. - pediu ela -Não devias deixar os interrogatórios  para alguém como o Stilinski?
-É você que anda a matar as pessoas? - perguntei acusatório, chegando-me à frente.
-Estás a ouvir as batidas do meu coração? - perguntou ela desafiando-me. Eu concentrei-me nos batimentos.
-Não. - respondeu ela calmamente e os batimentos ficaram estáveis - A verdade é... Eu sou quem está entre o Deucalion e a vida dos teus amigos. Eu sou a única a puxar coleira quando estão sedentos por uma mordida.
-O que quer dizer? - perguntei desconfiado.
-Ele quer um Alfa Genuíno, que acredita seres tu, no bando e a guardiã. - respondeu ela com o olha fixo em mim - E com um pouco de distração como sacrifícios humanos, não irão desvia-lo do prêmio.
-Não sou um Alfa e a Alexia não vai para o bando dele! - exclamei chegando-me à frente, determinado .
-Mas estás a chegar lá, não estás? - perguntou ela convencida - Ele não quer correr riscos.
-E o que ele está à espera? O que ele quer que eu faça? - perguntei, levantando-me da cadeira exaltado e ela fez o mesmo.
-Ele quer te transformar num assassino, assim como à Alexia quer coloca-la à frente do bando junto com ele. É o que ele faz. - respondeu ela.
-Mas se eu matar alguém... Não posso ser um Alfa Genuíno , não é? - perguntei incerto.
- Isso mesmo. - respondeu ela - Tal como eu disse ele não quer correr riscos.
-Como assim correr riscos? - perguntei confuso.
-Não quer perder uma chance de ter o que antes nenhum bando teve. - explicou ela.
-O quê?! - perguntei e ela aproximou-se.
-Uma ... guardiã. - respondeu ela e sorriu sombriamente.
-E como o facto de eu ser um Alfa Genuíno influencia a entrada da Alexia para o bando? - perguntei curioso e assustado. Ela voltou a sentar-se calmamente.
-Queres saber a opinião de uma psicóloga? - perguntou ela, ignorando a minha pergunta - Ele é obsessivo e além de deseja-la no bando, sente-se ameaçado por ti. Se o obsessivo não tiver o objeto que deseja ele optará por destrui-lo. Ambos. Tornas-te parte do bando voluntariamente, assim como a Alexia ou ele vai transformar ambos em assassinos imparáveis , destruindo o teu potencial de ser um Alfa Genuíno.
-Nada disso jamais acontecerá!  exclamei - A Alexia não é um objeto. Assim como eu não sou.
-Não tenhas assim tanta certeza. - avisou Morrel - Estás a jogar o jogo dele. Enquanto tentas descobrir o que fazer a seguir, ele já está a pensar dez jogadas à frente, com o Xeque-Mate já preparado.

Levantei-me furioso, abri a porta e sai. 
Muitas coisas me vieram à cabeça, mas só uma se destacou ... Alexia. E esse é o problema.
O problema é que eu me deixei levar por este sentimento estranho. Era para ter cortado, podado, ou arrancado de vez, logo no início de tudo, quando ainda tinha uma chance. Era para te-la evitado de todas as maneiras possíveis, ter procurado um defeito até achar e sentir raiva dela, e é o que tenho tentado nestas dias. Mas ao invés disso, eu continuo aqui a pensar nela, continuando procurando o rosto da Alexia em todos os lugares deste corredor. Nem sei que sentimento é este, mas ele não me esta fazendo nada bem. Continuo a parecer uma coisa que não sou: um bobo apaixonado.

-Scott. - chamou a Morrel, atras de mim. Eu despertei dos pensamentos e olhei-a.
-Faz chegar um recado à Alexia. - pediu ela e eu engoli em seco - Diz-lhe para ela se afastar destas coisas dos sacrifícios. - ela sorriu desafiante e voltou para dentro da sala.

Pov. Alexia

Enquanto continuava a observar o laço de cinco nós de todas as perspectivas possíveis, perdi contacto com o mundo.

-Lexi, o telemóvel! - exclamou Isaac e Allison, fazendo-me sair dos pensamentos.
-O quê? - perguntei confusa.
-Está a tocar o teu telemóvel. - repetiu Allison. Percebi desta vez, peguei nele li Lydia, e atendi.
-Alô. - falei.
-Lexi, vem para a escola já. Aconteceu uma coisa muito má. - disse ela assustada. Isaac e Allison olhavam-me assustados, talvez pela minha cara.
-Lydia calma. Eu vou a caminho. - avisei e desliguei rapidamente.
-O que aconteceu? - perguntou Allison preocupada.
-Não sei, vou para lá. Vocês ficam aqui, ok? - perguntei com uma sobrancelha erguida.
-Ok. - responderam contra-gosto e eu segui de carro para a escola.

Quando cheguei notei logo onde ela estava. Era onde havia mais gente. Fui até lá, entrei na sala e vi-a.

-Lydia, estás bem? Meu deus, quando me ligas-te estavas tão assustada.  - exclamei perto do ouvido dela, enquanto a abraçava com força.
-Lexi... - sussurrou ela em meio aos soluços. Eu larguei-a e dei-lhe uma festa na cara.
-Não entendo porque não chamaram a policia. - disse Lydia, para a professora Blake, que explicou:
-Vão anunciar no microfone...
-E não vai dar em nada! - exclamou ela. -Eu já disse, ele desapareceu. Como os outros, levados.
-Certo. - sussurrou Jennifer, mas mal olhei no rosto dela eu soube: ela não acreditou.

Vi Scott a entrar na sala, e por instantes distrai-me. Mas rapidamente voltei a tomar atenção à conversa.

-E da ultima vez foi o Sr. Harris. - disse Lydia e eu voltei a tomar atenção - Alguém tem noticias dele? Ele desapareceu. - Lydia foi até ao quadro - E ele vai ser a segunda morte.
-Mas Lydia, foste tu que escreves-te esse numero. - acusou a professora.
-Tudo bem. - respondeu ela - Sou vidente.
-És vidente? - perguntou a Jennifer e eu olhei Lydia do tipo "O QUÊ?".
-EU SOU ALGO! - gritou ela. E todos olharam-na. Ela olhou-me.

Eu afastei-me um pouco e digitei uma mensagem para Allison "O Sr. Westover desapareceu, Alli. x - Alexia".
Recebi logo a seguir uma chamada  de Stiles e atendi.

-Fala. - pedi rapidamente, enquanto via todos se dispersarem da sala, menos Lydia e Scott.
-A Cora está no Hospital. - respondeu ele preocupado.
-Como isso aconteceu?! - perguntei alarmada e Scott já estava ao meu lado.
-Eu não sei ela só caiu para o lado. - respondeu ele aflito. E reparei que tinha uma chamada em linha.
-Eu vou para ai o mais rapidamente que possa, Sty. - avisei e desliguei. Atendi a outra de Allison.
-Fala, Allison. - pedi apressada.
-Nós vamos agora a uma das marcas, em que possa estar o Sr Westover. - avisou ela - Não aguentamos mais ficar de braços cruzados, Lexi.
-Mas será que hoje todos decidiram enlouquecer?! - perguntei alto.
-Vens ou não? Eu posso ir só com o Isaac. - avisou ela preocupada.
-Onde estás? - perguntei derrotada.

