Em Nárnia

Eu não conseguia controlar a minha felicidade, depois de anos o meu maior sonho finalmente irá se tornar realidade, eu iria reencontrar a minha Rainha Gentil, a minha amada Susana Pevensie. Nárnia estava sendo ameaçada por motivo do retorno da feiticeira branca, mas mesmo assim eu tinha certeza de que quando ela chegasse tudo iria se acertar, nós venceríamos e desde que Aslan me confirmou que todos eles viriam eu prometi a mim mesmo que quanto tudo acabasse eu não a deixaria ir embora novamente, eu não vou perder a oportunidade de tê-la comigo novamente, não vou adiar minha felicidade, a nossa felicidade, dessa vez será para sempre e sempre.

Na Inglaterra:

– Então Lúcia? Diga logo de uma vez! Pedro e eu também vamos?! – Indaguei sendo até um pouco rude com minha irmã mais nova, mas eu já estava desesperada com todo aquele suspense.

– Susana não acha que está sendo paranoica demais? Foi apenas um sonho e você está quase louca querendo saber se vamos ou não pra Nárnia, Lúcia, às vezes nós sonhamos com o que desejamos. – Falou Pedro.

Nisso eu tinha que concordar com ele, já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha sonhado que estava em Nárnia, com o Caspian, nos braços dele, mas isso só acontecia pelo fato de eu desejar demais que se tornasse realidade, de certa forma eram momentos tão reais que eu chegava a acordar ainda sentindo seu cheiro, o gosto dos seus lábios, ele me passava tanta paz.

– Pedro, a pessimista da família é a Susana, você não se encaixa bem nesse papel. – Disse Edmundo tentando quebrar o clima entre nós quatro, digamos que a piada foi um pouco fora de hora.

– Era pra ser engraçado? – Perguntou Lúcia. – Porque se era não funcionou.

– Tudo bem, desculpem, só queria quebrar a tensão. – Se defendeu erguendo as mãos.

– Está tudo bem Ed, todos nós ficamos muito eufóricos com esse sonho da Lúcia, mas agora me responda Lu, pela juba do leão, Pedro e eu também voltaremos? – Arqueei uma sobrancelha ansiosa pela resposta.

– Aslan disse os reis e rainhas então eu suponho que nós quatro vamos voltar, se fosse só pra mim e pro Ed ele não teria usado o plural.

Tantas coisas se passaram em minha mente quando Lúcia concluiu a frase, eu iria rever Caspian! Mas o próprio Aslan disse que não voltaríamos, para o grande leão voltar atrás em sua decisão algo de muito grave deveria estar acontecendo em Nárnia e eu temia pensar o que. Logo perguntei a Lúcia:

– Quando voltaremos?

– Aslan disse que em breve, mas como o Professor me disse uma vez, tem que ser quando a gente menos esperar.

Tentei não pensar na nossa volta naqueles dias, seguir com a minha rotina normal e uma parte dela era ir buscar Lúcia e Edmundo no colégio.

– Como foi a aula hoje Lu? – Perguntou Pedro enquanto nos afastávamos da escola.

– Como sempre.

– Que resposta vazia Lúcia, alguma coisa te incomoda? – Indaguei curiosa.

– Não, apenas... – Ela parou olhando para as raízes de uma árvore perto da rua da nossa casa. – Seu brinco tá ali no chão. – Falou apontando para a árvore.

– Que coisa estranha. Como foi parar aqui? Está um pouco distante de nós.

– Há a possibilidade de ele ter criado asas. – Comentou Edmundo divertido, todos nós rimos.

Quando eu abaixei para apanhar o brinco caído no chão acabei encostando na árvore e eu e meus irmão fomos literalmente sugados para dentro dela. Quando abri os olhos me vi no mesmo lugar que estive pela última vez, atrás da mesma árvore que entrei para retornar ao meu mundo, sim estávamos em Nárnia. Observo bem o lugar a minha volta quando escuto a voz de Lúcia exclamar:

– Aslan! – E ela saiu correndo em sua direção para abraça-lo.

Foi então que eu o vi, ao lado de Aslan, Caspian, seus olhos brilhavam, nesse comento meu coração bateu descompassadamente.

Por Caspian

– Venha meu Rei, eles chegaram.

– Os Pevensie? – Não foi bem uma pergunta, mais quase uma afirmação. Aslan apenas assentiu e eu o segui.

Assim que chegamos Lúcia veio correndo em direção a Aslan e o abraçou, então eu olhei na direção de seus irmão e quando a vi meu coração vacilou.