Ela avisou-me onde estava e eu olhei para Lydia e Scott.

-Podem ir ter com o Stiles ao hospital? - perguntei e eles assentiram.

Lydia apressou-se a ir para a mota de Scott, mas ele acompanhou-me até ao meu carro em silêncio.
 

-Não te devias meter nestas coisas, Alexia. - avisou ele preocupado.
-Porquê? - perguntei, voltando-me bruscamente. E reparei que ficamos demasiado próximos.
-Por causa do que a Morrel disse. - respondeu Scott.
-Ela estava a tentar assustar-nos. - corrigi, entrei no carro e abri o vidro.
-Alexia... - pediu ele quase mudamente.

Eu fiquei apenas a olha-lo nos olhos, assim como ele.
Depois, rapidamente olhei para a frente. Liguei o carro e olhei-o novamente.

-Pensas que o Druida vai esperar nós salvarmos quem quer que seja o próximo? Pensas-te que a Morrel era diferente, também eu. Aliás, tenho pensado que muita gente é diferente nos últimos tempos. Afinal, não há tanta gente diferente assim, Scott. - expliquei e arranquei deixando Scott desaparecer no espelho retrovisor.

Então pensei que o que eu disse estava certo "ela só estava a tentar assustar-nos" , e conseguiu. Eu estou com medo.
Conduzi até o sitio que Allison me avisou, o mais rápido que pude. Eu não podia deixar outra pessoa morrer, não mais.
Quando avistei o carro dela, estacionei o meu e sai. Dirigi-me ao seu carro e entrei na parte detrás.
Não dissemos nada e ela arrancou para o tal sitio que Isaac me mostrou no telemóvel. Quando chegamos, permanecemos um pouco no carro.

-Têm a certeza que não precisamos de chamar o Scott? - perguntou Isaac.
-Fiquem atrás de mim e Isaac fica quieto. - disse Allison, ignorando a pergunta.

Ela saiu do carro , e depois Isaac disse:

-Isto não vai acabar bem, Alexia. - eu olhei-o pelo espelho.
-Não tenhas tanta certeza, Isaac. - respondi e saímos os dois do carro, seguindo Allison para dentro do armazém.
-Para vossa informação, se o vosso pai me tentar matar, vou-me defender. - avisou ele, eu rolei os olhos.
-Ninguém vai matar ninguém. - respondi.
-Mesmo que ele tentasse, tu não irias escapar. - gozou Allison e eu sorri.
-Obrigado pelo voto de confiança. - disse ela brincalhão. 

Reparei no que Stiles tinha dito. Eles estão mais próximos, mas isso não me incomoda. Porque eu e Isaac não temos nada, percebi. Somos só como irmãos. Eu amo-o puramente, como só irmãos podem.
Senti uma mão no meu braço, e olhei. Era Isaac a agarrar-me a mim e a Allison.

-Sinto cheiro de sangue. - avisou ele.
-Onde? - perguntou ela.
-Em qual direção? - perguntei novamente, percebendo o silencio dele.
-Não sei. - respondeu ele e encolheu os ombros, eu olhei-o - Ainda não sou bom nisso, ok?
-Ok... - sussurrei.
-Mas acho... - sussurrou ele e apontou para a frente e para o fundo.

Allison começou a andar em direção e eu acompanhei-a.

-Esperem, meninas! - exclamou Isaac preocupado. Nós olhamos e vimos alguém atado e na rede, atrás, apareceu a cara de ... um mostro. Era ele.

Eu comecei a correr em direção a ele, assim como Allison atrás de mim.
Isaac ficou parado, mas depois começou a correr, eu consegui-a ouvir. Mesmo indo à frente de Allison, eu consegui ouvir a voz dele:

-ALLISON, NÃO! ALEXIA!
-BAIXEM-SE!!!! - gritou ele e saltou em cima de mim e da Allison, para fazer-nos parar de correr.

Então lançaram-me ao chão. Vi o nosso pai, com duas armas nas mãos a disparar para ... aquilo, enquanto corria para lá.
Nós levantamo-nos e fomos atrás dele.

-Ajudem-no! - mandou Chris e nós fomos até ao Homem.
-É o Sr. Westover. - identificou Allison.
-Nosso professor de historia. - disse Isaac, completando.
-Estávamos errados. - disse eu - Os guardiões não são da policia.

Depois de salvar-mos o professor, suspirei aliviada. Tinhamos conseguido impedir uma morte, outra...
Allison enviou uma mensagem para Scott, a avisar.

-Estives-te a localizar o inimigo o tempo todo? - perguntou Allison indignada.
-E estava tão perto... - respondeu ele - Poderia tê-lo apanhado se vocês não...
-Então, a culpa é nossa? - perguntei e avancei para o lado da Allison - Por teres mentido nos últimos dois meses? - ele levantou-se.
-Vamos ver quem mentiu mais, meninas? - perguntou ele acusador - Acho que vocês ganham.
-Sabem de uma coisa? - perguntou Isaac - Talvez não seja a melhor hora para uma reunião em familia. Não porque falta a Srª. Argent, mas porque ainda há mais um professor.
-O recital... - disse o nosso pai e então lembrei-me.
-Então, teremos de ir. - disse Allison.

Fomos cada um no seu carro em direção à escola, onde é o recital.
Peguei no telemóvel e liguei para Derek .

-Quem fala? - perguntou ele.
-Alexia. - respondi.
-Que queres?! - exclamou ele do outro lado do telemóvel.
-Calma... - pedi preocupada - Como ela está?
-Mal. - respondeu ele em tom preocupado.
-Eu estou a caminho do recital, se precisares de algo. Seja o que for. Liga-me. - avisei , virando uma esquina e ele suspirou.
-Obrigada. - respondeu Derek - Boa sorte.

Desliguei a chamada e voltei a concentrar-me na estrada.
Rapidamente chegamos à escola. Parei o carro, assim como eles e corremos para o recital.
O meu pai ficou para trás, mas rapidamente nos apanhou.
Entramos silenciosamente, e estava a tocar a orquestra. Logo à nossa frente estava Scott que nos olhou. Eu fiquei encostada à porta, e Allison e meu pai foram para a outra direção. Isaac seguiu a minha irmã, minutos depois.
Scott voltou-se para a frente e eu não aguentei, tive de me aproximar.

-Consegui, Scott. Vivi. Pelo menos por mais uns minutos. - disse eu baixo.

Ele ignorou e continuou a olhar para a frente. Rapidamente apareceu Stiles ao nosso lado.

-Ei. - disse ele e eu sorri.
-A Lydia? - perguntei e ele olhou-me como se fosse maluca.
-Não sei. - disse Sty.
-Ela estava aqui mesmo à pouco. - sussurrou Scott perto do ouvido de Stiles.

Afastei-me deles, indo para a porta do lado direito e peguei no telemóvel, ligando para Lydia.
Tocou durante algum tempo e depois ela atendeu.

-Alexia... - sussurrou ela e parecia assustada.
-Onde estás Lydia? - perguntei preocupada, andando pela rua até à porta principal da escola.
-Recebi uma mensagem do Aiden, a dizer para me encontrar com ele, mas... - explicou ela medrosa.
-Por favor, diz-me que estás bem. - pedi urgente, abrindo a porta da escola e entrando.

Estava escuro e a Lydia não respondia. Passado algum tempo, ela falou:

-Eu... acho que...
-Lydia! - exclamei assustada.
-Alexia! - exclamou ela, no mesmo tom.
-Diz-me onde estás. - pedi, enquanto caminhava pelo corredor escuro.

Ela ficou, novamente, sem responder. E eu parei de andar. Senti um arrepio nas costas e olhei para trás. Embora, eu soubesse que não havia lá nada, e que era apenas o meu instinto de guardiã. Algo estava... tão errado.

-Na sala.... AH! - gritou ela.
-LYDIA! LYDIA! - gritei para o telemóvel, mas já não obtive resposta.

Desliguei a chamada e guardei o telemóvel. Comecei a correr pelo corredor, tentando me lembrar de qual sala ela poderia estar a falar.
Talvez... pudesse ser a sala onde temos mais aulas?

-LYDIA!- gritei aflita - LYDIIIIIAAAAAAA!

Mas nada... nem um gritinho dela, nada! Parei uns segundos e encostei-me a uns cacifos, respirando fundo.
Voltei a andar, calmamente, olhando todas as salas. E vi uma com a porta fechada. Parei diante dela.
Senti o telemóvel vibrar no meu bolso, e sussurrei um "merda" baixo. Olhei e li "ONDE RAIO ESTÁS, ALEXIA? E A LYDIA? - STILES" . Estava a responder à mensagem, quando a porta à minha frente se abriu.
Levantei a cabeça, devagar, com medo e vi a Sr. Blake.

-Reconheces-me, Alexia? - perguntou ela e eu arregalei os olhos.

Eu ía a recuar, mas ela aproximou-se com a mão estendida.

-Vais entrar, não é? Queres ver a tua amiga, certo? - perguntou ela e sorriu maldosa, afastando-se para eu puder ver a Lydia amarrada e inconsciente.

Eu larguei o telemóvel na mão dela, que me agarrou pelo braço e puxou-me para dentro. Fechou a porta de seguida.

-Que corajosa, Alexia. Devo dizer. - admirou ela sarcástica, enquanto eu me sentava, obrigada, numa cadeira - Mesmo depois de tantos avisos para ficares longe... Até o Scott te avisou.
-Eu sabia que havia algo de errado em você. - admiti e ela riu alto - Porquê?
-A Lydia e tu andam a atrever-se demais, não achas? - perguntou ela.
-Que vais fazer agora? - perguntei desafiadora, enquanto temia por dentro - Eles estão todos no recital, vão-nos encontrar.
-Como tens assim tanta certeza? - perguntou ela risonha, olhando-me fixamente.
-Porque são nossos amigos. - respondi, engolindo em seco.
-É. A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que não estás somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativos para feridas antigas? - perguntou ela. Ao reparar na minha expressão, riu mais alto do que à pouco.
-Tu não sabes nada. - acusei alto.

"Sei mais do que tu pensas... Guardiã.", falou uma voz na minha cabeça. Olhei-a e ela sorriu largamente.

-Tu magoas pessoas. Matas pessoas. - acusei e ela sorriu mais ainda - Pessoas que não merecem ser mortas. - naquele momento deixei de ter medo e passei a sentir raiva.

Podia sentir a cor dos meus olhos dar e poder ferver no meu sangue. Ao lembrar-me do sangue que ela derramou.
Ela aproximou-se e olhou-me nos olhos, sorrindo.

-Apresento-te o meu dom: eu magoo as pessoas. - respondeu ela e depois ouvimos um barulho.

Ela voltou à posição e inicial, o que me deu oportunidade de ver a minha grande amiga recuperar a consciência. Eu só não sabia por quanto tempo.
Eu estou com medo, mas não de druidas, olhos vermelhos ou olhos dourados. Eu estou com medo de uma coisa mais simples, não tão má quanto tudo isso. Menor, mas infinitamente pior: que a Lydia morresse diante dos meus olhos. Não sei se poderia aguentar. Porque, o pior dia quando se ama alguém, é quando você o perde. Principalmente, se não puder impedir.

-Ótimo, assim a conversa vai ficar muito mais interessante. - sussurrou Jennifer, olhando de mim para  a Lydia.

Lydia levou a mão à cabeça e viu sangue. Olhou para a frente e viu-me a mim, então rapidamente levou a mão à boca, olhando-me assustada.
Eu neguei com a cabeça.

-Desculpa...- sussurrou ela e eu fiz sinal para ela se calar.
-Não foi tua culpa... - sussurrei de volta.

Jennifer estava a mexer em algo, enquanto se ajoelhava à frente da Lydia.

-O que está  fazer? - perguntou Lydia.
-O que é necessário. - respondeu ela, e olhou também para mim - Estou surpresa que não entendam disso. Vocês chamam de sacrifícios, mas não entendem o significado da palavra.

Eu estava com os pés atados e mesmo tendo conseguido soltar-me no teste que meu pai me fez , mas agora é como se estivesse ... enfeitiçadas.

-É derivada do latim "sacrificium", uma oferenda a uma divindade de rito sagrado. Um mal necessário. - explicou Sr. Blake.
-Pare. - pedi e ela olhou só para mim.
-Eu queria poder. - continuou ela - Mas não conheces os Alfas como eu conheço.
-Por favor, pare. - pedi novamente e encostei a cabeça ao meu ombro.

Ela caminhou até mim, sob o olhar assustado de Lydia.
Começou a rodar à minha volta.

-Mas tu Alexia... - disse ela - Se eu quisesse podias ser um sacrifício, tu podes substituir os guardiões, porque vales por eles os três. Mas agora... não vais ser morta por um sacrifício. És só uma garota que sabe demais e que tem demasiado poder.

Caminhou até Lydia e fez o mesmo que a mim. Começou a andar à volta.

-E tu também não és um sacrifício. És só uma garota que sabe demais. - explicou ela novamente, sorrindo e começando a sufoca-la .
-Não... - sussurrou Lydia e eu entrei em pânico.
-MATA-ME PRIMEIRO! A MIM, NÃO A ELA! - pedi aos gritos e ela olhou-me admirada.

Retirou o pedaço de aço do pescoço de Lydia e veio até mim sorrindo admirada.

-Alexia! - exclamou Lydia para mim, enquanto eu podia ver as lagrimas escorrem pelo rosto da rapariga.

A verdade é que eu nunca pensei como morreria, mas morrer no lugar de quem eu amo, parece uma boa maneira de partir.
Senti o pedaço da aço encostar na minha garganta, perante o olhar desesperado de Lydia. Percebi os lábios dela mexerem num mudo "Te amo" e eu retribui da mesma forma.

-Antes de te matar quero te fazer uma pergunta. - avisou Jennifer no meu ouvido e eu engoli em seco - De que tens medo?

Aquela pergunta apanhou-me desprevenida, mas eu não respondi. Porque se eu falasse eu ía chorar, e eu não queria chorar.
Ela apertou um pouco o aço.

-Todo mundo tem medo de alguma coisa. Todo mundo tem que ter. Do que tu tens medo, Alexia? - perguntou ela e percebi o sorriso na voz dela.

Eu fiquei em silêncio.

-Amiga, por favor... - pediu Lydia.
-Eu tenho medo de nunca vir a ser feliz. - respondi, com a voz tremida.
-És só mais uma garota com um sonho impossivel. E com poder demais. - disse ela - Ou... eras só mais uma garota apaixonada, que sonhava demais.

Depois de terminar de falar, apertou o pedaço de aço com maior e maior  e maior força à volta do meu pescoço de maneira a que eu deixasse de respirar.
Stiles tinha razão, isto era como se afogar, mas sem termos oportunidade do folego final. É como perder a consciência , lentamente, enquanto a dor que provem dos pulmões se alastra pelo resto do corpo.
Eu tentava me soltar, mas a força dela não era só física era mental também. A força dela , tirava-me a minha.
Vi-a à minha frente uma garota em lagrimas, uma garota pela qual dei a vida e não me arrependo. Continuei a ouvir os gritos dela, assim como senti a Jennifer encostar a faca na minha garganta.

-LARGUE ISSO! - foi o único grito que consegui ouvir, assim que ela largou o cabo de aço e a minha cabeça caiu para o lado.

Não consegui reagir, ou abrir os olhos. Embora, eu continuasse a ouvir perfeitamente e pudesse ter reconhecido aquela voz.
Ouvi algo cair no chão e o grito de Lydia. O pai de Stiles não podia morrer...
Mas eu não conseguia fazer nada. Tentei relaxar por um instante, tentando reunir a raiva a meu favor, tentando recuperar todas as forças. Mas estou demasiado... cansada. Cansada demais para odiar ou impedir alguma coisa. Todos os sons soavam apenas demasiado longe. Excepto o uivo que soou na sala, esse eu ouvi perfeitamente.
 Ouvi um barulho de cadeiras a cair, depois uma mesa a arrastar e batidas seguidas na porta.

-Havia uma garota, anos atrás. - disse o pai de Stiles, enquanto eu tentava abrir os olhos - Encontramos-a na floresta, com o rosto e corpo dilacerados. Era você, não era? - eu tentei mexer as pernas, ainda com os olhos fechados.
-Talvez eu devesse ter começado com os filósofos, com o conhecimento e a estratégia. - respondeu Jennifer

Ouvi um som de tiro e tentei me mexer mais. Forcei os olhos a abrir um pouco e vi a Lydia, ainda amarrada, olhando-me preocupada. Mas tudo o que vi desapareceu no instante seguinte.

-Médicos. - disse ela.

Eu abri os olhos novamente e tentei foca-los. Vi a cara aflita de Lydia. Mas eu não conseguia me mexer e virar o rosto. Estou demasiado ... fraca.
Mas conseguia ouvir o grito do Sr. Stilinski .

-Soldados. - voltou ela a dizer e completou - Guardiões. Virgens.

A Lydia arregalou os olhos e eu assustei-me. Comecei a tentar mexer as pernas, mas sei que não tenho força o suficiente.
Ouvi uma janela, mas a força que eu estava a tentar fazer colocou-me mais fraca, então voltei a entrar na inconsciência.
Senti apenas mãos na minha cara e depois mais nada... apaguei.

Pov. Scott

Ouvi um gemido de dor de Alexia, no banco de trás, acabada de voltar à consciência.
Eu suspirei alivado, alto demais, o que fez Stiles me olhar. Encolhi os ombros.
Eu olhei para trás , assim como Stiles, pelo retrovisor. Lydia agarrava a amiga, com nunca a vi agarrar ninguém.

-Vai ficar tudo bem, Lexi. - sussurrou Lydia no ouvido - Estamos vivas. Ambas.
-Onde ela está? - perguntou a mais nova.

Lydia apenas colocou as mãos na face dela e respondeu triste:

-Fugiu. - Alexia arregalou os olhos - Com o pai de Stiles.
-Stiles... - sussurrou Lexi, olhando para ele - Eu lamento, não ter conseguido impedir.
-Ei, não foi tua culpa. - disse ele.

Ela voltou a olhar para Lydia, que a abraçou.
Vê-la assim parte-me o coração, e saber que ela quase morreu deixa-me igualmente mal. E eu a trato mal porque não sei o que fazer com tudo isso que eu quero. Porque quando ela vai embora, desaparece, e eu não fico sabendo por onde ela anda, minha vida é só um quarto vazio. É verdade. É algo, simplesmente estupido, mas verdade.
O carro parou e Lydia despediu-se de Alexia com um beijo na testa, depois saiu do carro e entrou em casa.
O carro voltou a tomar uma direção, desta vez, para a casa dos Argent.

-Onde estamos a ir? - perguntou Alexia, olhando pela janela.
-Levar-te a casa. - respondeu Stiles, conduzindo.
-Não! - exclamou ela e chegou-se à frente, colocando a cabeça no meio dos nossos bancos - Eu vou com vocês! Estão a ouvir?!!

Stiles olhou-me e eu desviei o olhar para a janela.

-Porquê? - perguntei, falando pela primeira vez. Ela ficou calada durante uns segundos.
-Porque quero ajudar. - respondeu Alexia.
-Está bem! - exclamou Stiles e acelerou mais, agora em outra direção.

Quando chegamos, saímos do carro e nós entramos no apartamento de Derek e explicamos toda a historia, mesmo ele não querendo acreditar.

-Derek onde tu estás? - perguntou Jennifer e nós apenas nos mantivemos calados.
-Bem aqui. - respondeu ele.
-Ainda bem! - exclamou ela e eu rolei os olhos - Aconteceu algo no recital da escola. Preciso de contar antes que saibas deles.
-Por quem? - perguntou ele inocente.
-Scott, Stiles ou até Alexia. - respondeu ela- Eles dirão coisas em que não podes acreditar. Precisas de confiar em mim, Derek.
- O que é? - perguntou ele.
-Promete que me vais ouvir. - pediu Jennifer.
-Prometo. - respondeu Derek. Seguiu-se um momento de silencio.
-Eles já estão aqui, não é? - perguntou ela. 

Nós saímos os três e caminhamos até eles. Ela virou-se e olhou-nos desafiadora e disse:

-Então... Disseram que fui eu? - e olhou para Derek - Que estou levado pessoas?
-Que é você que está a matar pessoas. - corrigi e ela olhou-me mais raivosa.
-É mesmo. - disse ela sarcástica - Cometendo sacrifícios humanos? Cortando gargantas? É devo fazer isso na hora do almoço, assim posso ensinar inglês pelo resto do dia.
-Onde está o meu pai? - perguntou Stiles.
-Como vou saber? - perguntou ela, ouvi o coração de Alexia acelerar de raiva - Derek, diz-me que não acreditas nisto.
-Sabes o que houve com o pai dele? - perguntou Derek, para ela.
-Não! - respondeu ela.

Alexia avançou quatro passos e eu avancei cinco. Ela olhou-me mas ignorei. Jennifer dirigiu o seu olhar raivoso a ela.

-Então e pergunta-lhe sobre ela quase matar Lydia. - disse Alexia.
-Lydia Martin? - perguntou ela inocente- Eu não sei nada disso.
-E o que sabes? - perguntou Derek. 
-Eu sei que estes garotos - e apontou para nós - por seja lá qual motivo, estão enchendo a tua cabeça com uma historia absurda. Que a propósito não podem provar.
-E se pudermos? - perguntei, mostrando o frasco de Mistletoe.
-O que é isso? - perguntou ela assustada.
-O meu chefe disse que tanto é veneno como cura. - expliquei e abri-o.
-Ou seja pode usa-lo... e pode ser usado contra si. - disse Stiles.
-Mistletoe? - perguntou ela e eu assenti.

Eu lancei o conteúdo do frasco em direção a ela, o que fez ela virar o mostro que não mostrava. Mas acabou por voltar ao normal.
Derek olhava-a dececionado. Quando Jennifer ía fugir , ele agarrou-a pelo pescoço.

-Derek, espera! - pediu ela aos gritos - Precisas de mim!
-O que tu és? - perguntou ele.
-A única que pode salvar a tua irmã. - respondeu ela - Liga para o Peter. Liga!!

E foi o que ele fez.

-Como ela está? - perguntou Derek.
-Nada bem. Está a ter desmaios e a vomitar uma coisa estranha. - respondeu Peter, do outro lado do telemóvel.
-Mistletoe? - perguntou Derek, olhando Jennifer, raivoso.
-Como sabias?! - exclamou o seu tio.

Ele desligou e apertou-lhe mais o pescoço.

-Derek. O que estás a fazer? - perguntei indignado.
-A vida dela está nas minhas mãos. - respondeu ela, mas ele ignorou-a.
-Para. Derek, para! - pediu também Stiles.
-Stilinski, nunca irás encontra-lo. - avisou ela, chantagista.

Derek apertou-lhe mais o pescoço, e Alexia correu na direção dos dois, mesmo eu tentando impedi-la.
Alexia empurrou Jennifer, com os olhos azuis, fazendo a mesma ir parar ao chão e eu não sei como aconteceu. Porque tenho a certeza que ela quase não a tocou. E eu nesse momento senti uma força sobre mim, como quando no inico, mas tentei controlar a transformação. E consegui.
Derek ficou a olhar admirado para Alexia, assim como todos nós.
Jennifer levantou a cabeça e olhou-a.

-Uau. - disse ela e sorriu sombriamente.

Levantou-se e cainhou até ficar de frente para Alexia. Eu avancei alguns passos , sem ninguém reparar, protectoramente.

Pov. Alexia

Eu não sei como fiz isto, eu simplesmente quis salvar o pai de Stiles. Pensei em empurra-la e senti as forças tomarem conta de mim, e o resto não sei como aconteceu.

-Uau. - repetiu ela, quando já estava perto o suficiente de mim.
-Vais salvar a irmã do Derek e dizer-nos onde está o pai de Stiles, estou certa? - perguntei, olhando-a nos olhos.
-Pois é. Tu precisas de mim. - disse ela olhando para Derek e depois para mim - Todos vocês!

Derek agarrou-a pelo braço e levou-a até o carro dele, nós apenas seguimo-lo, entrando também no carro de Stiles.
Stiles seguia o carro de Derek, enquanto eu observava a chuva.
Mas a conversa deles, me puxou o interesse.

-Sei lá, tem algo errado. - disse Stiles - Provamos para o Derek, mas ela parecia não se importar.

Eu sabia porquê. Porque se ela não encontrar mais guardiões, ela tem-me a mim. A Guardiã, que vale pelos três guardiões. Sou a alternativa.

-Como se estivesse indo de acordo com o plano dela, Scott. - continuou Stiles e eu olhei para ele, mas ele não reparou - Tu reparas-te, não foi?

Scott não respondeu, mas eu sussurrei alto o suficiente para eles ouvirem:

-Eu sei porquê.
-Porquê? - perguntou Stiles, olhando para trás, assim que parou o carro nas emergências.
-Porque ela tem uma alternativa senão encontrar todos os guardiões. - respondi, saindo do carro ,para a chuva.

Eles saíram atrás de mim, mas Stiles vinha co um taco na mão. Eu e Scott paramos e olhamos-o.

-O que é isso? - perguntou Scott, eu sorri.
-Tu tens garras, ela força fora do normal e eu um taco. - respondeu ele 

E eu rolei os olhos, enquanto voltávamos a andar. Entramos os quatro, encharcados no hospital. Derek agarrava o braço de Jennifer e nós seguíamos atrás.
A mãe de Scott chamou-o e ele parou, assim como o resto de nós.
Ele caminhou até ela e eu também -O que fazem aqui? Estamos a evacuar o hospital.

-Viemos pela Cora. - respondeu ele.
-Todos vocês? - perguntou ela, olhando-nos e parou no Stiles - Porque o Stiles pegou o meu taco?
-Mãe, confia em mim. Precisas de sair daqui . - pediu Scott - Agora mesmo.
- O prédio deve estar vazio em 30 minutos. - explicou ela, depois de aceitar - Temos duas ambulâncias voltando. Uma em 10 minutos e outra em 20. Cora tem que ir em uma delas. Eles vão pega-la na garagem do subsolo.
-Entendido. - disse ele e começou a recuar para trás.
-Certo. - disse ela e eles começaram a correr.

Ela olhou-me e sorriu preocupada, eu retribui e corri atrás deles.
Eu estava preocupada, porque não sei nada, nem da minha irmã, do meu pai ou de Isaac à horas.
Entramos no elevador, ainda com Derek agarrando-a .

-Não preciso de coleira Derek. Eu vou ajudar. - reclamou ela .

Ele ignorou-a. Ela olhou para trás, para Scott e para Stiles. Depois olhou para mim e sorriu sombriamente. Eu sabia o que ela estava a pensar.
A porta finalmente abriu e nós saímos atrás dela e do Derek.
Eles pararam num sitio cheio de macas, onde no chão tinha vomitado preto. Cora... Nós seguimos os salpicos com o olhar .

-Derek .- chamou Scott e nós olhamos para o chão, onde se  alastravam salpicos até à porta em frente.

Eu avancei devagar, mas a porta abriu-se de repente e Peter veio parar aos meus pés.

-Temos um problema. - avisou ele - E dos grandes!

Nós olhamos todos para a frente. Oh boa! Os gémeos transformados uivavam bem à nossa frente.

-Esperemos que o teu taco sirva de algo. - disse Scott para Stiles.

Eu engoli em seco e mantive o meu olhar na criatura à nossa frente.
Derek transformou-se e assim como os gémeos correu. Chocaram-se e depois começaram a lutar.
Depois foi Scott que se transformou , e correu até eles. É uma segunda vez que o vejo assim, mas desta vez foi diferente. Fiquei fascinada.

-Cora! - exclamou Stiles e eu olhei para o corpo dela caído no chão. Agarrou no Peter, ajudando a levantar-se - Ajude-me!!

Correram os dois em direção à Cora e eu permanecia o lado de Jennifer.

-Vamos saber se eles vieram por mim ou por ti. - sussurrou Jennifer ao meu ouvido.
-Porque eles haveriam de me vir por ti? - perguntei confusa, sem olha-la.
-Porque eles não querem que eu te mate, Alexia. - respondeu ela como se fosse obvio e sorriu.
-AIDEN, ETHAN , PAREM! - gritou Scott - NÃO SABEM O QUE ESTÃO A FAZER!
-Só queremos ela! - exclamaram os gémeos.

Jennifer começou a recuar em direção ao elevador.
Eu corri atrás dela, assim que ela ía a entrar eu agarrei-lhe uma perna, mas ela deu-me um pontapé no nariz. O que me vez rolar no chão e bater na parede, devido à força exercida.
Levantei-me mas só vi a cara dela desaparecer, então corri em direção às escadas de servido e desci a correr, enquanto limpava o sangue à blusa.
Parei no rés-do-chão, depois de ter dado o meu máximo a correr, e abri a porta que foi dar ao corredor.
Vi à minha frente Kali e o Deucalion. Ele mirou a "lança" para Jennifer que estava ao pé do elevador e lançou-a, mas falhou por poucos milímetros.
Eu não podia deixa-la morrer, porque senão Cora e o pai de Stiles também morriam.
Kali começou a correr e Jennifer entrou no elevador. Eu saquei a faca que tinha sempre na liga, na minha perna, e lancei-a Kali, que caiu ao chão.
Deucalion olhou para trás e olhou-me admirado.
Comecei a correr na direção das escadas outra vez e voltei para o andar onde estávamos antes, o mais rápido que podia.
Ouvi os passos pesados dos gémeos  segui-os. Vi eles entrarem numa sala, onde eu ouvia a voz de Derek. Posicionei-me atrás deles e saquei a outra faca, mirei nas costas e lancei assim que Stiles lhe bateu com o taco.
Eles caíram para trás, revelando-me.

-De nada. - disse eu e começamos a correr novamente, despistando-os - O Deucalion e a Kali estão cá.
-Como assim?!- perguntou Derek .
-Dei de caras com eles e a Jennifer fugiu. - expliquei, enquanto continuávamos a correr.

Finalmente chegamos a uma sala e Peter deitou Cora na mesa.
Scott e Derek, fecharam a porta e eu olhei para Cora, que por sinal, está péssima.


-Cadê o grandão? - perguntei.
-Está perto. - respondeu Derek.
-E a S. Blake?!- perguntou Stiles a mim.

Olhou-me e eu baixei a cabeça.

-Que cara é essa? Ela fugiu? - perguntou-me ele aos gritos - Estás a brincar comigo?
-Fica quieto! - mandou Derek e ele negou com a cabeça, indo em sua direção.
-Eu ficar quieto? Estás a dar-me ordens agora? - perguntou Stiles - Enquanto a tua namorada psicótica, assassina, aliás, sua segunda, prendeu o meu pai em algum lugar para ser sacrificado?
-Stiles, ainda estão lá fora. - avisou Scott.
-E eles a querem, não é? E não a temos também. Então o meu pai e a Cora já eram! - exclamou Sty indignado e nervoso.
-Ainda não. - disse eu.

Ainda há uma hipótese: eu.
As luzes começaram a tremer e Scott foi até Cora.

-Ela está mesmo a morrer? - perguntou ele.
-A melhorar de certeza que não. - respondeu Peter.
-Deve haver algo que possamos fazer. - disse ele pensativo - Precisamos de ajuda-la.

A porta abriu-se e todos olhamos. Era ela.

-Não podem. Só eu posso. - informou ela convencida - Posso salva-la e dizer onde está o Xerife.

Enquanto ela falava , eu aproximei-me de Cora e entrelacei as nossas mãos.
Tentei fazer o mesmo que fiz com a minha mãe, mas desta vez ao contrario. Não tirei o lado lobisomem, eu acelerei-o. Transferi-lhe força e acelerei-lhe a cura, impossivel.
Abri os olhos, mas ela continuava pálida e fraca. E eu não sei porquê.
Stiles correu em direção a Sr. Blake, mas foi parado por Scott.

-Para! - pediu Scott.
-Ela fugiu! - exclamou ele.
-Estava a proteger-me, não me podem julgar por isso! - corrigiu Jennifer.

Derek veio até mim. E eu expliquei-lhe:

-Tentei salva-la. Lamento... - ele sorriu agradecido, mas eu senti-me inútil, novamente.

Ouvimos os altifalantes serem ligados e a voz de Melissa começou a soar:

-Peço a vossa atenção. Sr. Deucalion... Desculpe, só Deucalion. Quer que levem a mulher que se declara Jennifer Blake até a recepção de emergência. Façam isso e poderão ir embora. Têm 10 minutos.

Eu olhei para Jennifer.
Ela olhou-nos a todos.

-Ele não a vai magoar. - disse ela.
-CALA A BOCA!- gritou Derek.
-Não vai. - repetiu ela e olhou para Scott- Scott, tu sabes o motivo. Diz-lhes a verdade.
-O que ela quer dizer? - perguntou Derek. Eu olhei Jennifer , numa pergunta muda e ela apenas sorriu.

Scott não falou nada e ela avançou um passo.
E explicou para Derek:

-Não és o único que ele quer no bando. - eu olhei Scott confusa - Deucalion não quer só um bando de Alfas, ele quer perfeição. Significa que ele quer um dos Alfas mais raros.
-Um Alfa genuíno. - completou Peter e eu arregalei os olhos.
-O que é isso? - perguntou Stiles.
-O tipo que não precisa de roubar poder a outro. O que se torna um Alfa pela própria força de vontade. - explicou Peter - Nosso pequeno Scott.

Scott e Derek olharam-se e Jennifer interrompeu, dizendo:

-Mas há mais não é, Peter? Há mais de especial num Alfa Genuíno que faz o Deucalion o querer. - eu estava muito confusa , mas não sou a única.

Scott e Derek olharam Peter, assim como eu.

-Só um Alfa Genuíno não precisa da mordida para tornar a Guardiã parte do seu bando. É através de ligação, algo assim. - explicou ele, dirigindo as palavras ao mesmo tempo - Então é por isso... Ele não quer correr o risco. De que tu reclames a Alexia como Guardiã do teu bando!

Eu agora entendia o porquê de o Deucalion querer a Jennifer morta tão rapidamente... era para ela não me matar e assim eu ir rapidamente para o bando dele, pois o Scott está a transformar-se num Alfa Genuíno.
Toda a sala ficou em silêncio.

-Não importa. - disse Scott , ainda um pouco atordoado e olhou para todos, mas por alguma razão acho que ninguém se lembrou que eu continuava ali - Ainda temos que tira-la de perto dele.
-Scott, a tua mãe... - disse Jennifer, mas Stiles foi de encontro a ela.

Derek segurou-o, e Scott explicou:

-Ela disse que saia uma ambulância 10 minutos depois. Acho que não estamos aqui há muito tempo. - eu peguei no telemóvel e vi que tinha montes de chamadas e mensagens perdidas de Allison

Só li a ultima "Estamos no hospital de Beacon Hills, onde estás tu? - Allison" . Guardei o telemóvel rápido enquanto corria para a porta.

-Merda! - exclamei alto.
-Que estás a fazer, Alexia? - perguntou Stiles.
-A Allison está cá. - respondi preocupada.

Ouvi os Gémeos e empurrei a porta com força, abrindo-a. Virei-me para eles e avisei:

-Uma chance... - saí para fora e Scott fez o mesmo, transformando-se e correndo de encontro a eles.

Peter saiu da sala logo a seguir com uma injeção, dava-lhe força, espero.
Transformou-se e correu ao encontro dos gémeos, assim como Scott.
Enquanto eles lutavam, eu abri a porta novamente para os outros poderem passar, se serem percebidos.
Eles correram pelo corredor, até eu deixar de os ver.
As luzes apagaram-se e eu fiquei sem ver nada.
Assobiei alto , dando aviso ao Peter e ao Scott. Eles correram ao meu encontro e juntos corremos pelos corredor.
Peter encostou-se à parede, cansado.

-Aquela dose, não durou muito. - disse ele.

Scott colocou o braço dele sobre os seus ombros e eu peguei no outro.
Voltamos a "correr", com um peso nos ombros a mais.
Entramos numa sala, em que Peter abriu a porta com um pontapé fraco.
Eles entraram e eu fechei a porta, encostando-me a ela.

-Esses Gémeos estão a começar a irritar-me. - sussurrou Peter e eu assenti ofegante.
-Como vamos passar por eles? - perguntou Scott.
-Acho que se continuarmos a deixar eles nos baterem, cansaram-se e vão desistir. - explicou Peter sarcástico.

Scott começou a olhar para uma caixa que dizia "Lavandaria", assim como eu e Peter seguimos o seu olhar.
Eles olharam-se.

-Só podem estar a brincar! - exclamei e eles seguiram para lá escorregando.

Eu ouvi algo no corredor e fiz o mesmo , caindo mesmo perto de Scott, que tinha ido a seguir ao Peter.
Nós ficamos a olharmo-nos, mas eu levantei-me e Peter ajudou-me a sair de dentro do cesto.
Ouvimos o telemóvel de Scott e ele leu a mensagem.

-Não conseguiram sair pois não? - perguntou Peter e foi até à porta.

Voltamos a correr pelo corredor, o mais silenciosamente que podemos.
Quando finalmente chegamos até o sitio onde estava Stiles, ele abriu a porta da ambulância.

-Ajuda-nos com ele. - pedi suplicante, ajudando Peter a subir para dentro da ambulância. Ele não é propriamente leve.
-Onde está o Derek e a Jennifer? - perguntou Stiles.
-Eu preciso de voltar por eles e pela minha mãe. - respondeu Scott e eu olhei-o.
-E eu? - perguntei-lhe, e ele olhou-me.
-Ficas! - exclamou.
- Como podes dizer isso, Scott? - perguntei indignada.
-Ele querem-te no bando, e se te apanham? - perguntou ele alto.
-Pessoal! - exclamou Stiles e nós olhamos-o - Temos mais dois problemas: a chave está com a Kali e vi os gémeos ainda à pouco.
-Fica aqui. - disse Scott para Stiles e depois olhou-me - Tu não sais do meu lado, Alexia!

Ele  voltou a entrar no corredor e eu acompanhei-o, lado-a-lado.
Andamos rapidamente pelo corredor, mas ele parou de repente, olhando pra trás e para os lados. Eu comecei a assustar-me.
Ele agarrou na mina cintura e puxou-me para a direita, e encontro ao corpo dele. Assim que os gémeos deram o murro falhado no armário.
Scott começou a lutar com eles, mas ficou encurralado na parede, pois os gémeos estavam a sufoca-lo.

-Onde ela está? - perguntaram e eu pedi:
-Soltem-no! 

Eles largaram-no e vieram até mim.
Aproximaram-se até eu bater com as costas na parede fria.

-Tentamos não te magoar, a mando de Deucalion! - exclamaram e soquearam-me a cara, fazendo-me cair no chão.

Gemi de dor e eles iam em direção a Scott, que me olhava preocupado.
Mas apareceu Melissa e utilizou os reanimadores nos gémeos.
Assim eles separaram-se e caíram ao chão.

-Queridos levantem-se. - disse ela e ofereceu a mão a Scott, que me agarrou pela cintura, levantando-me.

Eu esperava que ele solta-se a minha cintura, mas não o fez. Corremos pelo corredor, outra vez, agarrados. Melissa corria ao nosso lado.
Depois de algum tempo, largamo-nos, panssado a andar apenas.

-Ele deixou-me ir, dizendo que eu sou um gesto de boa vontade. - explicou Melissa.
-Ele tinha que ter um motivo. - disse Scott, confuso.
-Sim, eu não creio que ele faça algo sem um motivo. - concordei eu.
-Meninos, se isso significa que devo continuar apavorada, não se preocupem, estou habituada. - disse ela, assustada.

Ele colocou um braço à frente de mim e de Melissa, protectoramente. Paramos de andar.
Scott avançou, mas fez sinal para nós continuarmos paradas. Nós olhamo-nos as duas.
Eu avancei devagar, assim como ela, atrás de Scott. Eu acompanhei-o, devagar e quando viramos a esquina, encontramos a Allison, o Isaac e o meu pai com a arma apontada. Todos nos assustamos, mas depois suspiramos de alivio.
Allison veio até mim e abraçou-me aliviada, assim como eu. Voltamos a andar em direção a uma sala qualquer. O meu pai caminhava ao meu lado e beijou-me a testa.

-A mãe? - perguntei preocupada.
-Em casa, segura. - respondeu ele e sorriu.

Entramos na sala , fechando a porta e colocando-nos à volta da mesa.

-Eles estão presos? - perguntou Chris.
-Sim, no elevador. - respondeu Scott.
-Só conseguimos solta-los se ligar-mos a eletricidade. - avisei para todos.
-Esperem. Se fizerem isso ouvirão os elevadores.  - avisou Melissa e eu suspirei.
-E atacarão Jennifer e Derek, assim que parar. - completou Isaac.
-Não podemos lutar contra eles! - exclamou Scott.
-Podem contar com a gente. - informou o nosso pai e eu sorri orgulhosa, ele retribuiu.
-É muito arriscado. - disse Scott - Eles a querem morta, se ela morrer, não podemos fazer nada pelo pai de Stiles ou Cora. - eu debrucei-me sobre a mesa.
-Eles querem mata-la, para ela não me matar. - avisei para todos, menos Scott que já sabia.
-Porquê? - perguntou Allison preocupada, olhando-me.
-Só um Alfa Genuíno não precisa da mordida para tornar a Guardiã parte do seu bando. É através de ligação, algo assim. - explicou Scott, explicando exatamente o mesmo que Peter - Ele não que correr o risco. De que eu possa reclamar a Alexia como Guardiã do meu , suposto, bando!
-Alfa Genuíno? - perguntou Melissa.
-Eu, mãe.- respondeu ele.
- O Deucalion quer a Jennifer morta tão rapidamente para ela não me matar e assim eu ir rapidamente para o bando dele, pois o Scott está a transformar-se num Alfa Genuíno. - expliquei mais ao pormenor.

Toda a sala ficou em silêncio, durante o que pareceu serem seculos. Até o meu pai quebre-lo:

-Nem sei que professora é. - eu quase ri da forma como ele desviou o assunto. Era mesmo dele.
-É a de cabelo castanho. Ela é meio gostosa. - explicou Isaac e todos o olhamos com as sobrancelhas erguidas - É só uma observação.

Todos voltamos a olhar para a frente, ignorando-o.
Allison começou a olhar para o espelho e eu fiz o mesmo. Ela olhou-me e sorriu esperançosa. Eu entendi.

-Temos uma ideia. - dissemos ao mesmo tempo.

Planeamos todos os detalhes, para que nada corresse mal. Scott enviou uma mensagem para Derek, que iniciou o plano.
Cada um ficou de cumprir a sua parte.
Eu e Melissa corremos em direção ao gerador de luz e ligamos-o.
Voltamos para dentro e seguimos com o resto do plano.
Ouvimos barulho e eu fiz sinal para não fazermos barulho. Olhei em volta e o meu telemóvel vibrou , eu peguei e li "PAIS = GURDIÕES , MÃE DO SCOTT!! A JENNIFER FUGIU! - STILES"

-Oh meu deus! - exclamei e Melissa perguntou:
-Querida, que se passa? - eu olhei-a e voltei a ouvir barulho.
-Corra!! VAMOS!- gritei e começamos a correr.

Notei que ela estava a começar a abrandar , mas agarrei-lhe na mão e ajudei-a. Corremos em direção à rua, mas eram muitos corredores.
"ALEXIA, DEIXA-A VIR COMIGO!" , gritava a voz de Jennifer na minha cabeça.
O meu telemóvel começou a tocar, e eu peguei enquanto puxava Melissa e atendi.

-Alexia, o Scott quer ir com o Deucalion! - exclamou Stiles.
-Não o deixes! - gritei e percebi que Melissa estava a ficar demasiado para trás, mesmo eu puxando-a - Vamos lá, Melissa, por favor!
-Estás com a mãe do Scott? - perguntou ele surpreso.
-Esta quase a apanhar-nos! - exclamou Melissa.
-Vá! - gritei e larguei -lhe mão - Vá, para a rua!

Ela continuou a correr aina olhando para mim, e vi Jennifer a caminhar na minha direção.

-Alexia! - exclamou Stiles no telemóvel .
-Ela está bem, não deixes o Scott ir com ele. O teu pai também está a salvo. - sussurrei , e Jennifer já estava à minha frente sorrindo largamente.

Pov. Stiles

-Scott, tu ouviste! Ela está bem, a Alexia conseguiu salva-la! - avisei eu, impedindo-o de avançar mais na direção do Deucalion.
-O quê?! - exclamou o Deucalion.
-E o teu pai? - perguntou Scott.
-Ele também já está salvo. - sussurrei entendendo o porquê do Deucalion ter exclamado.
-Quem está a salvo? - perguntou Allison, aparecendo no telhado, com o pai.
-O meu pai e a mãe do Scott. - respondi com os olhos marejados.
-Como? - perguntou Allison sorridente.
-A Guardiã deu a vida pelos guardiões. - respondeu Deucalion raivoso.
-O QUÊ?- gritou o Sr. Argent.
-Eu posso salva-la , Scott. - disse Deucalion esperançoso.
-Não, Scott! Não faças! A Alexia disse para não o fazeres! - exclamei.
-Filho! - gritou Melissa, aparecendo também.
-Ela merece ser salva, mãe. - disse Scott, com lagrimas nos olhos.
-Meu, esta não uma boa altura para admitires que gostas dela. Por favor! - disse eu e ele virou as costas, indo embora com Deucalion.
-SCOTT! - gritou ela, mais uma vez com lagrimas na cara.

Então eu fiz a única coisa que podia fazer. Agarrei nos Argent e na Melissa e fui tentar acordar Derek. É o único que nos pode ajudar. Se é que pode.
Enquanto corríamos pelo corredor, vi o meu pai na minha frente. Só corri até ele e abracei-o.

Pov. Autora


Quando abriu os olhos encontrava-se de pé no meio da floresta. Não via nada à volta, a não ser arvores. A luz da lua pouca coisa iluminava. Ela tem plena consciência do que fez, e fê-lo de bom coração.
Mas pensava "Porque ele me trouxe para aqui? " , mas não obteve resposta. Só silencio. Apalpou os bolsos e pegou no telemóvel, ligou logo para Scott.

-Scott!  exclamou ela.
-Alexia? - perguntou ele preocupado.

A garota estava encharcada e tremia de frio. Deixou de ouvir os gritos de Scott do outro lado da linha, pelo barulho ensurdecedor da chuva.

-Estás bem? - perguntou ele, gritando.
-Não, Scott. - respondeu ela, sentando-se no chão, enquanto permitia as lagrimas se misturarem com a chuva - Não sei porque ela está a fazer isto, e não me mata logo!

Ela não estava com medo de morrer, estava era com medo do que podia acontecer antes, mas o que interessa é que a vida continuava para eles, mesmo que não continuasse para ela.

-Estás onde? - perguntou o rapaz desesperado - Alexia, diz-me!
-Não sei. - respondeu ela, assustada, pelos barulhos que ouvia através da chuva.
-O que vês? - perguntou ele, enquanto dirigia a mota.
-Nada. - respondeu ela chorando.

Ele mudou de direção e foi para a casa de Stiles.
Ele continuava a falar para o telemóvel, mas Alexia acabou de ficar em rede.
Ela chorou. E ele não pode fazer nada. Estavam a quilômetros. E foi a coisa mais triste que já lhe aconteceu.
Mas ele percebeu que mataria por ela, morreria por ela e seria um prazer.


Enquanto isso, a menina continuava a chorar debaixo da chuva.
Ela levantou-se com as pernas a tremer e encostou-se à arvore.
Apareceram dezenas de corvos pretos, que se distinguiam no escuro. Os corvos voavam de um lado pro outro , já era quase madrugada quando um deles pousou no seu ombro… Ele piou batendo suas asas, ela estremeceu e deixou mais uma lagrima rolar, a morte estava diante de si vestida de preto, com a verdadeira cara.

Pov. Alexia

De repente o mundo girou, assim que o pedaço de madeira me acertou, e perante a força dela eu cai, sem amigos, sem eu mesma, sem tudo, só coisas sombrias se passam na minha cabeça, só escuridão e trevas, mas não as trevas do Batman, antes fossem...
O peso nos meus olhos era demasiado, e concentrei-me no som da chuva, mas chega uma hora em que o som já não é alto o suficiente.
Então fechei os olhos, rendendo-me.
E foi na escuridão que me dei conta e tudo caiu como um enorme peso em cima de mim, ou talvez fosse mesmo da pancada que acabara de levar, eu contive-me para não chorar. Tudo aconteceu rápido demais.
E percebi que era tarde demais para ser salva. Estou simplesmente cercada pela morte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Hmmm :P
Digam-me, e acompanhem a historia sempre, porque os próximos capítulos, vão ser os mais emocionantes xD

Como sempre,
Kiss ♥



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